UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU AVM FACULDADE INTEGRADA



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Transcrição:

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU AVM FACULDADE INTEGRADA FINANÇAS PESSOAIS Por: Kézia Cristina Pereira da Silva Orientador Prof. Ana Claudia Morrissy Rio de Janeiro 2012

2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU AVM FACULDADE INTEGRADA FINANÇAS PESSOAIS Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Finanças e Gestão Corporativa. Por: Kézia Cristina Pereira da Silva

3 AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus pela oportunidade, e por me conceder forças para realização dos meus sonhos. A minha família pelo apoio para que eu pudesse realizar esse projeto.

4 DEDICATÓRIA Dedico a minha mãe que é a grande incentivadora da minha vida acadêmica.

5 RESUMO O objetivo deste estudo baseia-se em apresentar os benefícios e as influências de organizar as finanças pessoais na qualidade de vida. Justifica-se a realização pela relevância do tema, pois se compreende que os orçamentos são essenciais para o planejamento e o controle das finanças pessoais. As pessoas não criaram o hábito de se planejar financeiramente, pois as escolas e as famílias não ensinaram, e muito menos o governo. Com isso eles são e continuam muitas vezes sendo analfabetos financeiros, se endividando constantemente e não sabendo como sair das dívidas que adquiriram. Uma das tarefas mais importantes das finanças pessoais é o acompanhamento de gastos, pois os acompanhando poderá se planejar financeiramente para poder conquistar um sonho de consumismo. Neste trabalho mostraremos informações sobre planejamento das finanças pessoais, orçamento pessoal, redução de custos e despesas, opções de investimentos, além de outros temas que descreveram ao leitor a importância de se adquirir e educação financeira. O objetivo principal das finanças pessoais é permitir que cada indivíduo tenha uma vida financeira saudável (controlada), para conseguir superar os momentos de adversidade inerente ao cotidiano, bem como possibilitar alcançar outros objetivos maiores como comprar uma casa, um carro, fazer uma viagem ou iniciar o próprio negócio. Ao final do estudo, é possível compreender a importância de um bom planejamento financeiro aliado à persistência nos investimentos, buscando alcançar a independência financeira e consequentemente uma melhor qualidade de vida.

6 METODOLOGIA O estudo foi elaborado com base em pesquisa bibliográfica de livros, artigos, revistas e sites especializados no assunto, que ajudaram a enriquecer os dados para a estruturação deste trabalho.

7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 09 CAPÍTULO I - FINANÇAS PESSOAIS 11 1.1 COMPREENDENDO O TEMA 11 1.2 CONSUMO E CONSUMISMO 12 1.3 ENDIVIDAMENTO E INADIMPLÊNCIA 13 1.4 MEIOS DE PAGAMENTO 14 1.4.1 Cheques 15 1.4.2 Cartão de Crédito 15 CAPÍTULO II - PLANEJAMENTO DAS FINANÇAS PESSOAIS 17 2.1 ORÇAMENTO PESSOAL 18 2.1.1 Planejar 20 2.1.2 Organizar 22 CAPÍTULO III REDUÇÃO DE CUSTOS E DESPESAS 27 3.1 HABITAÇÃO 28 3.1.1 Aluguel e Condomínio 28 3.1.2 Água 30 3.1.3 Energia Elétrica 31 3.1.4 Telefone Fixo 32 3.2 SAÚDE 33 3.3 ALIMENTAÇÃO 34 3.4 EDUCAÇÃO 36 3.5 TRANSPORTE 37 3.6 CULTURA E LAZER 38 3.7 DESPESAS FINANCEIRAS 39 3.8 DESPESAS DIVERSAS 39

8 CAPÍTULO IV AMPLIAÇÃO DA RECEITA 42 CAPÍTULO V - OPÇÕES DE INVESTIMENTOS 44 5.1 CADERNETA DE POUPANÇA 44 5.2 CDB/RDB 45 5.3 PREVIDÊNCIA PRIVADA 46 5.4 BOLSA DE VALORES 47 5.5 TÍTULOS PÚBLICOS 47 5.6 IMÓVEIS 47 5.7 OURO 48 CONCLUSÃO 49 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 51 ÍNDICE 54

9 INTRODUÇÃO Finanças pessoais é um tema de interesse de todos. Afinal, está inserido na vida familiar de todo cidadão, em qualquer parte do mundo. O objetivo deste estudo é demonstrar que, para um equilíbrio da economia pessoal é necessário saber distinguir as necessidades dos desejos. A principal razão para o descontrole das finanças pessoais e orçamento familiar hoje em dia, é gastar mais do que se ganha. O desejo de adquirir determinados bens sem a adequada avaliação prévia de sua real necessidade leva indivíduos e famílias à derrota e infelicidade. Com essa falta de consciência financeira muitos trabalham exaustivamente, buscando cada vez mais dinheiro, para que possam suprir suas necessidades além de prover seus desejos supérfluos, bens que não seriam realmente necessários, mas que fazem parte de todo um aparato de mídia que cria novas necessidades que, por vezes, são apenas caprichos. Com isso as pessoas se esquecem de algo muito importante: poupar. Essa busca desenfreada por objetos, caracterizado por consumo, não é suprida pela remuneração mensal de muitos indivíduos, o que os levam a fazer empréstimos e financiamentos, parcelamentos que obviamente resultam em juros a serem pagos, inclusive por muitos, inconscientemente. Esses juros fizeram com que o valor do bem a ser adquirido aumentasse. Observa-se então, que as pessoas pagaram mais para ter o bem num momento anterior ao de sua verdadeira capacidade de compra e como conseqüência comprometeram uma parte maior do seu ganho, e reduzindo a capacidade de poupança.

10 Atitudes como a de comprar sem limites, parcelando, financiando ou emprestando dinheiro por falta de recurso próprio são os principais motivos que levaram às dificuldades financeiras. Acredita-se que deve existir mais conscientização neste tipo de transação econômica, principalmente quando se trata do uso de cartões de créditos, cheques, dentre outros costumes que conduzem as pessoas a terem problemas de ordem financeira. Deixando de lado essa cultura consumista e tendo autocontrole, há grandes possibilidades de que cada indivíduo armazene recursos com o passar do tempo. Esses recursos bem aplicados podem transformar-se em rendas complementares no futuro, fazendo com que tenham uma vida mais tranqüila. Todavia isso tudo só será possível quando se gasta com cuidado e poupa-se com sabedoria. Este estudo apresentará as vantagens e benefícios que poderão ser obtidos tendo-se um bom planejamento das finanças pessoais, relatando técnicas e comportamentos necessários para se ter um bom controle financeiro.

