O Setor de P&C e suas Características. www.celso-foelkel.com.br



Documentos relacionados
O Futuro e o Setor de P&C

Gestão Ambiental PADRÃO DE RESPOSTA

A Indústria de Papel no Brasil. BNDES - Rio de Janeiro Miguel Sampol Pou Klabin Julho 2003

Estruturando e Gerando Atividades de P&D nas Empresas

Instrumentos de ação: Sistema de Produto-Serviço

Reciclagem de Resíduos Sólidos no Brasil

Sustentabilidade do Setor Florestal

2/3 DA PRODUÇÃO DE PAPÉIS RECICLADOS É DESTINADO A PAPÉIS PARA EMBALAGEM. PARA ONDE CAMINHA O SEGMENTO?

EDITAL CHAMADA DE CASOS PARA PARTICIPAÇÃO DE PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS INICIATIVAS INOVADORAS PARA SUSTENTABILIDADE EM DISTRIBUIÇÃO E LOGÍSTICA

CONSUMO MUNDIAL DE PAPEL E CARTÃO A INDÚSTRIA BRASILEIRA DE CELULOSE E PAPEL EM EXPANSÃO (E SEUS LIMITES)

Para um Mundo mais bem nutrido. Exposibram 2013 Belo Horizonte, Setembro 23 26

Políticas de Fomento da Gestão de Recursos Naturais em Projetos Comunitários. Ricardo Tarifa Banco Mundial Junho 2005

A EMPRESA. Criando um futuro com a iluminação OSRAM

A Inteligência Empresarial

PASSO 1 COMO VOCÊ ESTÁ ADMINISTRANDO SUA EMPRESA?

Seminário Internacional sobre Diretivas WEEE e RoHS Iniciativas para mobilização do setor. Palestrante: Edson Vieira Coordenador de Eletromédicos

FuturaGene Visão Geral

1. Contexto atual (crise econômica)

Planejamento Estratégico do Setor de Florestas Plantadas -2012

sobrevivência reforçada

Oportunidades no Mercado de Biocombustíveis

AMBIENTE São os locais onde estão localizadas as estruturas e apresentam complexo contexto, caracterizados por mudanças e por uma multiplicidade de

Funções do processo de certificação florestal

1.6 Têxtil e Confecções. Diagnóstico

Inovação e Empreendedorismo na Economia Criativa

ECONOMIA. Prof. João Artur Izzo

A EVOLUÇÃO DA COLETA SELETIVA E RECICLAGEM DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS NO BRASIL

ÁREA DE OPERAÇÕES INDUSTRIAIS 2 - AO2 GERÊNCIA SETORIAL DE PAPEL E CELULOSE. Data: 12/08/96 CARTÕES

PROPRIEDADE REGISTRADA. O que fazer para alcançar ar o Desenvolvimento Empresarial Sustentável?

1ºAgroMarketing O ALINHAMENTO DO PLANEJAMENTO DE MARKETING AO BUSINESS-PLAN DE EMPRESAS DO AGRONEGÓCIO. Mauricio Sampaio

A verticalização como estratégia de gestão: viabilidade, problemas e implicações

Questionário de Levantamento de Informações

Acrescido o Anexo Único pelo Decreto n 1.349/15, efeitos a partir de ANEXO ÚNICO

O SEGMENTO DE CARTÕES PARA EMBALAGEM. René Luiz Grion Mattos Antônio Carlos de Vasconcelos Valença*

Subsecretaria de Economia Verde. Subsecretaria de Economia

tecnologia com bom senso

TELECOMUNICAÇÕES DO BRASIL EDUARDO LEVY BRASÍLIA, 15 DE JULHO DE 2015

Marketing, Planejamento e Desenvolvimento de Produto. Professor Carpi. 3.1 Produto 3.2 Preço 3.3 Praça 3.4 Promoção

PIB do Agronegócio CNA/CEPEA-USP Evolução de 1994 a 2001 A evolução do PIB do Agronegócio no Brasil de 1994 a 2001

DISCURSO SOBRE DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE DEPUTADO MARCELO SERAFIM (PSB-AM) No dia Mundial do Meio Ambiente o Planeta Terra se volta para a questão

A importância do comprometimento com a Responsabilidade Social e o com a preservação do Meio Ambiente 1

Incubadora de Empresas de Base Tecnológica de Itajubá - INCIT PLANO ANUAL DE TREINAMENTO

MILLS, UMA HISTÓRIA ENTRELAÇADA AO DESENVOLVIMENTO DO BRASIL.

Diversidade: inclusão ou estratégia?

Inteligência Tecnológica

Novo Mercado: Gestão de Propriedades e Abertura de Capital

RUMO AO FUTURO QUE QUEREMOS. Acabar com a fome e fazer a transição para sistemas agrícolas e alimentares sustentáveis

Assessoria de Imprensa. Oficina de Comunicação Apex-Brasil. O papel estratégico da Assessoria de Imprensa

Soluções Energéticas

10 características de um IT Partner Amadeus IT Group SA

Oportunidades e Riscos

Capital Intelectual.

