117 INFORMAÇÃO FINANCEIRA INDIVIDUAL 04 RELATÓRIO ÚNICO DE GESTÃO INFORMAÇÃO OBRIGATÓRIA 57 INFORMAÇÃO FINANCEIRA CONSOLIDADA



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3 04 53 RELATÓRIO ÚNICO DE GESTÃO INFORMAÇÃO OBRIGATÓRIA 57 INFORMAÇÃO FINANCEIRA CONSOLIDADA 117 INFORMAÇÃO FINANCEIRA INDIVIDUAL 141 RELATÓRIOS DE AUDITORIA E FISCALIZAÇÃO 07 GRUPO MARTIFER Mensagem do Conselho de Administração Destaques Principais Indicadores Financeiros Principais Acontecimentos 13 ENQUADRAMENTO Atividade Presença Internacional Histórico Envolvente de Mercado 25 DESEMPENHO FINANCEIRO Análise de Resultados Proveitos Operacionais EBITDA e Resultado Líquido Investimento Análise da Estrutura de Capital 29 ANÁLISE POR SEGMENTO Construção Metálica Solar Outras Áreas 37 DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS INDIVIDUAIS 39 COMPORTAMENTO DA AÇÃO MARTIFER 43 PERSPETIVAS FUTURAS 45 PRINCIPAIS RISCOS Riscos Operacionais Riscos Financeiros Riscos Jurídicos 49 PROPOSTA DE APLICAÇÃO DE RESULTADOS 51 OUTRAS INFORMAÇÕES 59 DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS CONSOLIDADAS 65 ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS CONSOLIDADAS 119 DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS INDIVIDUAIS 125 ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS INDIVIDUAIS

RELATÓRIO ÚNICO DE GESTÃO

7 RELATÓRIO ÚNICO DE GESTÃO GRUPO MARTIFER ENQUADRAMENTO DESEMPENHO FINANCEIRO ANÁLISE POR SEGMENTO DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS INDIVIDUAIS COMPORTAMENTO DA AÇÃO MARTIFER PERSPETIVAS FUTURAS PRINCIPAIS RISCOS PROPOSTA DE APLICAÇÃO DE RESULTADOS OUTRAS INFORMAÇÕES INFORMAÇÃO OBRIGATÓRIA GRUPO MARTIFER INFORMAÇÃO FINANCEIRA CONSOLIDADA DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS CONSOLIDADAS ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS CONSOLIDADAS INFORMAÇÃO FINANCEIRA INDIVIDUAL DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS INDIVIDUAIS ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS INDIVIDUAIS RELATÓRIOS DE AUDITORIA E FISCALIZAÇÃO

GRUPO MARTIFER 9 MENSAGEM DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO Senhores acionistas, Os últimos passos de restruturação e as nossas decisões estratégicas mostram que estamos no caminho certo. Os problemas do passado estão quase ultrapassados. Não há milagres, nós também estamos sujeitos às tendências de procura e mercado e, no que diz respeito à construção de infraestruturas em aço ou alumínio e projetos solares fotovoltaicos, a contração, principalmente na Europa, tem, obviamente, impactos profundos no nosso crescimento, produtividade e rentabilidade. Mudámos o nosso modelo de negócio em termos de reposicionamento geográfico. O crescimento da carteira de encomendas mostra que tomámos a decisão correta. Só com carteira de encomendas confortável podemos ambicionar melhores resultados. Mas, para dizer a verdade, isso é o que nos distingue e faz parte do nosso ADN: a capacidade de adaptação aos desafios económicos e setoriais globais de forma rápida e flexível. Na nossa opinião, essa é a única forma de sobreviver atualmente, com tantos riscos para controlar. E acreditamos que esse é o único caminho a seguir se queremos garantir o melhor retorno para os nossos acionistas. Recordamos que passaram apenas cinco anos desde a entrada em bolsa em 2007, o mundo mudou e tivemos de lidar com todas as adversidades e contratempos no meio da pior crise desde a Segunda Guerra Mundial. Tentámos obter mais escala, ao mesmo tempo que nos tornamos mais competitivos. Agora, vemos claramente que temos uma palavra a dizer nos setores onde atuamos, tendo sido chamados a concorrer aos maiores projetos em todo o mundo relacionados com recintos desportivos, nomeadamente estádios, infraestruturas de transporte, tais como aeroportos, estações ferroviárias e pontes, edifícios em altura e centros comerciais. Assim como, nos projetos de energia PV, num total de mais de 300 MW já instalados em mais de vinte países. Levamos a cabo a reestruturação da dívida e está em grande parte já concluído e contratado, alargando a maturidade da mesma, processo que será concluído já do decurso de 2013. Este processo, a par da venda de alguns ativos que esperamos concretizar durante 2013 e 2014, trará uma estrutura de capitais e balanço mais flexível e mais sólida. COMO NOS PARECE, ENTÃO, O FUTURO? VEMOS O FUTURO COM MAIS CONFIANÇA: No país Portugal que está a sofrer um ajustamento, até agora muito significativo No sistema financeiro europeu, que está mais forte e a liquidez começa a ser visível Nos drivers do setor, que continuam a existir, apesar dos mercados terem sido alterados tendo em conta as suas necessidades de infraestruturas No futuro da empresa, com o reposicionamento internacional e a atual carteira de encomendas de 603 milhões de euros, que alavanca o crescimento de proveitos Em suma, teremos sempre de lidar com riscos nos nossos negócios, mas estamos mais do que nunca, cientes deles e empenhados no retorno futuro para os nossos acionistas. 2 1 1 - CARLOS MARTINS Presidente 2 - JORGE MARTINS Vice-Presidente Caro stakeholder, obrigado pela confiança depositada!

GRUPO MARTIFER 10 DESTAQUES Proveitos Operacionais de 491 M, a registar um decréscimo de 10,7 % quando comparado com o ano anterior Manutenção da Dívida Bruta ao nível de 2011 EBITDA de 3,9 M (compara com 8,9 M em 2011), que reflete em grande parte o processo de reestruturação na área de construção metálica, com o encerramento da unidade industrial na Polónia e de alguma da capacidade produtiva em Portugal Resultado Líquido Consolidado de -54,4 M vs. -46,5 M em 2011, com impacto negativo de 22,7 M das provisões e perdas de imparidade e de Encargos Financeiros Líquidos de 36,3 M Total de Carteira de Encomendas de 603 M vs. 482 M em 2011: Construção Metálica (373 M ) e Solar (230 M )

GRUPO MARTIFER 11 PRINCIPAIS INDICADORES FINANCEIROS ANO ANO M IFRS 2012 Margem 2011 R Margem Var. % Proveitos Operacionais 491,4 550,1-10,7% EBITDA 3,9 0,8% 8,9 1,6% -55,9% EBIT -15,8-3.2% -19,4-3,5% -18,9% Resultado Financeiro -36,3-26,4 37,6% Resultado antes de imposto -52,0-45,8 13,6% Impostos 2,3 0,7 >100% Resultados de ativos detidos para venda -0,1 0,0 s.s. Resultado Líquido Consolidado -54,4-11,1% -46,5-8,5% 17,0% Atribuível: a interesses não controlados 1,4 2,1-30,4% ao Grupo -55,9-48,6 15,0% R = reexpresso de forma a ser comparável, após alterações no método de valorização dos terrenos e imóveis registados nos ativos fixos tangíveis, conforme explicado na Nota 1 do Anexo às Demonstrações Financeiras consolidadas. PROVEITOS OPERACIONAIS Evolução 2006-2012 ( M) EBITDA Evolução 2006-2012 ( M) RESULTADO LÍQUIDO Evolução 2006-2012 ( M) 700 600 500 400 300 200 100 0 275 397 635 606 592 550 491 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 80 70 60 50 40 30 20 10 0 29 2006 62 67 57 37 4 2007 2008 2009 2010 2011 2012 9 120 100 80 60 40 20 0-20 -40-60 -80 14 26 8 100-52 -48-54 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

