ESTRUTURA POULACIONAL DE H. ancistroides (Ihering, 1911) EM RIACHOS URBANOS NO MUNICIPIO DE TOLEDO, PARANA



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Transcrição:

ESTRUTURA POULACIONAL DE H. ancistroides (Ihering, 1911) EM RIACHOS URBANOS NO MUNICIPIO DE TOLEDO, PARANA 1* Thales Serrano Silva, 2 Tiago Debona, 3 Vinicius Valiente do Santos, 4 Ricardo Soni, 5 Éder André Gubiani.: kb_lera.com@hotmail.com 1 Acadêmico de Engenharia de Pesca e estagiário do GERPEL (Grupo de Pesquisas em Recursos Pesqueiros e Limnologia). Rua da Faculdade, 645, Jd La Salle, CEP 85.903 000, Toledo/Paraná. thalesgyn@gmail.com 2 Pós-graduando em Recursos Pesqueiros e Pesquisadora do GERPEL (Grupo de Pesquisas em Recursos Pesqueiros e Limnologia). Rua da Faculdade, 645, Jd La Salle, CEP 85.903 000, Toledo/Paraná. 3 Pós-graduando em Recursos Pesqueiros e Pesquisadora do GERPEL (Grupo de Pesquisas em Recursos Pesqueiros e Limnologia). Rua da Faculdade, 645, Jd La Salle, CEP 85.903 000, Toledo/Paraná. 4 Acadêmico de Engenharia de Pesca e estagiária do GERPEL (Grupo de Pesquisas em Recursos Pesqueiros e Limnologia). Rua da Faculdade, 645, Jd La Salle, CEP 85.903 000, Toledo/Paraná. 5 Docente da Universidade Estadual do Oeste do Paraná e Pesquisador do GERPEL. Rua da Faculdade, 645, Jd La Salle, CEP 85.903 000, Toledo/Paraná. PALAVRA CHAVE: Dinâmica populacional, riachos urbanos. RESUMO Estudos sobre estrutura das populações de peixes são de grande importância, uma vez que, muitas respostas elucidativas sobre a ecologia das espécies podem ser respondidas. Assim, o objetivo deste trabalho foi analisar a estrutura populacional de H. ancistroides em riachos urbanos no município de Toledo. As amostras dos peixes foram realizadas bimestralmente em 3 locais de coleta, no período de dezembro de 2007 à dezembro de 2008, com auxílio de equipamento de pesca elétrica, através de três capturas sucessivas com unidade de esforço constante (CPUE) sobre um trecho de 40 metros. Para distribuição em comprimento foram analisados 241 indivíduos, com tamanho padrão médio de 3 cm, representando maior parte dos peixes analisados (19,9%). Na análise de distribuição temporal foi encontrada maior quantidade de peixes no mês de dezembro/07 com 37 indivíduos (23%) não sendo significativa a presença de machos. Na análise de distribuição espacial foi encontrada

maior quantidade de peixes na foz, 60 indivíduos correspondendo 35,5% dos peixes capturados. A relação peso/comprimento ( ) apresentou crescimento alométrico negativo. Diferenças significativas (p<0,05) foram verificadas na proporção sexual entre machos e fêmeas, tanto na escala espacial como temporal. Maior número de machos foi encontrado na foz dos riachos e no mês de junho. Assim, com os resultados obtidos, se pode avaliar os possíveis impactos urbanos e propor medidas de manejo a fim de propiciar a manutenção da biodiversidade. INTRODUÇÃO Em centros urbanos a ocupação irregular dos mananciais e das nascentes dos rios altera significativamente a estrutura das populações aquáticas, por meio da modificação do ciclo hidrológico de toda a bacia hidrográfica, sendo que este processo de ocupação e degradação pode até mesmo acarretar na extinção destes ambientes (Bastos & Abilhoa, 2004). Os impactos que as ações antrópicas causam aos ambientes lóticos levam a perda de qualidade e dificultam a manutenção da integridade desses ecossistemas, além de interferir na sustentabilidade de suas assembleias (Karr, 1981). As assembleias de peixes de pequenos córregos urbanizados são afetadas de modo marcante por mudanças estacionais, decorrentes da expansão e contração do ambiente aquático durante as variações climáticas, podendo levar a uma distribuição longitudinal diferenciada da fauna ictiíca (Bastos & Abilhoa, 2004). Entretanto, o conhecimento dos danos causados pela urbanização sobre a disponibilidade de habitats e a estrutura das assembleias de peixes de córregos e riachos no Brasil ainda são insuficientes. Estudos sobre a estrutura das populações de peixes são de grande importância, uma vez que muitas respostas elucidativas sobre a ecologia das espécies são obtidas em estudos desta natureza (Vazzoler & Amadio, 1990, Agostinho et al., 1994). O conhecimento da estrutura das populações fornece importantes subsídios ao dimensionamento dos estoques e às medidas de administração e proteção dos recursos pesqueiros (Benedito-Cecílio & Agostinho, 1997).

