XII Encontro Gaúcho de Educação Matemática Inovar a prática valorizando o Professor

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Transcrição:

Inovar a prática valorizando o Professor LABORATÓRIO DE MATEMÁTICA: PERCEPÇÕES DOS ALUNOS DO CURSO NORMAL Daniela Jéssica Veroneze URI- Erechim danielaveroneze@uricer.edu.br Cezar Rodrigo da Silva URI- Erechim cezarrodrigodasilva@hotmail.com Nelize Fracaro Uri- Erechim nelize_fracaro@hotmail.com Patrícia Sandri URI- Erechim Patriciasandri11@hotmail.com Simone Fátima Zanoello URI- Erechim simonez@uri.com.br Resumo: O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), subprojeto de Matemática da URI Erechim, atua na escola parceira desde o ano de 2010 e tem como um dos objetivos, a implementação e a manutenção de um Laboratório de Educação Matemática (LEM) na escola. Este ambiente tem por objetivo, incentivar e qualificar o ensino e as aprendizagens de Matemática reunindo, desenvolvendo e manuseando materiais concretos e jogos. Atualmente, o PIBID desenvolve suas atividades no Curso Normal, o qual forma professores para trabalharem tanto na Educação Infantil, quanto nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental. Sabendo da importância de aprendizagens significativas nos primeiros anos escolares e tendo em vista que, um Laboratório de Matemática pode contribuir de maneira efetiva para estas aprendizagens, buscou-se por meio de uma pesquisa realizada com alunos do 1º ao 3º ano do referido Curso, investigar quais cidades/escolas possuíam LEM na Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental, quais atividades eram desenvolvidas neste ambiente, qual era a frequência com que desenvolviam atividades no local, bem como qual era a concepção destes alunos sobre LEM. Palavras-chave: PIBID, Laboratório de Matemática, Curso Normal. 1. Introdução O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), subprojeto de matemática da URI Erechim, implementou no ano de 2010, ano de início do projeto na escola parceira, um Laboratório de Educação Matemática (LEM). E a partir de então, desenvolveu diferentes atividades nesta sala ambiente a fim de qualificar e potencializar o ensino de Matemática na escola.

Sabendo da importância deste local para o desenvolvimento do ensino e da aprendizagem de Matemática, procurou-se saber por meio de uma pesquisa se os alunos do Curso Normal 1 tiveram experiências na Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental em Laboratórios de Matemática. Além disso, procurou-se conhecer quais eram as percepções destes alunos sobre o que é um LEM, se os consideravam importante e quais eram os materiais que julgavam fundamentais estarem presentes neste lugar, vislumbrando que, como futuros professores, pudessem implementar e desenvolver atividades diferenciadas em LEM, visando significativas aprendizagens de Matemática. Este artigo tem por objetivo, apresentar e analisar os dados obtidos nesta pesquisa. Inicialmente, apresenta-se um referencial teórico sobre Laboratório de Matemática, em seguida a metodologia utilizada para a pesquisa, posteriormente, a apresentação e a análise dos dados obtidos por meio dela e algumas considerações finais e as ações futuras deste subprojeto, tendo como base, à pesquisa realizada. 2. Laboratório de Educação Matemática (LEM) O PIBID, subprojeto de Matemática da URI Erechim, atua em uma escola pública da cidade, desde o ano de 2010 e a partir do seu ingresso na escola, constatou a falta de um ambiente específico para as aulas de Matemática, bem como, a falta de materiais para o uso na disciplina. Deparados com este fato e cientes da importância de tal ambiente, tomou-se como meta, a implementação e a manutenção de um Laboratório de Matemática, o qual tem como principal objetivo potencializar e qualificar o ensino e a aprendizagem de Matemática, através de um espaço equipado de jogos e materiais concretos. Para esta implementação, fez-se necessário um estudo bibliográfico sobre o que é e quais materiais são importantes dispor neste local. Logo, verificou-se que existem várias concepções de LEM, porém a assumida para esta configuração, é descrita por Lorenzato (2006, p. 6), quando assume que LEM é: [...] um local da escola reservado preferencialmente não só para aulas regulares de Matemática, mas também para tirar dúvidas de alunos; para os professores de Matemática planejarem suas atividades, sejam elas aulas, exposições, olimpíadas, avaliações, entre outras, discutirem seus projetos, tendências e inovações; um local para criação e desenvolvimento de atividades experimentais, inclusive de produção de materiais instrucionais que possam facilitar o aprimoramento da prática pedagógica. 1 O Curso Normal é um curso profissionalizante, que tem por objetivo formar professores que poderão atuar na Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental.

