DESMATAMENTO EM ÁREAS PROTEGIDAS DA CAATINGA



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Transcrição:

DESMATAMENTO EM ÁREAS PROTEGIDAS DA CAATINGA Laura Sabbatini Trebbi 1,2, Bianca Vigo Groetaers Vianna 1,2, Bruno Mariani Piana 1,2, Daniel Moraes de Freitas 3, Rodrigo Antônio de Souza 3 1 Empresa Júnior Florestal Planalto Verde ECOFLOR Brasília/DF Tel: (61) 9184-1904 E-mail: brunomarianipiana@gmail.com 2 Universidade de Brasília UnB Brasília, DF Tel: (61) 9952-4114 E-mail: laurast87@yahoo.com 3 Centro de Sensoriamento Remoto CSR/IBAMA Brasília/DF Tel: (61) 8442-1877 e (61) 8137-9406 E-mail: daniel-moraes.freitas@ibama.gov.br e rodrigo-antonio.souza@ibama.gov.br Resumo: apesar de ser a única grande região natural brasileira que possui limites restritos ao território nacional, pouca atenção tem sido dedicada à conservação do bioma Caatinga. Segundo o SNUC, as Unidades de Conservação de Uso Sustentável tem como objetivo a compatibilização entre a conservação da natureza e o uso sustentável de parcela de seus recursos naturais. Este trabalho teve como objetivo averiguar o desmatamento ocorrido entre 2002 e 2009 no interior das Unidades de Conservação de Uso Sustentável existentes na caatinga. A quantificação da área desmatada foi feita a partir de shapes obtidos junto ao SISCOM IBAMA, com o auxílio do programa ArcGis 9.3. Os resultados mostraram que em um período de sete anos (2002 a 2009) 94.715 hectares foram desmatados dentro das 44 Unidades de Conservação analisadas, correspondendo a quase 1,8% da área destinada à conservação. É uma falha a quantia segura de ser explorada dentro destas áreas protegidas não ser estipulada em lei. Palavras-chave: Unidades de Conservação, uso sustentável, SNUC, sensoriamento remoto. 1. Introdução O bioma Caatinga possui área de, aproximadamente, 82.652.445 hectares e, de acordo com o IBGE (2004), cobre cerca de 9,9% do território brasileiro. Segundo Leal et al. (2005), tal bioma é formado por um mosaico de arbustos espinhosos e florestas sazonalmente secas, cobrindo a maior parte dos estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e a parte nordeste de Minas Gerais (Fig. 1).

Figura 1: distribuição do bioma Caatinga. A partir de estudos coordenados pela Conservation International, a caatinga foi reconhecida como uma das 37 grandes regiões naturais do planeta (TABARELLI e SILVA, 2005). Grandes regiões naturais são ecossistemas que, além de ocuparem áreas superiores a 100.000 km², abrigam pelo menos 70% de sua cobertura vegetal original e, por isso, são consideradas estratégicas no contexto das grandes mudanças globais (GIL, 2002 citado por TABARELLI e SILVA, 2005). Silva et al. (2004) complementam que, apesar de ser a única grande região natural brasileira que possui limites restritos ao território nacional, pouca atenção tem sido dedicada à conservação desse importante bioma. De acordo com o Sistema Nacional de Unidades de Conservação, SNUC, (MMA 2000) as Unidades de Conservação da Natureza são divididas em dois grupos: 1-Unidades de Proteção Integral e 2- Unidades de Uso Sustentável, cada uma com características específicas. A mesma lei define que o objetivo básico das Unidades inseridas no segundo grupo (Uso Sustentável) é a compatibilização entre a conservação da natureza e o uso sustentável de parcela de seus recursos naturais. Tabarelli e Silva (2005) explicam que a conservação do bioma Caatinga é importante para a manutenção dos padrões regionais e globais do clima, a disponibilidade de água potável, de solos possíveis de serem agricultáveis e, ainda, de parte importante da biodiversidade do planeta. O sensoriamento remoto é um exemplo de ferramenta possível de ser utilizada para realizar o levantamento e o reconhecimento da cobertura dos solos, tendo como grande vantagem a possibilidade de obtenção de informações periódicas, além de possibilitar a visão de uma ampla área de estudo e o levantamento do uso do solo em áreas de difícil acesso (MOREIRA, 2003). Assim, Feitosa et al. (2010) complementam que a ferramenta pode ajudar no entendimento do estado atual e da tendência de desenvolvimento do processo de degradação de uma área. Diante do exposto, este trabalho tem como objetivo averiguar o desmatamento ocorrido entre os anos de 2002 e 2009 em Unidades de Conservação de Uso Sustentável existentes no bioma Caatinga.