GRUPO MARTIFER 12 PRINCIPAIS ACONTECIMENTOS JANEIRO 2012 Martifer decide encerrar fábrica de Benavente A administração da Martifer Metallic Constructions tomou a decisão de encerrar a fábrica de estruturas metálicas de Benavente. Este encerramento deve-se a um reajuste da capacidade de resposta ao nível industrial devido à quebra na procura no setor da construção em toda a Península Ibérica. MARÇO 2012 detentora da fábrica de torres nos EUA, ao seu parceiro Hirschfeld Group, pelo equity value de 2,3 milhões de dólares. O impacto desta transação foi já refletido nos resultados anuais de 2011, através do reconhecimento de uma imparidade. Martifer restabelece anterior participação de 55 % na Martifer Solar A Martifer SGPS vendeu 20 % do capital social da Martifer Solar por 15,6 milhões de euros à HSF, repondo a estrutura de participação acionista detida pelos dois sócios no passado (55 % e 45 %, Martifer SGPS e HSF, respetivamente). Estado de Sonora, no norte do México. A empresa, que está no mercado mexicano desde 2011, será também responsável pelos serviços de operação e manutenção do projeto. Martifer Solar conclui dois parques fotovoltaicos em Portugal com uma capacidade total de 22,4 MWp A Martifer Solar inaugurou dois parques fotovoltaicos no Algarve, com uma capacidade total de 22,4 MWp, desenvolvidos, construídos e operados para um fundo gerido pelo BNP Paribas Clean Energy Partners. Martifer Metallic Constructions conquista três novos projetos no Brasil com um valor total de 322 milhões de reais A Martifer Metallic Constructions conquistou três novos projetos no Brasil, no valor de cerca de 322 milhões de reais. No Rio de Janeiro, a empresa irá participar na construção do Museu do Amanhã e das pontes da Transcarioca e em Manaus irá participar no seu quarto estádio, assumindo uma posição de liderança na construção deste tipo de projetos no país. Martifer vence adjudicação de dois navios-hotel A Martifer venceu a adjudicação de dois navios-hotel da Douro Azul. Os navios vão ser construídos até 2013 na Navalria. ABRIL 2012 Martifer vende projeto Silverton na Austrália A Macquarie Capital Wind Fund Pty Limited assinou um acordo de compra de 3 240 001 ações ordinárias, que representam 50 % do capital da empresa Silverton Wind Farm holdings Pty e, consequentemente, os direitos do Silverton Wind Farm em New South Wales, Austrália, por aproximadamente 5,6 milhões de dólares australianos. Martifer vende fábrica de torres nos EUA A Martifer SGPS, SA vendeu 50 % do capital da Martifer-Hirschfeld Energy Systems LLC, a empresa JULHO 2012 Nutre conclui uma Joint Venture com a Bunge na Roménia A Nutre, detida a 49 % pela Martifer SGPS, e a Bunge concluíram um acordo que estabelece uma joint venture para a exploração das unidades industriais da Roménia. A participação da Nutre nesta joint venture, que é constituída pela fábrica de biodiesel (Prio Biocombustibil srl), pela fábrica de extração de óleos (Prio Extractie, srl) e pela fábrica de extração, refinamento e embalamento anteriormente detida pela Bunge, é de 45 %. SETEMBRO 2012 Martifer Solar assina um acordo para a construção de um projeto fotovoltaico de 20 MW no México A Martifer Solar assinou um acordo com o Consórcio Integrador Sonora80M para a construção de um projeto fotovoltaico de 20 MW em Hermosillo, OUTUBRO 2012 Grupo Martifer participa no quarto Portuguese Day na Bolsa de Nova Iorque A Martifer foi uma das 17 empresas portuguesas a participar no quarto Portuguese Day na Bolsa de Nova Iorque. A delegação portuguesa fez soar o Opening Bell no dia 15 de outubro em Wall Street. A Martifer teve reuniões com 14 investidores. Martifer Solar assina um contrato para o primeiro projeto na Ucrânia com 4,5 MW de capacidade A Martifer Solar assinou um contrato EPC para a construção de um projeto fotovoltaico de 4,5 MW na Ucrânia com a Green Agro Service LLC, uma empresa do grupo Rengy Development. O projeto marcou a entrada da Martifer Solar no país, onde já abriu uma nova subsidiária, reforçando a aposta da empresa na internacionalização. DEZEMBRO 2012 Martifer Metallic Constructions conclui primeiro estádio para o Mundial do Brasil A Martifer Construções Metálicas Ltda, subsidiária da Martifer Metallic Constructions no Brasil, concluiu a construção da cobertura do Estádio Castelão, um dos doze estádios do Mundial de Futebol de 2014, que se realizará no Brasil. A infraestrutura foi inaugurada em dezembro pela Presidente do Brasil, Dilma Rousseff. O Estádio do Grêmio, que também contou com a participação da Martifer, foi também inaugurado em dezembro.

13 RELATÓRIO ÚNICO DE GESTÃO GRUPO MARTIFER ENQUADRAMENTO DESEMPENHO FINANCEIRO ANÁLISE POR SEGMENTO DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS INDIVIDUAIS COMPORTAMENTO DA AÇÃO MARTIFER PERSPETIVAS FUTURAS PRINCIPAIS RISCOS PROPOSTA DE APLICAÇÃO DE RESULTADOS OUTRAS INFORMAÇÕES ENQUADRAMENTO INFORMAÇÃO OBRIGATÓRIA INFORMAÇÃO FINANCEIRA CONSOLIDADA DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS CONSOLIDADAS ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS CONSOLIDADAS INFORMAÇÃO FINANCEIRA INDIVIDUAL DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS INDIVIDUAIS ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS INDIVIDUAIS RELATÓRIOS DE AUDITORIA E FISCALIZAÇÃO

