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ÍNDICE VOLUME I. DOCUMENTO ESTRATÉGICO DA UNIDADE DE INTERVENÇÃO 19 TAPADA PEÇAS ESCRITAS 1. INTRODUÇÃO... 2 2. ORGANIZAÇÃO DESTE DOCUMENTO... 5 3. LEVANTAMENTO E DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL.. 7 3.1. EDIFICADO.. 8 A) ESTADO DE CONSERVAÇÃO. 8 B) PISOS ACIMA DO SOLO 10 C) PISOS ABAIXO DO SOLO. 10 D) DATAS APROXIMADAS DE CONSTRUÇÃO 10 E) SISTEMA CONSTRUTIVO. 11 F) OCUPAÇÃO FUNCIONAL GLOBAL.... 12 G) EDIFÍCIOS DESOCUPADOS. 14 H) VALOR PATRIMONIAL 14 I) SAGUÕES E LOGRADOUROS... 17 J) SITUAÇÃO CONTRATUAL DOS OCUPANTES. 17 3.2. ESPAÇO PÚBLICO E EQUIPAMENTOS 17 A) CIRCULAÇÃO E ESTACIONAMENTO 18 B) PAVIMENTOS... 18 C) MOBILIÁRIO URBANO 18 D) TRANSPORTES PÚBLICOS. 18 E) EQUIPAMENTOS. 19 3.3. CONCLUSÕES 19 A) EDIFICADO... 19 B) ESPAÇO PÚBLICO.. 20 C) ESTUDO SOCIOLÓGICO.. 20 3.4. CONDICIONAMENTOS À EDIFICABILIDADE (PDM).. 20 4. OPÇÕES ESTRATÉGICAS DE REABILITAÇÃO. 22 4.1. EDIFICADO 22 4.2. ESPAÇO PÚBLICO.... 23 5. PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO. 24 5.1. EDIFICADO.. 24 5.2. ESPAÇO PÚBLICO.... 27 6. PLANIFICAÇÃO. 29 7. ESTIMATIVA ORÇAMENTAL.. 30 8. PROPRIETÁRIOS, DEMAIS TITULARES DE DIREITOS REAIS E ARRENDATÁRIOS. 31 9. ENTIDADES INTERESSADAS EM COLABORAR COM OS PROPRIETÁRIOS... 32 VOLUME II. DOCUMENTO ESTRATÉGICO DA UNIDADE DE INTERVENÇÃO 19 TAPADA PEÇAS DESENHADAS VOLUME III. DOCUMENTO ESTRATÉGICO DA UNIDADE DE INTERVENÇÃO 19 TAPADA EDIFÍCIOS A REABILITAR, EXTENSÃO DAS INTERVENÇÕES E TITULARES DE DIREITOS REAIS VOLUME IV. DOCUMENTO ESTRATÉGICO DA UNIDADE DE INTERVENÇÃO 19 TAPADA VISTORIAS VOLUME V. DOCUMENTO ESTRATÉGICO DA UNIDADE DE INTERVENÇÃO 19 TAPADA ENTIDADES INTERESSADAS EM COLABORAR NA REABILITAÇÃO URBANA Página 1 de 32

1. INTRODUÇÃO Nos termos das deliberações da Câmara e da Assembleia Municipal de Lisboa, tomadas sobre a Proposta nº 309/2004 em, respectivamente, 21 de Maio e 22 de Junho de 2004, foi aprovada a constituição da sociedade Lisboa Ocidental, SRU Sociedade de Reabilitação Urbana, EEM, (doravante Lisboa Ocidental) com capital integralmente municipal e com o objecto social de promover a reabilitação urbana da sua Zona de Intervenção, que envolve, actualmente, áreas das Freguesias de Santa Maria de Belém, Ajuda e Alcântara. Tendo em conta a legislação de enquadramento das Sociedades de Reabilitação Urbana (Decreto-Lei nº 104/2004, de 7 de Maio) e a política de reabilitação urbana da Câmara Municipal de Lisboa (doravante CML), a Lisboa Ocidental apresentou à CML a missão e a estratégia de intervenção definidas para a Empresa. Estas viriam a ser formalmente aprovadas, em sessão de Câmara, em 23 de Fevereiro de 2005, com a aprovação dos Instrumentos de Gestão Previsional do ano 2005, Documento em que foram incluídas. A estratégia definida para a presente área urbana pode, sinteticamente, caracterizar-se do seguinte modo: Promover e desenvolver operações baseadas, predominantemente, na reabilitação generalizada do edificado existente e dos espaços públicos, através da constituição de uma Unidade de Intervenção e da elaboração e aprovação de um Documento Estratégico. Em consonância com esta orientação e nos termos da lei, o Conselho de Administração deliberou a constituição da Unidade de Intervenção 19 Tapada, solicitou à CML a dispensa de elaboração do respectivo Plano de Pormenor e comunicou aos proprietários a possibilidade de, em conjunto, poderem apresentar à Lisboa Ocidental uma proposta de Documento Estratégico. Página 2 de 32

Zona de Intervenção da Lisboa Ocidental e Unidade de Intervenção 19 Tapada Unidade de Intervenção 19 Tapada Não tendo os proprietários apresentado qualquer proposta, a Lisboa Ocidental elaborou o Projecto Base de, que foi divulgado nos termos da lei, durante os meses de Maio e Junho de 2009, com a finalidade de garantir o direito de participação dos interessados no procedimento de elaboração do Documento Estratégico. As sugestões e críticas apresentadas foram consideradas na elaboração do presente Documento Estratégico. Página 3 de 32

