NOTÍCIAS FISCAIS Nº 2.904 BELO HORIZONTE, 8 DE SETEMBRO DE 2014.



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Transcrição:

NOTÍCIAS FISCAIS Nº 2.904 BELO HORIZONTE, 8 DE SETEMBRO DE 2014. Se tudo parecer estar sob controle, então você não está indo rápido o suficiente. Mario Andretti MG ALTERA TRIBUTAÇÃO DO SETOR DE TRANSPORTE DE CARGAS... 2 CONTRIBUINTE ESTÁ VENCENDO NO STJ DISPUTA SOBRE O SAT... 2 BRASIL PERDE 1,5% DO PIB AO ANO COM SONEGAÇÃO NO COMÉRCIO EXTERIOR... 4 MINISTROS DO STF PEDEM RETOMADA DE JULGAMENTO... 5 RECEITA LIBERA CONSULTA AO 4º LOTE DE RESTITUIÇÃO DO IR... 6 CAMEX PRORROGA ISENÇÃO DE IMPOSTO PARA METANOL POR SEIS MESES... 6 RECONHECIDA REPERCUSSÃO GERAL EM MATÉRIA SOBRE NÃO CUMULATIVIDADE DO PIS/COFINS... 7 MANTIDA DESCONSTITUIÇÃO DE PENHORA DE IMÓVEL ALIENADO ANTES DA EXECUÇÃO FISCAL... 8 TECNOLOGIA CONTRA IMPORTAÇÃO SEM TRIBUTOS POR VIA POSTAL... 9 RECEITA ESCLARECE TRIBUTAÇÃO DA PERMUTA DE IMÓVEIS REALIZADA POR PESSOA JURÍDICA TRIBUTADA PELO LUCRO PRESUMIDO...10 PRAZO PARA PAGAR VERBAS RESCISÓRIAS EM ROMPIMENTO ANTECIPADO DE CONTRATO A TERMO É DE 10 DIAS...10 COOPERATIVA AGRÍCOLA E RECUPERAÇÃO JUDICIAL...11 PERDIMENTO INDEVIDO DECRETADO PELO FISCO GERA LUCRO CESSANTE...13 Página 1 de 15

MG altera tributação do setor de transporte de cargas Fonte: Valor Econômico. O governo de Minas Gerais alterou o sistema de tributação do setor de transporte de cargas. A novidade consta do Decreto nº 46.491, publicado na edição de sexta-feira do Diário Oficial do Estado. A partir de 1º de outubro, o vendedor ou remetente da mercadoria vai permanecer responsável pelo recolhimento do ICMS apenas se o transportador for autônomo ou inscrito como contribuinte em outro Estado. Nos demais casos, o próprio transportador terá que fazer o recolhimento do imposto estadual. A mudança é significativa porque reduz uma série de obrigações para todas as empresas que usam o serviço em Minas. "Hoje, elas têm que fazer o cálculo do imposto, emitir nota fiscal para recolher o ICMS e são penalizadas se não o fizerem. Com a mudança, será uma obrigação acessória a menos", afirma a consultoria Maria das Graças Lage de Oliveira, da Lex Legis Consultoria Tributária. A alíquota do ICMS para o serviço de transporte de cargas nas operações interestaduais é de 7% ou 12%. Até o fim do mês, o remetente da mercadoria (tomador de serviço) é o responsável pelo recolhimento do ICMS em razão do sistema de substituição tributária. Por meio deste sistema, adotado desde 2006, o imposto é antecipado por uma empresa da cadeia produtiva. O novo decreto também estabelece isenção do ICMS para a prestação interestadual de serviço de transporte rodoviário de cargas realizado por meio de subcontratação no Estado de Minas Gerais. O benefício também entra em vigor no dia 1º de outubro. Contribuinte está vencendo no STJ disputa sobre o SAT Fonte: Valor Econômico. Os contribuintes estão perto de obter no Superior Tribunal de Justiça (STJ) uma vitória contra o aumento da contribuição ao Seguro de Acidente do Trabalho (SAT) - que passou a se chamar Riscos Ambientais do Trabalho (RAT). Já há maioria de votos no julgamento pela 1ª Turma do processo de uma empresa do grupo Fiat que teve a alíquota do tributo alterada com a edição do Decreto nº 6.957, de 2009, sem apresentação de justificativas. A norma reenquadrou as 1.301 atividades econômicas previstas na legislação nas alíquotas da contribuição - que variam entre 1% e 3%, de acordo com o risco de cada setor -, elevando o recolhimento para muitos contribuintes. De acordo com o advogado Daniel Báril, do escritório Silveiro Advogados, antes da edição do decreto, 138 atividades estavam na faixa dos 3%. Hoje, são 730. Junto com o reenquadramento, a Previdência Social criou o Fator Acidentário de Prevenção (FAP), também questionado por contribuintes. Com sua aplicação, pode-se Página 2 de 15

