PROCESSO INCLUSIVO E PROGRAMA DE ATENDIMENTO: DIFICULDADES, LMITAÇÕES E CONQUISTAS.



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Transcrição:

PROCESSO INCLUSIVO E PROGRAMA DE ATENDIMENTO: DIFICULDADES, LMITAÇÕES E CONQUISTAS. Resumo VALENTINI, Maria Terezinha Pacco 1 - UNICENTRO Grupo de Trabalho Formação de professores Agência Financiadora: não contou com financiamento O presente trabalho é parte da pesquisa desenvolvida durante a elaboração da dissertação que versou sobre a formação de professores no processo inclusivo. Os dados apresentados são frutos de investigação junto ao Programa de Apoio Pedagógico ao Aluno com Necessidades Educacionais Especiais PAPE programa este responsável pelo atendimento aos alunos que se candidatam e ingressam na universidade por ocasião do vestibular, em continuidade ao atendimento dado quando do preenchimento da ficha de inscrição como portador de necessidades especiais. Para conhecer os procedimentos adotados para a promoção da inclusão na universidade cumprindo as determinações legais e, acrescida da pesquisa realizada com os professores como parte do projeto de pesquisa para a dissertação mais a necessidade de compreender a dinâmica que envolve não só os formadores de professores como também os recursos disponibilizados pela instituição para a promoção da inclusão, buscamos junto ao PAPE dados pertinentes sobre as ações desenvolvidas para o atendimento de alunos com necessidades educacionais especiais. A fim de conhecermos e posteriormente podermos comparar os dados de 2010 com 2013 solicitamos informações junto a responsáveis atuais pelo programa para nos subsidiar na análise dos dados. Assim procuramos a equipe do Programa de Inclusão e Acessibilidade PIA- programa para o atendimento aos alunos com deficiência e com déficit de aprendizagem e também aos alunos indígenas e realizamos uma entrevista com a funcionária. Os dados obtidos permitem-nos considerar que houve conquistas, mas as dificuldades e limitações são uma constante quanto a ampliação de atendimento, ao número de funcionários disponibilizados e em relação aos professores e possíveis mudanças em suas práticas pedagógicas (procura por orientação). No entanto é importante frisar que o percurso é longo e que dificuldades fazem parte de ações desenvolvidas na/para populações historicamente marginalizadas. Avanços, mesmo que pequenos, são motivadores para dar continuidade às ações. Palavras-chave: Programa de atendimento a alunos. Alunos com necessidades especiais. Inclusão. 1 Mestre em Educação. Professora colaboradora da UNICENTRO E-mail: valentinimaria@ig.com.br

20054 Introdução Fazer pesquisa é, para o educador, demonstração de seu envolvimento com a educação, com a formação de cidadãos, formação que tenha como marca a preocupação de, através de suas práticas, dado aos seus alunos recursos que facilitassem a aquisição do conhecimento sistematizado. Esse conhecimento sistematizado, por sua vez, é o quê possibilitará aos que passam pela escola a oportunidade fazer escolhas profissionais e pessoais. A relevância da prática do educador e seu fazer também está relacionada às suas escolhas, seus interesses, preferências. Desse modo o envolvimento com a pesquisa, a temática escolhida para atender a seus anseios, suas angústias e como afirmam Lüdke e André (1986, p. 2) o estudo origina-se a partir de um problema que desperta a atenção do pesquisador e que [...] limita sua atividade de pesquisa a uma determinada porção do saber, a qual ele se compromete a construir naquele momento [...] uma ocasião privilegiada, reunindo o pensamento e a ação de uma pessoa [...] que deverão servir para a composição de soluções propostas aos seus problemas. O projeto de pesquisa iniciado em uma instituição pública do centro-oeste do Paraná é fruto de preocupações de professores diante do desafio histórico da inclusão de pessoas com necessidades especiais na universidade. A maior dúvida está relacionada a como desenvolver atividades em sala, ensinar e contribuir para que a escola atenda às necessidades desses alunos de modo que eles possam aprender os conteúdos trabalhados, interagir com todos que fazem parte de sua sala e, principalmente, que a comunicação e o compartilhamento sejam elementos facilitadores da aprendizagem e contribuam para uma relação democrática entre todos. A preocupação pode ser justificada pela falta de informação sobre as diferentes necessidades de cada aluno em decorrência da não orientação quando da formação dos referidos professores. Aliado a essa questão, é sabido que a sociedade não discutia, ou, mais precisamente, procurava segregar por diferentes formas os portadores de necessidades especiais. Para tentar alcançar a meta de reduzir ou tentar minimizar as barreiras atitudinais no espaço institucional buscamos informações sobre as políticas internas da instituição para atender à demanda de portadores de NEE. Como professoras, atuamos em diferentes áreas de conhecimento e vivenciamos situações de preocupação tanto por parte de professores como por futuros professores quanto ao desafio de estar em sala de aula com alunos com necessidades especiais.

