ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA ORÇAMENTO PÚBLICO
Atualizado em 16/10/2015 ORÇAMENTO PÚBLICO O orçamento anual da União é composto pelos orçamentos: Fiscal, da Seguridade Social e de Investimento das Estatais. Ele prevê todos os recursos e fixa todas as despesas do Governo Federal, referentes aos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. Nenhuma despesa poderá ser realizada se não estiver autorizada no orçamento anual (na LOA) ou em lei de créditos adicionais, e todas as despesas devem ser inseridas no orçamento sob a forma de programas. O Orçamento Público expressa o esforço do Governo para atender à programação requerida pela sociedade, a qual é financiada com as contribuições de todos os cidadãos por meio do pagamento de tributos, contribuições sociais e tarifas de serviços públicos. No Brasil, o Orçamento Público tem caráter autorizativo, e não impositivo. Quando o orçamento anual é aprovado, transformando-se na LOA Lei Orçamentária Anual, apenas contém a autorização do Poder Legislativo para que, no decorrer do exercício financeiro, o gestor público verifique a real necessidade e utilidade de realização da despesa autorizada, e, sendo ela necessária, proceda a sua execução. Portanto, ele não é obrigatório, visto que compete ao gestor público analisar a conveniência e a oportunidade de realização da despesa autorizada pela LOA. No entanto, com relação às despesas obrigatórias estabelecidas pela Constituição ou mediante lei, não há que se falar em caráter autorizativo do orçamento. Para essas, o caráter será sempre obrigatório, e, portanto, impositivo. Mas com relação às despesas não obrigatórias, a sua execução insere-se na discricionariedade do gestor. Ainda assim o Orçamento Público brasileiro é considerado autorizativo. O Orçamento Público materializa-se numa lei, a LOA Lei Orçamentária Anual. A LOA é o instrumento por meio do qual o Governo estima as receitas que irá arrecadar e fixa os gastos que pretende realizar durante o ano. A LOA é um documento anual (uma lei) elaborada pelo Executivo e aprovada pelo Legislativo, pela qual ficam autorizadas as despesas públicas e previstas (estimadas) as receitas orçamentárias. FUNÇÕES CLÁSSICAS DO ORÇAMENTO
Alocativa: visa à promoção de ajustamentos na alocação de recursos quando no setor privado não há a necessária eficiência de infraestrutura econômica ou provisão de bens públicos e bens meritórios. É o Estado oferecendo determinados bens e serviços necessários e desejados pela sociedade, porém que não são providos pela iniciativa privada. Distributiva: visa à promoção de ajustamentos na distribuição de renda. Surge em virtude da necessidade de correções das falhas de mercado, inerentes ao sistema capitalista. Visa tornar a sociedade menos desigual em termos de renda e riqueza. Estabilizadora: visa a manter a estabilidade econômica, principalmente a manutenção de elevado nível de emprego e a estabilidade nos níveis de preços. Destaca-se ainda a busca do equilíbrio no balanço de pagamentos e de razoável taxa de crescimento econômico. TIPOS DE ORÇAMENTO Executivo: todas as etapas do ciclo orçamentário são realizadas pelo Poder Executivo. Legislativo: a maior parte das etapas é realizada pelo Poder Legislativo (elaboração; discussão/estudo/aprovação; avaliação/controle). O Poder Executivo é o responsável pela execução. Misto: Poder Legislativo responsável pela etapa de discussão/estudo/aprovação e de avaliação/controle; Poder Executivo responsável pela elaboração e pela execução do orçamento. No Brasil o orçamento é do tipo misto, visto que a iniciativa cabe ao Poder Executivo, mas sua aprovação é submetida ao Poder Legislativo, bem como o seu controle e julgamento. Os dois poderes participam ativamente do processo orçamentário. ASPECTOS DO ORÇAMENTO Político: tem a característica do grupo partidário que detém a maioria, consoante a escolha dos cidadãos. Diz respeito à sua característica de plano de governo ou programa de ação do grupo partidário que detém o poder. Econômico: atribui ao orçamento, como plano de ação governamental que é, o poder de intervir na atividade econômica. Jurídico: é a ótica em que se define ou integra a lei orçamentária no conjunto de leis do país.
