EDUCAÇÃO ENQUANTO INSTRUMENTO DE EMANCIPAÇÃO SOCIAL PARA AS MULHERES PESCADORAS DA AMAZÔNIA-BRASIL.



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Belém/PA, 28 de novembro de 2015.

Transcrição:

EDUCAÇÃO ENQUANTO INSTRUMENTO DE EMANCIPAÇÃO SOCIAL PARA AS MULHERES PESCADORAS DA AMAZÔNIA-BRASIL. Alessandra Sampaio CUNHA Mestranda em Gestão de Recursos Naturais/ UFPA lassandrasamp@yahoo.com.br Nádia Sueli Araújo da ROCHA Mestranda em Gestão de Recursos Naturais/ UFPA nsuelirocha@yahoo.com.br Sérgio Cardoso de MORAES UFPA/ Orientador scmoraes@ufpa.br Resumo A educação constitui-se elemento fundamental para o desenvolvimento humano, social, cultural e ambiental. Sendo o elemento provocador de mudanças individuais e sociais. Estamos inseridos em um contexto amazônico brasileiro onde o trabalho feminino na pesca ganha dimensões culturais que ultrapassam as diferenças estabelecidas entre os gêneros. Porém, o reconhecimento e a valorização desse trabalho estão silenciados na comunidade de Segredinho/Capanema-PA no nordeste paraense por ser a pesca uma atividade historicamente masculina. Dessa forma, esse trabalho pretende fomentar a discussão e a busca de soluções do problema social vivido pelas mulheres através de instrumentos sócios educacionais no sentido de provocar a formação cidadã e a emancipação humana. Entendendo que a ação educativa é imprescindível para a criação de elementos sociais coletivos que sensibilizarão a categoria na busca da valorização de seu trabalho e de seu conhecimento. Nesse trabalho serão instrumentos metodológicos: as visitas na comunidade; observação in lócus, entrevistas e reuniões periódicas com os moradores. Apresentamos como resultados preliminares o entendimento prévio das mulheres da comunidade de que é necessário construir elementos legais e sociais que as reconheçam enquanto cidadãs e profissionais e a sensibilização das pescadoras para as questões educacionais necessárias para a efetivação do gênero feminino na pesca. Palavras chaves: educação pesca mulher.

I- Introdução As crescentes dificuldades econômicas enfrentadas pelas comunidades rurais amazônicas apontam para a necessidade de criação de alternativas para consolidar os modos de vida baseados em atividades tradicionais como a pesca e a agricultura. No que concerne a pesca artesanal, desenvolvida por inúmeras comunidades existentes no nordeste paraense, por estarem situadas em áreas ribeirinhas e costeiras, o enfrentamento de graves problemas ambientais, culturais, sociais e econômicos, exigem que a educação seja a base para a que se crie uma postura de participação e organização social, necessária para a manutenção e sobrevivência destas comunidades. Principalmente em comunidades onde a pesca artesanal é desenvolvida por mulheres que ao longo dos anos vêem desmistificando algumas ideologias de que a pesca é uma atividade eminentemente masculina ( MOTTA-MAUÉS,1993,p.83 ) A participação da mulher na pesca tem sido envolvida em um universo de preconceitos por configurar o entendimento desta atividade produtiva como construção das pessoas, das relações econômicas, sociais e culturais. Uma vez que tal atividade assegura-se na divisão social do trabalho e assemelham-se as demais atividades produtivas, que resumem a participação das mulheres a um contexto domestico voltado para os cuidados com os filhos e a casa. Essa ideologia assemelha-se igualmente a diversos preconceitos que envolvem a presença da mulher na pesca. Talvez tais problemas tenham contribuído para que as próprias mulheres desvalorizem-se enquanto agentes de produção na pesca e sua atividade tornar-se invisível perante a sociedade. A partir dos anos 80 os estudos apresentam a presença feminina na pesca enquanto agentes produtivas envolvidas no contexto social que tem ampliado a discussão e a necessidade de valorização dessas sujeitas que muito tem contribuído para o desenvolvimento da pesca artesanal. Todavia em muitas culturas o trabalho feminino tem sido silenciado por sua atividade possuir caráter doméstico e não produtivo, tornando-se complementar ou de ajuda ao trabalho masculino. Isso tem implicado na dificuldade de explicitação da identidade feminina de pescadora. (MOTTA-MAUÉS, 1999).