20055 É com esse sentido que a pesquisa se caracteriza como social na proposição de Demo (1984), por unir um interesse particular, de um determinado momento, oriundo de dúvidas relacionadas a um aspecto particular, inseridas em um contexto determinado, mas que, ao mesmo tempo, exige do pesquisador a busca de um saber científico, que, de acordo com Lüdke e André (1986, p. 2): [...] vem sempre e necessariamente marcado pelos sinais de seu tempo. São estas marcas as ações da universidade em questão - que são tratadas quando comparamos os dados de 2009 com os de 2013. 1 Organização Institucional Diante da Inclusão A instituição pesquisada apresenta como política de inclusão algumas ações referentes, principalmente, à inclusão social com oferta de cotas sociais para alunos provenientes de escolarização pública, vestibular indígena e cotas para alunos afro-descentes, conforme a lei. Ainda disponibiliza, quando solicitado pelo candidato, vestibular adaptado a deficientes, conforme suas necessidades específicas. Esse encaminhamento ocorre via PAPE Programa de apoio pedagógico ao aluno com necessidades educacionais especiais. O programa é o principal braço institucional para responder pela demanda da inclusão na instituição. Conforme a instituição, em sua trajetória universitária, procura atender toda a demanda da necessidade educacional especial. A exemplo disso cria programas para atendimento aos alunos com deficiência e com déficit de aprendizagem e também aos alunos indígenas. É nesta perspectiva que nasceu o PAPE para atendimento ao aluno com deficiência (http://www.unicentro.br/pape/). A instituição oferece, por meio da Pró-Reitoria de Ensino, programa de tutoria discente para amparar alunos com déficits específicos que necessitam de maior orientação e encaminhamentos para acompanhar a educação superior. Esse programa de tutoria, aprovado pela Resolução nº 003/2007 CEPE/UNICENTRO, tem como objetivo a inserção dos acadêmicos indígenas e dos acadêmicos com deficiência visual e auditiva nos programas curriculares e extracurriculares que favoreçam e promovam a sua formação acadêmica e profissional Na sequência analisaremos as propostas apresentadas especificamente pelo PAPE a fim de conhecer as principais dificuldades, limitações e conquistas dadas no interior da