ENQUADRAMENTO 14 ATIVIDADE A Martifer iniciou a sua atividade em 1990, no setor das estruturas metálicas. Desde 2011, como consequência da focalização estratégica dos negócios, a Martifer concentrou a sua atividade em duas áreas principais Construção Metálica e Solar, controladas a 100 % e 55 %, respetivamente. O Grupo desenvolve também outras atividades e gere participações financeiras: RE Developer promoção e desenvolvimento de parques eólicos (Martifer Renewables) e a participação financeira de 49 % na Prio Energy e na Nutre. No final do ano 2012, a Martifer acumulava, através das suas subsidiárias, participação em mais de 100 MW de projetos renováveis em operação. Aproximadamente 64 MW tiveram contribuição ao nível dos Proveitos Operacionais. HOLDING A Martifer SGPS SA é a holding do Grupo. Com as adaptações ao modelo de governance incrementadas no decurso do ano de 2012, a Martifer SGPS SA posiciona-se como uma Sociedade Gestora de Participações Financeiras, estabelecendo e definindo regras e políticas de Grupo e monitorizando as atividades das Áreas de Negócio, às quais foi atribuído um maior grau de independência e poder de decisão. CONSTRUÇÃO METÁLICA A Martifer Metallic Constructions é um player reconhecido globalmente no setor. Tem unidades industriais em Portugal, na Roménia, na Austrália, em Angola e no Brasil. A empresa centra a sua estratégia de desenvolvimento na diferenciação pela qualidade da engenharia e vocação para projetos de grande complexidade. Fornece soluções globais e inovadoras de engenharia, nomeadamente em projetos com elevada incorporação de estrutura metálica em aço, fachadas de alumínio e vidro, e soluções em aço inox, atuando também na produção de equipamentos para o setor da energia, tais como componentes para energia eólica, petróleo e gás, e no setor de construção naval (através da Navalria). A Martifer Metallic Constructions centra a sua estratégia em mercados em crescimento em África e na América do Sul, e nos mercados consolidados na Europa, tais como a França e o Reino Unido. Esta atividade (industrial e comercial) está presente em 16 países. Conta com uma capacidade de produção acima das 80 000 toneladas anuais e, no final de 2012, contava com 2 463 colaboradores. SOLAR A Martifer Solar desempenha atualmente um papel de liderança na indústria fotovoltaica, devido à sua capacidade de adaptação a um setor em constante mudança e uma experiência comprovada assente na utilização de tecnologia de vanguarda, em qualificações técnicas avançadas e numa equipa competente e motivada. As principais atividades da empresa são o desenvolvimento de projetos fotovoltaicos, a instalação de projetos EPC (Engenharia, Procurement e Construção), serviços de O&M especializados e Distribuição de equipamentos PV, através da sua subsidiária MPrime. A empresa atua em todos os segmentos de mercado: projetos em solo, coberturas, BIPV, micro e mini geração e off-grid. Em operação desde 2007, a empresa continua a expandir-se internacionalmente, iniciando atividade em novos países. A Martifer Solar está presente em mais de 20 países na Europa, em África, na Ásia & Médio Oriente, na América do Norte e na América do Sul. A Martifer Solar participou na implementação de mais de 300 MW de energia solar fotovoltaica em todo o mundo. Esta área de negócio contava com 398 colaboradores, no final de 2012. RE DEVELOPER A Martifer Renewables atua como um developer de energias renováveis, principalmente no desenvolvimento de projetos eólicos. Mais do que acumular MWs em exploração, a estratégia da Martifer Renewables assenta numa rigorosa utilização de capitais no desenvolvimento e construção de projetos. A empresa tem atualmente 64 MW de parques solares e eólicos em operação e com contribuições para os Proveitos Operacionais localizados em Espanha, na Roménia e no Brasil. Em Portugal, a empresa tem uma participação de cerca de 50 % em 31 MW de parques eólicos em operação, que contribuem para os resultados através de equivalência patrimonial. Em 2011, os projetos em operação na Polónia Leki Dukielskie (10 MW) e Bukowsko (18 MW) foram alienados e a venda do projeto Rymanow ao Grupo Ikea (26 MW em construção) foi acordada. Em 2012, a empresa concluiu a construção do seu projeto eólico na Roménia (Babadag), com uma capacidade total de 42 MW. Esta área de negócio contava com 54 colaboradores no final do ano e está presente em cinco países: Portugal, Espanha, Roménia, Polónia e Brasil. As áreas de negócio atuam de forma autónoma, seguindo as orientações estratégicas aprovadas a nível da holding, com base em orçamentos e planos de negócio anuais aprovados pelos administradores executivos da Martifer. No final do ano, a holding e os serviços de suporte contavam com 62 colaboradores. Em 2012, a Martifer SGPS, efetuou a venda de 20 % do capital social da Martifer Solar por 15,6 milhões de euros à HSF, repondo a estrutura de participação acionista detida pelos dois sócios no passado (55 % e 45 %, Martifer SGPS e HSF, respetivamente).

ENQUADRAMENTO 15 Em suma, atualmente o Grupo está organizado da seguinte forma: 100 % 55 % OUTRAS ESTRUTURAS METÁLICAS FACHADAS EM ALUMÍNIO E VIDRO INOX ENGENHARIA EÓLICO, PETRÓLEO E GÁS CONSTRUÇÃO & REPARAÇÃO NAVAL EPC SOLUÇÕES FV DISTRIBUIÇÃO O&M DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS 100 % 49 % 49 %

ENQUADRAMENTO 16 PRESENÇA INTERNACIONAL AMÉRICA DO NORTE EUROPA PRINCIPAIS GEOGRAFIAS* Brasil EUA Angola Arábia Saudita Portugal Espanha Itália França Reino Unido Roménia Irlanda Polónia Bélgica Alemanha República Checa Eslováquia Grécia Bulgária Marrocos Austrália Canadá Índia México Chile Peru Colômbia Moçambique * Considerando Carteira de Encomendas + Proveitos Operacionais em 2012 AMÉRICA LATINA ÁFRICA E ARÁBIA SAUDITA

ENQUADRAMENTO 17 HISTÓRIA Fundação da Martifer Início da internacionalização com a entrada em Espanha Criação da fábrica de construções metálicas na Polónia, 1.ª fora de Portugal. Início de atividade nas áreas de Agricultura e Biocombustíveis e Desenvolvimento de Parques Eólicos. Aquisição de 25,4 % da REpower Systems AG. OPA sobre a REpower Systems AG, conjuntamente com a Suzlon. Consórcio Ventinveste vence Fase B do Concurso Eólico Nacional (400 MW). Entrada em bolsa (IPO). Criação de uma Joint Venture com a Hirschfeld para a produção de componentes para energia eólica nos EUA Martifer Renewables ultrapassa 100 MW de capacidade instalada. Martifer Renewables ganha 217 MW no primeiro Leilão eólico no Brasil. Venda da participação detida na REpower Systems AG. Início da construção da fábrica de estruturas metálicas em Pindamonhangaba, São Paulo, Brasil. Adjudicação à Martifer Solar do primeiro projeto fotovoltaico na Índia. Venda da participação na Repower Portugal. ~3000 colaboradores Presente em mais de 25 países 11 Unidades industriais 1990 1999 2003 2005 2007 2009 2011 2013 1998 2002 2004 2006 2008 2010 2012 Engil (Mota- Engil) passa a ser acionista. Expo 98, com a participação da Martifer em várias obras (Ex. Torre Vasco da Gama). Construção dos estádios para o Euro 2004 Segunda fábrica em Portugal, Benavente. Início de atividade no setor de equipamentos para energia renovável Eólica. Início de atividade no setor Solar Fotovoltaico. Criação do Consórcio Ventinveste para o Concurso Eólico Nacional, em parceria com a Galp. Início de operação das unidades industriais de componentes para parques eólicos, módulos fotovoltaicos e assemblagem de aerogeradores. Aquisição da Navalria, especializada no negócio da Construção e Reparação Naval. Alienação de 11 % na Prio e na Nutre, passando a deter 49 % do seu capital. Construção dos dois maiores parques solares fotovoltaicos do continente africano, em Cabo Verde. Início de operação da fábrica de estruturas metálicas no Brasil. Martifer Solar expande a sua atividade para a Ucrânia, a Roménia, o Mexico e o Brazil.

