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RESPONSÁVEIS Selma Furtado Magalhães Cleide Maria Carneiro da Ibiapaba Camila Alves Machado Joseana Taumaturgo Magalhães Falcão EDITORIAL Hospital Geral Dr. Waldemar Alcântara Revisão: Setembro de 2012 por Selma Furtado Magalhães e Alessandra Rocha Mororó 2
ÍNDICE 1. APRESENTAÇÃO... 4 2. OBJETIVOS... 6 3. PROFISSIONAIS E SERVIÇOS ENVOLVIDOS... 8 4. PADRONIZAÇÃO DAS COBERTURAS PARA ACESSOS VENOSOS... 9 5. CUIDADOS ESPECIAIS... 12 6. AVALIAÇÃO E INDICADORES... 13 7. INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS... 14 8. REFERÊNCIAS... 16 3
1. APRESENTAÇÃO A infusão de soluções e medicamentos via intravenosa é uma prática da área hospitalar. Nos Estados Unidos, a estimativa anual de infusões através de dispositivos venosos periféricos gira em torno de 150 milhões, as quais são realizadas em 30 milhões de pacientes, conforme BREGENZER et al. (1998). O acesso venoso periférico constitui-se em uma alternativa rápida e segura, indispensável nas situações de emergência. Os dispositivos intravenosos permitem à equipe de assistência à saúde uma via de acesso capaz de prover a infusão de grandes volumes ao paciente, sendo também utilizada para a infusão de medicamentos de efeitos diversos e de rápida resposta. Atualmente vários dispositivos são utilizados para obtenção de um acesso venoso. Este pode ser em veia periférica realizado, principalmente, através da rede venosa dorsal das mãos e antebraços, através de dispositivos de inserção central por veia periférica (PICC) ou acesso venoso central por dispositivo inserido diretamente nas veias jugular, femoral ou subclávia. Existem vários tipos de dispositivo no mercado para os mais diversos propósitos, variando desde o tamanho até o tipo de material de revestimento. Sabe-se que a administração intravenosa de fluidos estabelece uma conexão do meio externo com a circulação do sangue, que ultrapassa o principal mecanismo de defesa corporal, a 4
pele. Desta forma, o acesso vascular através da inserção de um dispositivo intravenoso não é um procedimento inócuo e está associado a um risco de ocorrência de infecções vasculares se manifestando nos locais de inserção dos dispositivos intravenosos, também podendo, na pior das hipóteses, levar a manifestações sistêmicas. Na literatura consultada são descritas várias complicações associadas ao uso de cateteres venosos, que, sem dúvida, acarreta riscos de morbimortalidade para os pacientes. Desta forma, critérios rigorosos de indicação e cuidados com os locais de inserção são pontos fundamentais para a diminuição de complicações imediatas e tardias. Considerando o grau de risco do processo, torna-se necessária uma padronização para fixação dos cateteres com a finalidade de minimizar os riscos, otimizar os recursos, proporcionar conforto ao paciente e cumprir as recomendações internacionais como as da INS (Infusion Nurses Society) e do CDC (Centers for Disesase Control and Prevention). No Hospital Geral Dr. Waldemar Alcântara foi implantado o protocolo de FIXAÇÃO SEGURA, padronizando as coberturas utilizadas nos diversos tipos de inserção de cateteres venosos, prevenindo as complicações, principalmente a FLEBITE que 5