Corroborando com isso, Franzoni e Panossian (1999, p. 114) dizem que LEM é [...] um ambiente que propicia aos alunos a possibilidade de construção de conceitos matemáticos, além da análise e nova interpretação do mundo em que vivem. Estes três autores, explicitam não só o que é um LEM, mas também, a sua importância, tanto para alunos quanto para professores, a fim de oportunizar aprendizagens variadas e significativas, as quais possam ser amparadas por diversas metodologias. O LEM, portanto, é um ambiente diferenciado para as aulas de Matemática, o qual possibilita e facilita a professores e alunos, segundo Lorenzato (2006, p.7) para [...] questionar, conjecturar, procurar, experimentar, analisar e concluir, enfim, aprender, e principalmente aprender a aprender. Para o mesmo autor, é neste local que o pensar matemático acontece, justificando mais uma vez, a sua importância. Pensando assim, é necessário que um LEM possua diversos materiais, os quais visem auxiliar o ensino e a aprendizagem de Matemática, não só de conceitos teóricos, mas também, práticos. Conforme Turrioni (2004, p. 64) é importante que este ambiente seja: [...] contemplado com diferentes tipos de materiais considerados didáticos, desde os mais comuns como o giz, quadro-negro, régua, compasso, esquadro, caderno, lápis, caneta, gráficos, livros, fichários, filmes, softwares, modelos manipuláveis, enciclopédias, figuras geométricas planas ou espaciais, calculadoras, televisão, vídeo, filmadora, computador. Nesta relação inclui-se também o material industrializado (por exemplo: o material dourado, a torre de Hanói, blocos padrão). Visto que é importante para o ensino e a aprendizagem de Matemática, a exploração e o desenvolvimento de atividades em um espaço como este, buscou-se identificar através de uma pesquisa, se este ambiente e os recursos como jogos e materiais concretos fizeram parte do ensino, tanto na Educação Infantil quanto nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, dos estudantes do Curso Normal, além de identificar qual era a concepção que possuíam de LEM e quais materiais julgavam serem importantes existir neste local. Na sequência, apresenta-se a metodologia utilizada para esta pesquisa. 3. Metodologia A pesquisa envolveu 162 alunos do 1º ao 3º ano do Curso Normal, da escola parceira do programa PIBID, subprojeto de Matemática da URI Erechim. Esta pesquisa consiste em um estudo de caso que, segundo Gil (2009, p. 5) corresponde a [...] etapas de formulação e delimitação do problema, da seleção da amostra, da determinação dos procedimentos para coleta e análise de dados, bem como dos modelos para sua

interpretação. A mesma foi desenvolvida em quatro etapas, sendo elas: elaboração do questionário, realização de um teste piloto, aplicação dos questionários às demais turmas e a tabulação e análise dos dados. A primeira etapa compreendeu a elaboração do instrumento utilizado para a coleta dos dados. Este instrumento possuía cinco questões quantitativas e duas questões qualitativas. Sendo que as questões quantitativas buscavam conhecer: quais eram as cidades que os alunos cursaram a Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental; se as escolas destes municípios tinham um Laboratório de Matemática; qual era frequência que o usavam; quais atividades eram desenvolvidas neste ambiente; e quais materiais os alunos consideravam importantes ter em um LEM. Já, as questões qualitativas objetivaram saber: o que entendiam por LEM e porque e se o consideravam importante têlo nas escolas. De posse deste questionário, realizou-se a segunda etapa, que tinha como objetivo verificar a clareza e o entendimento dos alunos para com as perguntas. Sendo assim, aplicou-se em uma das turmas do terceiro ano do Curso Normal o instrumento, servindo este como teste piloto, esta turma foi definida a partir de sorteio em reunião semanal do PIBID. Após este teste e verificando que o instrumento estava descrito claramente, aplicaram-se os questionários às demais turmas, constituindo-se assim, na terceira etapa. A quarta etapa estabeleceu-se a partir da tabulação e análise dos dados, uma vez que, para os dados quantitativos, compilou-se, tabulou-se e gerou-se gráficos. Já, às questões qualitativas, investigou-se a partir da análise de conteúdo proposto por Bardin (2011). Usando-se desta metodologia, leram-se primeiramente, todas as respostas atribuídas às questões, buscando-as conhecer de forma superficial, inferindo assim, as primeiras impressões. Posteriormente, leu-se de forma mais detalhada, procurando categorizar as respostas afins, para que finalmente, fosse possível interpretá-las com maior grau de entendimento. As análises dos dados obtidos são apresentadas na sessão seguinte. 4. Análise dos dados e resultados Analisando os 162 questionários, verificou-se que 63 deles correspondiam a alunos do 1º ano, 52 de alunos do 2º ano e 47 de discentes do 3º ano, todos estes, do Curso Normal. Com a primeira questão, buscou-se identificar em que cidade os alunos cursaram a Educação Infantil e os Anos Iniciais do Ensino Fundamental. Verificou-se que os alunos