ENQUADRAMENTO ENVOLVENTE DE MERCADO 18 CRESCIMENTO GLOBAL Fazendo uma análise geral sobre o ambiente económico: Condições económicas gerais em 2012 O crescimento real da economia global deteriorou- -se ao longo de 2012. A crise de dívida soberana na Europa, sem resolução durante vários meses, foi o principal motivo de preocupação. Mantiveram- -se as dúvidas acerca da estabilidade política e financeira na Grécia e os problemas no sistema bancário espanhol foram especialmente preocupantes. Devido a estes fatores, o Fundo Monetário Internacional (FMI) baixou repetidamente as suas previsões para o crescimento económico em 2012. Na sua análise mais recente, na atualização de janeiro do relatório WEO, os especialistas do FMI apontam para um crescimento global da economia de apenas 3 % em 2012, que compara com a sua previsão de 3,3 % em outubro de 2012. Devido à situação complexa do sul da Europa, espera-se que a economia da Zona Euro tenha um crescimento real negativo e um crescimento nominal de -0,4 %, com inflação de 2,5 %. A situação é aparentemente mais positiva nos EUA, que registará um crescimento de 2,3 % em 2012, de acordo com as previsões do FMI. Até os países emergentes foram afetados pelo abrandamento económico. A previsão de crescimento económico do FMI para estes mercados é de 5,1 % em 2012. De onde pode vir o crescimento em 2013? Esta é uma questão para a qual todos os agentes económicos querem encontrar uma resposta simples. Hoje, é certo que o poder dos Bancos Centrais na liderança da economia mundial é mais forte do que nunca. Sendo assim, é crucial seguir todas as palavras e sinais destas entidades, de forma a interpretar as próximas tendências económicas e financeiras e o caminho para a recuperação económica. Como exemplo, no final de 2012, quando Mario Draghi afirmou que faria tudo o que fosse necessário para restaurar a Zona Euro, o clima nos mercados financeiros começou a melhorar, os custos de empréstimo na Zona Euro desceram acentuadamente as obrigações e as CDS s dos países foram significativamente mais baixas, as taxas de juro das economias sob intervenção caíram; os mercados bolsistas melhoraram a sua performance e a volatilidade voltou para níveis mais baixos. As preocupações que afetaram 2/3 do ano de 2012, tais como a sobrevivência do euro, a manutenção ou saída da Grécia ou o contágio negativo no coração da Europa, quase desapareceram. A 10 de janeiro de 2013, na sua primeira intervenção do ano, Mario Draghi afirmou que a economia da Zona Euro vai recuperar no final de 2013, e que se veem já alguns sinais de estabilização. Logo de seguida, o BCE manteve as taxas a 0,75 %, seguindo os primeiros sinais de fortalecimento na economia da Zona Euro e com a inflação ainda acima do objetivo. No mesmo dia, o Banco de Inglaterra manteve a sua taxa de juro padrão nos 0,5 %. No entanto, os sinais de recuperação da procura na Zona Euro continuam muito fracos, e não há ainda indicação de que vá melhorar. É esperado que cresça apenas 0,5 % em 2013, quando o WEO do FMI indica que a economia mundial irá reforçar-se gradualmente em 2013 e terá um crescimento esperado de 3,5 % numa base anual em 2013, uma aceleração moderada relativamente aos 3 % em 2012, liderado pela China, pela Índia e pelo Brasil. Os riscos à volta das perspetivas económicas mantêm-se negativos. A Zona Euro, em especial, continua a representar um risco para a economia global, maioritariamente relacionado com a lentidão na implementação de reformas estruturais na região, questões geopolíticas e desequilíbrios nos principais países industrializados. Os esforços de ajustamento nos países periféricos devem de ser sustentados e têm de ser apoiados, incluindo através da completa utilização dos mecanismos europeus de proteção, utilização da flexibilidade permitida pela convergência fiscal e novos passos em direção à união bancária total e maior integração fiscal. CRESCIMENTO GLOBAL DA ECONOMIA EM 2013 Resto do Mundo Índia Rússia 3,8% Brasil 4,0% Japão 1,2% EUA 2,1% China UE 0,5% 5,6% 6,0% 8,2% Fonte: Thomson-Reuters

ENQUADRAMENTO 19 INDICADORES GLOBAIS 2007 2008 2009 2010 2011 2012p 2013e PIB, Var. % anual EUA 2,1% 0,4% -2,6% 2,6% 2,3% 2,3% 2,0% Zona Euro 2,8% 0,5% -4,1% 1,7% 1,5% -0,4% -0,2% Alemanha 2,5% 1,0% -4,7% 3,3% 2,0% 0,9% 0,6% Portugal 1,9% 0,0% -2,6% 1,3% -1,3% -3,0% -1,6% Inflação, Var. % anual EUA 3,2% 2,9% 3,9% -0,4% 1,3% 1,6% 2,1% Zona Euro 2,2% 2,1% 3,3% 0,3% 1,9% 2,0% 2,5% Alemanha 1,8% 2,3% 2,8% 0,3% 1,3% 1,4% 2,0% Portugal 2,7% 3,0% 2,4% -1,0% 1,4% 2,0% 2,8% Taxa de Desemprego, Var. % anual EUA 4,6% 4,6% 5,8% 9,3% 9,7% 9,6% 8,1% Zona Euro 8,3% 7,5% 7,5% 9,5% 10,0% 9,9% 11,4% Alemanha 9,8% 8,4% 7,3% 7,7% 7,6% 7,3% 7,1% Portugal 7,7% 8,1% 7,7% 9,6% 10,8% 11,0% 15,5% Peso do Défice, % PBI EUA -2,0% -2,7% -4,8% -10,3% -9,2% -8,0% -7,0% Zona Euro -1,3% -0,6% -2,0% -6,3% -6,5% -5,2% -3,4% Alemanha -1,6% 0,30% 0,10% -3,0% -3,8% -3,0% -0,2% Portugal -3,9% -2,6% -2,6% -9,3% -7,3% -4,6% -5,5% Preço do Crude USD por Barril 61,6 93,9 45,6 80,0 85,0 90,0 111,0 Taxas de Juro, Final do ano (%) Taxas de Juro - Fed (Fed Funds) 5,25% 4,25% 0,75% 0,25% 0,25% 0,75% 0,25% - BCE 3,50% 4,00% 2,50% 1,00% 1,00% 1,50% 0,75% - BoE 5,00% 5,50% 2,00% 0,50% 0,50% 1,25% 0,50% O PULSO DE PORTUGAL Apesar de cada vez menos estarmos expostos à economia portuguesa, sentimos que este ano seria crucial falar sobre a economia do país base da empresa, de forma a que muitos dos nossos stakeholders internacionais possam acompanhar a sua evolução e compreender que o caminho para a descida do risco soberano está a ser concretizado. Em Portugal, o crescimento do PIB real caiu acentuadamente no último trimestre de 2012, com o PIB geral do ano a cair 3,2 %. É agora esperado que a atividade económica contraia 2,3 % em 2013, com a economia a voltar a crescer mais para o final do ano, e a registar um crescimento de 0,6 % em 2014. Como consequência do abrandamento da atividade, o desemprego deverá ultrapassar os 18 %. De acordo com o Economist Intelligence Unit, em 2013, Portugal é o 2.º país com maior redução prevista do PIB, logo a seguir à Grécia. PREVISÃO DO PIB 2013, % alteração no ano anterior MAIOR CRESCIMENTO Macau Mongólia Líbia Gâmbia Angola Butão China Timor-Leste Iraque Moçambique 0 3 6 9 12 15 Fonte: Economist Intelligence Unit -6-3 0 MAIOR RETRAÇÃO Zona Euro Croácia Chipre Itália Holanda Síria Irão Espanha Portugal Grécia Taxas de Juro de longo prazo (10 y Bonds) EUA 4,70% 4,00% 2,20% 3,80% 2,90% 3,50% 1,75% Zona Euro 3,90% 4,30% 2,95% 3,40% 2,70% 3,30% 1,32% Reino Unido 4,75% 4,50% 3,02% 4,00% 3,20% 3,75% 1,80% Taxas de Câmbio, final do ano EUR/USD 1,32 1,46 1,40 1,43 1,35 1,40 1,31 Fonte: Reuters, relatórios do FMI, OCDE, INE