Após a aprovação deste Documento Estratégico, pelo Conselho de Administração da Lisboa Ocidental, os proprietários, demais titulares de direitos reais conhecidos e arrendatários serão notificados com vista à assunção, pelos mesmos, da responsabilidade de reabilitação dos seus prédios. A Lisboa Ocidental irá, ainda e nos termos da Lei, pedir a inscrição do acto de aprovação deste Documento Estratégico no registo predial de cada um dos prédios abrangidos. Neste Documento Estratégico, todas as intervenções/obras nesta Unidade de Intervenção estão inseridas no procedimento de reabilitação urbana e sujeitas ao Decreto-Lei nº 104/2004, de 7 de Maio, pelo que, competirá à Lisboa Ocidental, após a aprovação deste Documento Estratégico: a) Licenciar e autorizar operações urbanísticas; b) Expropriar os bens imóveis e os direitos a eles inerentes destinados à reabilitação urbana, bem como constituir servidões administrativas para os mesmos fins; c) Proceder a operações de realojamento; d) Fiscalizar as obras de reabilitação urbana, exercendo, nomeadamente, as competências previstas na secção V do capítulo III do regime jurídico da urbanização e da edificação, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 555/99, de 16 de Dezembro, na redacção em vigor, com excepção da competência para aplicação de sanções administrativas por infracção contra-ordenacional, a qual se mantém como competência do município; e) Exercer as competências previstas na alínea b) do n.º 1 do artigo 42.º, no n.º 2 do artigo 44.º e no artigo 46.º, todos da Lei dos Solos. Por fim, a Lisboa Ocidental informa todos os interessados na reabilitação urbana desta Unidade de Intervenção que está totalmente disponível para apoiar, no âmbito das suas competências e com os meios ao seu alcance, todas as acções de reabilitação, nomeadamente, licenciando e autorizando operações urbanísticas e disponibilizando informação sobre o estado de conservação, de ocupação, de propriedade dos imóveis e sobre os condicionamentos à edificabilidade de operações de reabilitação concretas. Página 4 de 32

2. ORGANIZAÇÃO DESTE DOCUMENTO A constituição e forma de funcionamento das SRU são reguladas pelo Decreto-Lei nº 104/2004, de 7 de Maio, sendo o conteúdo dos Documentos Estratégicos definido nos números 2 e 3 do artigo 15º, que se transcrevem: 2 - Constam do documento estratégico: a) A definição dos edifícios a reabilitar e a extensão das intervenções neles previstas; b) A indicação dos respectivos proprietários, demais titulares de direitos reais e arrendatários, nos termos do artigo 37º do presente diploma; c) Um projecto base de intervenção, no qual se descrevem as opções estratégicas em matéria de reabilitação, designadamente no que concerne a habitação, acessibilidades, equipamentos, infra-estruturas ou espaço público, quando a intervenção inclua estas áreas, explicando sumariamente as razões das opções tomadas de modo a reflectir a ponderação entre os diversos interesses públicos relevantes; d) A planificação e estimativa orçamental das operações a realizar; e) A indicação dos eventuais interessados em colaborar com os proprietários na recuperação dos imóveis. 3 - Do documento estratégico fará ainda parte o auto de vistoria de cada uma das edificações, identificando o respectivo estado de conservação do ponto de vista da segurança, salubridade e estética. Este Projecto Base do, cumpre todos os requisitos acima transcritos e está organizado nos seguintes cinco volumes: Volume I Projecto Base do Documento Estratégico da Unidade de Intervenção 19 Tapada Peças Escritas; Volume II Projecto Base do Documento Estratégico da Unidade de Intervenção 19 Tapada Peças Desenhadas; Volume III Projecto Base do Documento Estratégico da Unidade de Intervenção 19 Tapada Edifícios a Reabilitar, Extensão das Intervenções e Titulares de Direitos Reais; Página 5 de 32

Volume IV Projecto Base do Documento Estratégico da Unidade de Intervenção 19 Tapada Vistorias; Volume V Entidades Interessadas em Colaborar na Reabilitação Urbana. O Volume I é composto pelos seguintes pontos: 1. Introdução; 2. Organização deste Documento; 3. Levantamento e Diagnóstico da Situação Actual (edificado, espaço público e equipamentos); 4. Opções Estratégicas de Reabilitação (edificado e espaço público); 5. Propostas de Intervenção (edificado, espaço público); 6. Planificação; 7. Estimativa Orçamental; 8. Proprietários, Demais Titulares de Direitos Reais e Arrendatários e 9. Entidades Interessadas em Colaborar com os Proprietários. É a seguinte a correspondência entre os pontos e volumes deste Documento e o definido nos números 2 e 3 do artigo 15º do Decreto-Lei nº 104/2004, de 7 de Maio: Alínea a) do nº 2 (definição dos edifícios a reabilitar e a extensão das intervenções neles previstas) ponto 5 do Volume I, Volume II e Volume III; Alínea b) do nº 2 (indicação dos respectivos proprietários, demais titulares de direitos reais e arrendatários) ponto 8 do Volume I e Volume III; Alínea c) do nº 2 (projecto base de intervenção) pontos 4 e 5 do Volume I e Volume II; Alínea d) do nº 2 (planificação e estimativa orçamental das operações a realizar) pontos 6 e 7 do Volume I; Alínea e) do nº 2 (indicação dos eventuais interessados em colaborar com os proprietários na recuperação dos imóveis) ponto 9 do Volume I e Volume V; Nº 3 (vistorias) Volume IV. Página 6 de 32

