GESTÃO DO CURRÍCULO: ENSINO DO INGLÊS NO 1.º e 2.º CICLOS DO ENSINO BÁSICO RELATÓRIO Agrupamento de Escolas D. António Ferreira Gomes Distrito do Porto Concelho de Penafiel Data da intervenção: de 24-11-2017 a 30-11-2017 Área Territorial de Inspeção Norte
ENQUADRAMENTO DA AÇÃO As políticas educativas nacionais espelham a relevância conferida à Língua Inglesa e o forte investimento na melhoria das competências linguísticas dos alunos no que concerne a esta língua estrangeira. Após a implementação do ensino do Inglês no 1.º ciclo do ensino básico (CEB), através das atividades de enriquecimento curricular, generalizadas aos quatro anos, seguindo a tendência dos sistemas educativos na Europa, a disciplina de Inglês foi integrada no currículo do 1.º CEB. Assim, o Decreto-Lei n.º 176/2014, de 12 de dezembro, introduz o ensino da Língua Inglesa com carácter obrigatório para todos os alunos que ingressaram no 3.º ano de escolaridade no ano letivo de 2015/2016, e, a partir de 2016/2017, para o 3.º e 4.º anos, estabelecendo ainda a possibilidade de as escolas poderem proporcionar o complemento ou a iniciação anterior do estudo desta língua. A Portaria n.º 197/2017, de 23 de junho, que repristina a Portaria n.º 260-A/2014, de 15 de dezembro, redefine a correspondência entre os níveis de proficiência do Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas e os anos de escolaridade para a aprendizagem do Inglês entre o 3.º e o 12.º anos. O Despacho n.º 9442/2015, de 19 de agosto, homologa as Metas Curriculares para o 1.º, 2.º e 3.º CEB. Tais iniciativas traduzem o reconhecimento da importância da iniciação precoce do ensino da Língua Inglesa, patente ainda no investimento que tem vindo a ser realizado ao nível da formação dos docentes e da criação de um grupo de recrutamento específico para o 1.º CEB, o 120. Em maio de 2017, um estudo da DGEEC, centrado no 2.º CEB e no ano letivo de 2014/2015, destaca as disciplinas de Inglês e de Português como ocupando o segundo e terceiro lugares, respetivamente, de maior número de classificações negativas a nível nacional entre os alunos matriculados no 5.º e 6.º anos de escolaridade. Tais resultados afiguram-se preocupantes, atendendo às políticas educativas anteriormente descritas, implementadas no sentido da melhoria das competências linguísticas dos alunos. Com esta atividade, a IGEC procura conhecer e acompanhar o desenvolvimento do ensino do Inglês no 1.º e 2.º CEB e pretende contribuir para a construção de uma atuação estratégica orientada para o sucesso da disciplina de Inglês. 2
OBJETIVOS Objetivo Geral Induzir práticas pedagógicas eficazes, no âmbito da disciplina de Inglês, que se reflitam nas aprendizagens dos alunos e na melhoria dos seus resultados. Objetivos Operacionais Apreciar as práticas de ensino do Inglês curricular no 1.º e 2.º CEB; Incentivar a reflexão crítica em torno das questões do ensino e aprendizagem da Língua Inglesa; Promover: - a autoavaliação das práticas; - a articulação e sequencialidade entre anos e ciclos; - as metodologias diversificadas; - a melhoria das experiências de aprendizagem dos alunos. Contribuir para uma gestão do currículo mais eficaz de modo a garantir maior impacto nos resultados dos alunos. O presente relatório apresenta à escola as conclusões relativas aos aspetos mais positivos e aqueles a melhorar, no que concerne a três domínios e tem como finalidade contribuir para uma gestão do currículo mais eficaz ao nível do ensino do Inglês, com impacto positivo nas aprendizagens e nos resultados dos alunos. A. PLANEAMENTO CURRICULAR NO ÂMBITO DA DISCIPLINA DE INGLÊS NO 1.º E 2.º CEB Aspetos mais positivos - A elaboração do Perfil das Aprendizagens no Final do 1.º ciclo, onde se inclui o Inglês, em linha com os critérios de avaliação. - A construção do Cross Curricular Planning enquanto documento de planeamento da articulação curricular interdisciplinar no 1.º CEB. 3
- A previsão de reuniões de articulação entre o 1.º e o 2.º CEB para o planeamento e reflexão sobre o trabalho interciclos. - A análise pelos departamentos curriculares do 1.º CEB e de Línguas do tratamento estatístico realizado pela equipa de autoavaliação e a existência de grelhas que incidem nas dificuldades gerais, estratégias usadas e propostas, o que convida à reflexão sobre o planeamento em continuum. - O investimento na ação de melhoria respeitante à supervisão pedagógica entre pares experienciada em anos anteriores, sob o lema Alunos motivados para a Escola com regresso a casa felizes, com reflexos positivos na cooperação, na planificação conjunta, na partilha de materiais e de metodologias educativas. Aspetos a melhorar - A definição de objetivos, metas e estratégias para o desenvolvimento do processo de ensino e de aprendizagem da língua Inglesa nos documentos de planeamento da ação estratégica do Agrupamento. - O desenvolvimento de um trabalho colaborativo, ao longo do ano letivo, que possibilite uma efetiva articulação entre áreas/disciplinas e ciclos. - A explicitação, no planeamento curricular no âmbito do Inglês, da articulação com a Atividade de Enriquecimento Curricular de Inglês (1.