ENQUADRAMENTO 20 Implementação do programa mantém-se no bom caminho A Comissão Europeia, o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional, na sétima missão de revisão a Portugal, afirmaram que a implementação do programa de ajustamento continua no bom caminho, enfrentando o clima de condições económicas desfavoráveis. O défice orçamental previsto foi cumprido, a estabilidade do setor financeiro foi assegurada e várias reformas estruturais estão a evoluir. O ajustamento externo continua a exceder as expetativas, e o governo concluiu uma emissão no mercado obrigacionista, ao mesmo tempo que as condições de financiamento internas foram aliviadas. Ao mesmo tempo, a re- dução da procura por exportações, em especial na União Europeia, a baixa confiança e a elevada dívida do setor privado trazem mais contrariedades do que era esperado à atividade económica. Tal como nas previsões anteriores, as políticas escolhidas e a implementação do programa foram reavaliadas à luz das novas circunstâncias. O défice orçamental atingiu os 4,9 % do PIB em 2012. No entanto, o tratamento estatístico de transações específicas, tais como a concessão aeroportuária (ANA) terá como resultado um aumento do défice. Com o comprometimento do Governo em manter um caminho de despesa consistente com o ajustamento do défice tal como planeado anteriormente, um menor crescimento e um aumento do desemprego vão reduzir os proveitos e aumentar os gastos com prestações sociais. Para permitir a operação de estabilizadores automáticos do défice, o Governo solicitou e a equipa da CE, do BCE e do FMI apoiaram uma revisão dos objetivos do défice de 4,5 % para 5,5 % do PIB em 2013, e de 2,5 % para 4 % do PIB em 2014. O target de défice para 2015, nos 2,5 % do PIB, estará abaixo do limiar máximo de 3 % do Pacto de Estabilidade e Crescimento. Portugal tem demonstrado uma forte capacidade de ajustamento Vejamos as coisas noutra perspetiva. Desde abril 2011, que progressos foram feitos em Portugal? Todas as medidas tomadas desde o processo de resgate em abril de 2011 começam a mostrar resultados: o ajustamento externo é já uma realidade os números das exportações são uma surpresa positiva, e é possível existir um equilíbrio na balança comercial, algo que não acontecia desde 1942. No entanto, mais importante do que os últimos números, o que realmente suporta a sua tendência a longo prazo é o facto de a indústria portuguesa estar integrada no meio da cadeia de valor, e não no fundo da cadeia de produção, como acontecia anteriormente. Programa de ajustamento económico e financeiro Principais componentes e objetivos Targets orçamentais PROGRAMA DE AJUSTAMENTO ECONÓMICO E FINANCEIRO CONSOLIDAÇÃO FISCAL Estabilização da dívida pública Sem acumulação de pagamentos em atraso OBJETIVOS Transformação estrutural Aumento da competitividade e crescimento potencial 78 mil M REFORMAS ESTRUTURAIS Fortalecimento da estabilidade do setor financeiro (rácios de capital mais elevados, redução de dívida) Melhoria da gestão das finanças públicas, reduzindo riscos de orçamento fiscal Correção dos desequilibrios orçamentais e externos Recuperação da confiança do mercado Mercado de trabalho, concorrência, saúde, educação, mercados de bens e serviços, mercado de habitação, sistema judicial, etc. Fontes: FMI, CE, ES Research

ENQUADRAMENTO 21 DÉFICE DO SETOR PÚBLICO ADMINISTRATIVO (% PIB) 12 10 8 6 4 2 0 3,4 2002 O défice atingiu 6,8 % do PIB no 1.º Semestre de 2012 3,7 2003 4,0 2004 6,5 2005 4,6 2006 BALANÇA EXTERNA (% PIB) 1 2 3,1 2007 3,6 2008 10,2 2009 9,8 2010 7,4 1 4,4 2 2011 5,0 2012P 4,5 2013P 1. Défice subjacente, sem efeitos one/ off, 2. Défice após medidas one/off Fonte: Ministério das Finanças, INE, ES Research 2,5 2014P 1. Necessidades/capacidade de financiamento externo bruto, i.e., balanças corrente e de capital. Dados do final do ano a cada trimestre Fontes: INE, ES Research NÚMEROS DE EXPORTAÇÃO MAIS RELEVANTES EXPORTAÇÕES DE MERCADORIAS PORTUGUESAS PARA PAÍSES SELECIONADOS (%) Peso das exportações, % (0,8) (3,4) (0,5) (5,0) (0,9) (1,3) (5,1) (12,2) (0,4) (0,9) (13,8) (25,2) 22,3 11,8 6,3 4,2 5,1 Peso em setembro 2012 () setembro 2011 Crescimento das exportações, % 1,8 China 152,0 0,6 1,0 1,4 0,4 0,9 EUA Moçambique Angola Marrocos Brasil Reino Unido França Japão Polónia 12,6 Alemanha -1,3 Espanha -4,6 35,0 35,0 20,2 3,7 0,9 34,0 22,9 8,4 4,2 Crescimento setembro 2012/2011 TOP 5 DE EXPORTAÇÕES DE MERCADORIAS (setembro 2012, peso, %) Veículos de transporte Combustíveis minerais Máquinas e equipamento eletrónico Metais comuns Máquinas e aparelhos mecânicos TOP 5 DE EXPORTAÇÕES DESERVIÇOS (setembro 2012, peso, %) Viagens e Turismo Transportes Outros serviços empresariais Serviços de construção Serviços de comunicação Fontes: INE, ES Research 2,9 2,5 6,3 18,0 8,8 8,7 8,2 27,8 12,0 43,6 0 CUSTOS HORÁRIOS DE MÃO DE OBRA (Crescimento real acumulado, 4T 2010 2T 2012) Fontes: INE, ES Research -2-4 % 10 5 8,2-6 0-5 0,0-8 -10-12 - Impacto dos países emergentes da Ásia e Europa de Leste - Falta de reformas estruturais - Crescimento divergente da produtividade - Perda de competitividade externa - Maior endividamento Ajustamento económico e financeiro em curso -10-15 -20-25 -8,0-24,1 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012P 2013P -30 Zona Euro Alemanha Espanha Portugal

ENQUADRAMENTO 22 Os desafios da atitude certa em Portugal foram também muito importantes no processo de ajustamento. Três pontos que o justificam: Custos com pessoal a diminuir substancialmente, acima da Alemanha, de Espanha e da Zona Euro (ver gráfico acima) Aumento das poupanças em Portugal Confiança dos depositantes no sistema bancário português Finalmente, a reputação externa de Portugal melhorou. O enorme comprometimento de Portugal para resolver os seus problemas internos e ajustar as suas condições à Zona Euro foram reconhecidos. A perceção externa sobre Portugal mudou significativamente nos últimos meses. Matérias Primas TENDÊNCIA NA EVOLUÇÂO DOS PREÇOS DO CRUDE US$ 120 100 80 60 Fonte: Reuters Três aspetos que o comprovam: Regresso aos mercados A Irlanda está alinhada com Portugal no pedido à UE para uma extensão do calendário de pagamento do empréstimo 40 20 0 02-01-09 02-03-09 02-05-09 02-07-09 02-09-09 02-11-09 02-01-10 02-03-10 02-05-10 02-07-10 02-09-10 02-11-10 02-01-11 02-03-11 02-05-11 02-07-11 02-09-11 02-11-11 02-01-12 02-03-12 02-05-12 02-07-12 02-09-12 02-11-12 Os processos de privatização têm sido muito positivos, tendo permitido mostrar à comunidade de investidores as boas empresas em Portugal. E, de facto, têm atraído mais investidores para Portugal Os preços do crude, em média, situaram-se no 94 $ por barril ao longo de 2012, o que compara com 99 $ por barril estimados no final de 2011. A estabilidade dos preços nesta matéria-prima foi importante para a atividade económica. Com todos os testes de stress ultrapassados, o sistema financeiro português também ajudou na construção da reputação do país. Três razões para tal: Mais solvabilidade Mais liquidez; depósitos mais elevados Qualidade dos ativos