11 CAPÍTULO I FINANÇAS PESSOAIS 1.1 - COMPREENDENDO O TEMA As finanças pessoais são definidas como a arte e a ciência de administrar valores; e trata da forma como o individuo ou uma família administra sua renda. Diariamente decisões financeiras são tomadas e estas terão impacto na vida pessoal dos indivíduos. Ferreira (2006, p. 17), as finanças pessoais são definidas como o processo de planejar, organizar e controlar nosso dinheiro, tanto em curto, quanto médio e longo prazo. Manter hábitos de finanças pessoais não é tarefa fácil. Para cuidar bem das finanças é necessário aprender a fazer um orçamento e controlar o desejo de gastar. Na grande maioria dos casos, as pessoas acham desnecessário fazer um orçamento por acharem que têm poucas despesas. Aprender a fazer um orçamento e controlar as despesas leva tempo e requer esforço próprio. É necessário entender melhor os hábitos de consumo e aprender a administrar o dinheiro; e isso deverá ser a meta para a vida inteira. No início é um desafio enorme, mas não se deve desistir. Atualmente, um desafio para a maioria das pessoas é fazer um controle financeiro pessoal, pois, por mais que se apliquem os conceitos nas empresas, quando falamos do nosso próprio dinheiro começamos a complicar as coisas. Muitas pessoas não sabem quanto gastam, sendo assim é difícil sair de uma situação de endividamento. Nestes casos é necessário tomar algumas medidas e ter uma boa dose de disciplina. As pessoas perdem o controle financeiro porque não sabem de que forma o dinheiro entra e sai do bolso.

12 De forma geral tem uma noção de valores de forma isolada, mas não sabe qual será o impacto de uma decisão na sua vida financeira. Precisam entender que a situação financeira é um conjunto de fatores e decisões de ganhos e gastos, numa linha temporal. É importante prever a situação financeira, para não ter surpresa por conta de eventos inesperados. A preocupação de quem quer atingir objetivos financeiros deve ser sem dúvida, a organização, o planejamento e a simulação de cenário a ser atingido. 1.2 - CONSUMO E CONSUMISMO O consumo é algo natural do ser humano, pois é preciso consumir para sobreviver. Conforme Carvalho (1996), consumo é a atividade que os indivíduos exercem para satisfazer suas necessidades, utilizando-se para isso, de bens e serviços, constituindo-se assim na atividade básica para qualquer empreendimento econômico. De fato, para que um estabelecimento comercial sobreviva, é necessário que tenha clientes e que estes adquiram, ou consumam os produtos e serviços ofertados. Nas Teorias Econômicas, o consumo é apontado como o principio organizador do sistema econômico, sendo o realizador da satisfação dos interesses e das necessidades dos indivíduos. Consumismo por sua vez, é o ato de comprar o que não há necessidade de se comprar. Gastar dinheiro com supérfluos, comprar simplesmente para satisfazer o ego e não por precisar. Deve-se lembrar que, nem sempre o que é supérfluo para uma pessoa é para outra, tudo depende da necessidade real de cada um. Muito do consumismo se dá, pelo apelo televisivo que acaba mexendo com o psíquico

13 das pessoas levando-as a comprar. O que também pode ser um ato compulsivo por compras. Macedo Junior (2007) também indica uma teoria sobre o consumismo, destacando a diferença entre desejar e querer, onde o primeiro é uma ação irracional, desprovida de consequências, enquanto o querer é uma transformação racional do desejar, consciente das responsabilidades que a aquisição trará. Eis duas lições ou dicas muito importantes para uma reflexão sobre o assunto: 1 aprender a não se deixar dominar pelo consumismo; 2 ter boa qualidade de vida está diretamente relacionado ao trabalho, ao planejamento, e ao investimento, e não ao consumo. 1.3 - ENDIVIDAMENTO E INADIMPLÊNCIA Se com o planejamento financeiro é complicado manter as contas em ordem, sem o mesmo fica muito mais difícil obter êxito no controle das finanças, ocasionando muitas vezes um excessivo endividamento e a consequente inadimplência. Endividamento é o ato de endividar-se, de contrair obrigações em forma de dividas, e ocorre de diversas formas, seja com empréstimos bancários, seja comprando a prazo em estabelecimentos comerciais, financiando bens de consumo, ou mesmo utilizando um cartão de crédito. A inadimplência, conforme Aurélio (2008), é um termo de origem jurídica que significa a falta de cumprimento de um contrato ou de qualquer uma de suas condições. Do ponto de vista financeiro, o inadimplente é aquele que deixou de honrar com alguma obrigação de pagamento no prazo previsto. Na prática, conforme a FECOMÉRCIO MINAS (2010), inadimplência refere-se

14 aos compromissos financeiros vencidos há mais de 90 dias e que passam a constar no Cadastro do BACEN - Banco Central do Brasil. Independentes da definição escolhida para endividamento e inadimplência, ambos são vilões do orçamento de qualquer pessoa ou família, e devem seguir uma regra simples, prática e eficaz: as despesas devem caber no orçamento, ou seja, nunca se deve gastar mais do que se ganha. Em tempos de crédito farto e abundante no Brasil, é comum que as pessoas se deparem com agentes financeiros nas ruas, especialmente em grandes cidades. É comum também receber correspondências de bancos ou de financeiras, oferecendo dinheiro de maneira fácil ou mesmo sugerindo o refinanciamento de dívidas. Conforme a FECOMÉRCIO MINAS (2010), a atual facilidade ao crédito tem sido positiva para alavancar a economia brasileira, especialmente para as classes menos favorecidas, mas é importante conhecer os riscos de se endividar, decorrentes da falta de cultura do uso do crédito. 1.4 - MEIOS DE PAGAMENTO Os meios de pagamento são todas as formas utilizadas para se efetuar os pagamentos referentes a compras realizadas. Estes pagamentos podem ser efetuados de forma à vista ou a prazo. À vista são aqueles que no ato da compra efetua-se o pagamento, ou seja, troca-se mercadoria ou serviço pelo dinheiro sem utilizar o prazo. Já os pagamentos a prazo, são aqueles utilizados para pagamento posterior ao ato da compra. Os pagamentos à vista são os realizados em dinheiro, cartões e cheques, desde que sem prazos que venham resultar em acréscimos de valores, e os pagamentos à prazo são os pagamentos que utilizam cheques, cartões de crédito e também grandemente utilizados, os crediários.