constitui uma das complicações mais freqüentes associada à inserção de cateteres venosos periféricos. Clinicamente, os sinais da flebite são visualizados como cordões endurecidos e dolorosos acompanhados de calor e hiperemia local, o que traduz o processo inflamatório que poderá ou não apresentar edema. As causas mais frequentes são a infusão de substâncias intravenosas irritativas como glicose hipertônica, sedativos, analgésicos, contrastes radiológicos ou ainda quebra de técnica de punção venosa, propiciando contaminação local. Neste contexto, a visualização bem como a fixação adequada do cateter são fundamentais na prevenção de eventos adversos relacionados à punção. Referindo-se aos cateteres venosos centrais, um cuidado especial deve ser dispensado buscando a visualização do local da punção, a manutenção de um curativo estéril, contribuindo assim na prevenção de infecções sanguíneas. 2. OBJETIVOS Criar estratégias para a redução de perdas de dispositivos intravasculares; Relacionar o tempo de permanência in situ dos dispositivos venosos periféricos e centrais com o cuidado de enfermagem; Padronizar o método de fixação e cobertura de cateteres venosos periféricos e centrais; Garantir a permeabilidade e a monitorização do sítio de inserção dos cateteres venosos; 6
Colaborar com o controle da infecção hospitalar relacionada à inserção de cateteres; Treinar a equipe de enfermagem nas técnicas de fixação e cobertura segura de acessos venosos. 7
3. PROFISSIONAIS E SERVIÇOS ENVOLVIDOS: PRESCREVEM INFUSÃO DE MEDICAMENTOS POR VIA INTRAVENOSA; MÉDICO SOLICITAR PUNÇÃO DE ACESSO CENTRAL; REALIZA A INSERÇÃO DO ACESSO CENTRAL NO PACIENTE REALIZA A INSERÇÃO DO CATETER CENTRAL DE INSERÇÃO PERIFÉRICA. ENFERMEIRO REALIZA A INSERÇÃO DO CATETER PERIFÉRICO; PADRONIZA OS CURATIVOS DE COBERTURA DOS CATETERES VENOSOS; SOLICITA A COBERTURA DO ACESSO PARA A FARMÁCIA; NOTIFICA PARA A GERENCIA DE RISCO OS CASOS DE FLEBITE; TÉCNICO DE ENFERMAGEM REALIZA A PUNÇÃO VENOSA PERIFÉRICA E FIXA COM CURATIVO ESPECÍFICO IDENTIFICANDO DATA E HORA; AVALIA DIARIAMENTE O LOCAL DA VENOPUNÇÃO IDENTIFICANDO SINAIS FLOGÍSTICOS. SCIH PADRONIZA O TEMPO DE TROCA DOS CATETERES VENOSOS. CAF REALIZA O PROCESSO DE COMPRA; ESTOCAGEM E DISPENSARÃO DE COBERTURAS PARA ACESSOS VENOSOS CONFORME PADRONIZAÇÃO. FARMACÊUTICO PADRONIZA A DILUIÇÃO E CONCENTRAÇÃO DOS MEDICAMENTOS; AVALIA JUNTO COM A GERENCIA DE RISCO OS CASOS DE FLEBITE; 8
4. PADRONIZAÇÃO DAS COBERTURAS PARA ACESSOS VENOSOS UNIDADES PERFIL DO PACIENTE TIPO DE CATETER TIPO DE COBERTURA AMBULATÓRIO Permanência < 24 horas Cateter venoso periférico tipo escalpe Curativo IV Fix 5,0cmx7,4cm ENDOSCOPIA Paciente internado Cateter intravenoso periférico Curativo transparente fenestrado Tegaderm 7.0cmx7.0cm Paciente externo Cateter intravenoso periférico Curativo IV Fix 5,0cmx7,4cm CLÍNICA MÉDICA CLÍNICA CIRÚRGICA SALA DE RECUPERAÇÃO ANESTÉSICA (CENTRO Permanência > 24 horas Cateter intravenoso periférico Curativo transparente fenestrado Tegaderm 7.0cmx7.0cm Cateter venoso central Permanência < 24 horas Cateter intravenoso periférico Curativo IV Fix 5,0cmx7,4cm Curativo transparente IV 3000 4006 12cmx9cm ou Curativo transparente Tegaderm fenestrado 8,5cmx11,5cm Permanência > 24 horas Cateter intravenoso periférico Curativo transparente fenestrado Tegaderm 7.0cmx7.0cm Cateter venoso central Permanência < 24 horas Cateter intravenoso periférico Curativo IV Fix 5,0cmx7,4cm Curativo transparente IV 3000 4006 12cmx9cm ou Curativo transparente Tegaderm fenestrado 8,5cmx11,5cm 9