Nesse contexto apresenta-se a comunidade de Segredinho, localizada a 25 km do município de Capanema-PA, onde a pesca é desenvolvida em grande parte por mulheres da comunidade que mantém com a atividade pesqueira uma relação sócio cultural fundamental para o desenvolvimento local. Mas a falta de participação social dessas profissionais tem tornado seu trabalho invisível perante a comunidade. A ausência de elementos organizativos tem colocado essas trabalhadoras da pesca no anonimato social inviabilizando seu reconhecimento enquanto contribuintes econômicas locais. Dessa forma, este artigo objetiva discutir sobre as bases teóricas da educação enquanto instrumento de emancipação a importância da participação democrática enquanto construção de identidades sociais e, questões práticas sobre como vem sendo fomentado a construção de organizações coletivas enquanto elementos que consolidem o envolvimento da comunidade na busca de soluções para o desenvolvimento local, através do trabalho que está sendo desenvolvido na comunidade de Segredinho/Capanema-PA. Entende-se que é através da participação que os sujeitos promovem mudanças, influenciam nos modos de vida e constroem instrumentos capazes de promover transformações sociais. Entendendo a participação enquanto a realização de ações diretas pela população, fazendo garantir seus direitos e cobrando do Estado aquilo que lhe compete fazer em prol do bem comum. (MONTORO in CEPAM, 1999) O trabalho na comunidade de Segredinho iniciou em dezembro de 2009. Para a realização do mesmo estão sendo utilizados alguns recursos metodológicos que tem contribuído com o trabalho de campo, tais como: Observação, entrevista e registros fotográficos. Até o momento já foi feito uma reunião para dar inicio as discussões sobre a importância da organização coletiva, conhecer os principais problemas enfrentados pelas pescadoras e fomentar a importância da participação dos moradores na busca pelos seus direitos. Foram feitas ainda, 12 entrevistas que contribuíram com dados imprescindíveis para continuação do trabalho. Alguns dados preliminares têm sido analisados como fundamentais e necessários para ampliação das discussões e fortalecimento das lideranças locais. Esses elementos consolidam o trabalho e convergem para o entendimento de que somente pela participação coletiva os direitos serão garantidos e o reconhecimento da pesca feminina

enquanto atividade que contribui para o desenvolvimento local está a um passo de ser garantido. II- Objetivos Acerca do contexto acima apresentado, a fim de suscitar ações educativas que venham a amenizar as dificuldades sociais enfrentadas pelas mulheres pescadoras na comunidade de Segredinho-PA, e ampliar o debate sobre educação e participação social, definimos como objetivos: Fomentar a criação da Associação de Pescadoras na Comunidade de Segredinho-PA; Identificar as ações e estratégias implementadas pela Associação; Discutir elementos sócio-educativos sobre a organização social; Compreender a dinâmica da comunidade em suas relações econômicas, culturais, educativas e ambientais; Propor alternativas de desenvolvimento local através de uma educação voltada para a especificidade dos sujeitos. A concretização dos objetivos está aliada ao processo permanente de mudança, uma vez que este trabalho volta-se constantemente para uma reflexão crítica com os sujeitos envolvidos e o direcionamento das ações previstas. III- Fundamentação Teórica As transformações causadas atualmente na produção de vida material provocam transformações na organização política. As demandas atuais cobram um sujeito social engajado e envolvido no processo político, com sensibilidade e conhecimento para interferir de forma positiva na definição de ações que possam definir seu bem estar econômico e social. O povo é agente de sua constituição como sujeito histórico (BUFFA 2003, p.86). Todas as mudanças sociais dependerão da percepção de que a história se faz quando a ela estão aliados interesses comuns, e quando a participação é o elemento motor para a consolidação de direitos. Muitos problemas enfrentados hoje por muitas sociedades, principalmente, pelas mais carentes, requerem o entendimento de que as