15 1.4.1 - CHEQUES O cheque é uma ordem de pagamento à vista e possivelmente seja o título de crédito mais utilizado. Segundo Frankenberg (1999, p. 161) é o mais tradicional dos serviços oferecidos pelos bancos. Geralmente não dão rendimento algum, pois o dinheiro sempre esta à disposição do cliente. Quanto a sua utilização, toda pessoa maior e capaz, que possui recursos disponíveis em bancos, pode utilizar o cheque, desde que tenha recursos disponíveis na instituição financeira, ou usa-se o limite adicional da conta aprovado pelo banco para tal. Como meio de pagamento à vista tem-se o dinheiro que possivelmente é a forma mais utilizada das formas de pagamento ou troca. Consiste em papel moeda impressa e emitida pelo governo federal, a qual é regulada pelo mesmo. É de livre circulação, também considerado de liquidez imediata, pois é aceita por todos. Sem sua existência e aceitação, seria extremamente difícil a troca e compra de produtos e serviços. É um verdadeiro impulsionador do mercado. 1.4.2 - CARTÃO DE CRÉDITO Cartão de crédito é um meio de pagamento eletrônico, que utiliza um cartão magnético, e nele impressos dados do usuário, códigos de segurança e validade. Este pode ser utilizado tanto para compra de bens ou contratação de serviços, a vista ou no prazo, sendo que o limite de crédito é estipulado pela instituição financeira para com seu cliente. De acordo com Frankenberg (1999, p. 162), o cartão de crédito é um dos modernos serviços oferecidos pelos bancos e por empresas

16 especializadas em administrar este instrumento de crédito, pertencente ou não ao mesmo grupo financeiro. Para o pagamento, o titular do cartão recebe mensalmente fatura com valores contratados junto aos estabelecimentos, via internet e outros. Os valores podem ser pagos integralmente ou parcialmente, com valores também estipulados em faturas. Quando do pagamento parcelado pode ocorrer à incidência de juros.

17 CAPÍTULO II PLANEJAMENTO DAS FINANÇAS PESSOAIS Planejamento das finanças pessoais consiste basicamente na maneira com que cada indivíduo administra sua remuneração, seja ela mensal, quinzenal ou semanal. Enfim, é a forma usada para utilizar a renda, seja esta consumida em forma de despesa, poupança ou investimento, tendo como objetivo principal o acúmulo de bens e valores. Desta forma Frankenberg (1999, p. 31) argumenta que: Planejamento financeiro pessoal significa estabelecer e seguir uma estratégia precisa, deliberada e dirigida para a acumulação de bens e valores que irão formar o patrimônio de uma pessoa e de sua família. Essa estratégia pode estar voltada para curto, médio ou longo prazo, e não é tarefa simples atingi-la. Contudo, a maneira com que cada indivíduo utiliza o seu dinheiro esta ligado à concepção que cada um tem dentro de si próprio, sobre o que quer para o futuro, ou seja, esta pessoa tem como meta de vida o acúmulo de riquezas e um futuro melhor ou este por sua vez tem como objetivo somente suprir suas necessidades básicas sem se preocupar com o que virá depois disso. Segundo Halfeld, (2001, p. 8) Algumas pessoas acreditam que tudo será resolvido se ficarem ricas. Outras, em oposição, desprezam o dinheiro ou tratam-no como algo menor. Então, quando se trata de futuro financeiro pessoal, será de acordo com o que cada um almeja. Quanto melhor usar sua remuneração e seus recursos, comprando consciente, evitando prazos e parcelamentos, financiamentos e empréstimos e através do ato de poupar souber investir as

18 sobras, é mais provável que este terá no futuro, reservas suficientes para imprevistos ou mesmo no que diz respeito a melhores condições de vida. Se for o oposto, ou seja, não se preocupar com o amanhã, gastando indiscriminadamente e utilizando de maneira desenfreada seus recursos, este por sua vez, provavelmente não terá uma vida financeira interessante. O objetivo maior de todo planejamento, seja ele qual for, é determinar o que se espera para o futuro tendo meios para chegar até ele. Sendo assim, independente do que se espera, deve-se preocupar com o que virá lá na frente. Afinal, nenhuma pessoa em sã consciência deixa o futuro à mercê. Precisa-se ter um planejamento eficiente para que se possa usufruir na velhice do que se produz na fase economicamente ativa da vida. Como defende Silva, (2005, p. 7), [...] é perfeitamente possível e necessário se adquirir hábitos frugais e realizar uma cuidadosa gestão nas suas finanças. Uma vez que se observa a verdadeira necessidade de planejamento e tem-se a consciência destas atitudes, verifica-se o quão importante é utilizar-se de hábitos tão simples e de fácil entendimento. 2.1 - ORÇAMENTO PESSOAL Orçamento pode ser descrito como planejamento estratégico, cálculos de receitas e despesas, avaliação, determinação, fixação de algum valor entre outros sinônimos. Mas o que verdadeiramente interessa, não é somente o significado dessa palavra, e sim como utilizá-la na prática da vida diária. Deve-se saber que acompanhado de um bom planejamento tem-se um bom orçamento, e que para isso necessita-se ter autocontrole e disciplina, verificando quais são os pontos por onde o dinheiro escapa das mãos, fazendo com que ele trabalhe para as pessoas e não as pessoas trabalhem para o dinheiro. Segundo Abraham Lincoln, citado por Silva, (2005, p. 54):