ENQUADRAMENTO 23 Mercados financeiros e Volatilidade O comportamento dos mercados acionistas em 2012 revela ainda grandes gaps nas praças europeia, o que demonstra ainda a insegurança relativamente aos riscos existentes nas economias periféricas, nomeadamente Portugal e Espanha. Os níveis de volatilidade dos mercados financeiros registados através do índice VIX, revelam dois picos durante o ano 2012: (1) em maio, devido a questões relacionadas com a sustentabilidade do Euro e a Grécia e ainda as eleições em França; (2) em dezembro, devido a questões relacionadas com o Fiscal Cliff nos EUA. Fonte: Reuters Fonte: Reuters EVOLUÇÃO DOS PRINCIPAIS ÍNDICES BOLSISTAS EM 2012 EVOLUÇÃO DO ÍNDICE VIX INDICADOR DE VOLATILIDADE -2,90% Brasil (Bovesta) EUA (NASDAQ) EUA (DowJones Ind.) 9,00% Reino Unido (FTSE) 9,00% 17,50% 30 25 20 Alemanha (DAX) -3,00% Espanha (IBEX) Portugal (PSI20) 3,00% França (CAC) 19,00% 31,00% 15 10 5 26,66 Muitas preocupações com a sustentabilidade do euro; Grécia; Eleições em França 22,89 Precipício orçamental nos EUA 0 Jan-12 Fev-12 Mar-12 Abr-12 Mai-12 Jun-12 Jul-12 Ago-12 Set-12 Out-12 Nov-12 Dez-12 Jan-13

ENQUADRAMENTO Downside Risks No futuro próximo quais as principais preocupações? Riscos Geopolíticos Guerras no valor das moedas, como forma de ganhar competitividade A situação Fiscal nos EUA ainda não está ultrapassada. Continuam por resolver as questões relacionadas com o fiscal cliff/debt ceiling A Europa tem ainda um caminho a percorrer no âmbito da união política, união bancária, e criação de uma entidade que regule o sistema bancário europeu Os BRICS e o seu crescimento podem ter efeitos de contágio às outras economias, se houver uma desaceleração, nomeadamente na China. Qualquer movimento na sua tendência é muito importante para a recuperação mundial da economia

25 RELATÓRIO ÚNICO DE GESTÃO GRUPO MARTIFER ENQUADRAMENTO DESEMPENHO FINANCEIRO ANÁLISE POR SEGMENTO DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS INDIVIDUAIS COMPORTAMENTO DA AÇÃO MARTIFER PERSPETIVAS FUTURAS PRINCIPAIS RISCOS PROPOSTA DE APLICAÇÃO DE RESULTADOS OUTRAS INFORMAÇÕES INFORMAÇÃO OBRIGATÓRIA DESEMPENHO FINANCEIRO INFORMAÇÃO FINANCEIRA CONSOLIDADA DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS CONSOLIDADAS ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS CONSOLIDADAS INFORMAÇÃO FINANCEIRA INDIVIDUAL DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS INDIVIDUAIS ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS INDIVIDUAIS RELATÓRIOS DE AUDITORIA E FISCALIZAÇÃO

DESEMPENHO FINANCEIRO 26 ANÁLISE DE RESULTADOS M 2012 2011 REEXPRESSO 2011 REPORTADO VAR. % Proveitos operacionais 491,4 550,1 550,1-10,7% Resultados operacionais antes de amortizações e provisões e perdas de imparidade (EBITDA) 3,9 8,9 8,9-55,9% Margem EBITDA 0,8% 1,6% 1,6% -0,8 p.p. Amortizações e depreciações 17,5 18,2 19,6-4,3% Provisões e perdas de imparidade 2,2 10,2 10,2-77,9% Resultados antes de impostos e encargos financeiros (EBIT) -15,8-19,4-20,8-18,9% Margem EBIT -3,2% -3,5% -3,8% 0,3 p.p. Resultados financeiros -36,3-26,4-26,4 37,6% Resultados antes de impostos -52,0-45,8-47,1 13,6% Impostos 2,3 0,7 0,4 >100% Resultados de ativos detidos para venda -0,1 0,0 0,0 s.s. Resultado líquido do exercício -54,4-46,5-47,5 17,0% Atribuível a interesses não controlados 1,4 2,1 2,1-30,4% Atribuível ao Grupo -55,9-48,6-49,6 15,0% Resultado por ação -0,571-0,492-0,502 Na área de negócio de Construção Metálica, os principais mercados foram o Brasil, Angola e França, que compensaram totalmente o decréscimo acentuado no mercado da Península Ibérica. O Brasil, sem dúvida, continua a ser o mercado que atravessa um período mais positivo suportado pela forte procura de infraestruturas e com a aproximação de eventos muito importantes, como o Mundial de Futebol e os Jogos Olímpicos. O negócio Solar encerrou o ano 2012 com um decréscimo nos Proveitos Operacionais de 21,3 %, mas ainda ficando acima da média do setor, que aponta para uma queda superior a 30 %. Os mercados com contribuição mais elevada para os Proveitos Operacionais foram Portugal, Itália, EUA, França e Reino Unido. Nota: Outras inclui a área de RE Developer, Holding e Serviços de Suporte BREAKDOWN DE PROVEITOS OPERACIONAIS 2012 2011 REEXPRESSO PROVEITOS OPERACIONAIS M PESO M PESO VAR. % Martifer Consolidado 491,4 550,1-10,7% Construção Metálica 250,3 50,9% 240,2 43,7% 4,2% Solar 230,8 47,0% 293,2 53,3% 21,3% Outras 10,4 2,1% 16,7 3,0% -37,9% Nota: Os resultados apresentados correspondem a valores reportados auditados. Em 2012, o Grupo alterou o método de valorização dos terrenos e imóveis registados nos ativos fixos tangíveis, conforme explicado na Nota 1 do Anexo às Demonstrações Financeiras consolidadas, tendo sido reexpressas as demonstrações financeiras de 2011. 8% América do Norte 3% Outros PROVEITOS OPERACIONAIS 12% África & Arábia Saudita Em 2012, os Proveitos Operacionais registaram um decréscimo de 10,7 %, relativamente a 2011, para os 491,4 milhões de euros. Contrariando a tendência nos últimos anos, a área de negócio de Construção Metálica apresentou em 2012 um crescimento das receitas de 4,2 %, acima da área de negócio Solar, e totalmente suportada pelos trabalhos internacionais, apesar do setor da construção atravessar uma crise sem precedentes, principalmente na Península Ibérica. O Grupo deu mais um passo em frente, no que diz respeito ao seu processo de internacionalização em 2012, comparando com 2011. A contribuição de Portugal para o total de Proveitos Operacionais é de apenas 19 %, e os restantes 81 % vêm de quatro regiões diferentes: União Europeia 44 %, América Latina 14 %, América do Norte 8 % e África e Arábia Saudita 12 %. A exposição internacional conquistada no último ano é notável e atribui ao Grupo um risco de negócio diferente, uma vez que é substancialmente reduzida a exposição à Península Ibérica. Adicionalmente, o Grupo tem agora condições para retirar vantagens do crescimento previsto nas economias em desenvolvimento, como América Latina e, ao mesmo tempo, colher também os benefícios da exposição a países com economias mais maduras, como é o caso do Reino Unido. 14% América Latina 19% Portugal 44% União Europeia

