A LEI DO BEM COMO INSTRUMENTO DE FOMENTO À P&D: ANÁLISE DOS RESULTADOS NA REGIÃO NORTE (2006-2010)



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Transcrição:

A LEI DO BEM COMO INSTRUMENTO DE FOMENTO À P&D: ANÁLISE DOS RESULTADOS NA REGIÃO NORTE (2006-2010) Moises Israel Belchior de Andrade Coelho (UEA) moises.acoelho@gmail.com O objetivo deste trabalho é apresentar os resultados relacionados as políticas de incentivos à P&D na região norte, mais especificamente, a Lei do Bem. Os resultados apontam para um aumento significativo do número de empresas que passaram aa utilizar os incentivos fiscais para fomento à P&D no Brasil e no caso dos estados estudados (Amazonas, Pará e Tocantins) apresentam-se os resultados de 2006 a 2010. As considerações finais reforçam a urgência da necessidade de se repensar entre outras coisas o modelo do Polo Industrial de Manaus, principalmente, em relação ao tema inovação. Palavras-chaves: Inovação, P&D, Lei do Bem, Amazonas, Pará, Tocantins 1

INTRODUÇÃO A capacidade de inovação tecnológica e o avanço do conhecimento científico de uma nação é determinado pela estreita relação entre ciência e tecnologia, surgindo a relação direta entre capacidade de produção de riqueza e liderança em ciência e tecnologia (C&T). Países considerados líderes em C&T são potências econômicas e países com forte crescimento econômico apresentam matrizes cada vez mais complexas (DE NEGRI & LEMOS, 2009). O desenvolvimento tecnológico está cada vez mais dependente de suas interações com o desenvolvimento científico, pois para o desenvolvimento de tecnologias exige-se cada vez mais pesquisa, publicação e estudos científicos. Não é mais possível, no nível de nação, ser líder em tecnologia sem ser líder na produção científica (DE NEGRI et al., 2010).. A Lei de Inovação possibilitou que recursos públicos fossem utilizados para auxiliar as atividades inovativas nas empresas. A Lei do Bem estabeleceu mecanismos de depreciação acelerados e de incentivos fiscais para investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D), antes desta lei os incentivos para P&D estavam vinculados aos Programas de Desenvolvimento Tecnológico Industrial e agropecuário (PDTIs e PDTAs), todavia estes mecanismos foram pouco utilizados entre outros motivos pela necessidade prévia de aprovação do projeto junto ao MCT (DE NEGRI et al., 2010). Nos dez anos do PDTI foram aprovados 196 projetos, em contrapartida durante os dois primeiros anos da Lei do Bem foram beneficiadas 320 empresas. Estes incentivos estão relativamente distribuídos por toda a base produtiva, todavia regionalmente concentrados (DE NEGRI & LEMOS, 2009). Sendo assim, o objetivo deste trabalho será de apresentar os resultados relacionados as políticas de incentivos à P&D na região norte do Brasil, mais especificamente, a Lei do Bem. Foram avaliados os resultados do período de 2006-2010. O artigo está estruturado em três partes: a primeira trata de uma breve revisão da literatura relacionada aos incentivos fiscais à pesquisa e desenvolvimento (P&D) e a Lei do Bem (seções 1 e 2); na segunda parte apresentam-se os resultados da pesquisa (seção 3); e por fim, a última parte contém as considerações finais e as referências. 