19 Não criarás prosperidade se desestimulares a poupança. Não criarás estabilidade permanente baseada em dinheiro emprestado. Não evitarás dificuldades financeiras se gastares mais do que ganhas. Não poderás ajudar os homens de maneira permanente se fizeres por eles aquilo que eles podem e devem fazer por si próprios. Também se deve saber e observar o que destrói ou impossibilita um bom orçamento, e são eles os cheques especiais e os cartões de créditos. Porque se afirma que estes dois são os vilões dos consumidores? Faz-se esta afirmação, pois são os que possuem as maiores taxas de juros do mercado. Têm-se benefícios adquiridos através dos cartões e dos cheques, como exemplo o prazo, desde que se observe o valor a pagar por algo com este prazo. Acontece que a grande maioria das pessoas não usa com cuidado estes instrumentos de compra. Simplesmente se paga mais caro para obter um bem num período anterior ao da verdadeira capacidade de compra. E é por essas e outras atitudes, que as pessoas enfrentam dificuldades financeiras e gastam verdadeiramente mais do que podem, senão mais do que ganham. Essas dificuldades também podem ocorrer quando se perde receita, e buscam-se recursos com terceiros. Segundo Ewald (2004, p. 13), para se chegar ao orçamento, será necessário passar por três fases distintas: 1ª fase: avaliação, na base do chute do valor das despesas que a pessoa acha que está sendo feita durante o mês; 2ª fase: acompanhamento e apuração no mês seguinte das despesas realmente efetuadas; 3ª fase: avaliação, programação de possíveis cortes e previsão dos valores que poderão ser gastos no mês seguinte; esse será o orçamento que deverá valer daí pra frente, todos os meses, com acompanhamento e ajustes.

20 Já para Ferreira (2006), no planejamento das finanças pessoais há três etapas básicas: A 1ª etapa, planejar suas finanças, que significa fazer um levantamento dos valores que recebe (salários, renda de aluguéis, rendimento de aplicações e outras atividades), dos gastos fixos, como moradia, transporte, alimentação, contas fixas (água, luz, telefone e outros) e dos gastos variáveis (laser, empregada, assinatura de revistas ou jornais, TV a cabo e outros), e definir metas e objetivos pelo qual você está realizando este orçamento familiar, se para comprar um imóvel, um carro, garantir uma renda após a aposentadoria, realizar um sonho como uma viagem ou uma casa de campo. A 2ª etapa cita organizar esses valores de receitas e gastos verificados no planejamento, revendo nossos hábitos de consumo fazendo com que seja poupado o suficiente para se atingir os objetivos e metas definidos na etapa anterior. A 3ª etapa menciona como controlar os novos hábitos adotados na organização, verificando se serão realmente alcançadas as metas e objetivos definidos na primeira etapa. É nesta etapa que se deve assegurar que os objetivos serão atingidos, caso contrário, necessita-se o reajuste da organização para assim atingir as metas. 2.1.1 - PLANEJAR Cerbasi (2004, p. 34) expõe, que o planejamento financeiro tem um objetivo maior do que simplesmente não ficar no vermelho. Mais importante do que conquistar um padrão de vida é mantê-lo, e é para isso que devemos planejar. Silva Neto (2003) explica, que antes de qualquer coisa é preciso estabelecer os objetivos a serem alcançados. E estes objetivos devem estar de acordo com a realidade financeira de cada um, as famílias devem estabelecer objetivos plausíveis e não objetivos muito complexos ou difíceis de serem alcançados.

21 O sucesso do plano depende da utilização de uma política de finanças pessoais, que serve para definir os investimentos que mais se encaixam para os objetivos estabelecidos no plano. (SILVA NETO, 2003) Para que se consiga atingir os objetivos almejados no planejamento é essencial que todos colaborem em todas as fases do planejamento, pois este não é um compromisso de apenas uma pessoa, mas de uma família inteira. Abaixo uma tabela com a opinião do autor Ferreira (2006) sobre a construção dos objetivos de curto, médio e longo prazo: Planejamento de Curto Prazo É o que pretendemos fazer com o dinheiro em até 1 ano: - O pagamento de dívidas; - A compra de um carro; - A reserva financeira; - A faculdade; - A festa de noivado; - O primeiro filho. Planejamento de Médio Prazo É o que engloba o espaço de tempo entre 1 e 5 anos: - A festa de casamento; - A especialização; - A compra de um carro melhor; - A compra da casa própria; - A implementação de um plano de investimento; - O segundo filho. Planejamento de Longo Prazo É o planejamento para o espaço de tempo superior a 5 anos: - O mestrado; - A compra do carro dos sonhos;

22 - O primeiro milhão; - A viagem dos sonhos; - O terceiro filho. Com a parte do planejamento concluída, a seguinte é a etapa de organização que visa organizarmos nossas receitas, despesas, hábitos de consumo e de investimento para alcançar os objetivos que definimos no planejamento. 2.1.2 ORGANIZAR Organização, segundo Ferreira (2006, p. 33), significa qualquer empreendimento humano moldado intencionalmente para atingir determinados objetivos. Após planejar os objetivos, vamos organizar os gastos, receitas e analisar onde é possível reduzir as despesas. Conforme Ferreira (2006), o 1º passo para organizar as finanças é verificar para onde está indo o dinheiro, observando as receitas e as despesas, apenas com essa observação você já tem uma idéia de como andam as finanças. Se o seu salário cobre com folga suas despesas, parabéns! Você faz parte de uma minoria e sente se tranqüilo. Aproveite para investir o dinheiro que sobra no fim do mês. Se o seu salário é apenas suficiente para cobrir suas despesas, comece a ficar inquieto, pois é preciso rever seu orçamento. Se os seus gastos são maiores que seu salário, você gosta de viver perigosamente e financia parte de suas despesas no cheque especial. Cuidado! (LUQUET, 2000, p. 12). Iniciando a organização, as famílias devem identificar para onde está indo a receita, com isto, utiliza-se uma tabela de controle de orçamento mensal conforme Ferreira (2006). Mas para construir esta tabela, a família deve fazer um acompanhamento do que é gasto durante o mês.

23 Conforme Cerbasi (2004), para conseguir acompanhar esses gastos, abaixo seguem alguns exemplos de gastos que as famílias vão identificar com facilidade e outros gastos que nem serão considerados como gasto, como a gorjeta em um restaurante, ou as moedinhas dada aos flanelinhas, a bala que compramos no cinema, e outros. Aluguel/Prestação da casa Telefone Fixo Despesas Médicas Condomínio Telefone Celular Revistas/Jornais/Livros Escola Internet Estética/Higiene Materiais Escolares Tv a Cabo Caixinhas/Gorjetas Faculdade Refeições Presentes Livros Faculdade Supermercado Extras Diários Plano de Saúde Padaria Reservas para: INSS (Autônomos) Feira Troca de Carro Combustível/Ônibus/Trem Lavanderia Férias IPTU + Taxas municipais Gás Celebrações IPVA + Seguro Obrigatório Viagens Educação Impostos Vestuário Outros Contribuição Sindical Diversão/Lazer Seguros Remédios/Farmácias Pensões e Dízimos Plano de Previdência Faxineira/Empregada Academia de Ginástica Energia Mensalidade de Clube Água Tarifas Bancárias Quadro 1 Gastos Mensais Fonte: Adaptado pelo acadêmico (CERBASI, 2004) Cerbasi (2004) recomenda que, os gastos podem ser anotados em planilhas no computador, em um caderninho, uma agenda, o importante é ter todas as anotações dos membros da família e juntar todas as informações para montar a tabela de controle do orçamento mensal.