CAVACO S. RESPEITANDO A NATUREZA. Combustível de Biomassa

Seminário Novos desafios, novas oportunidades: o novo Programa de Desenvolvimento Rural ( )

CONTROLE AMBIENTAL NO SETOR DE CELULOSE E PAPEL NEI R. LIMA COORDENADOR DA COMISSÃO DE MEIO AMBIENTE

Visão. O comércio entre os BRICS e suas oportunidades de crescimento. do Desenvolvimento. nº abr no comércio internacional

Política de Responsabilidade Corporativa

Administração Estratégica

Empresa. Produtos. Bicicletas Elétricas

Utilização da Técnica de Análise de Tendências Impactadas para Projeção do Cultivo de Eucalipto no Brasil. Samir Lotfi Silvia Pela

Um país para investir, trabalhar e morar

Silvicultura & Meio Ambiente Celso Foelkel

Logística Empresarial. Global Sourcing A Globalização e a Nova Visão da Logística Parte II. Aula 6. Conceitos Importantes.

33º Forum de Análise do Mercado de Celulose, Papel e Indústria Gráfica

Desempenho de Operações. EAD 0763 Aula 2 Livro Texto Cap.2 Leonardo Gomes

Instrumentos Econômicos de Gestão Ambiental. Subsídio Ambiental

Administração Estratégica

Pesquisa: Fatores de Atratividade de Investimentos Estrangeiros Diretos no Brasil ( ) Prof. Dr. José Roberto de Araujo Cunha Junior

A Ibá e o Setor de Florestas Plantadas

Waste to Energy: Uma alternativa viável para o Brasil? Yuri Santos, Sérgio Oliveira e Ricardo Correa

1. O Contexto do SBTVD

Relatório de Pesquisa. Março 2013

Repensando a matriz brasileira de combustíveis

ASSOCIAÇÃO PALAS ATHENA CENTRO DE ESTUDOS FILOSÓFICOS. Sustentabilidade e Consumo Uma equação responsável

AGILIDADE ORGANIZACIONAL

PERSPECTIVAS PARA A INDÚSTRIA DA ALIMENTAÇÃO NO BRASIL

PROJETO ESTRUTURANTE DE COSMÉTICO DE BASE FLORESTAL DA AMAZÔNIA ESTUDO USO DE INSUMOS NA PRODUÇÃO DE COSMÉTICOS NA AMAZÔNIA

PRODUÇÃO MAIS LIMPA (P+L) Vera Lúcia Pimentel Salazar Bióloga, Dr., PqC do Polo Regional Centro Sul/APTA

SENAI. Foi dado o sinal verde para o futuro da indústria.

Nota dos transformadores de material plástico à sociedade

Capítulo 3. Focalizando o novo negócio

Eixo Temático ET Gestão de Resíduos Sólidos VANTAGENS DA LOGÍSTICA REVERSA NOS EQUIPAMENTOS ELETRÔNICOS

7 etapas para construir um Projeto Integrado de Negócios Sustentáveis de sucesso

A ATIVIDADE DE RECICLAGEM DE PAPEL NO BRASIL

A Política Regional Portuguesa e as Economias de Aglomeração

FACÇÃO TECIDO PLANO. 1 - Introdução. 2- Mercado

Gestão e estratégia de TI Conhecimento do negócio aliado à excelência em serviços de tecnologia

POLÍTICAS PÚBLICAS E PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS PARA A PROMOÇÃO

Cadeia de Responsabilidade: Certificação de Grupo e de Projeto

Diferenciação de Valor

Projeto Setorial de Exportação. ABF Associação Brasileira de Franchising

APRESENTAÇÃO Outubro de 2012

Política Industrial Para Micro, Pequenas e Médias Empresas. Mansueto Almeida - IPEA 4ª Conferência Brasileira de APLs

AIP PORTUGAL EXPORTADOR 2015

Cooperação e capital intelectual para sustentabilidade de ecossistemas organizacionais. Marco A. Silveira

MBA Executivo em Administração: Gestão de Negócios em Comércio e Vendas Coordenação Acadêmica: Prof. Fernando R. A. Marchesini, Msc.

Etapas para a preparação de um plano de negócios

A visão de longo prazo contempla: Produção Exportações líquidas Estoques. Área plantada Produtividade Consumo doméstico (total e per capita)

Transcrição:

O Setor de P&C e suas Características www.celso-foelkel.com.br

O negócio de papel, celulose e produtos florestais a nível mundial Business enorme a nível mundial, com cerca de 330 milhões de toneladas de papel, cartão e papelão. O negócio de celulose também é gigantesco, com cerca de 180 milhões de toneladas. Crescimento médio geral do setor de menos de 3% ao ano ; indicação de maturidade, estagnação ou mesmo decréscimo em muitos mercados. Indústria está-se se movendo para o hemisfério sul e Ásia. Relativa perda de atratividade nas bolsas de valores mundiais.