Financeiro: representa o fluxo financeiro gerado pela entrada de recursos, obtidos com a arrecadação de receitas, e os dispêndios com as saídas de recursos proporcionados pelas despesas, evidenciando a execução orçamentária. Técnico: representa o conjunto de formalidades e regras técnicas e legais exigidas, na elaboração, na aprovação, na execução e no controle do orçamento. Antigamente, o orçamento era apenas um meio de controle político do Legislativo sobre o Executivo, mas tanto a finalidade quanto os conceitos evoluíram e o Orçamento Público tornou-se bem mais abrangente que a simples previsão de receita e fixação de despesa. O orçamento moderno é um plano que expressa em termos de dinheiro, para um período de tempo definido, o programa de operações do Governo e os meios de financiamento desse programa. O orçamento evoluiu para um instrumento básico de administração e, dessa forma, cumpre muitas funções, dentre as quais a de ser instrumento de controle econômico; instrumento do planejamento governamental; ser utilizado para controlar gastos; ser visto como um programa de Governo através do qual havia de se demonstrar não apenas a elaboração financeira, mas também a orientação do Governo. Atualmente, o orçamento deixou de ser mera peça orçamentária e tornou-se um poderoso instrumento de intervenção na economia e na sociedade. O orçamento tem aspecto político, porque revela ações sociais e regionais na destinação das verbas. Tem também características econômicas, porque manifesta a realidade da economia. É técnico, porque utiliza cálculos de receita e despesa e tem, ainda, aspectos jurídicos, porque atende às normas da Constituição Federal e leis infraconstitucionais. ESPÉCIES DE ORÇAMENTO Orçamento tradicional: falta de planejamento da ação governamental; mero instrumento contábil; considera apenas as necessidades financeiras das unidades organizacionais. O Orçamento Tradicional é um documento de previsão de receita e autorização de despesas com ênfase no gasto. É um processo orçamentário em que apenas uma dimensão do orçamento é explicitada, qual seja, o objeto de gasto. Sua finalidade era ser um instrumento de controle político do Legislativo sobre o Executivo. Orçamento de desempenho (ou por realizações): enfatiza o resultado dos gastos e não apenas os gastos em si; ainda desvinculado de um planejamento central das
ações do governo. Buscava saber o que o Governo fazia (ações orçamentárias) e não apenas o que comprava (elemento de despesa). Orçamento de base zero: análise crítica de todos os recursos solicitados pelos órgãos governamentais; não utiliza o ano anterior como valor inicial mínimo. Cada despesa é tratada como uma nova iniciativa de despesa, e a cada ano é necessário provar as necessidades de orçamento, competindo com outras prioridades e projetos. Inicia-se todo ano partindo do zero. Orçamento programa: planejamento e orçamento integrados; instrumento de planejamento da ação do governo por meio da identificação dos seus programas de trabalho, projetos e atividades, com o estabelecimento de objetivos e metas a serem implementados e previsão de custos relacionados. É a única técnica que integra planejamento e orçamento, e como o planejamento começa pela definição de objetivos, não há Orçamento Programa sem definição clara de objetivos. Essa integração é feita através dos programas, que são os elos de união entre planejamento e orçamento. Orçamento participativo: participação real da população no processo de elaboração e alocação dos recursos de forma eficiente e eficaz segundo as demandas sociais. A comunidade é parceira e o Poder Executivo não é obrigado a seguir as sugestões da população, no entanto, deve ouvi-las. Orçamento tradicional Dissociação entre planejamento e orçamento. Visa à aquisição de meios. Consideram-se as necessidades financeiras da unidade. Ênfase nos aspectos contábeis. Classificação principal por unidades administrativas e elementos. Acompanhamento e aferição de resultados praticamente inexistentes. Controle da legalidade e honestidade do gestor público. Orçamento programa Integração entre planejamento e orçamento. Visa a objetivos e metas. Consideram-se as análises das alternativas disponíveis e todos os custos. Ênfase nos aspectos administrativos e de planejamento. Classificações principais: funcional e programática. Utilização sistemática de indicadores para acompanhamento e aferição de resultados. Controle visa a eficiência, eficácia e efetividade. Aos autores não referenciados, todos os direitos reservados.