24 Para identificar onde pode ser economizado, primeiro indica-se classificar as despesas do orçamento familiar. Existem diversas formas de classificar as despesas, porém a maioria foca na seguinte estrutura: despesas obrigatórias fixas, despesas obrigatórias variáveis, despesas não-obrigatórias fixas e despesas não obrigatórias variáveis (MARTINS, 2004). Abaixo, a classificação dos tipos de conta, conforme Martins (2004, p. 63 65), a classificação é importante para o gerenciamento do orçamento familiar e tem uma lógica simples, mas eficiente. Despesas obrigatórias fixas (OF), as despesas inseridas nesta categoria são aquelas inevitáveis e cujo valor é fixo; sobre elas não há muito o que fazer, a não ser que a família promova mudanças radicais no seu padrão de vida. As OF são as despesas que a família não pode eliminar nem reduzir. Exemplo: aluguel, IPVA, IPTU, condomínio, etc. Despesas obrigatórias variáveis (OV) são as despesas necessárias, mas sobre as quais a família tem margem de manobra para reduzir ou aumentar. As OV são as despesas que a família não pode eliminar, mas pode reduzir. Exemplo: alimentação, vestuário, higiene, limpeza, energia, água, telefone, remédios, combustíveis, manutenção carro, etc. Despesas não-obrigatórias fixas (NOF), nesta categoria estão àquelas despesas que a família não está obrigada a ter, mas uma vez que decidam têlas, elas se tornam fixas. Exemplo: empregada, plano de saúde, assinaturas de jornal e revistas, TV a cabo, taxa de clube, seguro de carro, etc. Despesas não-obrigatórias variáveis (NOV) são aquelas despesas que a família não é obrigada a ter e, caso as tenha, elas podem ser reduzidas. Exemplo: celular, produtos de beleza, cinema e teatro, viagens, discos, livros, etc.

25 Para fazer seu orçamento caber em seu salário, mire nos gastos variáveis. Nos variáveis é possível reduzir uma parcela de cada item e no final conseguir uma boa economia para ter folga no fim do mês. Conforme Martins (2004), após a realização desta classificação de despesas, o foco é verificar onde se consegue a maior proporção de redução de custos, que estão nas despesas NOF (não-obrigatórias fixas) e nas despesas NOV (não-obrigatórias variáveis), que são conta que a família faz, às vezes sem necessidade ou que podem ser reduzidas drasticamente. Ferreira (2006) apresenta uma tabela de controle do orçamento mensal para uma melhor visualização dos gastos mensais. Com esta tabela podemos verificar se há ou não gastos em excesso, caso haja, vamos localizar este gasto e então realizaremos uma ação de redução desta conta, quando possível. RECEITAS Salário Rendimentos (aplicações) Rendimento Total DESPESAS Celular Despesa Total Aluguel Internet Condomínio Mensalidade Escolar IPVA Combustível IPTU Empregada Alimentação Seguro do carro Vestuário Assinatura de Jornais e Revistas Energia Livros e Material Escolar Água Transporte/Combustível Telefone Fixo Plano de Saúde SUPERÁVIT/DÉFICIT MENSAL:

26 Quadro 2 Orçamento Mensal Fonte: Adaptado pelo acadêmico (FERREIRA, 2006) Para Ferreira (2006), o orçamento mensal é separado pelas receitas, despesas e pelo superávit ou déficit mensal, as receitas são o dinheiro que recebemos no mês (salário, empréstimos, rendimentos de aplicações, etc), as despesas são os gastos mensais. Subtraindo as receitas pelas despesas, o valor que sobra é chamado de superávit. Caso este valor seja negativo, este valor será o déficit, isso ocorre quando as despesas são maiores que as receitas, ou seja, quando se gasta mais do que se ganha (FERREIRA, 2006). Em seguida, todas estas informações de despesas e receitas serão transformadas em um fluxo de caixa mensal, separando os tipos de despesas para visualizar com mais clareza os pontos críticos do orçamento familiar, e para projetar os possíveis gastos. Um modelo de fluxo de caixa pode ser encontrado em diversos livros de planejamento financeiro ou de orçamento familiar. Encerrando a parte de organização, o próximo capítulo visa mostrar as famílias dicas de como fazer a redução de seus custos e despesas, para que no final do mês haja superávit para ser investido.

27 CAPÍTULO III REDUÇÃO DE CUSTOS E DESPESAS Neste trabalho o conceito de despesa e custo, será chamado de gasto, definido como todo o pagamento realizado por uma pessoa, salvo na aquisição de bens, e amortização de financiamentos e empréstimos. As despesas são representadas por gastos com habitação, saúde, alimentação, educação, transporte, cultura e lazer. Conforme Coelho (2004), no artigo Finanças Pessoais em Equilíbrio, existe, dentro de cada categoria, uma série de contas: a) habitação prestação de casa ou aluguel, IPTU, seguro residencial, condomínio, água, energia elétrica, gás encanado ou de cozinha, telefone fixo, manutenção da casa; b) saúde assistência médica e odontológica, farmácia, academia de esportes; c) alimentação gastos com alimentação básica em geral, despesas em supermercado (inclusive produtos de limpeza e higiene pessoal); d) educação escola e material didático dos filhos, cursos, seminários, congressos, livros técnicos ou não; e) transporte prestação do carro, IPVA, seguro obrigatório, seguro do veículo, combustível, multas, transporte coletivo, táxi, estacionamento pago, manutenção do carro; f) cultura e lazer cinema, teatro, restaurantes, bares, assinatura de revistas e jornais, TV a cabo, provedor de acesso à Internet; g) despesas financeiras tarifas bancárias, juros do cheque especial e empréstimos, juros embutidos em financiamentos; h) diversas telefone celular, vestuário e acessórios, empregada doméstica, previdência privada.

