ASPECTOS SUCESSÓRIOS DA PARENTALIDADE SOCIOAFETIVA Rodrigo Toscano de Brito Doutor e Mestre em Direito Civil pela PUC-SP. Professor de Direito Civil da UFPB e UNIPÊ. Membro da Diretoria Nacional do IBDFAM. Advogado.
1. INTRODUÇÃO 1.1. A COMPLEXIDADE DAS NORMAS SUCESSÓRIAS NO BRASIL 1.2. SOCIOAFETIVADE COMO CATEGORIA DO DIREITO DE FAMÍLIA - IMPORTÂNCIA DO IBDFAM 1.3. FATO SOCIAL (ESTADO DE PARENTALIDADE) + PRINCÍPIO NORMATIVO DA AFETIVIDADE
2. PARENTALIDADE SOCIOAFETIVA E SUAS ORIGENS* 2.1. BIOLÓGICAS: DERIVADO DO FATO BIOLÓGICO 2.2. NÃO BIOLÓGICAS: AS QUE NÃO DERIVAM DO FATO BIOLÓGICO, MAS DO FATO SOCIAL *Paulo Lobo. Sucessões.
3. A FILIAÇÃO COMO PONTO DE PARTIDA DAS DEMAIS RELAÇÕES DE PARENTALIDADE E A BUSCA PELA VERDADE REAL QUAL VERDADE REAL? EXISTEM 3 VERDADES REAIS: 3.1. BIOLÓGICA COM FINS DE PARENTESCO: PARA DETERMINAR A PATERNIDADE QUANDO ELA NÃO TIVER SIDO CONSTITUÍDA POR OUTRO MODO E FOR INEXISTENTE NO REGISTRO. 3.2. BIOLÓGICA SEM FINS DE PARENTESCO: PARA DETERMINAR IDENTIDADE GENÉTICA - DIREITOS DA PERSONALIDADE; 3.3. SOCIOAFETIVA: QUANDO JÁ CONSTITUÍDO O ESTADO DE FILIAÇÃO E PARENTALIDADE
4. TIPOS DE ESTADO DE FILIAÇÃO: A) CONSANGUINIDADE B) ADOÇÃO C) INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL HETERÓLOGA D) POSSE DO ESTADO DE FILIAÇÃO
5. ADMISSIBILIDADE DA FILIAÇÃO SOCIOAFETIVA NO CÓDIGO CIVIL Art. 1.593. O parentesco é natural ou civil, conforme resulte de consanguinidade ou outra origem. ENUNCIADO 256, DO CJF: "A POSSE DO ESTADO DE FILHO (PARENTALIDADE SOCIOAFETIVA) CONSTITUI MODALIDADE DE PARENTESCO CIVIL".
Art. 1.596. Os filhos, havidos ou não da relação de casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação. Art. 1.597. Presumem-se concebidos na constância do casamento os filhos: ( ) V - havidos por inseminação artificial heteróloga, desde que tenha prévia autorização do marido.
Art. 1.605. Na falta, ou defeito, do termo de nascimento, poderá provar-se a filiação por qualquer modo admissível em direito: ( ) II - quando existirem veementes presunções resultantes de fatos já certos.
6. REQUISITOS CARACTERIZADORES DA PARENTALIDADE SOCIOAFETIVA* A) PUBLICIDADE; B) CONTINUIDADE; C) AUSÊNCIA DE EQUÍVOCO. Luiz Edson Fachin. Estabelecimento da filiação e paternidade presumida.
7. APLICAM-SE AS REGRAS SUCESSÓRIAS AOS CASOS DE PARENTALIDADE SOCIOAFETIVA? Parentalidade sociafetiva e a ordem de vocação hereditária
8. PARENTALIDADE SOCIOAFETIVA E A SUCESSÃO DO DESCENDENTE
8.1. Reconhecimento de paternidade ou maternidade socioafetiva para fins sucessórios O caso dos filhos de criação, do padrastio e madrastio.
Declaração de parentalidade socioafetiva pode ser incidental ao inventário ou deve correr em ação autônoma? Hipóteses: - Todos os interessados de acordo com a parentalidade socioafetiva declarada. - Havendo discussão sobre a parentalidade socioafetiva arguida pelo interessado.
Há possibilidade ou necessidade de se suspender o inventário enquanto se define a declaração de parentalidade socioafetiva? RESERVA DE PARTE.
8.2. A hipótese dos filhos havidos fora do casamento ou união estável herdar do cônjuge traído
8.3. Descendente que quer desconstituir a filiação socioafetiva e declarar a filiação biológica para fins sucessórios Impossibilidade de receber dupla herança Desejo de afastar a filiação socioafetiva proveniente de "adoção à brasileira" ou da posse do estado de filho sem registro" para se vincular à sucessão proveniente de vínculos biológicos. RE 841.528.
8.4. Doação à filho socioafetivo Necessidade de levar o valor correspondente ao bem doado à colação
9. PARENTALIDADE SOCIOAFETIVA E A SUCESSÃO DO ASCENDENTE
9.1. Interesse do ascendente em ver declarada a filiação socioafetiva na hipótese da morte do descendente e o interesse do cônjuge sobrevivente em evitar a declaração de socioafetividade Art. 1.837. Concorrendo com ascendente em primeiro grau, ao cônjuge tocará um terço da herança; caber-lhe-á a metade desta se houver um só ascendente, ou se maior for aquele grau.
9.2. Interesse dos pais biológicos em desconstituir a paternidade/maternidade socioafetiva para fins sucessórios
10. PARENTALIDADE SOCIOAFETIVA E A SUCESSÃO DO CÔNJUGE
10.1. Cônjuge falecido que deixa um só descendente socioafetivo: cônjuge que tem interesse em evitar a declaração de socioafetividade para que não ocorra a concorrência sucessória com o descendente conforme o regime de bens.
11. PARENTALIDADE SOCIOAFETIVA E A SUCESSÃO DO COMPANHEIRO
Art. 1.790. A companheira ou o companheiro participará da sucessão do outro, quanto aos bens adquiridos onerosamente na vigência da união estável, nas condições seguintes: I - se concorrer com filhos comuns, terá direito a uma quota equivalente à que por lei for atribuída ao filho; II - se concorrer com descendentes só do autor da herança, tocar-lhe-á a metade do que couber a cada um daqueles; III - se concorrer com outros parentes sucessíveis, terá direito a um terço da herança; IV - não havendo parentes sucessíveis, terá direito à totalidade da herança
11.1. Conflito de interesses entre o companheiro sobrevivente e o colateral socioafetivo. Sobrinho socioafetivo, filho do irmão do companheiro falecido.
12. PARENTALIDADE SOCIOAFETIVA E A SUCESSÃO DOS COLATERAIS
12.1. A hipótese do PRIMO SOCIOAFETIVO: Morte do ancestral comum que tinha dois filhos já falecidos, um que tem dois filhos biológicos, outro que tem um filho socioafetivo.
João 3 o 1 o 2 o Giovana Divorciado Segundo Casamento Felipe Marcos Gabriela Antonio
ALGUMAS NOTAS CONCLUSIVAS - Consolidação da parentalidade socioafetiva; - Efeitos sucessórios em razão da parentalidade socioafetiva; - A transposição de todas as discussões clássicas sobre sucessões transportadas para os aspctos sucessórios da parentalidade socioafetiva conduz à uma série de possibilidades que devem ser ponderadas em cada caso.