1. INCENTIVOS FISCAIS À PESQUISA E DESENVOLVIMENTO (P&D) O foco principal das políticas de ciência, tecnologia e inovação (C,T&I) dos países da OCDE tem se concentrado no incentivo a geração de conhecimento com o objetivo de dar continuidade ao processo de expansão da fronteira científica, constantemente alimentando as áreas tradicionais (ambas trazem impactos econômicos importantes) e no incentivo à inovação. A política de inovação articula-se à política industrial procurando oferecer um conjunto de orientações para os programas governamentais desses países com base na abordagem dos Sistemas Nacionais de Inovação SNI (CORDER, 2006). Nas décadas de 80 e 90 a participação média das empresas no gasto total com P&D apresentou ligeiro aumento, acentuando-se mais na década de 80. As políticas econômicas por parte dos governos dos países tem favorecido um maior grau de intervenção do Estado na promoção e orientação da atividade econômica, o apoio a P&D aparece como mais um instrumento de ação governamental. O apoio justifica-se como uma resposta a existência de falhas do mercado que impediriam a empresa de se apropriar integralmente do benefício gerado pelos resultados dos seus investimentos. A principal vantagem do financiamento público às 2

atividades de P&D nas empresas está associado a possibilidade de uma participação mais efetiva do poder público na orientação do esforço de P&D das empresas, focando em áreas consideradas prioritárias para o governo (GUIMARÃES, 2006). Além dos incentivos fiscais, subvenções diretas vem sendo utilizadas por estes países para apoiar os gastos privados em P&D; mesmo existindo grandes variações entre os países podese afirmar que o valor médio do estímulo concedido ao setor privado é correspondente a 13,4% do gasto privado em P&D. Metade na forma de subvenção (6,5%) e metade na forma de tratamento fiscal favorável (6,9%) (CORDER, 2006). No que tange os incentivos fiscais à P&D, principal vantagem reside em permitir que o mercado, e não a autoridade governamental defina a alocação dos investimentos em P&D segundo setores e projetos e os menores custos administrativos, todavia o mecanismo de incentivo fiscal pode tornar-se oneroso para o erário público devido a magnitude da renúncia fiscal envolvida. A não possibilidade de orientação dos investimentos em P&D para áreas e setores de maior rentabilidade social também tem sido criticado ao favorecer projetos de curto prazo e que não demandariam incentivos para serem realizados (GUIMARÃES, 2006). Os incentivos fiscais à P&D se tornaram uma tendência internacional, os mesmos apresentam algumas vantagens que os tornam atraentes para os formuladores de políticas: (1) são baseados em alocações de mercado; (2) não discriminam setores; e (3) estão prontamente disponíveis às empresas, com baixo custo administrativo para o governo (ARAÚJO, 2010). No caso Brasileiro ocorreram avanços importantes na política de inovação tecnológica a partir de 2003. Nos últimos 25 anos foi construído um sistema relativamente robusto de inovação no Brasil quando comparado a outros países latino-americanos mais desenvolvidos: pósgraduação, fundos especiais para financiamento da pesquisa entre outras ações. Da segunda metade dos anos 90 ocorreram avanços com a criação dos Fundos setoriais e com os programas de desenvolvimento tecnológico industrial e agropecuário (PDTI/PDTA). Com a PITCE de 2003 o Brasil passou a contar com um sistema mais integrado e coerente para a indução da inovação nas empresas (DE NEGRI & LEMOS, 2009). 2. A LEI DO BEM Esta modalidade de incentivo foi introduzida no Brasil pela Lei n 8.661/93 que estabeleceu o Programa de Desenvolvimento Tecnológico da Indústria (PDTI) e o Programa de Desenvolvimento Tecnológico da Agricultura (PDTA). Os incentivos do PDTI foram voltados para um grupo muito restrito de firmas, basicamente devido a três fatores (ARAÚJO, 2010): 1. A necessidade de autorização prévia do projeto de inovação; 2. O viés dos incentivos fiscais em direção as grandes empresas; e 3. A restrição dos incentivos a 4% do imposto de renda de pessoa jurídica (IRPJ) a pagar, fixada a partir de 1997. Os incentivos introduzidos pelo PDTI e PDTA referentes ao IRPJ foram os seguintes (ARAÚJO, 2010): 1. As firmas poderiam deduzir do IRPJ o valor correspondente a multiplicação dos gastos correntes em P&D e a alíquota de IRPJ aplicável a estes gastos, sem prejuízo da dedução destes gastos como despesas; 3