28 A maioria das pessoas consegue se lembrar de suas maiores despesas, tais como aluguel, prestação do carro, seguro saúde, etc. Entretanto, poucos conseguem perceber aqueles gastos pequenos, mas diários, que se acumulam até o final do mês. Por exemplo, alimentação fora de casa. (HALFELD, 2001, p. 116). Ao decorrer deste capitulo vão ser descritas formas para redução de custo em todas as classificações, desde as obrigatórias fixas até as nãoobrigatórias variáveis. 3.1. - HABITAÇÃO Na família padrão brasileira, a moradia e suas respectivas despesas representam 30% dos gastos totais (EWALD, 2004, p. 14). Para Cerbasi (2004, p.54) a família média brasileira gasta cerca de 24% de sua renda com habitação e mais 6% com serviços públicos (água, luz, telefone). 3.1.1 Aluguel e condomínio O aluguel é uma das únicas despesas que não tem como diminuir, a não ser que a família se mude para outro imóvel com aluguel mais baixo. Deve-se ter cuidado no período do fechamento do contrato de aluguel com os reajustes aplicados nos valores por índices financeiros. Neste período, quem acha que está com um aluguel muito elevado pode realizar uma pesquisa de preços nos apartamentos de prédios vizinhos ou até mesmo no seu prédio, quem sabe vale mais a pena trocar o sol que bate pela manhã, ou a vista para a rua por um aluguel mais baixo. (EWALD, 2004). No caso do pagamento de condomínio, prestar bastante atenção ao extrato dos custos cobrados pelo condomínio, cada variação de conta deve ser

29 questionada ao síndico ou à administradora do condomínio. Para reduzir esta conta, vale fazer campanhas de racionamento de água, luz dos corredores (instalação de sensores de presença), cuidar das dependências do edifício para não haver manutenções desnecessárias e outras atividades que ajudarão a reduzir a conta do condomínio. Sohsten (2004, p. 179) recomenda não comprometer mais do que 1/3 de seu salário com o aluguel e o condomínio. Pague sempre em dias essas despesas, evitando juros e multas. Participe regularmente das assembleias de condomínio. Dicas para diminuir valor das despesas e evitar riscos do condomínio, conforme o PROCON-RJ, devem ser expostas nas Assembleias de condomínio para o síndico e membros do conselho: Utilizar racionalmente a água, evitando desperdícios e vazamentos. Limpar caixas d'água regularmente e tratar a água das piscinas. Vistoriar periodicamente a parte elétrica, hidráulica e de gás da edificação. Verificar o cumprimento das normas municipais e estaduais quanto à segurança da edificação. Realizar pesquisas de preços na aquisição de produtos, principalmente de limpeza, guardando-os em local seguro; fiscalizar as retiradas, evitando, dessa forma, furtos, desvios ou desperdícios. Analisar previamente os contratos, inclusive os de prestação de serviços que forem assinados em nome do condomínio. Exigir a emissão de notas fiscais ou recibos em nome do condomínio, quando da compra de materiais e execução de serviços. Manter atualizados e em local seguro os livros contábeis, notas fiscais e recibos que comprovem pagamentos. Evitar atraso no pagamento de contas, que pode acarretar multas e prejuízos financeiros. Proceder a todos os registros realizando e documentando todos os pagamentos oriundos dos contratos de trabalho dos funcionários.

30 Solicitar periodicamente junto aos órgãos governamentais, certidões negativas inclusive previdenciárias. Com estas ações, além de reduzir a sua conta de condomínio vai consequentemente reduzir o condomínio dos demais moradores, gerando um benefício para todos. 3.1.2 Água Na conta água, que é uma despesa obrigatória variável, a família deve utilizar todos os métodos para não desperdiçar este recurso. Além de gastar muita água com atividades desnecessárias, ainda estão contribuindo com a falta de água no planeta daqui algumas décadas. Então, abaixo estão algumas recomendações para reduzir o consumo de água da família: conforme o PROCON-RJ: Mantenha as torneiras sempre bem fechadas; Verifique regularmente se não há vazamentos; Reduza o tempo do seu banho de 15 minutos para 10 minutos depois para 5 minutos e verá que é tempo suficiente; Feche a torneira enquanto escova os dentes e lava a louça; Junte a roupa para lavar tudo junto, selecionando o nível de água adequado; Molhe suas plantas com regadores ao invés de mangueiras; Limpe a calçada apenas varrendo, não há necessidade de lavar com mangueira; a água da chuva já limpa o suficiente; Todas essas ações são muito conhecidas por várias pessoas, porém mesmo assim não são tomadas por comodidade ou por hábito, se todos tivessem a consciência de realizar ao menos metade dessas ações, com certeza teriam a conta de água reduzida em alguns pontos percentuais, gerando uma sobra no final do mês.

31 3.1.3 Energia elétrica Para Cerbasi (2004), como nos gastos com água, os gastos de energia elétrica também são obrigatórios variáveis e até mais fáceis de serem reduzidos, pois temos hoje diversos aparelhos eletro-eletrônicos em nossas casas que não estão sendo utilizados, e às vezes, utilizamos uma ou duas vezes no mês e eles ficam ligados nas tomadas consumindo energia. Seguem algumas dicas para redução do consumo de energia elétrica e consequentemente na nossa conta de luz conforme Ferreira (2006), Cerbasi (2004), Sohsten (2004). Trocar as lâmpadas incandescentes por lâmpadas econômicas; Tirar das tomadas aparelhos como: DVD, micro ondas, televisões, esteiras, aparelhos de TV a Cabo, videogames, rádios, carregadores de celular, e outros; Manter computadores e periféricos desligados se não forem utilizados durante um grande período de tempo; Se o freezer estiver com poucos alimentos, desligue o freezer e passe esses alimentos para o congelador da sua geladeira; Tome banhos mais rápidos e observe a temperatura no chuveiro de acordo com a estação do ano; Quando sair de um cômodo desligue as luzes; Utilize o timer da televisão, se você é acostumado a dormir com ela ligada; Não fique com a porta da geladeira por mais de 10 segundos aberta; Regule o termostato da geladeira periodicamente; Verifique se a borracha da porta da geladeira está vedando corretamente; Prefira utilizar o ventilador com o vidro aberto ao invés do ar condicionado, em dias não tão quentes;