º e 2.º anos), bem como a sequencialidade das aprendizagens no 2.º CEB. - A inclusão, no planeamento curricular estratégico, de modos de trabalho e de dinamização de atividades promotoras do desenvolvimento de valores e de competências nos alunos, que lhes permitam responder aos desafios complexos deste século, tal como prevê o Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória. - A dotação das bibliotecas escolares do Agrupamento de recursos multimédia e bibliográficos, que promovam a literacia em língua Inglesa, bem como o apoio à leitura extensiva. B. DESENVOLVIMENTO CURRICULAR NO ÂMBITO DA DISCIPLINA DE INGLÊS NO 1.º e 2.º CEB Aspetos mais positivos - O tratamento de forma equitativa de todos os alunos por parte dos docentes, o incentivo à participação dos alunos, bem como o uso de feedback construtivo. - A utilização de instrumentos de observação da prática letiva entrepares, com informação de retorno acerca de diversas dimensões do trabalho em sala de aula. Aspetos a melhorar - A utilização de abordagens, técnicas, materiais e instrumentos de avaliação adequados ao 1.º CEB. 4
- A intensificação do uso do Inglês através da compreensão e produção orais, privilegiando e encorajando a interação entre os alunos, em trabalho de pares e de grupo, e, assim desenvolver as competências linguística, sociolinguística, discursiva, estratégica, intercultural e de processo. - O recurso a práticas pedagógicas diferenciadas que respondam à variedade de motivações, interesses, necessidades e ritmos dos alunos da mesma turma. - A adoção de metodologias centradas no aluno que o tornem ativo e consciente da sua própria aprendizagem, bem como o desenvolvimento de projetos e atividades transversais aos diferentes ciclos de ensino, inscrevendo-os no Plano Anual de Atividades. - A ponderação sobre a utilização de soluções organizativas, que possibilitem a prática da oralidade e da produção escrita, como previstas nos normativos em vigor, como é exemplo a prevista no n.º 6 do art.º 13.º do Despacho normativo n.º 4-A/2016, de 16 de junho, ou seja, de modo a possibilitar o desenvolvimento da oralidade e da produção escrita, as escolas organizam os horários das turmas, podendo, para tal, encontrar soluções organizativas diversas que podem passar pela marcação de um tempo semanal simultâneo de português e de língua(s) estrangeira(s) dividindo-se, nesse tempo, os alunos numa lógica de trabalho de oficina, conjugada com os recursos do Laboratório de Oficina de Línguas. - A reflexão sobre a pertinência dos trabalhos de casa, no sentido da sua intencionalidade de contributo para o desenvolvimento cognitivo de complexidade crescente, da criatividade e do espírito crítico dos alunos. C. AVALIAÇÃO CURRICULAR NO ÂMBITO DA DISCIPLINA DE INGLÊS NO 1.º e 2.º CEB Aspetos mais positivos - A divulgação dos critérios de avaliação junto dos diversos intervenientes, após a sua definição pelo conselho pedagógico. - A realização da aferição, entre docentes, da avaliação dos progressos das aprendizagens dos alunos. Aspetos a melhorar - O envolvimento do aluno no seu processo educativo e avaliativo, através da utilização de instrumentos de registo que permitam o acompanhamento das suas aprendizagens e aquisições linguísticas. - A participação de todos os docentes no projeto de supervisão pedagógica já encetado pelo Agrupamento, valorizando-o como uma oportunidade de desenvolvimento profissional que fomenta a atualização, a inovação e a mudança. - A criação de rotinas de avaliação por parte dos docentes sobre as suas práticas letivas, tendo em vista a reorientação das metodologias utilizadas no processo de ensinoaprendizagem e o reforço da pedagogia diferenciada centrada no aluno. 5
- O aprofundamento da reflexão, nas estruturas de coordenação educativa e supervisão pedagógica, sobre os resultados obtidos, articulando-a com a eficácia das estratégias propostas em grelha para cada período letivo. - A realização de formação contínua, no que concerne ao ensino do Inglês, através da exploração das oportunidades de desenvolvimento profissional. Data: 30-11-2017 A Equipa Inspetiva: Graça Costa Irene Marques Concordo. À consideração do Senhor Inspetor-Geral da Educação e Ciência, para homologação. Homologo O Subinspetor-Geral da Educação e Ciência A Chefe de Equipa Multidisciplinar da Área Territorial de Inspeção do Norte Maria Madalena Moreira 2018-02-07 Por subdelegação de competências do Senhor Inspetor-Geral da Educação e Ciência nos termos do Despacho n.º 10918/2017, de 15 de novembro, publicado no Diário da República, 2.ª série, n.º 238, de 13 de dezembro de 2017 6