3. LEVANTAMENTO E DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL A Unidade de Intervenção 19 Tapada, com uma área de, aproximadamente, 34.575 m 2, localiza-se na Freguesia da Alcântara e é delimitada: a Nascente, pelo cruzamento da Rua Leão de Oliveira com a Calçada da Tapada, e seguindo por esta para Poente, inflectindo para Norte após o Pavilhão Desportivo da Ajuda, prosseguindo pelo limite dos terrenos da Escola C+S Francisco de Arruda até ao encontro com a frente edificada com o número de polícia 154. Segue para Sul até ao encontro com a Calçada da Tapada, seguindo por esta para Nascente até ao cruzamento com a Rua Luís de Camões. Segue por esta até ao cruzamento com a Rua Jau, e inflecte para Nascente pela Rua da Indústria até ao encontro com a Rua Leão de Oliveira, e seguindo para Norte até ao cruzamento com a Calçada da Tapada. A Unidade de Intervenção inclui 80 edifícios, 597 fracções habitacionais, 69 fracções não habitacionais, com uma Área Bruta de Construção Total, estimada, de 68.368 m 2, dos quais 60.483 m 2 acima do solo e 7.885 m 2 abaixo do solo. Esta Unidade está integralmente classificada, pelo Plano Director Municipal de Lisboa (PDM), como Área Consolidada de Edifícios de Utilização Colectiva Habitacional e foi integralmente declarada, pelo Decreto nº 9/2005, de 23 de Março Área Crítica de Recuperação e Reconversão Urbanística. Nos pontos seguintes caracteriza-se pormenorizadamente esta Unidade de Intervenção, em termos de edificado e de espaço público e equipamentos. Faz-se uma breve caracterização demográfica e social e são ainda indicados os condicionamentos à edificabilidade, definidos no PDM, que enquadram as operações de reabilitação nesta Unidade de Intervenção. Os dados apresentados têm como base: vistorias efectuadas aos edifícios, fracções e espaços públicos; inquéritos socio-económicos aos moradores; levantamentos fotográficos e consultas efectuadas na 6ª Conservatória do Registo Predial de Lisboa e no 6º Bairro Fiscal de Lisboa. Página 7 de 32

3.1. EDIFICADO A) ESTADO DE CONSERVAÇÃO (Peça Desenhada nº 10) Para análise do estado de conservação dos edifícios, foram definidas as seguintes categorias: Bom edifício em bom estado de conservação; Razoável edifício com necessidade de obras de manutenção, nomeadamente, pinturas, pequenas reparações em acabamentos e limpeza de telhados; Mau edifício com sinais de deterioração ao nível das infra-estruturas, acabamentos, vãos, caixilharias, pinturas, bem como, de necessidade de reparação de coberturas, mas não apresentando, aparentemente, riscos ao nível da segurança geral do edifício e dos seus moradores; Muito Mau edifício com graves problemas estruturais que possam pôr em risco a segurança dos moradores; Ruína edifício que não pode ser utilizado por questões de segurança e ou salubridade. Do levantamento efectuado, verifica-se que existem: 47 Edifícios em Bom estado de conservação (58,8%); 26 Edifícios em Razoável estado de conservação (32,5%); 3 Edifícios em Mau estado de conservação (3,8%); 2 Edifícios em Muito Mau estado de conservação (2,5%); 0 Edifícios em Ruína (0%); 2 Edifícios em Obra (2,5%). 50 70,0% Nº DE EDIFÍCIOS 45 40 35 30 25 20 15 10 5 60,0% 50,0% 40,0% 30,0% 20,0% 10,0% % DE EDIFÍCIOS 0 BOM RAZOÁVEL MAU MUITO MAU RUÍNA EM OBRA 0,0% Página 8 de 32

O total da Área Bruta de Construção é de 68.368 m 2 que se traduzem da seguinte forma: 45.180 m 2 em Bom estado de conservação (66,1%); 18.228 m 2 em Razoável estado de conservação (26,7%); 2.570 m 2 em Mau estado de conservação (3,8%); 879 m 2 em Muito Mau estado de conservação (1,3%); 0 m 2 em Ruína (0,0%); 1.511 m 2 em Obra (2,2%). 50.000 70,0% ÁREA DE CONSTRUÇÃO (M2) 45.000 40.000 35.000 30.000 25.000 20.000 15.000 10.000 5.000 60,0% 50,0% 40,0% 30,0% 20,0% 10,0% % DA ÁREA DE CONSTRUÇÃO 0 BOM RAZOÁVEL MAU MUITO MAU RUÍNA EM OBRA 0,0% Estado de Conservação do Edificado Legenda Bom Razoável Mau Muito Mau Ruína Em Obra Página 9 de 32