20056 universidade pública aos deficientes que ingressam e pretendem concluir um curso de graduação. 1.1Programa de apoio pedagógico ao aluno com necessidades especiais: PAPE -PIA A universidade que serviu como universo de pesquisa possui um programa especializado no atendimento a alunos com necessidades especiais. Esse programa foi institucionalizado pela resolução n 183/2002, criou enfim o Programa de Apoio às Pessoas com Necessidades Especiais PAPE, depois renomeado para Programa de Apoio Pedagógico ao Aluno com Necessidades Educacionais Especiais PAPE e atualmente PIA Programa de Integração e Acessibilidade (http://www.unicentro.br/pape/historico.asp). Esse programa, conforme texto veiculado no endereço online correspondente, pretende trabalhar com os conceitos de acessibilidade, emancipação e reabilitação: O PAPE ao trabalhar com os três conceitos básicos sobre a Inclusão Educacional definindo os, como Acessibilidade, Emancipação e Reabilitação, avança no próprio conceito de Cidadania e nas suas garantias; e, o avançar deste tema nos remete a um rol de necessidades específicas. Quando o assunto diz respeito à educação de pessoas com deficiência as ações são mais abrangentes e urgentes por estarem ligadas ao acesso à informação, ao trabalho, geração e incremento da renda nas famílias e a cidadania participativa dos mesmos, num processo em construção. Esta condição só é dada em alguns espaços, sendo relegada a escola pública como principal, senão, único meio de acesso ao mundo educacional e aos sistemas educativos e, muitas vezes, ser também o único canal de acesso a sociedade. (http://www.unicentro.br/pape/historico.asp). Analisado o fragmento, chama a atenção o conceito de reabilitação e a relação que se faz da educação com geração e incremento da renda nas famílias. Tais perspectivas só poderiam ser alcançadas, primeiro, se houvesse uma rede multidisciplinar efetiva de atendimento que incluísse tratamentos e acompanhamentos complementares (Fonoaudiologia, fisioterapia, terapia ocupacional, entre outros) e, segundo, envolvimento do programa com políticas públicas de geração de renda que são quase inexistentes no atual cenário brasileiro. A esse respeito Egler (2010, p. 3) menciona que a dimensão de trabalho com a inclusão de alunos deficientes na escola dever ser pedagógica centrada no ensino e aprendizagem e que a escola não existe para que a família possa trabalhar e a criança tenha onde ficar. Nem para que a criança se socialize ou se alimente. Escola existe para que criança aprenda e para participar.

20057 A resolução 129/2006 que regulamenta o funcionamento desse programa menciona que serão atendidos alunos com deficiência mental, sensorial, físicas ou múltiplas; transtornos mentais como definidos no Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais, DSM- IV; altas habilidades; alterações orgânicas como insuficiências o artigo 3º dessa resolução define como objetivos do PAPE: I subsidiar o atendimento aos alunos com necessidades educacionais especiais; II preservar os direitos dos alunos com necessidades educacionais especiais; III orientar os professores que trabalham com alunos com necessidades educacionais especiais; IV fomentar a criação de ações para a efetivação da política de inclusão na Universidade. Analisando os objetivos, a partir da pesquisa empírica que se deu por entrevistas, questionários e observações, percebe-se que os objetivos são todos de alçada pedagógica, incluindo-se a orientação de professores, não há menção explícita à formação continuada, o que a nosso ver deveria ser função desse programa, considerando que os docentes deveriam ter conhecimento das necessidades especiais para organizarem recursos didáticos mais coerentes. O que se percebe é que o programa, mesmo por falta de subsídios orçamentários e equipe reduzida, acaba se atendo à adaptação de material (braile, transposição oral, ampliação...). Quanto às competências do PAPE, descritas no artigo 7º, podemos constatar: I analisar e avaliar casos relativos a dificuldades dos alunos com necessidades educacionais especiais, quanto a barreira atitudinais, sociais, físicas e arquitetônicas; II indicar encaminhamentos e soluções de recursos internos e externos da instituição, para atendimento desses alunos; III elaborar propostas de encaminhamentos da evolução dos casos, para constante avaliação e providências; IV - manter os Chefes de Departamentos Pedagógicos informados sobre o desenvolvimento de ações pedagógicas apropriadas, quando necessário; V dar parecer de instrução em processos acadêmicos dos discentes atendidos, quando submetidos as instancias superiores da Universidade; VI elaborar proposta de subsídio e instrumentalização para professores no atendimento