forças locais acham-se desarticuladas, isoladas e enfraquecidas, isso tem favorecido a perpetuação de práticas reprodutivas que contribuem para anulação de direitos adquiridos ao longo da história. Do contrário é necessário partir para o engajamento, para a participação não no sentido limitado, mas no sentido amplo de participação social que abrange a atuação organizada e responsável dos múltiplos setores da sociedade na solução de problemas coletivos e na promoção do bem comum. (MONTORO in CEPAM, 1999) Em se tratando da pesca feminina, em muitas comunidades a falta de participação social das mulheres inferioriza o trabalho realizado a uma extensão dos trabalhos domésticos. Pelo fato destas permanecerem no anonimato dentro da própria comunidade e pelas carências de políticas públicas que as reconheçam enquanto profissionais. A participação social, si faz presente entre os grupos minoritários através da organização coletiva utilizando instrumentos como Associações Profissionais e de Classe, Conselhos Municipais, Sindicatos etc. Instrumentos políticos que entre outras tem a função de integrar os sujeitos ao âmbito social de forma ativa. Para garantir essa participação a Constituição Brasileira (1988) assegura plena liberdade de associação para fins lícitos. Pois, entende que todos têm a liberdade de lutar por melhorias de classe e promover o engajamento social para alcançar o desenvolvimento local. Com a crescente onda de problemas sociais enfrentados hoje não só nas grandes metrópoles nas principalmente no meio rural, a manutenção de práticas de sobrevivência encontra-se ameaçada pela falta de conhecimento e colaboração de instituições e entidades que ignoram as comunidades, suas demandas locais, seu saber tradicional etc. Porém, a partir dos anos 90, temos vivenciado um importante momento em que a articulação entre diversos setores caracterizam um movimento que visa contribuir para superação ou amenização de problemas sociais envolvendo a própria sociedade, seus sujeitos e suas demandas.

Falamos aqui dos movimentos sociais, ou melhor, da organização social advinda com a necessidade de superar desafios antes entregues nas mãos do Estado. Uma alternativa que junta objetivos e desejos comuns, unidos por uma necessidade de colaboração entre os seus pares, a definição de metas e projetos para promover o desenvolvimento, voltado para a economia e as potencialidades locais, que integra todos os elementos dentro do processo de gestão. Resultando no associativismo e demais estratégias de justaposição de ideais. da participação e, Embora se tenha consciência da dificuldade de suscitar uma nova cultura mesmo que pontos críticos surjam como dificuldades para construção e manutenção de uma parceria, isso não significa que a parceria não possa ser encorajada como um mecanismo de ação coletiva, de participação social no planejamento de comunidades rurais para o desenvolvimento local. (VASCONCELLOS in TEISSERENC (org), 2008, p.97) Esse desafio é posto como solução primária para integrar os diferentes interesses numa justaposição de idéias e conhecimentos que devem gerar uma nova concepção de participação. Ela é o principio, através da participação outros elementos serão desencadeados sob forma de instrumentos legais. Segundo Reis (2002), a organização social é a manifestação mais legitima de cidadania e participação social uma vez que atuam em prol da sociedade, principalmente nas comunidades mais carentes. Quanto à forma de organização social, podem constituir-se enquanto fundações públicas ou privadas, associações ou sociedades civis, cooperativas e cooperativas sociais. Porém, deve ter uma clara atuação social e não ser estruturada em propósitos lucrativos. As organizações sociais devem ter como objetivo específico defender o interesse de seus envolvidos, daqueles que estão aliados a ela, que dela compõem, que nela estão integrados (ASSIS, 2001, p.23). Pois, o individuo compromete-se com aquilo que conhece e o comprometimento será tão intenso quanto maior for sua participação na definição e no planejamento do que se pretende atingir. Temos assim, na organização social um importante instrumento de emancipação humana, uma vez que seja dada a oportunidade de participação para os