B) PISOS ACIMA DO SOLO (Peça Desenhada nº 11) Na análise do número de pisos dos edifícios, foram contabilizados como pisos os sótãos, mansardas, águas furtadas e pisos recuados, desde que habitáveis. Do levantamento efectuado constata-se que existem: 2 Edifícios com um piso (2,5%); 4 Edifícios com dois pisos (5,0%); 7 Edifícios com três pisos (8,8%); 27 Edifícios com quatro pisos (33,8%); 17 Edifícios com cinco pisos (21,3%); 14 Edifícios com seis pisos (17,5%); 8 Edifícios com sete pisos (10,0%); 1 Edifício com oito pisos (1,3%). Nº DE EDIFÍCIOS 30 25 20 15 10 5 40,0% 35,0% 30,0% 25,0% 20,0% 15,0% 10,0% 5,0% % DE EDIFÍCIOS 0 1 PISO 2 PISOS 3 PISOS 4 PISOS 5 PISOS 6 PISOS 7 PISOS 8 PISOS 0,0% C) PISOS ABAIXO DO SOLO (Peça Desenhada nº 12) Nesta Unidade de Intervenção existem 33 edifícios com um piso abaixo do solo e 3 com 2 pisos abaixo do solo. D) DATAS APROXIMADAS DE CONSTRUÇÃO (Peça Desenhada nº 13) Para análise das datas aproximadas de construção dos edifícios, foram definidas as seguintes Página 10 de 32

categorias de classificação dos edifícios: Século XIX; Século XX 1º quartel; Século XX 2º quartel; Século XX 3º quartel; Século XX 4º quartel; Século XXI. Do levantamento efectuado resulta que, provavelmente: 26 Edifícios foram construídos no Século XIX (32,5%); 7 Edifícios foram construídos no Século XX 1º quartel (8,8%); 5 Edifícios foram construídos no Século XX 2º quartel (6,3%); 20 Edifícios foram construídos no Século XX 3º quartel (25,0%); 21 Edifícios foram construídos no Século XX 4º quartel (26,3%); 1 Edifício foi construído no Século XXI (1,3%). Nº DE EDIFÍCIOS 30 25 20 15 10 5 35,0% 30,0% 25,0% 20,0% 15,0% 10,0% 5,0% % DE EDIFÍCIOS 0 SEC XIX SEC XX - 1º QUARTEL SEC XX - 2º QUARTEL SEC XX - 3º QUARTEL SEC XX - 4º QUARTEL SEC XXI 0,0% E) SISTEMA CONSTRUTIVO (Peça Desenhada nº 14) Para análise do sistema construtivo dos edifícios, foram definidos os seguintes tipos: Alvenaria de pedra edifício em que o sistema estrutural é, na sua maioria, em alvenaria de pedra; Página 11 de 32

Alvenaria com estrutura de madeira edifício em que o sistema estrutural, em alvenaria, inclui estruturas de madeira; Estrutura de betão edifício em que o sistema estrutural é em betão armado; Estrutura metálica edifício em que o sistema estrutural é, na sua maioria, metálico; Estrutura mista edifício em que o sistema estrutural, inclui dois ou mais sistemas diferentes. Do levantamento efectuado, constata-se que: 46 Edifícios são construídos com estrutura de betão (57,5%); 33 Edifícios são construídos com estrutura de madeira (41,3%); 1 Edifício é construído com estrutura mista (1,3%). Nº DE EDIFÍCIOS 50 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 ESTRUTURA DE BETÃO ESTRUTURA MADEIRA ESTRUTURA MISTA 70,0% 60,0% 50,0% 40,0% 30,0% 20,0% 10,0% 0,0% % DE EDIFÍCIOS F) OCUPAÇÃO FUNCIONAL GLOBAL (Peça Desenhada nº 15) Para análise do Uso dos Edifícios, foram definidas as seguintes categorias de classificação de edifícios e fracções: Habitação; Comércio; Restauração; Hotel/Pensão; Página 12 de 32

Serviços; Armazém; Equipamento; Indústria/Oficina; Estacionamento; Mista. Do levantamento efectuado constata-se que existem: 34 Edifícios exclusivamente habitacionais (42,5%); 1 Edifício ocupado com um equipamento (1,3%); 1 Edifício ocupado com um armazém (1,3%); 44 Edifícios de ocupação mista (55,0%). Nº DE EDIFÍCIOS 50 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 HABITAÇÃO EQUIPAMENTO ARMAZÉM MISTA 60,0% 50,0% 40,0% 30,0% 20,0% 10,0% 0,0% % DE EDIFÍCIOS E que, das 666 fracções da Unidade de Intervenção, 597 são fracções habitacionais (89,6%) e 69 são fracções não habitacionais (10,4%). E que das últimas, as 26 vistoriadas têm o seguinte uso: 10 Fracções comércio; 9 Fracções serviços; 5 Fracções restauração; 1 Fracção equipamento; 1 Fracção estacionamento. Página 13 de 32

700 100,0% Nº DE FRACÇÕES 600 500 400 300 200 100 90,0% 80,0% 70,0% 60,0% 50,0% 40,0% 30,0% 20,0% 10,0% % DE FRACÇÕES 0 HABITACIONAIS NÃO HABITACIONAIS 0,0% G) EDIFÍCIOS DESOCUPADOS (Peça Desenhada nº 26) Do levantamento efectuado constata-se que existem 2 edifícios desocupados (2,5%). H) VALOR PATRIMONIAL (Peça Desenhada nº 27) Esta Unidade de Intervenção não integra imóveis ou conjuntos edificados assinalados no Inventário Municipal do Património. Assim, definiram-se as seguintes categorias de Interesse Patrimonial: Edifício de Qualidade edifícios que apresentam características arquitectónicas e construtivas representativas de uma época e / ou denotam qualidades compositivas arquitectónicas de interesse, bem como um cuidado especial na selecção e aplicação de materiais de acabamento, de qualidade comprovadas; Edifício de Acompanhamento edifícios que apesar de não apresentarem qualidade arquitectónica e construtiva notável, contribuem para a coesão da imagem urbana do conjunto em que se inserem; Edifício Dissonante Parcial edifícios que apresentam alguns aspectos que se tornam dissonantes, tanto ao nível do próprio edifício (por exemplo: alterações de volumetria original e alteração de proporções de vãos originais), como do conjunto edificado a que pertencem; Página 14 de 32