20058 aos alunos com necessidades especiais, por meio de cursos, fórum de debates e estudos pertinentes ao assunto; VII propor e analisar projetos de captação de recursos, para investimentos nessa área; VIII orientar as decisões sobre investimentos a serem feitos em infra-estrutura, materiais e equipamentos para atendimento aos alunos com necessidades especiais na universidade. O programa deixa a cargo dos Departamentos Pedagógicos viabilização dos meios necessários à permanência e sucesso do aluno, recorrendo ao PAPE se necessário. (...) Cabe ao Departamento conceder um acréscimo de até 50% no Plano Individual de Atividade Docente, PIAD, àquelas horas destinadas ao preparo de aulas das turmas que contam com alunos com necessidades educacionais especiais. Esse dado foi verificado e, via de regra, não é cumprido em sua totalidade pelos departamentos de ensino devido, principalmente, à recorrente falta de efetivo docente para absorver carga horária excedente. A tabela abaixo traz as normas de funcionamento do programa: Direitos do aluno Tabela 1 Normas de funcionamento do PAPE 1.1 Cada aluno(a) com Necessidades Educacionais Especiais tem direito a freqüentar o Setor para informações, esclarecimentos ou reclamações, bem como para uso do computador, máquina de escrever e/ou demais recursos do Programa. 1.2 Cada aluno(a) terá estipulado um dia da semana para uso dos equipamentos em contraturno conforme a necessidade. 1.3 Impressão de trabalhos escolares. 1.4 Até 100 folhas ao mês de fotocópias. 1.5 Gravação de até 3 fitas K7 por semana. 1.6 Até 2 disquetes de 3¹/²: por mês. 1.7 É possível assistir a filmes no setor, desde que agendado com justificativa da necessidade. 1.8 O uso da máquina para escrever Braille e do computador fora do dia estipulado, requer agendamento prévio. 1.9 Usar o computador para trabalhos e pesquisas relacionados ao estudo. 1.10 Usar a Internet com horário previamente marcado. 1.11 Permanecer no Setor nos horários de atividades. 1.12 Receber apoio na formatação de trabalhos e provas com atendimento individualizado no Setor com agendamento prévio.

20059 1.13 Usar o telefone para as necessidades de acompanhamento pedagógico. 1.14 Receber o material encaminhado ao Setor para adaptação como subsídio às atividades acadêmicas. Apoio pedagógico 3.1 Suporte à transcrição em Braille de provas e trabalhos. 3.2 Gravação de textos e provas. 3.3 Leitura de formulários, editais, recados de professores e manuais. 3.4 Preenchimento de formulários, inscrições, recadastramentos. 3.5 Incentivo à Formação de Grupo de Ledores. 3.6 Incentivo e orientação a estratégias de estudos. 3.7 Identificada a necessidade de complementação de conhecimento específico em alguma disciplina, solicitar do Departamento do Curso em questão, providências no sentido de suprir tal necessidade. 3.8 Intermediar junto aos professores e Departamentos, a suplementação do tempo para a entrega de Provas, Trabalhos e Exames Finais, desde que o aluno solicite com pelo menos 24 horas de antecedência. 3.9 Levar ao conhecimento de autoridades superiores irregularidades que tiver ciência em razão da competência do Programa, Resolução nº 120/2006 CEPE/UNICENTRO. Fonte: http://www.unicentro.br/pape/normas.asp Resolução Nº 120/2006-CEPE/UNICENTRO e a legislação vigente. A fim de prestar esse atendimento aos acadêmicos matriculados no programa, havia duas salas disponibilizadas na instituição (uma no campus Santa Cruz outra em Irati), três funcionários, cinco estagiários e dois coordenadores. Atualmente o programa conta com três salas, sendo a terceira instalada no CEDETEG ( Centro de Desenvolvimento Tecnológico de Guarapuava), um campus com cursos na área de ciências biológicas e exatas, ficando o campus Santa Cruz com cursos na área de ciências humanas.a partir da ampliação de salas novos estagiários foram contratados por tempo determinado. O programa conta com uma comissão gestora com membros de diferentes segmentos da universidade (representantes de setores de conhecimento e das áreas de deficiências), entretanto, não há ações específicas no sentido de organização de ações multidisciplinares para diminuir as dificuldades nem maior movimento de pesquisa dessa comissão a fim de levantar os principais entraves e barreiras a fim de buscar alternativas. Conforme informações da coordenação em entrevista, temos algumas dificuldades, e estas estão bem definidas como as atitudinais. É preciso que todos se envolvam, neste caso principalmente os professores, mas esta articulação entre professores, alunos e Programa ainda é bastante insuficiente.