32 Junte o maior número de roupas e passe todas ao mesmo tempo, evite ficar ligando e desligando o ferro de passar; Evite ligar o ferro elétrico nos horários em que muitos aparelhos estejam ligados para não sobrecarregar a rede elétrica; Sempre utilize as máquinas de lavar e secar roupa ou lavar louças com capacidade máxima; Verifique o selo PROCEL no seu equipamento, este indica o nível de consumo de energia. Como nas ações de redução de água, para energia elétrica há diversas outras, porém, com a mesma dificuldade de hábitos e manias das pessoas. 3.1.4 Telefone fixo A conta de telefone fixo deve ser bem administrada e controlada, pois é uma conta que, se nos descuidarmos um pouco, vira um grande gasto no mês. O telefone deve ser utilizado racionalmente, evitando as ligações para celular. Conforme Cerbasi (2004), Ewald (2004), Sohsten (2004), Ferreira (2006) e o site Finanças Práticas, seguem algumas dicas para redução e controle da conta telefônica: Atenção aos horários - é importante ficar atento aos horários em que a tarifa é mais baixa para as ligações locais, como entre meia-noite e 6h, de segunda a sexta-feira; após as 14h, aos sábados; e durante todo o dia, aos domingos e feriados; Evite ligar para celular - deve-se avaliar, antes de ligar, se não vale a pena aguardar a pessoa estar disponível num telefone fixo para o contato.

33 As chamadas para celulares devem ser feitas para casos de maior urgência, ou quando a ligação for de curta duração, de preferência fora dos horários de pico; Pesquisa de operadoras - para chamadas de longa distância, pesquise promoções das operadoras e compare as tarifas cobradas entre elas. Internet discada - para quem usa a internet por linha discada, é preciso avaliar o tempo que fica navegando na rede para ver se não é o caso de contratar o serviço de banda larga; Procure por operadoras que tenham parcerias com os provedores de internet, muitos deles tem parcerias que isentam mensalidade de 6 meses até um ano. Analise os planos e tarifas das outras operadoras e as promoções da sua operadora atual, pois frequentemente as operadoras estão realizando promoções para chamar novos clientes, utilize essa promoção para modificar o seu plano e ganhar descontos; Infelizmente, a grande maioria das pessoas não sabe utilizar o telefone fixo corretamente, utilizando nos horários comerciais ou de pico, quando as tarifas chegam a ser o dobro das cobradas em horários reduzidos ou em finais de semana. Muitas pessoas ainda insistem em fazer ligações de telefone fixo para celular, onde o custo de uma ligação pode chegar a quadruplicar (CERBASI, 2004). 3.2 - SAÚDE Alguns autores colocam os gastos com saúde como despesas não obrigatórias, porém todo mundo deve se prevenir de doenças que possam acarretar gastos muito maiores do que o pagamento de um plano de saúde mensal, além disso, o governo não fornece as mínimas condições de atendimento nos hospitais públicos. Aproveite os planos de saúde

34 disponibilizados pela maioria das empresas para seus colaboradores e dependentes com um custo muito baixo. No caso de remédios, tenha cuidado, pois os preços nas farmácias podem variar mais de 15%. Sempre peça descontos. Médicos e dentistas quando escolhidos particularmente por questão de confiança, e não pagos por Planos de Saúde, podem custar caro. No entanto, ninguém deve ter maiores pudores de chorar nos preços, pois a vida está cara para todos e há tendência de ser descontada no cliente particular a raiva que eles têm dos Planos, que pagam pouco, desmerecendo suas qualificações. Com a saúde não há muitas escolhas, pois é um gasto inevitável e alto quando se precisa realizar alguma consulta ou exames de rotina, por isto o ideal é que a família tenha um plano médico, onde vai saber o quanto irá gastar sem ter alguns sustos inesperados. 3.3 - ALIMENTAÇÃO Na conta alimentação, temos várias formas para reduzir as contas de supermercado, restaurantes, almoços, jantas e etc. Conforme a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), realizada em 2008 e 2009 pelo IBGE, com representatividade para todo o país e grandes regiões, os gastos com alimentação ocupam o segundo lugar na participação da despesa total familiar, representando, na média nacional, 21% dos gastos com despesas de consumo e 17% dos gastos totais das famílias, sendo superados apenas pelas despesas com habitação, 30%. (http://nutricao.saude.gov.br/documentos/pesquisa_ibge.pdf) Para iniciar, o ideal é que sempre que possível às refeições sejam feitas em casa ou levadas de casa, pois o custo desta refeição é baixíssimo se comparado com refeições feitas na rua.

35 Cerbasi (2004) e Ferreira (2006) concordam quando dizem que no supermercado é proibido levar os filhos ou crianças, pois filhos pequenos não sabem quanto custa o produto com a figurinha do seu personagem infantil preferido, ou as guloseimas coloridas, e outros produtos que são feitos especialmente para atrair as crianças e enlouquecer os pais. As crianças vão criar uma saia justa para você, vão chorar, gritar, implorar, até convencer os pais a dar o produto para ele carregar durante todo o supermercado, sendo que quando chegar em casa, vai ser esquecido e não consumido. Para Cerbasi (2004), Ewald (2004), Sohsten (2004) e Ferreira (2006), sempre que formos ao supermercado também devemos fazer uma lista de todos os produtos que vamos precisar em no máximo durante uma ou duas semanas, pois planejando por semanas a chance de comprar essencialmente o que precisamos, é muito maior do que se formos para comprar durante o mês inteiro e comprarmos em excesso. Colocar nesta lista os valores pagos na última ida ao supermercado para podermos comparar com os preços atuais. Também é importante sempre conferir os preços que estão nas prateleiras, com os preços dos encartes e quando passamos no caixa, pois muitas vezes como não são conferidos, pode haver erro nos sistemas e acabarmos pagando mais por total descuido. (EWALD, 2004). Pessoas também têm maior tendência a comprar supérfluos quando vão aos supermercados com fome, o ideal é ir após o almoço nos finais de semana quando os supermercados a este horário são mais tranquilos, conforme Sohsten (2004) e Ferreira (2006). Para Cerbasi (2004), Ewald (2004) e Sohsten (2004), antes de ir às compras, a família deve coletar todos os panfletos possíveis dos supermercados e verificar as promoções, pois assim há como saber se vale à pena ficar indo de supermercado a supermercado atravessando a cidade para