reduzir ou aumentar as alíquotas, com base nos índices de cada empresa. O FAP varia de 0,5 a dois pontos percentuais, o que significa que a alíquota da contribuição pode ser reduzida à metade ou dobrar, chegando a 6% sobre a folha de salários. "O governo anunciou o FAP como um benefício para os contribuintes. Só que majorou irrestritamente, e de maneira ilegal, a contribuição com o reenquadramento das atividades", afirma Báril. No caso analisado pelos ministros, a alíquota do contribuinte passou de 2% para 3%. Em sua defesa, a FPT - Powertrain Technologies, que fabrica autopeças, contesta o reenquadramento, alegando que não foram apresentados os motivos para a alteração. E afirma que, pouco antes da edição do decreto, um anuário estatístico divulgado no site do Ministério da Previdência Social apontava que os acidentes de trabalho no setor haviam diminuído. O julgamento da ação na 1ª Turma foi retomado na semana passada, com o voto do ministro Benedito Gonçalves. Mas foi novamente interrompido por um pedido de vista. Desta vez, do ministro Sérgio Kukina. Além dele, deve votar Ari Pargendler. Até agora, três ministros entenderam que o fato de não terem sido apresentados os motivos impediria o reenquadramento nas alíquotas da contribuição. O relator do caso, ministro Napoleão Nunes Maia Filho, acolheu os argumentos do contribuinte. Ele apontou que, desde a primeira instância, a União não apresentou as estatísticas que embasaram o reenquadramento. O magistrado destacou que, caso o entendimento fosse vencedor, o precedente poderia embasar o pedido de outras companhias, já que o Decreto nº 6.957 alterou o SAT de diversos setores. O ministro Arnaldo Esteves Lima, que também votou de forma favorável à empresa, declarou durante o julgamento que "mudança [na alíquota] deve ser motivada, caso contrário é uma verdadeira carta branca para a administração". Se o entendimento do relator prevalecer, haverá uma reviravolta na jurisprudência, segundo o advogado Francisco Giardina, do Bichara Advogados. "Os Tribunais Regionais Federais teimam em considerar que o reenquadramento pode perfeitamente ser via decreto e sem a necessária motivação", diz. "A posição do STJ será praticamente um divisor de águas, coibindo o arbítrio da União Federal." Com um precedente favorável do STJ, de acordo com o advogado Lucas Lobo, que também atua no Silveiro Advogados, as empresas poderão resgatar os valores pagos a maior desde a entrada em vigor do Decreto nº 6.957, de 2009, e adotar as alíquotas previstas para cada atividade no Decreto 6.042, de 2007. O SAT também está na pauta do Supremo Tribunal Federal (STF). Em 2012, os ministros deram repercussão geral a um recurso que questiona o FAP, nove anos depois de considerar a contribuição constitucional. O relator do recurso apresentado pela Komatsu Forest Indústria e Comércio de Máquinas Florestais é o ministro Luiz Fux. Embora tenha reconhecido a repercussão geral, Fux entendeu que o assunto já estaria resolvido. Para ele, as decisões reiteradas sobre a constitucionalidade da contribuição Página 3 de 15