2. Depreciação acelerada incentivada dos investimentos em máquinas e equipamentos destinados à inovação em duas vezes; 3. Os ativos intangíveis relacionados à inovação poderiam ser amortizados no ano em que fossem adquiridos; 4. Despesas com royaltes e assistência técnica poderiam ser deduzidos como despesas, desde que não excedessem 10% do total das vendas dos produtos resultantes do PDTI e PDTA. Todavia, foram poucas as empresas que utilizaram o PDTI e o PDTA devido estes incentivos apenas se aplicarem a firmas que pagavam seus impostos de acordo com o sistema de lucro real, o que reduziu o público para estes incentivos. Outro problema dizia respeito à necessidade de uma aprovação prévia e a imposição do limite de redução do IRPJ (depois de 1997 o limite reduziu de 8% para 4%), diminuindo assim a sua atratividade (ARAÚJO, 2010). A criação da Lei de Inovação em 2004 complementada pelo capítulo III da Lei do Bem criou no país um ambiente propício para as empresas investirem cada vez mais em P,D&I tornando-as mais eficientes e competitivas nas suas áreas de atuação (MCT, 2010). A principal mudança promovida pela Lei do Bem foi a dedutibilidade dos gastos em P&D à proporção de 1,6 da base tributária, eliminando-se o mecanismo baseado no crédito tributário. A possibilidade de carry-forward também foi eliminada. A lei utiliza o Manual de Oslo para definir inovação, todavia os gastos relacionados à inovação são definidos de uma maneira bem mais ampla. Eles não incluem somente a P&D realizada internamente, mas também a P&D realizada contratada de empresas e universidades, os royaltes e as despesas com assistência técnica (ARAÚJO, 2010). Os benefícios previstos na Lei do Bem destinados à P&D nas empresas podem ser elencados resumidamente da seguinte forma (MCT, 2010): 1. Exclusão no IRPJ do lucro líquido e da base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL, do valor correspondente de até 60% da soma dos dispêndios, classificados como despesas operacionais pela legislação do IRPJ realizados com P&D no período; 2. Adição de até 20% no caso de aumento no número de pesquisadores dedicados exclusivamente à P&D contratados no ano de referência; 3. Adição de até 20% no caso de patente concedida ou cultivar registrado; 4. Redução de 50% do IPI incidente sobre equipamentos, máquinas, aparelhos e instrumentos adquiridos para pesquisa e desenvolvimento tecnológico; 5. Depreciação integral de equipamentos e bens intangíveis e amortização acelerada exclusivamente para P&D; 6. Redução a zero da alíquota do IR nas remessas efetuadas para o exterior destinadas ao registro e manutenção de marcas, patentes e cultivares. Como resultados atuais, a Lei do Bem ainda não foi capaz de estimular a diversificação setorial destes investimentos no Brasil, tendo em vista que a maioria dos benefícios foram capturados por setores que já desenvolviam esta atividade, todavia vale salientar a interação da Lei do Bem com demais instrumentos de apoio à inovação existentes que podem atuar de forma 4