36 poupar alguns centavos nos produtos sendo que se gastou muito mais de transporte para ir de um lugar para o outro. Outro gasto enorme com alimentação são os almoços durante expediente, as empresas dão vales refeição, tíquetes, cartões com um saldo enorme. Calcule quanto a empresa lhe paga por dia em cada almoço e depois calcule quanto custaria levar a mesma refeição pronta de casa e somente esquentar no seu local de trabalho, além de não gastar com a alimentação na rua, ainda pode poupar com combustível se onde trabalha não tem restaurantes por perto e aproveitando o tempo após o almoço para acabar ou adiantar alguma atividade de trabalho. (EWALD, 2004) A conta com alimentação é uma das maiores em que há possibilidade de redução nos custos, como o gasto é sempre elevado nestas contas, e há diversas situações em que se gasta mais do que é necessário devido aos hábitos de consumo familiar, as formas para reduzir estas despesas são diversas, se for aplicado somente algumas delas como levar almoço de casa ou almoçar em casa, o valor poupado é bastante elevado. 3.4 - EDUCAÇÃO O dinheiro gasto com estudo não deve ser considerado despesa: é investimento! é como Ewald (2004, p. 23) define os gastos com estudo. Além dos gastos com colégio, cursos, faculdade, temos os gastos com materiais escolares, transporte, livros, merendas. Nos gastos com material escolar devemos sempre tentar reaproveitar os cadernos, réguas, tesouras e outros materiais dos anos anteriores. Também vale formar grupos de pais para comprar em conjunto livros e materiais solicitados pelas escolas com desconto. Nas mensalidades de colégio ou faculdade quando se tiver mais de um filho matriculado, sempre procure solicitar desconto, em alguns casos os descontos chegam a 20% (EWALD, 2004).

37 Para o transporte dos filhos pode ser pago um transporte particular, que geralmente é caro, ou fazer um rodízio entre os pais que moram próximos e que têm filhos na mesma escola, o que pode reduzir bastante o gasto com o transporte escolar. 3.5 - TRANSPORTE Algumas formas para reduzir o custo com transporte é avaliar se realmente é preciso utilizar o automóvel para ir ao trabalho. Por exemplo, se moramos longe do local de trabalho, com certeza os gastos com combustível, desgaste do carro, estacionamento serão muito maiores se preferirmos utilizar o ônibus ou o metrô, principalmente o segundo, pois não enfrentamos o trânsito, temos pontualidade no transporte, o custo é mais baixo que o ônibus, além de ser ecologicamente menos agressivo. (Ewald, 2004) Ewald (2004, p. 21) comenta, que as passagens de vans e ônibus também saem mais baratas que usar o carro, exceto pelos assaltos em ônibus, caso típico da guerra urbana diária nas grandes cidades. Ir trabalhar utilizando o automóvel é indicado somente em casos em que não há transporte público disponível, ou se moramos perto do trabalho. Há também a questão da manutenção que não podemos escapar. O que pode ser feito nesses casos é utilizar algum mecânico de sua confiança que irá cobrar muito menos do que se levar o veículo fazer manutenção nas concessionárias autorizadas, onde o custo da mão de obra é elevado. Os gastos com transporte também são uns dos principais, pois o custo de propriedade, ou seja, o custo que se paga somente para ter o carro é muito elevado. Gastos com combustível, garagem, impostos, depreciação,

38 manutenção, seguro e outros são gastos altos, que consomem grande parte da receita da família. 3.6 - CULTURA E LAZER Todas as contas que compõem este item são de fácil redução, cinemas, teatros, shows, eventos, televisão a cabo, clubes, viagens, restaurantes com a família, assinatura de jornais e revistas. Podemos ter resultados surpreendentes nestas contas se o objetivo for mesmo economizar. Controle as idas aos restaurantes com toda a família, consulte a previsão do tempo antes de ir para a praia ou fazer alguma viagem, sempre busque formas de comprovar que o dinheiro que será gasto não será gasto em vão. Fazer parte de clubes é sempre muito interessante já que estes dispõem de diversas atividades e devem ser muito bem aproveitadas, pois os valores cobrados são muito altos. As contas que são feitas através de planos como televisão a cabo, provedores de internet podem ser reduzidas somente fazendo a troca do plano. Se normalmente a família não fica muito tempo em casa, somente nos finais de semana, vale a pena verificar um plano que utilize a televisão somente nesses dias, ou no caso do provedor de internet que adiciona serviços de página de internet, antivírus e outros, podem ser cancelados os serviços adicionais e reduzidas às mensalidades. Aproveite o cinema nos dias de promoção ou durante a semana onde se paga às vezes metade do valor cobrado nos finais de semana, teatros também têm a mesma característica, normalmente nos finais de semana são muito mais caros que as seções durante a semana. Para shows e eventos fique atento e participe de promoções que ocorrem dando ingressos grátis para o casal.

39 3.7 - DESPESAS FINANCEIRAS As despesas financeiras são compostas de juros, impostos, tarifas bancárias, anuidades de cartões de crédito, multas, e outros. Conforme Cerbasi (2004) e Sohsten (2004), para reduzir estas contas sempre procurem se organizar controlando as datas de vencimento das contas e até colocando em débito automático para não ter chances de pagar juros e multas por simples esquecimentos. Aproveite a concorrência dos bancos e procure por tarifas bancárias mais baixas, bancos que tenham menores taxas de juros de cheque especial e cartões de crédito sem anuidades. (EWALD, 2004) Sempre que possível planeje as finanças para pagar o IPVA e o IPTU à vista, os descontos concedidos nesses impostos são bastante elevados. (CERBASI, 2004) Para Cerbasi (2004), Ewald (2004) e Sohsten (2004), se estiver com a conta devedora utilizando o cheque especial que tem juro muito elevado, procure por empréstimos com taxas de juros menores e pague sua divida com o cheque especial com este empréstimo. Assim o juro pago ao banco será muito menor. Utilize o cartão de crédito para auxiliar no controle dos gastos mensais e financiando seus gastos os durante o mês, fazendo com que as compras efetuadas durante o mês sejam descritas no extrato do cartão de crédito. O cartão de crédito deve ser pago sempre na sua totalidade e não deixando saldos acumulados para os próximos meses, pois assim, o juro do cartão de crédito somado ao saldo que sobrou no mês anterior serão os principais responsáveis por um possível inicio de dívidas que se acumularão. 3.8 - DESPESAS DIVERSAS Nas despesas diversas estão às despesas com vestuário, telefone celular, empregada doméstica, presentes, cosméticos, estética, academias,