20060 Em relação ao item acima tratado as dificuldades permanecem por questões de ordem que independem da vontade ou disposição dos envolvidos no programa, considerando que a maior dificuldade é o envolvimento ou participação de professores em cursos de formação ou pela busca de informações junto aos responsáveis pelo referido programa de orientações quanto a práticas pedagógicas ou mesmo de preparo de materiais que devem ser adaptados para as necessidades específicas dos alunos. Para analisar a organização e as ações desse programa, entramos em contato com a coordenação e os participantes e solicitamos a participação em forma de respostas às questões previamente elaboradas de questionário semi-estruturado contendo oito perguntas, objetivando levantar do local pesquisado ofertas e condições para processar a educação para os alunos com alguma NEE, quanto aos recursos, tais como financeiro; material; humanos / formação de professores; técnicos; acessibilidade. Os dados foram comparados aos enunciados pela legislação interna da instituição levantada, basicamente, no site institucional. Na investigação dos recursos materiais, os resultados mostram que, no atendimento de pessoas com deficiência visual, a IES oferta o programa DOSVOX para ler, pesquisar e digitar trabalhos, com o dispositivo de impressora a Braile. Para os deficientes visuais com cegueira total, utiliza o Braile, no conjunto de recursos como reglete, soroban e lupa. Para os alunos com baixa visão, utiliza-se texto ampliado, fonte 18 a 24. A instituição disponibiliza de sala de informática com 4 computadores, 3 scanners, 1 impressora simples, 1 multifuncional e 1 de Braile.Em relação aos materiais, no presente os alunos contam com um notebook além dos outros itens citados acima. Os problemas vivenciados na IES refletem a falta de disponibilidade de recursos no atendimento de alunos com necessidades especiais e, na elaboração de portarias, leis e decretos que institucionalizassem um programa com mais autonomia orçamentária para ter fôlego necessário a organizar ações efetivamente significativas no suporte a alunos e docentes. Mostra, entretanto, um hiato entre conhecimento, habilidades, políticas públicas e práticas e a capacidade do sistema de garantir que as pessoas com necessidades especiais tenham reais oportunidades (GLAT, 2007; OMOTE, 2001). Ainda em relação aos recursos disponibilizados para os surdos usuários de LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais), a IES oferta intérprete para os alunos surdos, embora em número insuficiente para suprir os cursos de graduação ofertados.

20061 Em relação aos intérpretes a instituição mantém atualmente 4 pessoas contratadas após a realização de um teste seletivo que por questões legais não existe a profissão de intérprete são contratados como professores, podendo os mesmos trabalharem também como professores em turnos diferentes dos horários em que atuam como intérpretes e assim podem completar a carga horária de até 20 horas em sala de aula. Quanto a acessibilidade, devido ao prédio ser bastante antigo, os blocos não possuíam elevador até 2012, embora existissem projeto para a colocação. A medida adotada pela IES foi a transferência para o andar térreo dos cursos ou salas com alunos cadeirantes, cerceando seu direito de ir e vir nas dependências institucionais. Somente em bloco construído recentemente foi instalado um elevador. A construção antiga da IES requer adaptações arquitetônicas, principalmente referentes à estrutura física - o espaço destinado ao atendimento de alunos é o mesmo desde a implantação do PAPE e não sofreu nenhuma ampliação. Foi considerado, nas entrevistas, que as adequações de acordo com as normas de acessibilidade condicionam à liberação de verbas de natureza político-administrativa. Em relação às normas de acessibilidade, a Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT/NBR 9050/1994 (p.56), comenta que: [...] promover a acessibilidade no ambiente construído é proporcionar condições de mobilidade, com autonomia e segurança, eliminando as barreiras arquitetônicas e urbanísticas nas cidades, nos edifícios, nos meios de transporte e de comunicação. Isto constitui um direito universal resultante de conquistas sociais importantes, que reforçam o conceito de cidadania. Os resultados obtidos a partir das informações prestadas pela funcionária concursada que responde pelo programa demonstram que os profissionais, incluem-se os professores, não têm informações/formação a respeito da educação inclusiva, como fundamentos, especificidades de cada deficiência, intervenção pedagógica, enfim, conhecimento mínimo que possibilitem o trabalho com alunos com necessidades especiais. Outro ponto que merece atenção é a carência de apoio técnico, devido ao número reduzido no que se refere ao preparo de material solicitado pelos professores, que permite antecipar os conteúdos desenvolvidos nas aulas. Além da falta de profissionais da área de saúde para orientar as eventuais emergências dos alunos. As dificuldades vividas pelas pessoas com necessidades especiais na IES pesquisada revelam que se esbarra no mais elementar dos problemas, qual seja a falta de verbas federais e estaduais e um não comprometimento dos gestores no que se refere à realidade nacional.