complementar para o desenvolvimento tecnológico do setor produtivo nacional (ZUCOLOTO, 2010). 3. RESULTADOS DA LEI DO BEM NA REGIÃO NORTE Neste tópico será apresentada a análise das empresas que se beneficiaram da Lei do Bem entre os anos de 2006 e 2010 na região norte, os resultados são apresentados por ano baseados nos cinco relatórios do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) relacionados a utilização de incentivos fiscais. Os dados oriundos dos relatórios do MCT foram filtrados para apreensão das informações referentes aos estados do Amazonas, Pará e Tocantins. A limitação da população aos três estados ocorreu devido à somente esses estados possuírem empresas beneficiadas pela Lei do Bem na região norte no período analisado. Os investimentos realizados em P&D no Brasil por empresas beneficiárias da Lei do Bem (Tabela 1) apresentou forte aumento entre os anos de 2006 e 2009. Em 2008 o volume de investimentos em P&D atingiram 8,8 bilhões de reais, o que representou 0,3% do PIB nacional. Observa-se um aumento de mais 300% no montante de investimentos em P&D no Brasil. No ano de 2010 observa-se uma ligeira queda no número de investimentos realizados no Brasil percentualmente, todavia o valor investimento somente fica abaixo do ano de 2008. Ano base Investimento PIB (bilhão) % 2006 2,19 2.433,00 0,09% 2007 5,13 2.558,80 0,20% 2008 8,80 2.889,70 0,30% 2009 8,33 3.143,00 0,27% 2010 8,62 3.675,00 0,23% Fonte: MCT (2011) Tabela 1 Investimentos realizados pelas empresas em P&D (Brasil) Ano base Fonte: MCT (2011) Número de empresas Brasil Tabela 2 Empresas habilitadas por regiões Número de empresas habilitadas na região norte Participação 2006 130 1 0,77% 2007 300 3 1,00% 2008 460 9 1,96% 2009 542 6 1,11% 2010 639 9 1,41% 5

Os valores de investimentos em P&D no Brasil no período entre 2006 e 2008 demonstram a evolução do novo aparato institucional de forma significativa, com exceção o ano de 2009. O estado do Amazonas (estado com maior participação em todas as pesquisas) acompanhou o crescimento da Lei do Bem durante o período de 2006 a 2008 com baixa em 2009 tal como observado no apanhado geral. A participação do Amazonas em 2008 aproximou-se dos 2% de empresas beneficiárias dos incentivos fiscais. Em 2010 observa-se o reduzido crescimento de empresas que aderiram a Lei do Bem na região, todavia pela primeira vez aparece um empresa do estado do Tocantins entre as beneficiadas pela lei (Tabela 2). Em relação ao Amazonas e Pará, os investimentos em P&D entre 2007 e 2009 apresentaram aumentos consideráveis (Tabela 3), mesmo que em 2009 observa-se uma queda no volume investido. Todavia as participações em relação ao PIB, tanto dos dois estados, quanto do Brasil ainda são consideradas muito baixas quando comparadas, por exemplo, aos países da OECD, por exemplo. Ano base Investimento PIB (Milhão) % 2007 (*) 14,70 83.500,0 0,02% 2008 (*) 177,20 91.500,0 0,19% 2009 (*) 90,20 103.400,0 0,09% 2010 (**) 111,30 58.300,0 0,19% (*) Valores referentes ao PIB do Amazonas e Pará (**) Valor referente apenas ao PIB do Amazonas Fonte: MCT (2011) Tabela 3 Investimentos realizados pelas empresas em P&D Região Norte Em 2006 (tabela 4) apenas uma empresa foi beneficiária dos incentivos fiscais, a mesma localizava-se no estado do Amazonas e atuava no setor eletroeletrônico. No Amazonas a empresa informou despesas de custeio em P&D de aproximadamente R$ 6, 3 milhões, que somadas ao incentivo do desconto adicional de 60% totalizaram R$ 10 milhões, deduzidos da base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL e do imposto de renda - IR. O ganho real (renúncia fiscal) para a empresa foi de cerca de R$ 1,2 milhão. N de empresas UF Setor (es) Dispêndios efetuados dispêndio pesquisador Total geral Total dos benefícios reais x1000,00 1 AM Eletro-eletrônico 6.290,42 3.774,25 0,00 10.064,67 1.283,01 Fonte: MCT (2007) Tabela 4 Empresas Beneficiárias dos incentivos fiscais Ano base 2006 Em 2007 o número de empresas beneficiárias foi de três empresas, as mesmas se localizavam em Manaus (2) e Belém (1), atuando nos setores eletroeletrônicos (2) e na agroindústria (1). As empresas informaram despesas de custeio em P&D de aproximadamente R$ 6