CIRÚRGICO) UCE 1 E 2 Permanência > 24 horas Cateter intravenoso periférico Curativo transparente fenestrado Tegaderm 7.0cmx7.0cm Cateter venoso central Curativo transparente IV 3000 4006 12cmx9cm ou Curativo transparente Tegaderm fenestrado 8,5cmx11,5cm PEDIATRIA 1 E 2 Permanência > 24 horas Cateter intravenoso periférico Curativo IV Fix 5cmx7,4cm (crianças maiores) UCE PEDIÁTRICA Cateter venoso central Curativo transparente IV 3000 5cmx6cm (lactentes) ou Curativo transparente Tegaderm fenestrado 5,0cmx5,7cm Curativo transparente IV 3000 4006 12cmx9cm ou Curativo transparente Tegaderm fenestrado 8,5cmx11,5cm Permanência > 24 horas Cateter intravenoso periférico Curativo IV Fix 5cmx7,4cm(quando for hemotransfusão ou administração de medicamento intermitente). Curativo transparente fenestrado Tegaderm 7.0cmx7.0cm (crianças maiores) Cateter venoso Central Curativo transparente IV 3000 5cmx6cm (lactentes) ou Curativo transparente Tegaderm fenestrado 5,0cmx5,7cm Curativo transparente fenestrado Tegaderm 7.0cmx7.0cm (crianças maiores) Curativo transparente IV 3000 5cmx6cm (lactentes) ou Curativo transparente Tegaderm fenestrado 5,0cmx5,7cm UTI ADULTO Permanência > 24 horas Cateter intravenoso periférico Curativo transparente fenestrado Tegaderm 7.0cmx7.0cm Cateter venoso central UTI NEONATAL Permanência > 24 horas Cateter central de inserção periférica - PICC Curativo transparente IV 3000 4006 12cmx9cm ou Curativo transparente Tegaderm fenestrado 8,5cmx11,5cm Curativo transparente IV 3000 5cmx6cm ou Curativo transparente Tegaderm fenestrado 5,0cmx5,7cm 10
Cateter intravenoso periférico Cateter venoso Central BMR Permanência > 24 horas Cateter central de inserção periférica - PICC Cateter intravenoso periférico Curativo IV Fix 5cmx7,4cm(quando for hemotransfusão) Curativo transparente IV 3000 5cmx6cm ou Curativo transparente Tegaderm fenestrado 5,0cmx5,7cm Curativo transparente IV 3000 5cmx6cm ou Curativo transparente Tegaderm fenestrado 5,0cmx5,7cm Curativo transparente IV 3000 5cmx6cm ou Curativo transparente Tegaderm fenestrado 5,0cmx5,7cm Curativo IV Fix 5cmx7,4cm(quando for hemotransfusão) Curativo transparente IV 3000 5cmx6cm ou Curativo transparente Tegaderm fenestrado 5,0cmx5,7cm UTI PEDIÁTRICA Permanência > 24 horas Cateter intravenoso periférico Curativo IV Fix 5cmx7,4cm(quando for hemotransfusão ou administração de medicamento intermitente). Curativo transparente IV 3000 4006 7cmx9cm (crianças maiores) Cateter venoso central de inserção periférica - PICC Cateter venoso central Curativo transparente IV 3000 5cmx6cm (lactentes) ou Curativo transparente Tegaderm fenestrado 5,0cmx5,7cm Curativo transparente fenestrado Tegaderm 7.0cmx7.0cm (crianças maiores) Curativo transparente Tegaderm fenestrado 5,0cmx5,7cm (lactentes) ou Curativo transparente IV 3000 5cmx6cm Curativo transparente fenestrado Tegaderm 7.0cmx7.0cm (crianças maiores) Curativo transparente IV 3000 5cmx6cm (lactentes) ou Curativo transparente Tegaderm fenestrado 5,0cmx5,7cm 11
