Governança urbana, Estratégia 2020 e Crescimento Inteligente: Da retórica das cidades criativas à facilitação das dinâmicas criativas
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- Alana Alcaide Caetano
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1 Governança urbana, Estratégia 2020 e Crescimento Inteligente: Da retórica das cidades criativas à facilitação das dinâmicas criativas Pedro Costa Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-IUL (Dep. Economia Política) DINÂMIA CET Centro de Estudos sobre a Mudança Socioeconómica e o Território) Fórum 2012: Governança e Gestão das Cidades à luz da Estratégia UE de Março, Castelo Santiago da Barra, Viana do Castelo
2 Estrutura 1. A estratégia 2020 e os objectivos para o crescimento inteligente 2. Os desafios ao desenvolvimento urbano e a retórica da criatividade 3. Da retórica do criativo à facilitação da criatividade urbana: alguns exemplos 4. Alguns princípios-chave para a intervenção pública
3 1) A estratégia 2020 e os objectivos para o crescimento inteligente 3 Prioridades 5 objectivos para 2020 Crescimento inteligente Crescimento sustentável Crescimento inclusivo 1. Emprego - aumentar para 75% a taxa de emprego na faixa etária dos anos 2. I&D - aumentar para 3% do PIB o investimento da UE na I&D 3. Alterações climáticas e energia - reduzir as emissões de gases com efeito de estufa em 20% (ou em 30%, se possível) relativamente aos níveis registados em obter 20% da energia a partir de fontes renováveis - aumentar em 20% a eficiência energética 4. Educação - reduzir as taxas de abandono escolar para níveis abaixo dos 10% - aumentar para, pelo menos, 40% a percentagem da população na faixa etária dos anos que possui um diploma do ensino superior 5. Pobreza e exclusão social - reduzir, pelo menos, em 20 milhões o número de pessoas em risco ou em situação de pobreza ou de exclusão social
4 A estratégia 2020 e os objectivos para o crescimento inteligente As iniciativas emblemáticas Crescimento inteligente Crescimento sustentável Crescimento inclusivo - Agenda Digital para a Europa - União da Inovação - Juventude em movimento - Uma Europa eficiente em termos de recursos - Uma política industrial para a era da globalização - Agenda para Novas Competências e Empregos - Plataforma europeia contra a pobreza - Transversalidade - Desafios à governação e governança territorial - Pressuposto do crescimento
5 A estratégia 2020 e os objectivos para o crescimento inteligente Crescimento inteligente: Pressupõe melhores resultados a nível da UE em matéria de: - educação (encorajar as pessoas a aprender, estudar e actualizar as suas competências); - investigação e inovação (criação de novos produtos e serviços que fomentem o crescimento e o emprego e contribuam para dar resposta aos desafios sociais); - sociedade digital (utilização das tecnologias da informação e da comunicação).
6 Alguns dos objectivos da UE para promover o crescimento inteligente: 1. Aumentar para 3% do PIB da UE o nível conjunto do investimento público e privado na investigação e desenvolvimento (I&D) e na inovação e melhorar as condições de crescimento do sector. 2. Aumentar para 75% até 2020 a taxa de emprego na faixa etária dos 20 aos 64 anos, inserindo mais pessoas no mercado de trabalho, especialmente as mulheres, os jovens, os trabalhadores mais idosos ou pouco qualificados e os migrantes legais. 3. Aumentar os níveis de sucesso escolar, nomeadamente através: da redução das taxas de abandono escolar para níveis abaixo dos 10%; do aumento da percentagem da população na faixa etária dos 30 aos 34 anos que conclui o ensino superior (ou equivalente) para, pelo menos, 40%. Mas -E o contexto actual? -E para além destas metas? Riscos de trabalhar para os indicadores
7 2) Os desafios ao desenvolvimento urbano e a retórica da criatividade A globalização e as reestruturações actuais e o espaço urbano e as atractivas retóricas da criatividade (e suas múltiplas origens) - Atrair classes criativas - Promover instrumentos de actuação e planeamento criativos - Desenvolver as actividades culturas e criativas Os sinais: -Bairros culturais e criativos -Equipamentos emblemáticos ou mobilizadores -A reconversão de frentes portuárias e zonas industriais -Os eventos -As instituições -A incubação de actividades -Os contextos multiculturais e interculturais -
8 Os desafios ao desenvolvimento urbano e a retórica da criatividade - Mas - Criatividade como transversal e presente em toda a economia - Criatividade como relativa e contextual - Criatividade como algo que se promove de forma institucionalizada? E depois das retóricas? -As dinâmicas criativas -As políticas transversais?