frequentaram a Educação Infantil em diferentes estados, sendo que 93,2% (151 alunos) no estado do Rio Grande do Sul RS e a maioria deste, em escolas do Alto Uruguai Gaúcho, 2,5% (quatro) dos alunos cursaram em cidades de Santa Catarina SC, 1,2% (dois) em São Paulo SP, 0,6% (um) no estado do Espirito Santo ES, 0,6% (um) no estado do Paraná PR e 1,9% (três alunos) não cursaram este nível de ensino. Já no que se refere aos Anos Iniciais do Ensino Fundamental percebeu-se que 96,3% deles, ou seja, 156 alunos, estudaram em escolas do RS, visto que a maioria também cursaram este nível de ensino em cidades do Alto Uruguai Gaúcho e destes, aproximadamente 59% estudaram em escolas da cidade de Erechim. Dois alunos, cerca de 1,2%, cursaram este nível de ensino no estado de SC e 2,5%, quatro alunos, estudaram em mais do que uma cidade neste nível de ensino. Pretendia-se também, identificar se as escolas onde frequentaram a Educação Infantil e os Anos Iniciais do Ensino Fundamental possuíam Laboratório de Matemática. Estes dados podem ser observados na Tabela 1. Tabela 1- As escolas de Educação Infantil e Anos Iniciais do EF possuíam LEM Educação Infantil Anos Iniciais do Ensino Fundamental As escolas não possuíam LEM 74,6% 62% As escolas possuíam LEM 23% 34% A escola possuía um armário 0,6% 0% como LEM Os alunos não lembravam se tinha 0,6% 0% um LEM na escola Não responderam a questão 1,2% 4% Fonte: A pesquisa (2015) Analisando estes percentuais, é possível observar que, a maioria das escolas em que os alunos cursaram a Educação Infantil e os Anos Iniciais do Ensino Fundamental, não possuía LEM, sendo que o maior percentual destas escolas deu-se à Educação Infantil. As cidades onde há a maior incidência da existência deste ambiente, na Educação Infantil foram: 57% da cidade de Erechim, 13% de escolas de Campinas do Sul e 8% da cidade de São Valentim. Nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, as cidades com maior incidência de existência foram: 72% da cidade de Erechim, 11% de escolas da cidade de Campinas do Sul e 5% da cidade de São Valentim. Percebe-se que as escolas das cidades de Erechim, Campinas do Sul e São Valentim, possuíam LEM, tanto na Educação Infantil, quanto nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental.

Procurou saber também, a frequência em que os alunos utilizavam o LEM na Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental. Apresentam-se na Tabela 2, os resultados obtidos com estas perguntas. Tabela 2- Frequência que os alunos usavam o LEM Frequência de Uso do LEM Educação Infantil Anos Iniciais do EF Uma vez por semana 46% 37% Mais de uma vez por semana 0% 4% Quinzenalmente 16% 16% Outra frequência não informada 38% 43% Fonte: A pesquisa (2015) Nota-se que, tanto na Educação Infantil, quanto nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, a maioria dos alunos entrevistados identificou frequentar o LEM, pelo menos uma vez por semana. Sabendo a frequência com que os alunos desenvolviam atividades neste local, podese questionar e identificar quais atividades eram desenvolvidas neste local. A Tabela 3 visa apresentar as atividades desenvolvidas no LEM. Tabela 3- Atividades desenvolvidas no LEM Atividades desenvolvidas no Educação Infantil Anos Iniciais do EF LEM Jogos Matemáticos 68,5% 52% Explorar Materiais Concretos 5,2% 11% Explorar Materiais Concretos e 18,5% 30% Jogos Matemáticos Explorar Materiais Concretos, Jogos Matemáticos e exercícios matemáticos 0% 3% Não lembram a atividade 5,2% 0% realizada Tinha LEM, mas eles não usavam 0% 2% Tinham aula normal de 2,6% 2% Matemática Fonte: A pesquisa (2015) A atividade mais desenvolvida no LEM, tanto em escolas de Educação Infantil, quanto de Anos Iniciais do Ensino Fundamental, foram os jogos matemáticos. Porém percebe-se que apesar de serem poucas, também, algumas escolas, exploravam, materiais concretos, auxiliando assim, na introdução, desenvolvimento e fixação dos conteúdos. Todavia, um dado preocupante relatado foi que uma das escolas possuía LEM, mas não desenvolveu atividades nele, isto que foi relatado pelos alunos 2B28 e 2B7. Ainda, destaca-se a escola que possuía um LEM, mas não tinha/utilizava recursos como jogos e materiais concretos em suas aulas, uma vez que o aluno 2B8, descreveu as suas aulas no laboratório de matemática como aula normal, não assinalando nenhum recurso.