DESEMPENHO FINANCEIRO 27 EBITDA E RESULTADO LÍQUIDO Em 2012, o EBITDA Consolidado do Grupo sofreu uma queda de 55,9 % quando comparado com o ano 2011, para os 3,9 milhões de euros. Esta performance negativa reflete em grande parte o processo de reestruturação na construção metálica, maioritariamente com o encerramento da unidade na Polónia e de alguma da capacidade produtiva em Portugal. Os efeitos one off na área de Construção Metálica foram de 34,0 milhões de euros. No segmento Solar, a margem EBITDA de 6,9 % registada em 2012 está em linha com a do ano 2011, apesar do ambiente competitivo no setor solar e ainda do esforço de internacionalização. As empresas agrupadas em outras também tiveram uma contribuição positiva de 12,5 milhões de euros, atingindo uma melhoria anual de 39,4 %. 2012 2011 REEXPRESSO EBITDA M MARGEM M MARGEM VAR. % Martifer Consolidado 3,9 0,8% 8,9 1,6% -55,9% Construção Metálica -24,6-9,8% -20,1-8,4% 22,1% Solar 16,0 6,9% 20,1 6,8% -20,3% Outras 12,5-8,9-39,4% Nota: Outras inclui a área de RE Developer, Holding e Serviços de Suporte As amortizações e depreciações caíram 4,3 % de 18,2 para 17,5 milhões de euros. As Provisões e perdas de imparidade para ativos fixos registadas foram de 2,2 milhões de euros, o que compara com 10,2 milhões de euros. Os resultados antes de encargos financeiros e impostos (EBIT) atingiram os -15,8 milhões de euros, o que compara com -19,4 milhões de euros em 2011, e que reflete uma ligeira melhoria. INVESTIMENTO O valor do investimento em ativos tangíveis e intangíveis no final de 2012 foi de 56,5 milhões de euros, maioritariamente aplicado em: (1) Desenvolvimento de parques na Martifer Solar (29 milhões de euros). Este valor não corresponde a investimento de longo prazo para a empresa, mas sim a ativos para vendas nos próximos meses. (2) Finalização da construção da unidade de construção metálica no Brasil e investimento de manutenção diverso na construção metálica (10,1 milhões de euros). (3) Da área de RE Developer, investimento de 17 milhões de euros no desenvolvimento e construção de parques eólicos. Dos 17 milhões de euros, 14 milhões de euros são correspondentes ao projeto Rymanow, já classificado como detido para venda. O investimento líquido total em ativos fixos em 2012 foi de 40,4 milhões de euros. INVESTIMENTO EM ATIVOS TANGÍVEIS E INTANGÍVEIS EVOLUÇÃO (2007 2012) - M Os Encargos Financeiros Líquidos totalizaram 36,3 milhões de euros, comparáveis com 26,4 milhões de euros no ano anterior. Os juros líquidos registados foram de 19,0 milhões de euros, as diferenças de câmbio foram desfavoráveis em 4,6 milhões de euros e outros custos financeiros de 12,6 milhões de euros. O resultado das diferenças cambiais foi negativo em 2012, atingindo perdas líquidas de 4,6 milhões de euros, maioritariamente devido à desvalorização do Zloty (Polónia) e Real (Brasil) em relação ao Euro, de 1,6 % e 7,8 %, respetivamente. 250 200 150 100 50 122,4 213,0 102,4 46,3 61,3 56,6 A contribuição líquida da aplicação do método de equivalência patrimonial às subsidiárias Nutre e Prio Energy (detidas a 49 %) foi de 3,9 milhões de euros negativos. 0 2007 2008 2009 2010 2011 2012 Finalmente, o Resultado Líquido atribuível aos acionistas em 2012 foi de 54,4 milhões de euros negativos.

DESEMPENHO FINANCEIRO 28 ANÁLISE DA ESTRUTURA DE CAPITAL SITUAÇÃO FINANCEIRA M ANO 2012 ANO 2011 REEXPRESSO ANO 2010 VAR.% Ativos Fixos (incluindo Goodwill) 331,8 343,2 363,1-3,3% Outros Ativos não correntes 187,7 181,4 181,4 3,5% Inventários e Devedores Correntes 383,8 415,5 415,5-7,6% Disponibilidades e equivalentes 38,0 77,9 77,9-51,2% Ativos detidos para venda 35,1 0,0 0,0 s.s. Ativo Total 976,4 1,018,0 1,037,8-4,1% Capital Próprio 176,3 235,9 251,5-25,3% Interesses não controlados 51,0 31,8 31,8 60,4% Total do Capital Próprio 227,3 267,7 283,3-15,1% Dívida e leasings não correntes 177,1 233,3 233,3-24,1% Outros passivos não correntes 38,2 34,7 38,9 10,0% Dívida e leasings correntes 238,1 174,9 174,9 36,2% Outros passivos correntes 286,2 307,3 307,3-6,9% Passivos relacionados com ativos detidos para venda 9,5 0,0 0,0 s.s. Passivo Total 749,1 750,3 754,5-0,2% O total de ativos a 31 de dezembro de 2012 atingiam os 976,4 milhões de euros, enquanto os ativos não correntes totalizavam 519,5 milhões de euros, comparados com 1 018,0 e 524,6 milhões de euros, respetivamente, no final de 2011. O Capital Próprio decresceu 40,5 milhões de euros, para os 227,3 milhões de euros no final do ano 2012. A variação negativa deve-se, essencialmente, ao resultado líquido apresentado em 2012. No entanto, a Martifer continua a apresentar uma estrutura de capital robusta, com um rácio de autonomia financeira estável nos 23 %. DÍVIDA LÍQUIDA A Dívida Líquida consolidada do Grupo a 31 de dezembro de 2012 totalizava 377,2 milhões de euros, um aumento de 46,8 milhões de euros comparativamente à dívida líquida de 330,4 milhões de euros, registada no final de 2011. Esta variação é totalmente justificada pelo valor do investimento, que não representa um investimento core de longo prazo, mas sim investimento em ativos renováveis realizáveis no médio prazo. Determinante é mais uma vez sublinhar que é objetivo do grupo Martifer a obtenção de um nível de endividamento entre 230 a 250 milhões de euros até ao final de 2014. Considerando o nível de endividamento atual (377 milhões de euros), é objetivo do Grupo prosseguir com uma redução adicional de 127 a 147 milhões de euros nos próximos dois anos (2013 e 2014) através da venda de ativos não core, especialmente parques eólicos, projetos solares e, residualmente, pela venda de projetos imobiliários. TENDÊNCIA DE DECRÉSCIMO DA DÍVIDA (08-12) M 600 500 400 300 200 100 0 485 2008 444 321 330 377 2009 2010 2011 2012 ESTRUTURA DA DÍVIDA Entre 2009 e 2012 2009 2010 2011 2012 No final do ano 2012 a estrutura da dívida de MLP e de Curto Prazo era de 78 % e 22 %, respetivamente, já considerando a reestruturação da dívida em curso, em que se prevê transferir para prazo mais longo parte da dívida apresentada como corrente no Balanço, e o que compara com uma estrutura de 71 % MLP e 29 % a Curto Prazo, no final do ano 2011. Ou seja, em 2012, 31 % da dívida corrente está em processo de Reestruturação/ Formalização para não corrente. No que diz respeito ao tipo de taxa inerente à dívida do Grupo, no final de 2012 situava-se nos 17 % taxa fixa e 83 % taxa variável, exatamente ao nível de 2011. ESTRUTURA DA DÍVIDA TAXA FIXA VS VARIÁVEL - 2012 17% 51% 62% 71% 49% 38% M/L Prazo 29% 78% 22% Curto Prazo Fixa M/L Prazo M CONSTRUÇÃO METÁLICA SOLAR RE DEVELOPER HOLDING MARTIFER CONSOLIDADO Variável M/L Prazo Dívida Financeira alocada a áreas operacionais 93 25 26 155 299 Dívida Financeira alocada a áreas não operacionais 27 37 64 Dívida Líquida sem Recurso 14 14 Total Dívida Líquida 120 62 40 155 377 83% Nota: Dívida Líquida = Empréstimos + Leasing Financeiro (+/-) Derivados Disponibilidades e Equivalentes

