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Transcrição:

PANORAMA MACRO 15/07/2018 EQUIPE: Lucas Guilherme Marina Perrupato Renan Pereira Vitor Mourão

PANORAMA INTERNACIONAL Na última quinzena houve um acirramento do conflito comercial entre Estados Unidos e China: no dia 6 de julho teve início a incidência das tarifas de US$ 34 bilhões sobre produtos chineses e na última terça (10/07) Trump anunciou a imposição tarifas adicionais sobre US$ 200 bilhões em produtos chineses - que devem entrar em vigor no final de agosto após consultas públicas - constituindo uma nova escalada na guerra comercial entre as duas potências. Os futuros de S&P 500 sofreram forte queda no dia do anúncio, no entanto, os mercados asiáticos apresentaram pior desempenho perante a notícia, com o Shanghai Index Composite, principal índice de mercado da China, caindo 1,8%. A tratativa chinesa para o anúncio do presidente estadunidense foi relativamente amena, abrindo precedentes para negociações entre as partes. O vice-ministro de Comércio da China, Wang Shouwen, indicou que os problemas relacionados ao comércio demandam conversa entre os dois países. Em paralelo a esse cenário de incerteza, os últimos dados divulgados por esses dois países evidenciam ainda mais que estes podem estar em momentos distintos do ciclo econômico. Nos EUA o PMI, indicador de atividade econômica, evidencia a solidez do setor industrial estadunidense e a inflação anual de 2,9% de junho confirma a tendência de alta dos preços e eleva a probabilidade de que o Fed deverá seguir aumentando os juros gradualmente. Além disso, a taxa de desemprego que apresentou pequena alta em junho, segue no baixo patamar de 4% e mostra a robustez no mercado de trabalho. Enquanto isso, o PMI da China apresentou queda em junho e está cada vez mais próximo do limiar de 50 pontos, que divide o resultado em crescimento da atividade ou retração. O indicador vem sendo impactado principalmente pelo recuo das vendas para exportações, pela alta dos insumos e pela redução do emprego na indústria. Esse resultado reforça a ideia de que a economia chinesa está desacelerando, sendo que esse movimento ocorre agora em um cenário mais difícil para o comércio externo. Contudo, um resultado que surpreendeu o mercado foi o superávit comercial de US$ 41,6 bilhões da China, que além de ficar acima do esperado, também foi bem maior que os US$ 24,9 bilhões apresentados em maio. Para além disso, o resultado comercial com os EUA 2

também gerou surpresa ao avançar ainda mais e alcançar novo patamar histórico. Entre os fatores que geraram esse resultado melhor que o esperado está o adiantamento das exportações, pois diante da expectativa que os EUA iriam de fato cumprir o comunicado de impor maiores tarifas sobre os produtos chineses muitos pedidos foram adiantados para evitar a maior tributação. Apesar desse resultado, para os próximos meses o que se espera é uma desaceleração do comércio exterior chinês, uma vez que os dados já passarão a refletir as tarifas impostas em 6 julho e possivelmente as próximas taxações já sinalizadas por Trump. Essa escalada do confronto comercial entre continua sendo visto como o principal risco em âmbito internacional para muitos investidores, gerando apreensão no mercado mundial, uma vez que para além dos efeitos diretos sobre o comércio mundial; as medidas protecionistas também elevam a incerteza, reduzindo assim os fluxos de investimentos em capital fixo na China, que é uma das maiores receptoras de investimento estrangeiro direto; e afetam as cadeias globais de produção. Instituições financeiras como a Morgan Stanley estimam um impacto negativo entre 0,3% e 0,4% para o PIB estadunidense e de 0,3% para o PIB chinês em um cenário de maior intensidade das medidas protecionistas. E o Banco Mundial, em seu relatório de projeção para o cenário econômico global, destacou que o crescimento da economia continua robusto, mas apresenta moderações no setor manufatureiro e no volume de comércio global. Apesar da possibilidade de um cenário adverso com uma guerra comercial as projeções iniciais foram mantidas: 3,1% de crescimento do PIB global em 2018, 3,0% em 2019 e 2,9% em 2020. PANORAMA DOMÉSTICO O Índice Ibovespa mantém o ritmo de recuperação com alta de 8,25% no último mês e 2,11% na semana, com melhor humor externo e interno e dólar comportado com segunda semana de queda seguida. Isso acontece em meio a um cenário sem grandes eventos de maior peso para a bolsa. Apesar das medidas protecionistas exercidas por Trump, a resposta em tom ameno da China pode ter diminuído a aversão ao risco de investidores, diminuindo a pressão sobre os mercados emergentes. Essa recuperação fez o Ibovespa zerar as perdas do ano e ter leve alta acumulada de 0,25%. 3