agentes das comunidades rurais exporem seus anseios, construir sua autonomia e ser provocador das mudanças que beneficiarão toda a comunidade. Entende-se que no cenário Amazônico, onde muitas comunidades rurais sofrem interferências econômicas que destroem seus recursos naturais, alteram seus modos de vida e reprodução social, o fortalecimento de práticas organizativas deverá romper com o silencio a que estão submetidas muitas culturas, impossibilitadas de emancipar-se pelo desconhecimento de sua força enquanto categoria, grupo ou associação. Isso qualifica ainda, as diferentes categorias entre alas a das pescadoras. Porém, faz-se necessário entender que a mudança nos modos de vida, o engajamento social só é possível pela educação dos povos, instruí-los para que se vejam enquanto cidadãos no sentido único da palavra livre e participantes, e com o entendimento de que são eles os agentes construtores do processo e que nós seremos apenas instrumentos de mitigação para alcançar seus objetivos. Esse tem sido a proposta primordial no desenvolvimento do trabalho que está sendo realizado com as mulheres pescadoras na comunidade de Segredinho-PA. IV Materiais e métodos A comunidade de Segredinho-PA, lócus desse estudo possui dentro de seus limites geográficos uma área de campo e no seu entorno um lago de aproximadamente 02 quilômetros de comprimento por 300 metros de largura. Este lago recebe influencia do rio Quatipurú e serve de base de sustentação econômica para a comunidade devido a variedade e alta quantidade de peixes encontrados ali. Além da dependência econômica que a comunidade mantém com o lago, a representação social deste para os moradores é significante para a perpetuação de saberes e crenças aprendidos e desenvolvidos ainda hoje, seja através de seu uso econômico ou símbolo da herança de seus antepassados. Para o desenvolvimento desse trabalho na comunidade de Segredinho/ Capanema PA será considerada a Pesquisa Qualitativa, pois, trata-se de explorar entendimentos, atitudes e interpretações que respondam a temática em questão. (Silverman, 2006).

Permeando toda a pesquisa estarão os seguintes instrumentos metodológicos: Levantamento Bibliográfico - Utilizado para direcionar um tema a partir de teorias já apresentadas, a fim de fazer relações, interações e argumentos confrontando o então existente com o que será evidenciado. Feito através do estudo em artigos, textos, dissertações na área. Ressaltamos que a pesquisa bibliográfica já está concluída e tornou-se imprescindível para o entendimento e a construção da relação estabelecida entre o trabalho e os demais temas sobre pesca já realizados. Observação - Foi realizada desde o primeiro momento quando os pesquisadores adentraram a comunidade. Está sendo fundamental voltar o olhar as vivencias comuns realizadas pelos sujeitos da pesquisa. Perceber no seu universo suas atitudes, sua ação e o comportamento apresentado no cotidiano. Recolher dados através da percepção e do entendimento do trabalho realizado de forma natural e comum Subsidiando a observação é realizado o registro fotográfico do contexto local, das ações realizadas referentes a pesca, o trabalho feminino e todas as manifestações apresentadas pelos moradores. Entrevistas - Até o momento já foram realizadas 12 entrevistas que tem sido úteis para entender a experiência descrita pelos sujeitos, sua ação, opinião e idéias referentes ao objeto de estudo. Tendo como instrumento complementar a gravação em áudio a fim de melhor organizar dados e não perder nenhuma informação importante abstraída do entrevistado. A entrevista dá-se em ambiente domiciliar ou de trabalho, individual ou em grupo de acordo com as conveniências apresentadas pelos sujeitos. Reuniões Feitas na comunidade com as mulheres pescadoras. È o momento de discussão e o desenvolvimento de ações educativo-reflexivas sobre a importância da participação social das pescadoras. São desenvolvidas ainda oficinas práticas dialógicas para a percepção e construção de conceitos educativos. Por fim está sendo realizada por etapas, a Análise de dados obtidos que busca compreender criticamente o sentido das comunicações, seu conteúdo manifesto ou latente, as significações explicitas ou ocultas (CHIZZOTTI,1995; p.98).