14,4 milhões, que somadas ao incentivo do desconto adicional de 60% totalizaram R$ 23,1 milhões (aumento de mais de 200% em relação a 2006), deduzidos da base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL e do imposto de renda - IR. O ganho real (renúncia fiscal) para as empresas foi de cerca de R$ 2,9 milhões (Tabela 5). N de empresas UF Setores 3 AM (2) PA (1) Fonte: MCT (2008) Dispêndios efetuados dispêndio pesquisador Tabela 5 Empresas Beneficiárias dos incentivos fiscais Ano base 2007 Total geral Total dos benefícios reais x1000,00 Eletro-eletrônico (2) Agroindústria (1) 14.447,35 8.668,39 0,00 23.115,74 2.947,26 Em 2007 as empresas utilizaram recursos da ordem de R$ 14 milhões em despesas gerais com P&D no estado do Amazonas e Pará, sendo R$ 249 mil com despesas de capitais e R$ 14,4 milhões com despesas de custeio. Os dois estados representaram 0,3% do total nacional (Tabela 6). Despesas capitais Despesas de custeio Total x1000,00 Norte 249,34 14.447,35 14.696,69 Brasil 527.735,89 4.337.525,33 4.865.261,22 Participação 0,05% 0,33% 0,30% Fonte: MCT (2008) Tabela 6 Investimentos realizados pelas empresas em P&D Ano base 2007 Em 2008 o número de empresas beneficiárias totalizaram nove empresas (Tabela 7), as mesmas se localizavam em Manaus (8) e Belém (1), atuando nos setores eletroeletrônicos (5); alimentos; (1); telecomunicação; (1), mecânica e transporte (1); e na agroindústria (1). As empresas informaram despesas de custeio em P&D de aproximadamente R$ 176,6 milhões, que somadas ao incentivo do desconto adicional de 60% totalizaram R$ 284,6 milhões (aumento de mais de 12 vezes em relação a 2007), deduzidos da base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL e do imposto de renda - IR. O ganho real (renúncia fiscal) para as empresas foi de cerca de R$ 39,1 milhões. 7

N de empresas UF Setores Dispêndios efetuados dispêndio pesquisador Total geral Total dos benefícios reais x1000,00 9 AM (8) PA (1) Fonte: MCT (2009) Eletro-eletrônico (5) Alimentos (1) Telecomunicação (1) Agroindústria (1) Mecânica e transportes (1) 176.601,13 94.209,98 13.798,98 284.610,09 39.132,19 Tabela 7 Empresas beneficiárias dos incentivos fiscais Ano base 2008 Em 2008 foram utilizados recursos da ordem de R$ 177 milhões em despesas gerais com P&D no estado do Amazonas e Pará, sendo R$ 635 mil com despesas de capitais e R$ 176,6 milhões com despesas de custeio. Os dois estados representaram 3,64% do total nacional (Tabela 8). Despesas capitais Despesas de custeio Total x1000,00 Norte 635,95 176.601,13 177.237,08 Brasil 527.735,89 4.337.525,33 4.865.261,22 Participação 0,12% 4,07% 3,64% Fonte: MCT (2009) Tabela 8 Investimentos realizados pelas empresas em P&D Ano base 2008 Em 2009 o número de empresas beneficiárias totalizaram seis empresas (Tabela 9), as mesmas se localizavam em Manaus (5) e Belém (1), atuando nos setores eletroeletrônicos (2); alimentos; (1); telecomunicação; (1), mecânica e transporte (1); e na agroindústria (1). As empresas informaram despesas de custeio em P&D de aproximadamente R$ 90,2 milhões, que somadas ao incentivo do desconto adicional de 60% totalizaram, em conjunto ao adicional de até 20%, no caso de incremento do número de pesquisadores contratados em 2009, totalizaram R$ 59,7 milhões deduzidos da base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL e do imposto de renda - IR. O ganho real (renúncia fiscal) para as empresas foi de cerca de R$ 20,3 milhões. 8