poderiam ser aplicadas ao caso. Em 2003, o STF decidiu que o governo poderia estabelecer por decreto os critérios para enquadramento dos setores econômicos previstos na legislação nas alíquotas do SAT. Brasil perde 1,5% do PIB ao ano com sonegação no comércio exterior Fonte: Valor Econômico. O Brasil perdeu, em média, o equivalente a 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB) ao ano entre 1960 e 2012 com a entrada e a saída de dinheiro do país de maneira ilegal, de acordo com o estudo "Brasil: Fuga de Capitais, Fluxos Ilícitos e Crises Macroeconômicas, 1960-2012", que será divulgado neste domingo pela Global Financial Integrity (GFI), organização de pesquisa e consultoria sediada em Washington. Os autores do trabalho chamam a atenção para o fato de os dados serem considerados extremamente conservadores, já que quase a totalidade (92,7%) do fluxo ilegal estimado é oriundo do comércio de bens. No total do período, o estudo estima que os fluxos financeiros ilícitos provenientes do Brasil somaram US$ 401,6 bilhões, com as somas crescendo ano a ano, conforme o comércio exterior do país foi se expandindo. De US$ 310 milhões ao ano na década de 1960, as saídas ilícitas alcançaram US$ 14,7 bilhões anuais na década passada. O movimento ganhou impulso ainda maior nos três últimos anos estudados (2010 a 2012), quando as saídas alcançaram US$ 33,7 bilhões. O montante mapeado deixou o país por duas vias principalmente, de acordo com Dev Kar, economista-chefe da GFI e ex-economista sênior do Fundo Monetário Internacional (FMI): sub ou superfaturamento de transações. "O faturamento indevido no fluxo de comércio é o meio mais usado para se transferir dinheiro para fora do Brasil ilicitamente, afirma Kar. Na média da GFI, esse tipo de transação ilegal corresponde a cerca de 80% dos fluxos financeiros ilícitos ao redor do mundo. A GFI também afirma que o Brasil tem se mostrado relutante em enfrentar os problemas relacionados à fuga de capitais e às saídas ilícitas de recursos, e recomenda a adoção de duas medidas pelo governo para coibir esse tipo de manobra, que drena recursos do Estado e enfraquece a economia. A primeira é a promoção de uma maior transparência em transações financeiras internacionais e nacionais. A segunda é a intensificação de esforços com outros governos para aumentar a cooperação para que sejam fechados os canais nos quais fluem os capitais ilícitos no comércio exterior. As duas ações devem incluir medidas legais mais robustas contra o faturamento indevido no fluxo de comércio, como a instituição da transparência na titularidade de empresas. De um modo geral, o Brasil tem uma infraestrutura financeira bem estabelecida, um compromisso sólido com a governança democrática e muitas das leis e procedimentos necessários para coibir fluxos financeiros ilícitos", diz Joshua Simmons, assessor para políticas da GFI e que trabalhou na seção de políticas do estudo. Página 4 de 15

Entretanto, as vantagens que a economia brasileira possui para combater o fluxo financeiro ilegal, a inda na visão de Simmons, Ministros do STF pedem retomada de julgamento Fonte: Valor Econômico. O ministro Marco Aurélio enviou um despacho ao presidente eleito do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, solicitando a retomada do julgamento do recurso extraordinário que discute a exclusão do ICMS da base de cálculo da Cofins, de sua relatoria. A decisão foi tomada depois de receber em seu gabinete a advogada Cristiane Romano, que defende o autor do recurso. Ela lembrou que estava grávida quando os ministros começaram a analisar a questão. Hoje, seu filho tem 15 anos. O recurso começou a ser julgado em 1999. Em 2006, a análise foi retomada e suspensa com seis votos a favor dos contribuintes e um contra. Foi interrompida por um pedido de vista do ministro Gilmar Mendes. Um ano depois, para tentar reverter o placar, a União apresentou a ação declaratória de constitucionalidade (ADC) nº 18. Com a apresentação da ação pela Advocacia-Geral da União (AGU), os ministros decidiram que o tema deveria ser analisado por meio dela, e não mais do recurso extraordinário da Auto Americano Distribuidor de Peças. O impacto da disputa das empresas com a União é estimado em R$ 90 bilhões. Antes de Marco Aurélio, o ministro Celso de Mello, relator da ADC, havia solicitado a retomada do julgamento do recurso extraordinário. Agora, a decisão está nas mãos do presidente eleito Ricardo Lewandowski. Em entrevista ao Valor, Marco Aurélio afirmou que "não é possível ficar nessa insegurança maior e negando jurisdição à empresa e ao contribuinte". Segundo ele, "a ADC foi manuseada para embaralhar tudo" e evitar que o Supremo concluísse o julgamento naquele processo. "Vários ministros que se manifestaram não têm mais assento, mas o voto é válido", disse. Em seu despacho, afirmou ainda que a situação "gera enorme perplexidade" e desgasta o Supremo. "Urge proceder à entrega da prestação jurisdicional às partes. Urge atentar para as peculiaridades do caso, especialmente para o fato de a recorrente contar com maioria formada no Supremo", disse. O despacho do ministro Marco Aurélio foi enviado à presidência depois de um pedido da Auto Americano. Nele, a empresa afirma que não existe mais na jurisprudência o entendimento de que a ADC teria preferência sobre o recurso extraordinário. Advogados defendem a retomada do recurso extraordinário. Fábio Andrade, do Andrade Advogados Associados, entende que não teria sentido retomar a discussão do zero. O advogado defende a Confederação Nacional do Transporte (CNT), que enviou pedido que embasou o despacho do ministro Celso de Mello. Página 5 de 15