Edifício Dissonante Total edifícios que, quer pelas suas características arquitectónicas e construtivas, quer pela sua volumetria, ou até mesmo por alterações à sua traça original, se apresentam totalmente dissonantes no conjunto a que pertencem; Edifício Sem Interesse edifícios que não apresentam qualidades arquitectónicas e construtivas relevantes. Edifício de Qualidade Edifício Sem Interesse Edifício de Acompanhamento Página 15 de 32

Edifício Dissonante Parcial Edifício Dissonante Total Do levantamento efectuado constata-se que: 4 Edifícios são de Qualidade (5%); 38 Edifícios são de Acompanhamento (47,5%); 1 Edifício é Dissonantes Parciais (1,3%); 11 Edifícios são Dissonantes Totais (13,8%); 26 Edifícios Sem Interesse (32,5%). 40 50,0% Nº DE EDIFÍCIOS 35 30 25 20 15 10 5 45,0% 40,0% 35,0% 30,0% 25,0% 20,0% 15,0% 10,0% 5,0% % DE EDIFÍCIOS 0 QUALIDADE ACOM PANHAM ENTO DISSONANTES PARCIAIS DISSONANTES TOTAIS SEM INTERESSE 0,0% Página 16 de 32

I) SAGUÕES E LOGRADOUROS (Peça Desenhada nº 28) Do levantamento efectuado constata-se existe alguma ocupação dos logradouros e saguões. J) SITUAÇÃO CONTRATUAL DOS OCUPANTES Do levantamento efectuado verifica-se que relativamente às 597 fracções habitacionais existentes, 371 não foi possível vistoriar e que das restantes 226: 126 Estão arrendadas (55,8%); 87 Estão ocupadas pelos proprietários (38,5%); 13 Estão desocupadas (5,8%). Nº DE FRACÇÕES 140 120 100 80 60 40 20 60,0% 50,0% 40,0% 30,0% 20,0% 10,0% % DE FRACÇÕES 0 ARRENDADAS OCUPADAS PELO PROPRIETÁRIO DESOCUPADAS 0,0% Relativamente às 69 fracções não habitacionais, a situação das 28 vistoriadas é a seguinte: 22 Estão arrendadas (78,6%); 4 Estão ocupadas pelos proprietários (14,3%); 2 Estão desocupadas (7,1%). 3.2. ESPAÇO PÚBLICO E EQUIPAMENTOS O espaço público desta Unidade de Intervenção tem uma área total, aproximada, de 18.860 m 2. Página 17 de 32

A) CIRCULAÇÃO E ESTACIONAMENTO (Peça Desenhada nº 30) Do levantamento efectuado constata-se que: A circulação de tráfego automóvel é ordenada; Existem 11 passadeiras para peões convenientemente assinaladas; Existem 357 lugares de estacionamento informais, dos quais 157 no passeio e 200 na via; Existem 141 lugares de estacionamento formais. B) PAVIMENTOS (Peça Desenhada nº 31) Do levantamento efectuado constata-se que: 40% da área é em pavimento de betuminoso; 33% da área é em terreno natural; 22% da área é em pavimento de cubos de calcário; 5% da área é em pavimento cubos de granito. C) MOBILIÁRIO URBANO (Peça Desenhada nº 32) Do levantamento efectuado constata-se que na Unidade de Intervenção existem: 27 Candeeiros; 1 Esplanada; 8 Papeleiras; 3 Paragem de autocarro com cobertura; 5 Bocas-de-incêndio; 1 Ecoponto; 14 Placas Toponímicas. D) TRANSPORTES PÚBLICOS (Peça Desenhada nº 33) Têm paragem nesta Unidade de Intervenção os autocarros da Carris 60, 738 e 742 e o eléctrico 18. Página 18 de 32

E) EQUIPAMENTOS Existe um equipamento nesta Unidade de Intervenção O Centro de Saúde de Alcântara. 3.3. CONCLUSÕES A) EDIFICADO Esta Unidade de Intervenção é caracterizada por um tecido urbano, consolidado, de uso predominantemente habitacional, com algum comércio ao nível do rés-do-chão (90% de fracções habitacionais); Das fracções vistoriadas, a percentagem de fracções habitacionais arrendadas é significativa (56%); Rua Jau Apenas 6% dos edifícios apresentam um mau estado geral de conservação, no entanto 33% apresentam necessidade de uma intervenção de reabilitação ligeira; A maioria dos edifícios é constituída por 4 e 5 pisos (55%), foi construída na segunda metade do século XX (51%); Em termos de valor patrimonial, a classificação mais frequente é de acompanhamento (48%); Existem 2 edifícios devolutos. Página 19 de 32