20062 Há, também, problemas pedagógicos decorrentes da falta de envolvimento dos professores dos diferentes departamentos pedagógicos com o problema. Frequentemente o aluno deficiente é considerado um problema, entretanto, não são demonstradas forças no sentido de buscar alternativas para dar respostas satisfatórias à resolução desse problema. As tabelas abaixo são referentes a dados colhidos junto ao programa respectivamente por ocasião da realização da pesquisa para a dissertação (2010) e os dados atuais (2013), apresentando números de alunos, cursos e séries. Tabela 2 Alunos atendidos pelo PAPE Deficiência Curso Série Sexo Surdez Pedagogia 3 M Baixa visão Letras literatura 4 M Dificuldade de aprendizagem Matemática 3 M Surdez Pedagogia 2 M Cegueira Letras literatura 2 F Baixa visão Pedagogia 2 M Insuficiência renal Pedagogia 4 F Diabetes/baixa visão Letras literatura 2 M Insuficiência renal Letras literatura 1 F Surdez (oralizado) Administração 3 M Depressão Farmácia 3 M Mental/visual Pedagogia 3 F Mental/motora Pedagogia 3 M Baixa visão/motora Geografia 2 M Motora Pedagogia 2 F Motora (cadeirante) Pedagogia 2 M Visual Pedagogia 2 M Fonte: Arquivos do PAPE 2009. Disponibilizados pela coordenação em 24/03/2010. Tabela 3 Alunos atendidos pelo PIA Deficiência Curso Série Sexo Surdez Pedagogia 3 M / F Baixa visão Pedagogia / História 4 M / F Surdez Pedagogia/Letras/Mat 3 /3/2 M /F Baixa visão Pedagogia / História 3/1/ 3 M/F Deficiência física Pedagogia / 2 F Fonoaudiologia Diabetes/baixa visão Letras 4 M Insuficiência renal Letras 4 F Mental/visual Pedagogia/Filosofia 1 /4 M / F Motora (cadeirante) Pedagogia 2 F Transtorno do humor História / Medicina Veterinária 3 / 2 M/F

20063 Fonte: Arquivos do PIA Disponibilizados pela coordenação 03/05/2013 Como pode ser observada nas tabelas de 2010 e 2013 a diferença quanto a ingresso em cursos apresentou diversidade quanto a escolha de cursos. Em 2010 predominava a presença de alunos com necessidades especiais na área de humanas, especificamente nos cursos de Pedagogia, Letras. Na tabela de 2013 temos a presença de alunos em cursos de Medicina Veterinária e Fonoaudiologia, áreas até então sem registro de alunos na instituição. As informações nos apresentam dados significativos quando pensamos a possibilidade de ingresso de um número cada vez maior de alunos em diferentes cursos e a importância de programas de atendimento a essa parcela da população nas instituições assim como a necessidade de investimento nesses programas. É importante frisar que, conforme regulamentação, é o aluno que precisa se apresentar ao programa e efetuar cadastro para receber o atendimento. Nesse ínterim, observamos que muitos outros alunos que apresentam NEE não recebem atendimento por não se vincularem ao PAPE (os motivos ainda não foram pesquisados de forma sistematizada, mas informalmente podemos indicar alguns: não conhecem o programa; preferem empreender os desafios sozinhos; preconceito - ou medo dele, quanto à sua limitação). Registramos, em relação a esse programa, muita força de vontade da coordenação em ampliar o atendimento e institucionalizar programa de apoio multidisciplinar com a presença de profissionais de áreas como a fisioterapia, psicologia, psicopedagogia - observamos, todavia, que esse objetivo ainda está distante de ser concretizado por motivos anteriormente discutidos, dentre os quais deficiências orçamentárias e falta de profissionais para atender à demanda sem prejuízo aos departamentos pedagógicos de efetivo para a carga horária em sala de aula. Outro ponto a ser destacado é que o programa dá suporte (mesmo que limitado) quase que exclusivamente aos alunos, os professores não aparecem nas prioridades de atendimento no sentido de orientações sobre encaminhamentos didático-pedagógicos especializados para os diferentes tipos de NEE apresentados. Não aparecem, também, nas metas do PAPE cursos de qualificação docente nem grupos de estudo ou pesquisa para fortalecer e disseminar as idéias de inclusão. Considerações finais