As variações nas estruturas de comprimento e peso de indivíduos pertencentes a uma comunidade ou população ao longo dos anos, podem ser resultantes de alterações sofridas no ambiente, tanto físicas quanto químicas, ocasionadas por eventuais estratégias utilizadas na alocação de energia. Assim, estudos dessa magnitude podem fornecer indicativos do comportamento, permitindo a avaliação de alterações em seu crescimento. OBJETIVO Analisar a estrutura da população de Hypostomus ancistroides em riachos urbanos no município de Toledo, Paraná. Além de avaliar possíveis efeitos da urbanização sobre os parâmetros populacionais. MATERIÁIS E MÉTODOS Durante o período de dezembro de 2007 a dezembro de 2008, com periodicidade bimestral, foram realizadas amostragens em 3 locais (nascente, meio e foz) nos córregos: Panambi, Pinheirinho e Jacutinga, perfazendo um total de 9 locais de amostragem. Os peixes foram capturados com o auxílio de equipamento de pesca elétrica (gerador portátil de corrente alternada 1 KW, 220V, 3-4 A, transformador 220V/440V, 2 pulsas e uma rede de arrasto para bloqueio), através de três capturas sucessivas com unidade de esforço constante (CPUE) sobre um trecho de 40 metros. Os peixes capturados foram triados, acondicionados no gelo e posteriormente identificados, medidos (comprimento total e comprimento padrão) e identificados quanto ao sexo e estádio de maturação sexual. Para avaliar a distribuição de comprimento das populações os dados foram dispostos em gráficos de distribuição de freqüência, seguindo metodologia de Sturges. Para estabelecer a relação peso/comprimento (Santos, 1978) os dados foram ajustados à expressão. A proporção sexual foi avaliada espacial e temporalmente, por meio de gráficos de dispersão.

RESULTADO E DISCUSSÃO Para distribuição em comprimento (figura 2) foram analisados 241 indivíduos, sendo a maior parte com tamanho total médio de 3,0 cm, representando 19,9% dos peixes analisados. Na análise de distribuição temporal foi encontrada maior quantidade de peixes no mês de dezembro/07 com 39 indivíduos (23,0%), não sendo significativa a presença de machos. Na análise de distribuição espacial foi encontrada maior quantidade de peixes, amostrados na estação meio, 87 indivíduos correspondendo 51,5% dos peixes capturados. Figura 1: Relação Peso Comprimento de H. ancistroides Figura 2: Distribuição por classe de H. ancistroides A relação peso/comprimento (figura 1) apresentou crescimento alométrico negativo (aumento em peso é maior que as proporções em comprimento). Diferenças significativas (p<0,05) foram verificadas na proporção sexual entre machos e fêmeas, tanto na escala espacial (figura 3) como temporal

(figura 4). Maior número de machos foi encontrado na foz dos riachos e no mês de dezembro/07. Assim, com os resultados obtidos, se pode avaliar os possíveis impactos urbanos e propor medidas de manejo a fim de propiciar a manutenção da biodiversidade. Figura 3: Proporçao sexual temporal de H. ancistroides Figura 4: Proporção sexual temporal de H. ancistroides CONCLUSÃO Nas coletas feitas nos riachos urbanos de Toledo, houve grande ocorrência de H. ancistroides, sendo que a maior ocorrência foi no mês de dezembro/07 e também na estação meio. As capturas apresentaram espécie de pequeno porte, com crescimento alométrico negativo, podendo ser classificada como espécie forrageira, pertencendo a baixos níveis da cadeia trófica. Houve também predominância de machos, tanto nas capturas temporais, como nas espaciais, apresentando proporção sexual de 0,62:1 (fêmeas : machos).

REFERÊNCIAS BASTOS, L.P. & ABILHOA, V. 2004. A utilização do índice de integridade biótica para avaliação da qualidade de água: um estudo de caso para riachos urbanos da bacia hidrográfica do rio Belém, Curitiba, Paraná. Revista Estudos de Biologia. v. 26. n. 55. p.33-44. BENEDITO-CECILIO, E., AGOSTINHO, A. A. 1997. Estrutura das populações de peixes do reservatório de Segredo. In: A. A. Agostinho; L. C. Gomes (eds). Reservatório de Segredo: bases para o manejo. Maringá. EDUEM Graça, W. J.; Pavanelli, C. S. 2007. Peixes da planicie de inundação do alto rio Paraná e áreas adjacentes. Maringá. EDUEM. 241p. GERPEL/UNIOESTE/ITAIPU-BINACIONAL. 2005. Monitoramento dos parâmetros limnológicos e ictiológicos da sub bacia do rio São Francisco Verdadeiro. (relatório técnico). 78p. KARR, J.R. 1981. Assessment of biotic integrity using fish communities. Fisheries, v. 6. P.21-27.. SANTOS, E. P. 1978. Dinâmica de populações aplicada à pesca e piscicultura. São Paulo: Hucitec: Ed. Universidade de São Paulo. VAZZOLER, A.E.A.M. 1996. Biologia da reprodução de peixes teleósteos: teoria e prática. Maringá: EDUEM, 169p. VAZZOLER, A. E. A. de M.; AMADIO, S. A. 1990. Aspectos biológicos de peixes amazônicos. XIII. Estrutura e comportamento de cardumes multiespecífico de Semaprochilodus (Characiformes, Prochilodontidae) do baixo Rio Negro, Amazonas. Brasil. Revista Brasileira Biologia. v.50, n.3.