N de empresas UF Setores Dispêndios efetuados (*) dispêndio pesquisador Total geral (**) Total dos benefícios reais x1000,00 6 AM (5) PA (1) Eletro-eletrônico (2) Alimentos (1) Telecomunicação (1) Agroindústria (1) Mecânica e transportes (1) 90.205,77 53.897,46 5.863,70 59.761,16 20.318,79 (*) Refere-se aos dispêndios reais para cálculo dos incentivos adicionais concedidos pela Lei do Bem (**) Refere-se ao total da redução incentivada na base de cálculo do IRPJ e CSLL Fonte: MCT (2010) Tabela 9 Empresas beneficiárias dos incentivos fiscais Ano base 2009 Em 2009 foram utilizados recursos da ordem de R$ 90 milhões em despesas gerais com P&D no estado do Amazonas e Pará (Tabela 10), sendo sua totalidade com despesas de custeio. Os dois estados representaram 1,08% do total nacional. Despesas de Despesas capitais custeio Total x1000,00 Norte 0 90205,77 90205,77 Brasil 217.783,18 8.113.451,77 8.331.234,95 Participação 0,00% 1,11% 1,08% Fonte: MCT (2010) Tabela 10 Investimentos realizados pelas empresas em P&D Ano base 2009 Em 2010 o número de empresas beneficiárias totalizaram nove empresas (Tabela 11), as mesmas se localizavam em Manaus (7), Belém (1) e Miracema do Tocantins, atuando nos setores eletroeletrônicos (3); alimentos; (1); telecomunicação; (1), mecânica e transporte (2); agroindústria (1) e outras (1). As empresas informaram despesas de custeio em P&D de aproximadamente R$ 111,3 milhões, que somadas ao incentivo do desconto adicional de 60% totalizaram (por exclusão), em conjunto ao adicional de até 20%, no caso de incremento do número de pesquisadores contratados em 2010, totalizaram R$ 66,7 milhões deduzidos da base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL e do imposto de renda - IR. O ganho real (renúncia fiscal) para as empresas foi de cerca de R$ 22,6 milhões. 9

N de empresas UF Setores 9 AM (7) PA (1) TO (1) Fonte: MCT (2011) Eletro-eletrônico (3) Alimentos (1) Telecomunicação (1) Agroindústria (1) Mecânica e transportes (2) Outras (1) Dispêndios efetuados (*) dispêndio pesquisador patente/registro Tabela 11 Empresas beneficiárias dos incentivos fiscais Ano base 2010 Total geral (**) Total dos benefícios reais x1000,00 111.300,53 66.721,61 0,00 0,00 66.721,61 22.685,34 (*) Refere-se aos dispêndios reais para cálculo dos incentivos adicionais concedidos pela Lei do Bem (**) Refere-se ao total da redução incentivada na base de cálculo do IRPJ e CSLL Em 2010 foram utilizados recursos da ordem de R$ 111 milhões em despesas gerais com P&D no estado do Amazonas, Pará e Tocantins, sendo a maior parcela (99%) com despesas de custeio. Os três estados representaram 1,29% do total nacional, aumento de 20% nos investimentos em relação a 2009 (Tabela 12). Despesas de Despesas capitais custeio Total x1000,00 Norte 14,09 111300,53 111314,62 Brasil 225.304,46 8.396.683,63 8.621.988,09 Participação 0,01% 1,33% 1,29% Fonte: MCT (2011) Tabela 12 Investimentos realizados pelas empresas em P&D Ano base 2010 CONSIDERAÇÕES FINAIS Os resultados apontaram que nos cinco anos (2006-2009) os investimentos em P&D no Brasil aumentaram em mais de 300% com a Lei do Bem. Os baixos números de projetos aprovados pelo PDTI foram substituídos por um aumento significativo de empresas que passaram a utilizar a Lei do Bem para a realização de P&D. O Amazonas e o Pará (e o estado do Tocantins de acordo com o último relatório) acompanharam o crescimento de empresas que utilizaram incentivos fiscais por meio da Lei do Bem, passando de apenas uma empresa em 2006 a seis empresas em 2009 e a nova empresas em 2010. Entretanto, quando se compara os investimentos em P&D em relação ao PIB dos dois estados (Amazonas e Pará) observa-se uma pequena participação resultante do pequeno número de empresas que utilizam a Lei do Bem nos dois estados. Este resultado corrobora a discussão da pouca realização de pesquisa e desenvolvimento por parte das empresas instaladas, principalmente, no Polo Industrial de Manaus. No caso do estado do Pará importantes empresas atuando nos setores de mineração não realizam suas pesquisas no estado. Os setores que mais utilizaram a Lei do Bem foram o eletroeletrônico e a agroindústria; o setor de mecânica e transportes, no qual se incluí o polo de duas rodas, apenas uma empresa 10