2. Materiais e Métodos Foram adquiridos, por meio do SISCOM IBAMA, shapes referentes ao bioma Caatinga, às Unidades de Conservação (UC s) de Uso Sustentável existentes no bioma e ao desmatamento ocorrido nestas unidades entre os anos de 2002 e 2009. Toda a análise foi feita com o auxílio do programa ArcGis 9 (ArcMap TM Version 9.3), no qual também foram construídos os mapas que mostram os resultados encontrados neste estudo. Para efetuar o cálculo do desmatamento, foram colocados todos os shapes na projeção Albers, que é a utilizada para efetuar cálculos de áreas extensas envolvendo mais de um fuso horário. Em seguida, foram selecionadas somente as UC s de Uso Sustentável situadas na Caatinga, por meio do cruzamento dos shapes. Posteriormente foram selecionadas no shape de desmatamento as regiões onde existiam atividades antrópicas no período de 2002 a 2009 para que, assim, fosse possível o cruzamento de dados dos shapes e, então, fossem obtidos os dados relacionados à área desmatada. Por fim, com a separação de cada categoria de UC de Uso Sustentável em shapes, foi possível obter as informações sobre a área total, em hectares, de cada categoria de UC e a área total do desmatamento ocasionado no período estabelecido para a análise. 3. Resultados e Discussão O desmatamento foi averiguado em 44 Unidades de Conservação de Uso Sustentável, distribuídas em cinco categorias, conforme mostra a Tab. 1. Tabela 1: Categorias e respectivas quantidades de Unidades de Conservação de Uso Sustentável analisadas. CATEGORIA SIGLA QUANTIDADE Área de Proteção Ambiental APA 31 Área de Relevante Interesse Ecológico ARIE 5 Floresta Nacional FLONA 6 Reserva do Desenvolvimento Sustentável RDS 1 Reserva Extrativista RESEX 1 TOTAL 44 As 44 UC s cobrem uma área de aproximadamente 5.296.250 ha, o que equivale a cerca de 6,4 % do bioma Caatinga (Fig. 2).

Figura 2: Unidades de Conservação de Uso Sustentável da Caatinga. É possível perceber que as áreas protegidas estão localizadas, de forma geral, mais na porção oeste da Caatinga, ficando grande parte desprovida de Unidades que, a princípio, auxiliam na conservação da biodiversidade existente nesse importante bioma brasileiro. Durante o período analisado (7 anos), o desmatamento constatado dentro das áreas protegidas foi de cerca de 94.715 hectares, ou seja, quase 1,8% da cobertura vegetal natural das Unidades de Conservação foi devastada (Fig. 3).

Figura 3: Desmatamento observado entre 2002 e 2009 dentro das Unidades de Conservação de Uso Sustentável existentes na Caatinga. O sistema nacional que regulamenta as UC s brasileiras permite o uso de parcela dos recursos naturais existentes nas Unidades de Uso Sustentável, porém não existe nenhuma informação da quantia segura de ser explorada nestas áreas e, por isso, não há um parâmetro de comparação para o desmatamento constatado no presente estudo. Assim, a exploração aceitável torna-se relativa e, diante da importância destas áreas destinadas ao uso sustentável da biodiversidade, sugere-se a criação de limites exploráveis mais rígidos, gerando, por consequência, parâmetros de comparação para futuras avaliações. 4. Conclusões A partir da análise feita no presente estudo, é possível concluir que: 1- foi constatado desmatamento de aproximadamente 94.715 hectares dentro das Unidades de Conservação entre os anos de 2002 e 2009; 2- o total desmatado durante o período de análise corresponde a cerca de 1,8% da área coberta pelas Unidades de Conservação averiguadas; 3- como não existe nenhum parâmetro que serve como base para avaliar o desmatamento nas Unidades de Conservação de Uso Sustentável, não é possível concluir se a supressão constatada é significativa ou não para a área em questão; Referências FEITOSA, P.H.C.; ANDRADE, K.S.; BARBOSA, M.P.; RIBEIRO, G.N. Avaliação do processo de degradação da cobertura vegetal em Serra Branca e Coxixila - PB. Revista Verde de agroecologia e desenvolvimento sustentável. 2010.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Mapa de Biomas do Brasil. 2004. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br>. Acesso em 29 jul. 2011. LEAL, I.R.; SILVA, J.M.da; TABARELLI, M.; LACHER JR, T.E. Mudando o curso da conservação da biodiversidade na Caatinga do Nordeste do Brasil. Megadiversidade, v.1, n.1, p. 139-146. 2005. MMA (Ministério do Meio Ambiente) SNUC (Sistema Nacional de Unidades de Conservação). MMA, SNUC, Brasília. 2000. MOREIRA, M.A. Fundamentos do sensoriamento remoto e metodologias de aplicação. 2ed., Viçosa, UFV. 2003. SILVA, J.M.C.; TABARELLI, M.T. In: FONSECA e LINS, L.V. (orgs.). Biodiversidade da Caatinga: áreas e ações prioritárias para a conservação. Ministério do Meio Ambiente, Brasília. 2004. TABARELLI, M.; SILVA, J.M.C.da. Áreas e ações prioritárias para a conservação da biodiversidade da Caatinga. In: LEAL, I.R.; TABARELLI, M.; SILVA, J.M.C.da. (editores) Ecologia e conservação da Caatinga. 2ª ed. Recife: Ed. Universitária da UFPE. 822p. 2005.