Após todos os dados recolhidos, faremos um exercício organizacional de todos os fatos observados e subtraídos, relacionando-os ao tema central. Enumerando e confrontando-os com o objetivo proposto pela pesquisa. Trazendo à discussão para análise tudo que fora abstraído através dos instrumentos metodológicos, confrontado com os discursos e comparados com as hipóteses levantadas anteriormente. Foram escolhidas como sujeitos da pesquisa a população feminina, por serem estas determinantes no desenvolvimento da comunidade, realizarem a pesca de forma direta e constante e por reconhecerem-se enquanto agentes sócio produtoras na comunidade. Para efeito de análises serão considerados, sua ação, seus olhares, discursos e percepções referentes à pesca na comunidade. V Resultados preliminares Os inúmeros problemas enfrentados pelos povos da Amazônia hoje, requer que consideremos o aspecto social, cultural e econômico da relação trabalho e ambiente, ou seja, homem/natureza. Podemos entender que todas as dificuldades advêm da distorção estabelecida entre as necessidades de consumo e os modos de produção. Isso possibilitou uma enorme perda dos recursos naturais, vitais para a sobrevivência da população, tanto aqui como no resto do mundo. O trabalho feminino e a relação com o meio ambiente constituem subsidio para o entendimento da manutenção e preservação dos recursos naturais, em nível nacional e internacional. Deve-se pensar a mulher no contexto de desenvolvimento que amplia as possibilidades de projetos sustentáveis (Alencar, 1991). A exemplo, as mulheres da Comunidade de Segredinho/PA, que fazem do trabalho da pesca e da relação com a natureza um instrumento de construção social e cultural, com base nos conhecimentos tradicionais. Entendemos até aqui, que as mulheres da comunidade de Segredinho-PA mantém vivas tradições de seus antepassados que fortalecem as relações com o ambiente, uma vez que a permanência saudável deste, garante sua própria sobrevivência.

O trabalho traz como resultados preliminares: as 12 entrevistas realizadas que esclareceram que a pesca é realizada por necessidades financeiras, uma vez que a maioria das famílias na comunidade não possui renda fixa porque realizam trabalhos informais; foi confirmado que a pesca é realizada constantemente pelas mulheres e elas são responsáveis por todo processo pesqueiro, desde a preparação dos instrumentos até o venda do peixe adquirido com a pesca;o entendimento de que o desenvolvimento de técnicas tradicionais de pesca utilizadas pelas pescadoras tem contribuído para manutenção equilibrada da pesca com o lago onde retiram seu alimento; o interesse e a necessidade apresentada pelos moradores em estruturar uma associação local a fim de criar mecanismos legais para proibição da pesca em período de defeso; a preocupação local com o lixo nos arredores do lago para não afetar o ecossistema e a extração do peixe conforme a necessidade da comunidade. Outro resultado foram as 3 reuniões realizadas com os moradores para discutir e fomentar a criação de uma organização coletiva onde a participação dos moradores contribuirá para o desenvolvimento local. Os moradores decidiram pela implantação da Colônia de Pescadores no município de Capanema-PA enquanto instrumento de consolidação institucional da gestão dos recursos naturais e do reconhecimento social dos pescadores e pescadoras. Outro resultado é o entendimento e realização de ações educativas de caráter informal como instrumento de viabilização para a inserção social, utilizando os saberes locais e os mitos presentes na identidade da comunidade como elementos imateriais importantes para a efetivação da educação enquanto construção social. Além disso, a criação de organismos sociais coletivos deverá contribuir também para o reconhecimento da pesca feminina na comunidade e em outras regiões e lugares. Pois, as mulheres da comunidade destacam-se quanto à organização e o desenvolvimento econômico da pesca. Portanto são agentes de transformação que estão inseridas num contexto de grande importância social, cultural e ambiental. VI- Conclusões O trabalho feminino na pesca está presente ainda, em uma produção teórica reduzida. Esse fato tem contribuído para inviabilizar conquistas sociais que devem ser