Ibovespa (Último mês) Fonte: Google Finance Seguindo a recuperação da bolsa os juros longos também cairam indicando menor percepção de risco: Estrutura a Termo dos Juros Prefixados ( taxa % a.a.) Fonte: Anbima Apesar dessa retomada, o ambiente segue com muita incerteza eleitoral e fiscal. Os riscos fiscais seguem aumentando com a derrubada do dispositivo do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que vedava reajustes e contratações de servidores a partir de 2019 e a aprovação de uma série de projetos, chamados pautas bomba, que aumentam gastos ou abrem mão de receitas beneficiando setores específicos, cujo impacto pode ultrapassar os R$ 100 bilhões nas contas públicas nos próximos anos de acordo com o Estadão. Isso sem falar da novela para privatizar as distribuidoras de Eletrobras, o que geraria uma receita a mais, cujo leilão seria no dia 19 e foi suspenso pela decisão da 19ª Vara Federal do Rio de Janeiro que, citando a liminar de Lewandowski, proibiu a privatização de empresas públicas sem aval do Congresso. A tentativa de soltura do Lula no domingo teve rápida resolução e não teve grande impacto no mercado. 4

O IPCA de 1,26% de junho foi o maior para o mês desde 1995, claramente refletindo os efeitos da greve dos caminhoneiros, principalmente nos alimentos e combustíveis. O acumulado em 12 meses passou de 2,86% para 4,39% e o acumulado do ano está em 2,60%. O resultado teve cerca de 93% de participação dos grupos Alimentação e Bebidas (2,03%), Habitação (2,48%) com alta de 7,93% de energia elétrica (mudança de bandeira tarifária) e Transportes (1,58%), com alta da gasolina (5,00%) e do etanol (4,22%). A alta da inflação levou ao reajuste das projeções de mercado nesse ano, de acordo com o Focus a mediana das expectativas está agora em 4,17%, próximo dos 4,2% projetados pelo BCB. Para o próximo ano as projeções seguem estáveis em 4,1%. No que diz respeito a atividade econômica, os indicadores de maio dos principais setores da economia mostraram a desaceleração diante da greve dos caminhoneiros. A produção industrial recuou 10,9% em relação a abril, contudo o setor ainda apresenta crescimento no acumulado do ano (2%) e em 12 meses (3%). O comércio varejista sofreu menos impactos, com queda de apenas 0,6% no volume de vendas em relação a abril; um dos fatores para o resultado foram as vendas dos hipermercados e supermercado, que expandiram no mês devido à estocagem de produtos feita por muitas famílias diante da apreensão em relação à paralisação dos caminhoneiros. Já o setor de serviços também apresentou queda mais forte, o volume de serviços caiu 3,8% frente a abril, e como este é o setor que vem apresentando maior lentidão na recuperação pós crise, a variação acumulada no ano e em 12 meses segue em patamar negativo. As projeções para o crescimento do PIB nesse ano sofreram nova revisão segundo o Focus, passando de 1,55% para 1,53%. Enquanto para 2019 a mediana das projeções permanecem estáveis em 2,5%. Os resultados de atividade e a inflação apesar de negativos já eram esperados devido à greve dos caminhoneiros. O debate em torno do tabelamento do preço do frete, outro reflexo da greve, que vem se estendendo nas últimas semanas resultou na aprovação nessa quarta-feira (11/07) pelo Congresso da nova tabela. Isso ocorre com protesto da indústria e do agronegócio, que já ingressaram com ações na Justiça questionando essa política. 5