Rua da Indústria B) ESPAÇO PÚBLICO O estacionamento automóvel é manifestamente desordenado. Em muitos locais o estacionamento processa-se em cima dos passeios, originando problemas de circulação a peões, carrinhos de crianças e indivíduos com mobilidade reduzida; A iluminação pública é insuficiente (especialmente na Calçada da Tapada). C) ESTUDO SOCIOLÓGICO Em conjunto com as vistorias aos prédios e fracções foram realizados inquéritos sócio económicos aos moradores que se disponibilizaram para o efeito. Analisando os dados recolhidos nestes inquéritos, pode concluir-se o seguinte: A maioria dos inquiridos são mulheres (60%). Os idosos representam uma percentagem importante dos inquiridos (43%), assim como os reformados e pensionistas (44%). O nível de instrução mais frequente dos inquiridos é o 1º ciclo do ensino básico (24%). Os principais problemas referidos pelos inquiridos são a falta de limpeza e iluminação do espaço público e de lugares de estacionamento. 3.4. CONDICIONAMENTOS À EDIFICABILIDADE (PDM) As operações de reabilitação urbana nesta Unidade de Intervenção são enquadradas pelo Plano Director Municipal, aplicando-se cumulativamente os seguintes condicionamentos à edificabilidade definidos para o território onde se integra a Unidade de Intervenção: Classificação do Espaço Urbano (Peça Desenhada Nº 3) Área Consolidada de Página 20 de 32

Edifícios de Utilização Colectiva Habitacional ; Imóveis Classificados e em vias de Classificação (Peça Desenhada Nº 4) Zona Especial de Protecção e Zona de Protecção do Monumento Nacional, Palácio Vale-Flor, e do Imóvel de Interesse Público, Tapada da Ajuda (conjunto intra-muros); Componentes Ambientais Urbanas I (Peça Desenhada Nº 6) Sistema de Corredores (parte da Unidade); Componentes Ambientais Urbanas II (Peça Desenhada Nº 7) Vales e Frente Ribeirinha ; Servidões (Peça Desenhada Nº 8) Aeroporto de Lisboa e Instituto de Estradas de Portugal ; Unidades Operativas de Planeamento (Peça Desenhada Nº 9) UOP 21 Ajuda (parte da Unidade). Salienta-se que os licenciamentos nesta Unidade de Intervenção dependem de parecer prévio favorável da DRCLVT/IGESPAR Direcção Regional de Cultura de Lisboa e Vale do Tejo / Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico. Página 21 de 32

4. OPÇÕES ESTRATÉGICAS DE REABILITAÇÃO Tendo em consideração o estado actual da Unidade de Intervenção em termos de edificado, espaço público e equipamentos, os dados demográficos e sociais e os condicionamentos à edificabilidade, foram definidas as opções estratégicas que constam dos pontos seguintes. 4.1. EDIFICADO Considerar todas as intervenções nos prédios desta Unidade de Intervenção inseridos no procedimento de reabilitação urbana, sujeitas ao Decreto-Lei nº 104/2004, de 7 de Maio; Defender e valorizar os elementos edificados de valor arquitectónico ou urbanístico, requalificando-os arquitectónica e funcionalmente, visando a melhoria das suas condições de habitabilidade, salubridade, segurança e conforto, com a finalidade de, não só fixar a população residente, mas também, atrair novos moradores; Manter a estrutura morfológica, as tipologias urbanas e a função primordialmente habitacional dos edifícios; Salvaguardar os valores patrimoniais em presença e a imagem urbana tradicional, nomeadamente ao nível da estrutura urbana e dos materiais e acabamentos; Promover a eliminação ou integração dos elementos dissonantes; Promover a desocupação dos logradouros e saguões ou a legalização da sua ocupação; Considerar a demolição e substituição de edifícios apenas em situações de: (1) interesse público, (2) ruína iminente e (3) edifícios sem interesse urbanístico arquitectónico ou cultural, tanto individualmente como para o conjunto em que se integram; Admitir o aumento de cérceas, de acordo com o definido no PDM, de forma a melhorar a imagem das frentes edificadas e incentivar as acções de reabilitação dos edifícios com possibilidades de ampliação. Página 22 de 32

4.2. ESPAÇO PÚBLICO Defender e valorizar o espaço público através da sua requalificação e reestruturação; Preservar as características morfológicas e de ambiente e imagem urbana, nomeadamente as qualificadoras da imagem do Bairro ; Melhorar as condições ambientais e a acessibilidade viária e pedonal, tentando, sempre que possível, suprimir as barreiras urbanísticas a pessoas com mobilidade condicionada; Renovar o mobiliário urbano; Reordenar o estacionamento; Promover a requalificação do comércio tradicional e a instalação de actividades comerciais qualificadas. Página 23 de 32

5. PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO Nos termos da legislação aplicável, o Documento Estratégico deverá integrar uma proposta de reabilitação do território da Unidade de Intervenção. Do estudo urbanístico da Unidade de Intervenção e também das áreas adjacentes, resultaram as propostas de reabilitação do Edificado e do Espaço Público que a seguir se apresentam. 5.1. EDIFICADO (Peças Desenhadas nº 41, 42 e 43) A definição dos edifícios a reabilitar e a extensão das intervenções neles previstas encontramse exaustivamente descritas, por edifício, nos Volume III e IV deste Documento. No entanto, neste ponto apresentam-se as propostas de intervenção para a globalidade do edificado da Unidade de Intervenção. Definiram-se quatro Níveis de Intervenção: Ligeira o nível de reabilitação ligeira aplica-se a edifícios em razoável estado de conservação, necessitando apenas de obras de manutenção, nomeadamente, pinturas, pequenas reparações em acabamentos e limpeza de telhados; Média o nível de reabilitação média aplica-se a edifícios em mau estado de conservação, com sinais de deterioração, nomeadamente, ao nível das infra-estruturas, acabamentos, vãos, caixilharias, pinturas, bem como, de necessidade de reparação de coberturas, mas que não apresentam, aparentemente, riscos ao nível da segurança geral do edifício e dos seus moradores. Além dos trabalhos já referidos para a reabilitação ligeira, a reabilitação média pode incluir ainda: - Reparação ou substituição das carpintarias e caixilharias; - Reparação ou reforço de alguns elementos estruturais, fundamentalmente pavimentos; - Reparação generalizada dos revestimentos exteriores e interiores, da cobertura e paredes interiores e exteriores; Página 24 de 32