Questionou-se também, sobre o que consideravam ser um LEM. Desta forma, verificou-se que 52,5% acreditam ser um espaço para aprender Matemática, isso que vem a ser demonstrado pelo aluno 3A11 quando diz que LEM é: Um local de estudo em que se obtém resultados significativos na aprendizagem matemática. 19,4% acham que é um local onde são guardados jogos, isto que vem a ser comprovado pelo aluno 1A25 quando afirma que LEM é Onde são guardados jogos matemáticos, já 10,5% acham que um LEM é um local onde se guardam jogos e outros materiais. 8% deles pensam que LEM é um local onde se guardam materiais, porém estes alunos não especificaram quais são estes materiais, isso vem a ser demonstrado pelo estudante 2A5, quando acha que LEM é: Um laboratório onde haja materiais matemáticos e que possamos explorar a matéria. 3% dos alunos pensam que em um LEM são guardados apenas materiais concretos, outros 3% acham que é um espaço para reforço da matéria, 3% não souberam responder, e 0,6% dos alunos deram respostas sem sentido à questão. A partir dos dados apresentados, pode-se perceber que mais da metade dos alunos acreditam que um LEM, é um local para se aprender mais significativamente a Matemática. Já, 40,5% deles, acham que é um espaço para se guardar materiais e jogos. Estas respostas demonstram que os alunos, mesmo alguns frequentando Laboratórios de Matemática na Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental, não clareza sobre o que é um LEM. Ainda, ao analisarmos as questões qualitativas, percebeu-se que as respostas eram objetivas, porém sem muita profundidade e conhecimento sobre o assunto, demonstrando certa pobreza para com as respostas dadas. Questionou-se também, sobre quais materiais consideravam importantes um LEM possuir. Os dados obtidos podem ser observados no Gráfico 1. Gráfico 1: Percentual de respostas para os materiais que os alunos consideram importantes. Fonte: A pesquisa (2015)

Cerca de 0,3% (sete respostas) assinalaram outros, mas não especificaram quais eram estes materiais e 0,1% (uma resposta) assinalou outros e acredita que seja importante ter em um LEM computadores. 5. Considerações Finais Com a análise dos dados, foi possível perceber que, uma quantidade significativa de alunos, não tinha uma concepção clara sobre o que é um LEM, o que se desenvolve nele e quais materiais são importantes ter neste ambiente. Percebendo isso, e tendo a oportunidade de reverter este quadro, os alunos bolsistas do PIBID, subprojeto de Matemática, juntamente com a coordenadora do projeto na área de Matemática desta instituição desenvolverão oficinas, sendo uma no Laboratório de Estudos e Pesquisas em Educação Matemática (LEPEM) da universidade, apresentando o local, manuseando materiais concretos e explorando jogos matemáticos os quais poderão servir como exemplo para suas futuras práticas, estas oficinas têm por objetivo, mudar as percepções sobre o que é um LEM e quais materiais são importantes ter neste local. Em seguida, serão desenvolvidas juntamente com os professores de Didática da Matemática na escola parceira, atividades de criação e construção de jogos, vislumbrando que os alunos, em suas futuras práticas, sejam capazes de implementarem um Laboratório de Matemática nas escolas que atuarão. 6. Referências BARDIN, L. Análise de conteúdo. 6 ed. São Paulo: Edições 70, 2011.BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Parâmetros curriculares nacionais: matemática. Brasília, v. 2, 1998. GIL, A. C. Estudo de Caso. São Paulo: Atlas, 2009. FRANZONI, G.G.; PANOSSIAN,M.L. O Laboratório de Matemática como espaço de aprendizagem. In: MOURA, M. O. O estágio na formação compartilhada do professor: retratos de uma experiência. São Paulo: Feusp, 1999. p.113-137. LORENZATO, S. (org). O Laboratório de Ensino de Matemática na formação de professores. Campinas, SP: Autores Associados, 2006. TURRIONI, A. M. S. O Laboratório de Educação Matemática na Formação de Professores. Dissertação de Mestrado, Unesp Rio Claro, 2004.