5. CUIDADOS ESPECIAIS: A fixação de cateteres com coberturas estéreis e transparentes proporciona maior segurança para o paciente e a equipe de enfermagem deve observar rigorosamente e diariamente o local da venopunção, registrando no prontuário as alterações percebidas. Para detecção de sinais flogísticos de infiltração ou extravasamento de líquidos, a enfermagem utilizará os seguintes critérios: GRAU ESCALA DE CLASSIFICAÇÃO DE INFILTRAÇÃO E EXTRAVASAMENTO 0 Sem Sinais Clínicos SINAIS CLÍNICOS 1 Pele fria e pálida, edema menor que 2,5 cm, com ou sem dor local. 2 Pele fria e pálida, edema entre 2,5 e 15 cm, com pouca ou sem dor local. 3 4 Pele fria, pálida e translúcida, edema maior que 15 cm, dor local variando de média à moderada, possível diminuição de sensibilidade. Pele fria, pálida e translúcida, edema maior que 15 cm, dor local variando de moderada a severa, diminuição da sensibilidade e comprometimento circulatório. Ocorre na infiltração de derivados sanguineos e substâncias irritantes. Adaptado de: Alexander,M. Infusion-related complications. J. Intraven Nurs 2000, 23 (6S): S56-s58. 12
GRAU 0 Sem Sinais Clínicos 1 2 3 4 ESCALA DE CLASSIFICAÇÃO DE FLEBITE SINAIS CLÍNICOS Presença de eritema, ou sem dor no local ou edema, sem endurecimento e cordão fibroso não palpável. Presença de eritema, com ou sem dor local ou edema, com endurecimento e cordão fibroso não palpável. Presença de eritema, com ou sem dor no local ou edema, com endurecimento fibroso palpável. Presença de dor, com eritema e/ou edema, com endurecimento e cordão fibroso palpável maior que 2,5 cm de comprimento, drenagem purulenta. Adaptado de: Alexander,M. Infusion-related complications. J. Intraven Nurs 2000, 23 (6S): S56-s58. 6. AVALIAÇÃO E INDICADORES: SERÃO UTILIZADOS OS SEGUINTES INDICADORES PARA MONITORAMENTO DO PROTOCOLO: TAXA DE PACIENTES COM USO ADEQUADO DA FIXAÇÃO [Nº de pacientes que utilizaram Corretamente o curativo] X 100 [Nº de pacientes em medicação IV] TAXA DE PACIENTES COM FLEBITE [Nº de pacientes que apresentaram flebite] X 100 [Nº de pacientes em medicação IV] TAXA DE PACIENTES QUE APRESENTARAM INFILTRAÇÃO OU EXTRAVAZAMENTO [Nº de pacientes que apresentaram infiltração ou extravazamento] X 100 [Nº de pacientes em medicação IV] PERIODICIDADE: MENSAL PERIODICIDADE: TRIMESTRAL PERIODICIDADE: MENSAL 13
7. INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS: Os dados para análise serão coletados pelas Enfermeiras assistenciais através do preenchimento do instrumento de coleta de dados e analisados pelas coordenadoras das unidades mensalmente. Os dados analisados serão utilizados para melhorias na qualidade do serviço. 14
INSTRUMENTO DE GERENCIAMENTO DO PROTOCOLO DE FIXAÇÃO SEGURA DATA: / / NOME DO PACIENTE: UNIDADE/LEITO: DATA DE ADMISSÃO: DIAGNÓSTICO: DATA DA PUNÇÃO: IDADE: TIPO DE CATETER TIPO DE COBERTURA FIXAÇÃO CORRETA INFILTRAÇÃO OU EXTRAVASAMENTO ( ) PERIFÉRICO ( ) CENTRAL ( ) PICC ( ) HEMODIÁLISE ( ) SIM ( ) NÃO ( ) SIM DATA / / ( ) NÃO RESPONSÁVEL PELA INFORMAÇÃO: 15
8. REFERÊNCIAS: Alexander M. Infusion-related complications. J Intraven Nurs 2000, 23 (6S): s56-s58. Bregenzer, T.; Conen, D.; Sakmann, P.; Widmer, A.F. Is Routine replacement of peripheral intravenous catheters necessary? Arch. Intern Med., v. 158, n. 2, p. 151-6, 1998. Centers for Disease Control and Prevention. Guideline for the prevention of intravascular catheter-related infections. MMWR 2002; 51 (RR-10):1-26. Infusion Nurses Society Brasil:diretrizes práticas para terapia intravenosa.2008:32. 16