- Substituição ou reparação das instalações eléctricas e hidráulicas e beneficiação das partes comuns; - Melhoria das condições de habitabilidade com especial relevo das relacionadas com a utilização de cozinhas e instalações sanitárias. Profunda O nível de reabilitação profunda aplica-se a edifícios em muito mau estado de conservação, com graves problemas estruturais que possam pôr em risco a segurança do edifício, dos moradores e dos edifícios contíguos. Além dos trabalhos já referidos para a reabilitação ligeira e média, a reabilitação profunda pode ter implicações estruturais, nas circulações verticais e horizontais e nos revestimentos e acabamentos das construções; Demolição Intervenção indicada para edifícios em ruína ou em muito mau estado, sem interesse urbanístico arquitectónico ou cultural, tanto individualmente como para o conjunto em que se integram ou em casos de manifesto interesse público. Foi ainda definida a classificação Urgente, que inclui as intervenções em edifícios que se encontrem em risco de ruína e / ou que estejam a danificar os edifícios contíguos. Relativamente aos Níveis de Intervenção, as propostas de intervenção no edificado consistem em: Intervenção Ligeira 26 edifícios (32,5%); Intervenção Média 3 edifícios (3,8%); Intervenção Profunda 2 edifícios (2,5%); Demolição e / ou construção 0 edifícios (0%); Sem intervenção 49 edifícios (61,3%). A intervenção é urgente em 2 edifícios. Integrando esta Unidade de Intervenção parte de uma parcela de terreno expectante, definiu-se ainda que a totalidade da parcela deveria ser objecto, a curto médio prazo, de uma operação de loteamento, que definirá, nomeadamente, as áreas, usos, implantações, e volumetrias dos edifícios a construir. Página 25 de 32

Nº DE EDIFÍCIOS 60 50 40 30 20 10 70,0% 60,0% 50,0% 40,0% 30,0% 20,0% 10,0% % DE EDIFÍCIOS 0 LIGEIRA MÉDIA PROFUNDA DEMOLIÇÃO SEM INTERVENÇÃO 0,0% Proposta de Intervenção no Edificado Legenda Ligeira Média Profunda Sem Intervenção Área a Lotear O que se traduz, em termos de Área Bruta de Construção, da seguinte forma: Intervenção Ligeira 18.228 m 2 (26,7%); Intervenção Média 2.570 m 2 (3,8%); Intervenção Profunda 879 m 2 (1,3%); Demolição e / ou construção 0 (0%); Sem Intervenção 46.691 m 2 (68,3%). Página 26 de 32

ÁREA DE CONSTRUÇÃO (M2) 50.000 45.000 40.000 35.000 30.000 25.000 20.000 15.000 10.000 5.000 0 LIGEIRA MÉDIA PROFUNDA DEMOLIÇÃO SEM INTERVENÇÃO 80,0% 70,0% 60,0% 50,0% 40,0% 30,0% 20,0% 10,0% 0,0% % DA ÁREA DE CONSTRUÇÃO 5.2. ESPAÇO PÚBLICO (Peças Desenhadas nº 44, 45 e 46) As seguintes propostas de intervenção no espaço público (e a sua tradução nas Peças Desenhadas) devem ser entendidas como programas base de projectos, que estão sujeitos a alterações e cuja elaboração e concretização depende de aprovação prévia da CML. A) REORDENAMENTO DO ESTACIONAMENTO E REQUALIFICAÇÃO DOS PASSEIOS E VIAS Considera-se essencial para a requalificação do espaço público desta Unidade de Intervenção o reordenamento do estacionamento, o que passa por formalizar os lugares de estacionamento à superfície e proibir o estacionamento ao longo dos percursos pedonais (passeios, largos, etc.), tendo como resultado a melhoria da mobilidade, segurança e qualidade de vida dos residentes. Considera-se ainda que as propostas de requalificação generalizada dos passeios e vias e de correcção pontual dos seus traçados, são muito importantes para a requalificação do espaço público, cuja reabilitação servirá também como incentivo à acção de proprietários e investidores, na medida em que constitui um importante contributo para a valorização dos imóveis que integram esta Unidade. Página 27 de 32

B) ALTERAR O SISTEMA DE RECOLHA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DOMÉSTICOS Após consulta dos serviços com responsabilidade nesta matéria, propõe-se a recolha selectiva, porta a porta e a colocação de Vidrões enterrados. C) REABILITAÇÃO GENERALIZADA DA ILUMINAÇÃO PÚBLICA D) ORDENAMENTO DAS INFRA-ESTRUTURAS AÉREAS Promover junto das concessionárias de energia e telecomunicações o ordenamento das respectivas infra-estruturas aéreas. Página 28 de 32