O negócio de papel, celulose e produtos florestais a nível mundial O negócio de base florestal em si movimenta um comércio de quase 300 bilhões de dólares anuais com seus produtos, sendo os maiores players pela ordem: Canadá (18%) ; USA (11%); Finlândia (8%). O Brasil tem modesta participação nesse negócio global apesar das vantagens competitivas que desfruta e de ser reconhecido exportador de celulose. Mesmo assim, a indústria de base florestal corresponde a cerca de 4 % do PIB brasileiro e a de celulose e papel fatura mais de 10 Bi US$ / ano. Setor P&C brasileiro paga cerca de 2 Bi R$ / ano em impostos, colaborando para o desenvolvimento do País.

BRASIL Dados Bracelpa 2005 Cerca de 220 empresas em 16 estados 65.171 empregos diretos nas fábricas de celulose+papel+artefatos 10,4 milhões de toneladas de celuloses 8,6 milhões de toneladas de papéis Exportações de cerca de 3,4 bilhões de dólares Cerca de 2,5 bilhões de dólares de superávit comercial 39,5 kg de consumo de papel por habitante por ano 46,9% de taxa líquida de reciclagem de papel

ESPECIFICIDADES, DINÂMICAS E INÉRCIAS DO SETOR DE PAPEL E CELULOSE Indústria altamente fragmentada. Globalizada, mas com impactos locais fortes. Baixa interação entre players. Ciclicidade e volatilidade dos mercados. Consolidação como forma de aumentar market share e de dominar mercados. Planejamentos estratégicos voltados para o setor apenas (incapacidade de enxergar os entornos). Gestão de custos praticada de forma exagerada e, às vezes, canibalisticamente.

ESPECIFICIDADES, DINÂMICAS E INÉRCIAS DO SETOR DE PAPEL E CELULOSE Grande demanda de capital. Baixo sabor pelo risco. Tecnologias devem ser comprovadas. Complexidade e dependência tecnológica. Indústria de processo (ou então, como olhar o umbigo de forma inovadora?). Baixa geração de ROI ou ROCE, apesar de altos EBTIDAs. Altas demandas de capital mesmo para manutenções e adequações processuais ( 4 a 8 % sobre vendas anuais) Entendida nos mercados de capital internacionais como destruidora de valor do acionista. Esse não é o caso no Brasil.

ESPECIFICIDADES, DINÂMICAS E INÉRCIAS DO SETOR DE PAPEL E CELULOSE Produtos comoditizados ou comoditizáveis. Mesmo as especialidades se comoditizam. Production driven na sua maioria. Eficiência operacional. Economia de escala é o sonho de todos Qualidade e produtividade essenciais.

ESPECIFICIDADES, DINÂMICAS E INÉRCIAS DO SETOR DE PAPEL E CELULOSE Alto uso de recursos naturais (água, ar, solo, florestas mesmo que plantadas, etc.). Meio ambiente é peça fundamental (ser ambientalmente correto exige mudanças radicais de tecnologias e de atitudes). Geração de muitos resíduos e reprocessamentos. Legislação ambiental muito restritiva em relação ao setor. Imagem muito longe de ser a desejada. Comportamento low-profile ou no-profile.

ESPECIFICIDADES, DINÂMICAS E INÉRCIAS DO SETOR DE PAPEL E CELULOSE Vocação florestal apregoada, mas com apagão florestal eminente. Complementaridade das fibras virgens e recicladas. Clusterização insipiente. Falta de visibilidade da rede de valor desde a floresta até o consumidor final. Baixo nível de diversificação dos portifólios Tradição em atuar em países de baixo risco

FATORES DE SUCESSO PARA COMPETITIVIDADE Tecnologia/tecnologia/tecnologia. Modernização constante. Redução de custos de investimento. Redução dos custos unitários de fabricação. Custo e disponibilidade de energia e insumos. Redução do capital de giro e do ciclo financeiro. Eficiência operacional. Eco-eficiência. Economia de escala. Logística e distribuição. Produtos diferenciados e diversificação.

FATORES DE SUCESSO PARA COMPETITIVIDADE Disponibilidade de capital (e seu custo). Disponibilidade de recursos naturais. Taxa de câmbio. Atuação globalizada e exportadora (competição gera competitividade). Qualidade e produtividade. Clusterização e parcerização, inclusive com governos (incentivos). Otimização da cadeia produtiva.

FATORES DE SUCESSO PARA COMPETITIVIDADE Market share. Intangíveis (acessórios e ferramentas essenciais como certificação florestal, ambiental, qualidade, banco genético, responsabilidade social, etc.). Capital intelectual (não apenas a quantidade e a qualidade, mas principalmente a sinergia e o respeito às competências e às diferenças). Alta flexibilidade. Velocidade e timing nas mudanças.

SISTEMA DE FORÇAS EM AÇÃO / M. Porter Concorrentes atuais do setor a níveis local e global Novos e potenciais concorrentes fortes Força dos clientes (grandes ou inúmeros pequenos fragmentados) Domínio dos fornecedores sobre tecnologias chaves ao setor Perigo de produtos alternativos e de políticas ligadas a alternativos (e-books, Internet, redução da quantidade de embalagens por legislação ambiental, etc.)