20064 A instituição mantém um Programa que deveria prever e prover as dificuldades encontradas a partir do ingresso de deficientes na instituição de ensino. Entretanto, o programa enfrenta desafios que vão desde a falta de efetivo profissional até a limitação da estrutura física e orçamentária que acaba restringindo as intervenções por exemplo, a implantação de uma equipe multidisciplinar permanente para apoio necessário. Esse programa assiste apenas o aluno, sendo que o profissional da docência fica sem apoio pedagógico necessário para orientar sua ação com o aluno especial. No entanto uma ressalva deve ser feita em relação ao programa mantido pela instituição. O programa ofertou um curso de libras para a comunidade como suporte para a inclusão, mas aparentemente a participação restrita por parte do corpo docente, demonstrando não ciência da inclusão como parte que lhes cabe no processo quanto a envolvimento e comprometimento com a educação. Outro ponto a ser considerado refere-se ao não conhecimento por parte dos docentes de seus direitos e deveres na instituição. O atendimento dos alunos e a necessidade de formação e assistência formada por equipe multidisciplinar para dar o suporte necessário para o processo inclusivo. O apoio ao professor regente de classe é condição sine qua non para o sucesso das ações de inclusão na universidade. A ausência de formação e informação adequada coloca o professor em situação de conflito a respeito do acolhimento do aluno especial o que, por vezes, agrava a condição de exclusão. REFERÊNCIAS Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT/NBR 9050/1994. Disponível: http://www.centroruibianchi.sp.gov.br/usr/share/documents/abntnbr9050_2004vc_2005. pdf Acesso: 21/03/2013 EGLER, Rosita. Especialista contesta modelo de inclusão. Folha de Londrina. Folha Opinião, p. 3. Veiculado em 30/03/2010. DEMO, Pedro. Metodologia Científica em Ciências Sociais. São Paulo: Atlas, 1984 Direitoshumanos. usp.br/counter/doc_histo/texto/direitos_homem_cidad.html.acesso em 15/09/2008 GLAT, Rosana (org.). Educação Inclusiva: Cultura e Cotidiano Escolar. Rio de Janeiro: Sete Letras, 2007

20065 LÜDKE, Menga e ANDRÉ, Marli E. D. A. Pesquisa em Educação: Abordagens Qualitativas. São Paulo: EPU, 1986 OMOTE, Sadao. A concepção de deficiência e a formação do profissional em educação especial. In: ALMEIDA, Maria Amélia, MARQUEZINE, Maria Cristina, TANAKA, Eliza Oshiro. Perspectiva multidisciplinar em educação especial. Londrina: Ed. UEL, 2001. PROGRAMA DE ATENDIMENTO AO(A)S ALUNO(A)S COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS.PAPE. CEPE/UNICENTRO/. Disponível: http://www2.unicentro.br/pia/normas-de-funcionamento/ Acesso: 21/03/2013 RESOLUÇÃO Nº 120/2006 CEPE/UNICENTRO. Disponível: http://www2.unicentro.br/pia/files/2012/10/resolucao_120-2006.pdf Acesso: 21/03/2013 RESOLUÇÃO 183/2002 CEPE/UNICENTRO. Disponível: http://www2.unicentro.br/pia/historico/ Acesso: 21/03/2013 RESOLUÇÃO Nº003/2007 CEPE/UNICENTRO. Disponível: http://www2.unicentro.br/pia/normas-de-funcionamento/ Acesso: 21/03/2013 RESOLUÇÃO Nº120/2006 CEPE/UNICENTRO. Disponível: http://www2.unicentro.br/pia/busca/?mssearch=resolu%c3%a7%c3%a3o+n%c2%ba+1 20%2F2006&msp=1&mswhere=all Acesso: 21/03/2013