6. PLANIFICAÇÃO 2009 ELABORAÇÃO PROJECTO BASE DOCUMENTO ESTRATÉGICO PUBLICITAÇÃO PROJECTO BASE DOCUMENTO ESTRATÉGICO 2008 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ 2010 2011 2012 2013 CONCLUSÃO DOCUMENTO ESTRATÉGICO APROVAÇÃO DOCUMENTO ESTRATÉGICO NOTIFICAÇÃO PROPRIETÁRIOS REGISTO DOCUMENTO ESTRATÉGICO REABILITAÇÃO EDIFICADO REABILITAÇÃO ESPAÇO PÚBLICO Nota: Datas aproximadas, os tipos de execução, as formas e prazos de actuação serão ajustados em função: (1) da natureza da colaboração das entidades interessadas (proprietários e promotores); e (2) do enquadramento legal e dos meios financeiros disponíveis. Página 29 de 32

7. ESTIMATIVA ORÇAMENTAL ESTIMATIVA ORÇAMENTAL POR NÍVEIS DE INTERVENÇÃO NÍVEIS DE ÁREAS PREÇOS PREÇO INTERVENÇÃO (M2) UNITÁRIOS ( ) TOTAL ( ) (1) EDIFICADO SEM INTERVENÇÃO (2) 46.691-0 LIGEIRA 18.228-1.017.000 MÉDIA 2.570-1.111.900 PROFUNDA 879-608.500 DEMOLIÇÃO E / OU CONSTRUÇÃO 0-0 SOMA EDIFICADO 68.368-2.737.400 ESPAÇO PÚBLICO SEM INTERVENÇÃO 0 0 0 LIGEIRA 5.545 20 110.900 MÉDIA 0 75 0 PROFUNDA 0 100 0 SOMA ESPAÇO PÚBLICO 5.545-110.900 TOTAL - - 2.848.300 (1) Custo de construção sem IVA e não incluído, nomeadamente, os seguintes custos: Aquisição do imóvel, indemnizações, realojamentos, projecto, gestão e fiscalização, comercialização, taxas e licenças administrativas. (2) Inclui áreas de edifícios que, apesar de se encontrarem em bom estado de conservação, apresentam elementos dissonantes, a remover. ESTIMATIVA ORÇAMENTAL DAS INTERVENÇÕES URGENTES NÍVEIS DE ÁREAS PREÇOS PREÇO INTERVENÇÃO (M2) UNITÁRIOS ( ) TOTAL ( ) (1) EDIFICADO SEM INTERVENÇÃO 0-0 LIGEIRA 0-0 MÉDIA 0-0 PROFUNDA 879-608.500 DEMOLIÇÃO 0-0 TOTAL 879-608.500 (1) Custo de construção sem IVA e não incluído, nomeadamente, os seguintes custos: Aquisição do imóvel, indemnizações, realojamentos, projecto, gestão e fiscalização, comercialização, taxas e licenças administrativas. Página 30 de 32

8. PROPRIETÁRIOS, DEMAIS TITULARES DE DIREITOS REAIS E ARRENDATÁRIOS De acordo com a alínea b) do nº 2 do artigo 15º e com o artigo 37º do Decreto-Lei nº 104/2004, de 7 de Maio, do Documento Estratégico deverá constar a indicação dos proprietários dos edifícios a reabilitar, dos demais titulares de direitos reais e dos arrendatários. O referido artigo 37º refere: Para os efeitos dos procedimentos de reabilitação urbana regulados por este diploma, consideram-se titulares de direitos reais sobre os edifícios ou fracções aqueles que no registo predial, na matriz ou em títulos bastantes de provas que exibam figurem como titulares de tais direitos, sempre que se trate de prédios omissos ou haja manifesta desactualização dos registos e das inscrições aqueles que pública e notoriamente forem tidos como tais. Tendo em consideração os preceitos legais, foi realizado um levantamento da situação patrimonial dos imóveis através de consultas efectuadas na 6ª Conservatória do Registo Predial de Lisboa e no 6º Bairro Fiscal de Lisboa e através de inquéritos aos moradores, encontrando-se toda a informação obtida no Volume III deste Documento. Relativamente a estes dados é muito importante ter em consideração que: As informações foram recolhidas no mês de Junho 2008, pelo que alterações de titularidade ocorridas posteriormente não foram consideradas; Podem existir, como a própria lei prevê, casos de desactualização dos registos. No entanto, durante o período de divulgação do Projecto Base deste Documento Estratégico, a Lisboa Ocidental recebeu diversos contributos com a finalidade de correcção destes dados, tendo todos sido integrados neste Documento. Página 31 de 32

9. ENTIDADES INTERESSADAS EM COLABORAR COM OS PROPRIETÁRIOS De acordo com a alínea e), do nº 2, do artigo 15º do Decreto-Lei nº 104/2004, de 7 de Maio, do Documento Estratégico deverá constar a indicação dos eventuais interessados em colaborar com os proprietários na recuperação dos imóveis. Em resultado das acções de divulgação desenvolvidas pela Lisboa Ocidental, diversas entidades manifestaram interesse em colaborar nos processos de reabilitação urbana, oferecendo, algumas delas, condições preferenciais aos moradores e proprietários. Estes dados e informações constam do Volume V deste Documento (as condições preferenciais oferecidas estão sujeitas a alterações e são da inteira responsabilidade das respectivas entidades). Lisboa, 31 de Agosto de 2009, Lisboa Ocidental, SRU Sociedade de Reabilitação Urbana, E. E. M. Teresa do Passo Presidente do Conselho de Administração Jorge Catarino Tavares Vogal do Conselho de Administração Página 32 de 32