29 RELATÓRIO ÚNICO DE GESTÃO GRUPO MARTIFER ENQUADRAMENTO DESEMPENHO FINANCEIRO ANÁLISE POR SEGMENTO DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS INDIVIDUAIS COMPORTAMENTO DA AÇÃO MARTIFER PERSPETIVAS FUTURAS PRINCIPAIS RISCOS PROPOSTA DE APLICAÇÃO DE RESULTADOS OUTRAS INFORMAÇÕES INFORMAÇÃO OBRIGATÓRIA ANÁLISE POR SEGMENTO INFORMAÇÃO FINANCEIRA CONSOLIDADA DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS CONSOLIDADAS ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS CONSOLIDADAS INFORMAÇÃO FINANCEIRA INDIVIDUAL DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS INDIVIDUAIS ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS INDIVIDUAIS RELATÓRIOS DE AUDITORIA E FISCALIZAÇÃO

ANÁLISE POR SEGMENTO 30 CONSTRUÇÃO METÁLICA ANÁLISE SETORIAL DESTAQUES: Ambiente do setor da construção na Europa em depressão acentuada durante 2012: A Euroconstruct aponta para uma queda de 4,7 %; Com a construção cívil a cair 7,5 % Condições de mercado foram-se deteriorando anúncio de profit warnings por parte de diversas empresas do setor por toda a Europa: Medidas de austeridade intensificadas em diversos países adiam por vários anos qualquer oportunidade de investir em projetos de infraestruturas Crescimento económico conduzido pelos mercados emergentes, principalmente na Ásia e na América do Sul, faz com que as oportunidades no setor, acabem por surgir nestes países. No Brasil, o setor é alavancado por diversos projetos de infraestruturas; indústria de construção deverá ter um crescimento médio de 7,1 % por ano entre 2012 e 2016: Preparação para a realização de dois grandes eventos desportivos: Mundial de Futebol de 2014 e Jogos Olímpicos de 2016 Implementação da segunda fase do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC II) investimento de mais de US$ 500 bn entre 2011 e 2014

ANÁLISE POR SEGMENTO 31 ATIVIDADE A carteira de encomendas em 2012 registou o valor mais elevado de sempre nos 373 milhões de euros, mais 83 milhões de euros que em 2011, e distribuída principalmente por 11 países. Da análise que podemos fazer da atual carteira de encomendas, e em perspetiva com o registado nos anos anteriores, será de destacar o peso do Brasil de 27 %, com aproximadamente 100 milhões de euros, seguido da França com 87 milhões de euros e da Arábia Saudita com 61 milhões de euros. Os principais projetos em carteira são: No Brasil, as pontes da Transcarioca e o Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, e os estádios Arena Fonte Nova, em Salvador da Bahia e Arena Amazônia, em Manaus Em França, o Estádio do Lyon, a sede da EDF e os hangares da Airbus Na Arábia Saudita, a King Abdullah Financial City, em Riade e o Estádio do King Abdullah Sports City, em Jeddah Em Portugal, destacam-se as embarcações em construção pela Navalria No Reino Unido, destaque para a Scotland s National Arena, na Escócia, e a Birmingham New Street, em Inglaterra CARTEIRA DE ENCOMENDAS POR GEOGRAFIA GEOGRAFIA VALOR (M ) % Brasil 101,8 27% França 86,7 23% Arábia Saudita 61,4 17% Portugal 49,7 13% Reino Unido 22,4 6% Angola 16,9 5% Espanha 14,9 4% Roménia 8,8 2% Polónia 4,0 1% Austrália 3,4 1% Peru 3,0 1% TOTAL 373

ANÁLISE POR SEGMENTO 32 RESULTADOS Os Proveitos Operacionais da área de Construção Metálica aumentaram 4,2 % para os 250,3 milhões de euros em 2012. Apesar das dificuldades vividas no setor, principalmente na Europa. A mudança no peso dos Proveitos Operacionais, da Península Ibérica para o Brasil, foi a razão por detrás do facto do negócio ter contrariado a tendência negativa. Como é possível verificar nas tabelas abaixo, em 2012 o registo de atividade sofreu alterações significativas quando comparado com 2011. 2012 2011 A Dívida Financeira Líquida da área de Construção Metálica a 31 de dezembro de 2012 atingiu 120 milhões de euros, mais 13 milhões de euros que no final do ano de 2011. Da dívida líquida total, 27 milhões de euros estão alocados a projetos na área de Retail, considerada como uma área não core. O CAPEX total no período atingiu os 10,1 milhões de euros, valor que corresponde à finalização da construção da unidade de construção metálica no Brasil e investimento de manutenção diverso na construção metálica. GEOGRAFIA VALOR (M ) GEOGRAFIA VALOR (M ) Brasil 57,2 Península Ibérica 50,2 Angola 41,1 Angola 40,5 Península Ibérica 38,2 Polónia 28,5 Reino Unido 26,3 Reino Unido 22,9 França 19,0 Roménia 22,8 Roménia 18,5 Marrocos 14,7 Arábia Saudita 17,6 França 13,6 Polónia 14,0 Alemanha 13,0 Austrália 7,0 Austrália 10,4 Dinamarca 6,3 Dinamarca 10,4 EUA 3,4 Brasil 7,6 Eslovénia 0,7 Bélgica 3,6 Marrocos 0,5 Arábia Saudita 0,7 TOTAL 250,3 TOTAL 240,2 CONSTRUÇÃO METÁLICA M 2012 2011 REEXPRESSO VAR. % Proveitos operacionais 250,3 240,2 4,2% EBITDA -24,6-20,1-22,1% Margem EBITDA -9,8% -8,4% -1,4 pp EBIT -31,9-34,5 7,5% Margem EBIT -12,7% -14,3% 1,6 pp Encargos financeiros líquidos 14,4 12,8 12,7% Impostos -0,2-5,3 s.s. Resultados de ativos detidos para venda -0,3 0,0 94,6% Resultado líquido do exercício -46,1-42,0-9,9% Atribuível a interesses não controlados 0,3 0,6-51,8% Atribuível ao Grupo -46,4-42,5 9,1% Como se pode verificar acima, o esforço nos últimos três anos, de focalização da atividade em países com crescimento económico e com plano de investimento em infraestruturas, começa a ser visível. Porém, os impactos negativos de todas estas mudanças estratégicas estão em parte refletidos na estrutura de custos. Sendo assim, o EBITDA em 2012 reflete efeitos não correntes penalizadores, explicados por dois tipos de fatores: (1) os custos associados com o encerramento da atividade industrial na Polónia e o impacto da redução da capacidade produtiva em Portugal; (2) margens operacionais negativas em alguns projetos, principalmente na Polónia, Ibéria e Austrália que refletem o ambiente geral no setor, com margens muito reduzidas devido à falta de procura de grandes projetos, principalmente na Europa. Os Encargos Financeiros Líquidos sofreram um aumento de 12,7 % para os 14,4 milhões de euros, devido ao aumento dos custos financeiros e de diferenças de câmbio desfavoráveis. O Resultado Líquido totalizou -46,1 milhões de euros, dos quais 0,3 milhões de euros são atribuíveis a interesses não controlados da Martifer Angola.