Tecnologias de Informação e o Género Um Espaço de Oportunidades Organização da Mulher Angolana OMA 23 de Março 2012. Prof. Doutor. Engº Pedro S.

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Transcrição:

1

Tecnologias de Informação e o Género Um Espaço de Oportunidades Organização da Mulher Angolana OMA 23 de Março 2012 Prof. Doutor. Engº Pedro S. Teta 2

As tecnologias de Informação podem jogar um papel importante na vida de milhares de mulheres do nosso pais. Com as TIC as mulheres conseguem estar mais interligadas, mais seguras e pode abrir novas oportunidades profissionais para as mulheres. Hoje a nível mundial infelizmente o sector das TIC ainda não conseguiu explorar o grande talento das mulheres Angolanas. Esta situação não é só mau para o sector das TIC como é mau para aquelas mulheres que podem criar novas oportunidades para elas mesmas e para suas famílias, através de bons empregos neste sector que gera bons salários em comparação com outros empregos. 3

TIC e CONTEXTO A Evolução tecnológica e a transformação das novas economias para uma economia baseada no conhecimento, tem criado uma demanda de mão de obra qualificada com diferentes competências no domínio das TIC. Esta demanda no domino das TIC é ainda mais interessante por ser uma demanda transversal a vários sectores de actividade tais como, os serviços, transportes, saúde, educação, administração publica etc só para citar algumas áreas. 4

TIC e RIQUEZA Hoje é indiscutível que as TIC geram riquezas. O Mercado das TIC conforme dados da Empresa GARTNER, no período 2007-2012 tem um crescimento médio a volta de 5,7%, e por exemplo só em 2008 as TIC geraram 963,5 bilhões de Euros. Mesmo com a Crise é indiscutível que o sector das TIC será uma das mais dinâmicas e a capacidade dos países de recuperar da recessão dependera da capacidade inovadora dos Países neste sector. 5

TIC e EMPREGOS As Investigações feitas demonstram-nos por exemplo que entre 2006-2020 só na comunidade Europeia hão de criar-se mais de 105 milhões de empregos no domínio das TIC, sendo 20 milhões novos empregos e 85 milhões de empregos do pessoal que será aposentada neste domínio. 6

TIC e EDUCAÇÃO A Nível da educação esta mais do que demonstrado que a nível do ensino primário e médio as raparigas são melhor do que os rapazes e mostram um grande interesse para as ciência físicas e matemáticas. Contudo é surpreendente que chegado ao nível da Licenciatura existe uma grande discrepância entre homens e mulheres a optarem para as ciências e Tecnologia. 7

TIC e SALARIOS A Diferença salarial entre Homens e Mulheres nas grandes corporações a nível das TIC em funções administrativas é de aproximadamente 30% e nas pequenas empresa a diferença cifra-se a volta de 28%. Na Europa nas profissões de física, matemática e Engenharia a mulher ganha a volta de 22% menos do que os homens e no sector publico a volta de 29% menos. 8

A MULHER NOS ORGÃOS DE DECISÃO DAS TIC Das 500 empresas cotadas no ranking da revista fortune em 2009 por exemplo só encontramos 13 mulheres a presidirem as respectivas empresas. Excepção os países nórdico ande a quota chega a 28,8% de mulheres, e que só foi possível graças a implementação de politicas proactivas e quotas. 9

TIC e GENERO A sociedade de informação deve ser construída com as mulheres, incorporando todo seu talento, necessidades e capacidade criativa. AS mulheres devem ser agentes activas, mais participativas, aproveitando todas oportunidades, estimulando o desenvolvimento de novas soluções e alternativas. 10

A nível mundial observa-se o seguinte fenómeno: Na idade dos 15 anos tanto as raparigas como os rapazes tem as mesmas preferências, habilidades e capacidades no domínio da Ciência e Tecnologia. Mais a medida que vão crescendo convertendose em adultos, as raparigas tem a tendência de abandonar as Engenharias e as tecnologias em detrimento de outras profissões. Quando chegam a Universidade o numero de mulheres cientificas é seis vezes menor que os homens. 11

Fosso entre homens e mulheres nas TIC: A Nível do uso de telefones Moveis temos uma relação de 92% mulheres contra 92,3% Homens. A Nível das compras via Internet temos uma relação de 15,4% mulheres contra 19,4% Homens. A Nível do uso da internet temos uma relação de 61,3% mulheres contra 67% Homens. A Nível do uso do computador temos uma relação de 64,4% mulheres contra 70,4% Homens. 12

A Nível do fosso de utilização e intensidade de uso podemos constatar o seguinte: As mulheres predominam enquanto usuários menos frequentes. Os homens fazem um uso mais Ócio, de consumo e lúdico. As mulheres fazem um uso mais funcional. 13

A Nível da presença das mulheres no sector das TIC podemos constatar o seguinte: A Nível dos estudantes universitário a media entre Homens e mulheres nas ciências técnicas é de 73,7% homens contra 26,9% mulheres. A nível da Licenciatura é de 72,9% homens contra 27,1% mulheres. A nível do mercado de emprego em Angola não temos estatísticas, mais a nível da Europa por exemplo a diferença entre Homens e mulheres é de 6,8%. 14

A nível dos organismos de tomada de decisão a nível das TIC: Nos conselhos de administração das principais 160 empresas Tic da Europa, encontraremos 91,1% homens e 8,9% Mulheres. A Nível de Empresas de telecomunicações das principais 150 empresas Europeias encontraremos 93,7% homens e 6,3% mulheres. 15

Em função do acima exposto é necessário criarse uma agenda digital angolana que atenda a um crescimento inteligente, sustentável e inclusivo de forma a garantir: Um mercado digital dinâmico; Interoperabilidade e normas; Confiança e segurança; Acesso rápido e ultra-rápido da Internet; Investigação e Inovação; Fomentar a alfabetização e capacidade de inclusão digital; 16

Plano de acção para igualdade na Sociedade de Informação; Formação em Habilidades TIC; Presença da mulher na Internet; A Mulher nas carreiras cientificas e Tecnológicas; Promoção de conteúdos criados por mulheres; 17

Projectos públicos com linguagem e conteúdos que não sejam relacionados com sexo ; Criação eventual de um fundo em matéria de sociedade de Informação e Igualdade; TIC como meio para fomentar a igualdade do género; Garantir a igualdade do género na Sociedade de informação; 18

Temos consequências de varia ordem com a ausência da mulher do sector das TIC. Uma das principais consequências é o desperdício do talento e potencial das nossas mães, irmãs, esposas, colegas, companheiras que pode ser melhor aproveitado neste sector em franco desenvolvimento. A Brecha do género no domino das TIC não será nunca auto-regulável, necessitara de um conjunto de politicas pró-activas para corrigir esta situação. 19

FINAL DA APRESENTAÇÃO Agradecimentos Professor Pedro Sebastião Teta www.pedroteta.org 20