utilizou os benefícios da lei, ou seja, o segundo setor que mais concentra mão-de-obra no estado do Amazonas (polo de duas rodas) produz pouquíssima pesquisa no estado. Apenas em 2008 e 2009 observam-se empresas que utilizaram os benefícios para o incremento de pesquisadores contratados exclusivamente para P&D. Os benefícios em relação ao depósito de patentes/registro não foi utilizado pelas empresas da região norte. Desta forma, o estudo pretendeu apresentar os resultados da Lei do Bem nos estados da região norte demonstrando a necessidade de uma discussão mais ampla dos caminhos que, principalmente, o Polo Industrial de Manaus precisa tomar. Os resultados da PINTEC demonstram o foco exacerbado das indústrias em inovações em processos com pouca participação de patentes (COELHO, 2011) e no caso dessa pesquisa a baixa adesão das indústrias localizadas, principalmente, em Manaus para utilização dos incentivos fiscais para o fomento à P&D. Torna-se necessário que os governos exijam por parte das empresas residentes nestes estados uma maior participação em políticas de C,T&I que fomentem à P&D, as patentes e outros mecanismos de inovação como forma de promoção do desenvolvimento econômico e social local. REFERÊNCIAS ARAÚJO, B. C. Incentivos fiscais à pesquisa e desenvolvimento e custos de inovação no Brasil. In: INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA - IPEA. Radar - Tecnologia, Produção e Comércio Exterior n 9. Brasília: IPEA, 2010. COELHO, M. I. B. A. Inovação tecnológica no estado do Amazonas: um estudo baseado na PINTEC. T&C Amazônia, ano IX, n. 20, 2011. CORDER, S. Políticas de inovação tecnológica no Brasil: experiência recente e perspectivas. Texto para discussão n 1244. Brasília: IPEA, 2006. DE NEGRI, J. A.; LEMOS, M. B. Avaliação das políticas de incentivo à P&D e inovação tecnológica no Brasil. Nota Técnica. Brasília: IPEA, 2009. ET AL. Metodologia de avaliação dos resultados de conjuntos de projetos apoiados por fundos e ciência, tecnologia e inovação (C,T&I). In: Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia & Inovação, 4, 2010, Brasília. Disponível em: <http://cncti4.cgee.org.br/index.php/banco-de-documentos/cat_view/60-4o-conferencia-nacional-dectai-2010/137-notas-tecnicas-dos-palestrantes?start=60>. Acessado em: dezembro de 2010. GUIMARÃES, E. A. Políticas de inovação: financiamento e incentivos. Texto para discussão n 1212. Brasília: IPEA, 2006. MINISTÉRIO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA - MCT. Relatório anual da utilização dos incentivos fiscais: ano base 2006. Brasília: MCT, 2007.. Relatório anual da utilização dos incentivos fiscais: ano base 2007. Brasília: MCT, 2008.. Relatório anual da utilização dos incentivos fiscais: ano base 2008. Brasília: MCT, 2009.. Relatório anual da utilização dos incentivos fiscais: ano base 2009. Brasília: MCT, 2010.. Relatório anual da utilização dos incentivos fiscais: ano base 2010. Brasília: MCT, 2011. SILVA, E. L.; MENEZES, E. M. Metodologia da pesquisa e elaboração de dissertação. 4. ed. rev. atual. Florianópolis: UFSC, 2005. ZUCOLOTO, G. F. Lei do Bem: impactos nas atividades de P&D no Brasil. In: INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA - IPEA. Radar - Tecnologia, Produção e Comércio Exterior n 6. Brasília: IPEA, 2010. 11