9 3) Da retórica do criativo à facilitação da criatividade urbana: alguns exemplos Dinâmicas criativas < > motivações / conflitos <-> governança - Os bairros criativos -As zonas industriais em reconversão -Os eventos -Equipamentos e instituições
10 Os bairros criativos
11 As zonas industriais em reconversão
12 Equipamentos / instituições
13 Os eventos
14 O exemplo do projecto CreatCity ( (os 10 estudos de caso): Lisboa Barcelona São Paulo - Bairro Alto - Gracia - Vila Madalena - Alcântara - 22@ - SP Fashion Week - Martim Moniz - Palo Alto - SESC - Almada Diversidade de situações: - territórios vs projectos/experiencias - bottom-up vs top-down - iniciativas de origem pública / privada / mista - centrais / periféricas - actividades alternativas / mainstream - Estudo de cada caso à luz de um quadro conceptual específico - MEIOS CRIATIVOS - GOVERNANÇA
15 Principais mecanismos de governança e actuação pública Que mecanismos de governança estão subjacentes a estes casos de sucesso? Experiencias muito diversas: (I) Iniciativa Privada Iniciativa Pública Nucleares (liderados por grandes instituições) SP Fashion Week SESC 22@ Relacionais / Hierarquicos, baseados em agentes centrais) Alcântara Palo Alto Extensivos - coerentes (tendendo à autoorganização) Bairro Alto Vila Madalena B. Gracia Extensivos difusos M. Moniz Almada
16 Principais mecanismos de governança e actuação pública Que mecanismos de governança estão subjacentes a estes casos de sucesso? Experiencias muito diversas: (II) Territórios Projectos específicos: Bairros Culturais, com muitos agentes diversificados em colaboração regular Áreas ex-industriais em reconversão / reabilitação Espalhados em diversas partes da cidade Bairros específicos, com muitos agentes diversificados, mas sem ccoperarem muito a este nível usualmente B. Gracia Bairro Alto Vila Madalena Almada M. Moniz Alcântara 22@ Palo Alto SP Fashion Week SESC
17 Factores cruciais para a sustentabilidade (uma gestão permanente das tensões (in)visíveis) Evolução das condições estruturais da experiência / território (dinâmicas endógenas) (p.e. densidade, dimensão, heterogeneidade, reputação simbólica, ) Produção do valor simbólico (imagem, papel dos processos de mediação, mas também auto-representações e identidades comuns Evolução das condições do contexo urbano (morfologia urbana, sociais, económicas, ) Sustentabilidade da experiência Factores individuais Liderança, poliítica,... Evolução do contexto externo (p.e., condições competitivas, ) Gestão dos conflitos de uso internos - REINVENÇÃO PERMANENTE - IMPORTÂNCIA DA INTERVENÇÃO PÚBLICA (DIRECTA / INDIRECTA)
18 Uma proposta de tipologia: Meios criativos e governança urbana Tipos de experiências A) Descentralizada, cooperativa e potencialmente auto-suficiente (mecanismos auto-regulatórios vs riscos) B) Centralizada, muito dependente do apoio público ou da regulação (directa ou indirecta) C) Baseada na iniciativa privada / associativa, com objectivos em evolução (e evolução no apoio público) D) Baseada no mercado, mas com uma estratégia de longo prazo e um foco bem definido na sustentabilidade E) Dinâmicas mais incertas e casuais, com uma mais fraca (auto) identidade (e dependência do apoio público?) Exemplos B. Gracia Bairro Alto Vila Madalena 22@ SESC Alcântara Palo Alto SP Fashion Week Almada M. Moniz Campos para intervenção pública - regulação dos conflitos de uso - condições do contexto - - apoio financeiro directo ou indirecto - regulação, marketing, exemplo - - regulação - apoio a (o quadro da) actividade? - - incipiente (apoio desnecessário) - parcerias para outros objectivos de política - - apoio a diversas instituições/projectos - importante para a auto-capacitação -
19 4. Alguns princípios-chave para a intervenção pública - 3 ideias principais, resultantes dos debates da criatividade e das retóricas em torno da cidade criativa : a) O potencial da dimensão da criatividade urbana para o desenvolvimento urbano (e humano) Novos paradigmas de análise/ intervenção sobre a cidade > mais transversais e menos hierarquizados b) Mas riscos: políticas e conceitos baseados em fundações (ainda) frágeis Que políticas e prioridades face à criatividade / impactos para o urbanismo / papel para o planeamento urbano / Articulação entre acções baseadas em noções e processos convencionais, e abordagens associadas a novas noções e processos c) Como construir actuações políticas consistentes? -> relação política / administração / governança Que objectivos de política e que consensos urbanos? / espaços para novas emancipações urbanas? / políticas alternativas? / necessidade de adaptar as racionalidades políticas e técnicas? /...
20 Princípios-chave para a intervenção 1) Necessidade de entendimento das dinâmicas e das formas de governança formais e informais existentes no território (compreender que actuação pode ser prejudicial) (combinar o entendimento destas dinâmicas com o desenho e a forma institucional da actuação) 2) Especificidade Actuação necessariamente diversa e adequada à variedade de situações específicas (em termos de recursos, lógicas institucionais e dinâmicas existentes)
21 Princípios-chave para a intervenção 3) Cooperação e articulação Políticas multi-escala (ou poli-escala), em termos dos níveis de intervenção (comunitário, local, metropolitano, regional, nacional, transnacional); Formas de governança diversificadas, exigindo múltiplas plataformas de intervenção cruzando agentes públicos, privados e do 3º sector Combinação das perspectivas bottom-up e top-down Assunção de práticas efectivas de planeamento estratégico, envolvimento, cidadania
22 Princípios-chave para a intervenção 4) Transversalidade Cruzar políticas e instrumentos de actuação sectoriais (cultura, educação, social, economia, inovação, ambiente,..) Ligar as estratégias culturais às políticas urbanas (competitividade, processos de regeneração ou revitalização urbana, inclusão social, ) desenhando e aproveitando formas de governança específicas a nível local, municipal, inter-municipal e regional
23 Princípios-chave para a intervenção 5) Ampliar, cruzar e deshierarquizar conceitos (p.e., artes e património, indústrias culturais ou indústrias criativas, ), não esquecendo a manutenção da actuação tradicional na cultura - Não substituir a política cultural core (nem nenhuma das outras políticas) com a retórica do criativo - Cultura como fim do desenvolvimento e não como mero meio 6) Não institucionalizar em demasia Não esquecer a própria natureza do processo criativo e da actividade artística
24 Governança urbana, Estratégia 2020 e Crescimento Inteligente: Da retórica das cidades criativas à facilitação das dinâmicas criativas pedro.costa@iscte.pt Fórum 2012: Governança e Gestão das Cidades à luz da Estratégia UE de Março, Castelo Santiago da Barra, Viana do Castelo
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