afirmadas primeiramente pelo reconhecimento de que a mulher pode ser considerada profissional da pesca. Para isso, faz-se necessário criar dentro das comunidades onde as pescadoras estão inseridas, uma cultura de auto reconhecimento e despertar antes de tudo um anseio na busca dos direitos sociais em que essas mulheres devem estar amparadas. Pois, esses direitos constituem a identidade da pescadora. Assim,quando essas passam a se auto identificarem como pescadoras e não apenas como ajudantes de seus companheiros, elas constroem reflexões em torno de como se estruturam as relações de trabalho nas colônias, como podem tornar-se protagonistas de uma nova cultura, a da participação social, como estão construídas as relações entre os gêneros e como essas situações se imbricam e determinam a vivência cotidiana dos homens e mulheres que retiram da pesca o seu sustento. (WOORTMAN, 1992). Na comunidade de Segredinho-PA a necessidade de inserção social se faz presente nos discursos das pescadoras que sinalizam para a criação de instrumentos legais e sociais que de fato contribua para o reconhecimento de seu trabalho enquanto elemento de sobrevivência econômica. E não somente isso, mas a garantia de seus direitos enquanto cidadãs que recriam relações sociais, inaugurando experiências, aprendizagens e práticas coletivas dos diferentes lugares sociais em que se encontram, articulam a realização profissional aos modos de participação e afirmação pública. Dessa forma, no contexto da pesca artesanal feminina os elementos que convergem para a organização social em nível local são as associações e as cooperativas de pescadores. Que funcionam como importantes instrumentos de dissolução ou de minimização de riscos e incertezas. Pois, o caráter coletivo presente em ambas, tende a fortalecer as parcerias, o companheirismo e a solidariedade entre os profissionais que tem objetivos comuns. Dando visibilidade aos pescadores e pescadoras como sujeitos sociais e agentes principais de um modelo diferenciado de gestão das pescarias e como sujeitos políticos. Além da participação feminina na pesca na comunidade de Segredinho, constatou-se que as mulheres são presença efetiva em várias atividades tanto em âmbito doméstico através da administração das famílias, na contribuição direta para o sustento

cotidiano quanto na atuação em eventos sociais como a organização de elementos que fazem parte da cultura local. Além da presença significativa das mulheres em relação a presença masculina nas reuniões para discussão de problemas locais. Percebe-se o interesse feminino e o envolvimento na valorização dos costumes da comunidade. Porém, esses atributos devem ultrapassar a presença discreta como ouvintes. As próprias mulheres sentem que poderiam ir mais longe. Organizar um espaço diferenciado de discussão permanente para em conjunto criar mecanismos sociais que amenizem as dificuldades locais voltadas à sobrevivência dos moradores, a manutenção de seus costumes e recursos naturais e os conflitos social advindos com a pesca indiscriminada realizada por pescadores externos que tem prejudicado a identidade sócio cultural da comunidade de Segredinho. A comunidade de Segredinho está inserida num contexto social bem amplo que requer primeiramente o entendimento da construção social da identidade das pescadoras enquanto profissionais que desempenham papel primordial para a sobrevivência da comunidade e por outro lado a inserção social dessas profissionais através da participação na construção de um projeto coletivo de cidadania. Com isso, promover uma transformação em outras culturas que tratam o trabalho feminino como extensão dos trabalhos domésticos, silenciando a participação da mulher enquanto protagonista do desenvolvimento social. Tal realidade tende a ser superada no contexto amazônico, onde muitos movimentos sociais apontam a mulher como construtora de uma nova cultura de participação política, econômica e social. REFERÊNCIAS ASSIS, D.J.C. Empreendedorismos: Transformando idéias em negócios. Rio de Janeiro: Campus, 2001 BUFFA, E. Educação e Cidadania. São Paulo: Cortez, 2003. BRASIL, Constituição Brasileira, 1988. BRANDÃO, Carlos A. Teorias, Estratégias e Políticas Regionais e Urbanas Recentes: anotações para uma agenda do desenvolvimento territorializado, in Revista Paranaense de Desenvolvimento, Curitiba, 2004 n.107, p.57-76.

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