Daniella Zagari, sócia do Machado, Meyer, Sendacz e Opice Advogados e uma das advogadas da Auto Americano, espera que o recurso volte a ser julgado após a posse de Lewandowski, nessa quarta-feira. "Temos a expectativa de que seja concedida prioridade ao caso em breve", afirmou. Votaram a favor dos contribuintes os ministros Marco Aurélio, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia e os hoje aposentados Carlos Ayres Britto, Cezar Peluso e Sepúlveda Pertence. Os seis ministros seguiram a tese de que o ICMS não faz parte do faturamento das companhias e, portanto, não poderia ser incluído na base de cálculo da Cofins. Apenas o ministro Eros Grau (hoje aposentado) foi a favor do Fisco. Mesmo com grande parte dos votos proferidos, o advogado Luis Augusto Gomes, sócio do contencioso tributário de Demarest Advogados, acredita que o tema poderá ser definido por meio da ADC 18. O entendimento a ser proferido, segundo ele, poderá influenciar em discussões semelhantes relacionadas a outros impostos. Receita libera consulta ao 4º lote de restituição do IR Fonte: Estado de Minas. A Receita Federal libera nesta segunda-feira, a partir das 9h, a consulta ao quarto lote de restituição do Imposto de Renda Pessoa Física 2014. Ao todo, serão contemplados 2.020.902 contribuintes, totalizando mais de R$ 2,2 bilhões. No lote estão também incluídos contribuintes que caíram na malha fina entre 2008 e 2013. O crédito bancário para 2.056.114 contribuintes será feito no dia 15 de setembro, totalizando R$ 2,4 bilhões. Desse total, R$ 168.078.903,86 são destinados a contribuintes idosos. Têm prioridade ainda as pessoas com alguma deficiência física ou mental ou moléstia grave. Para checar se a declaração foi liberada, o contribuinte deve acessar o site da Receita Federal ou ligar para o Receitafone 146. A consulta permite o acesso ao extrato da declaração, que indicará se há inconsistências de dados identificadas pelo processamento. Caso haja, o contribuinte pode fazer a regularização por meio da entrega de declaração retificadora. A restituição ficará disponível no banco durante um ano. Se o contribuinte não fizer o resgate nesse prazo, deverá solicitá-la por meio da internet. Camex prorroga isenção de imposto para metanol por seis meses Fonte: Agência Brasil. A Câmara de Comércio Exterior (Camex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior prorrogou por seis meses a isenção do imposto de importação para o metanol, composto que serve de insumo para o biodiesel. A alíquota não será cobrada para compras registradas de 3 de outubro deste ano a 3 de abril de 2015. Atualmente o produto está isento, mas o imposto zerado perderia a Página 6 de 15

vigência em 2 de outubro. A desoneração está limitada a uma cota de 282,5 mil toneladas do produto. A alíquota normal do imposto de importação sobre o metanol é 12%. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, o objetivo da prorrogação da isenção é garantir o abastecimento da demanda crescente no mercado interno, pois a produção nacional é insuficiente. Além do biodiesel, o metanol é utilizado para produção de formol e derivados, resinas industriais e aditivos. A Camex também zerou o imposto de importação para o produto disjuntor de gerador trifásico, que anteriormente tinha alíquota de 18%. As decisões foram tomadas em reunião do comitê de gestão da Câmara de Comércio Exterior na quarta-feira (3), mas só foram divulgadas na sexta-feira (5). As medidas foram oficializadas por meio de resolução publicada no Diário Oficial da União. Reconhecida repercussão geral em matéria sobre não cumulatividade do PIS/Cofins Fonte: STF. Foi reconhecida a repercussão geral de disputa que envolve a definição dos critérios da não cumulatividade da contribuição ao Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins). A decisão majoritária foi tomada pelo Plenário Virtual do Supremo Tribunal Federal (STF) no Recurso Extraordinário com Agravo (ARE) 790928, de relatoria do ministro Luiz Fux. A não cumulatividade foi prevista pela Emenda Constitucional (EC) 42/2003, que remeteu a lei a definição dos setores aos quais ela se aplicaria. No ARE, uma empresa do setor industrial questiona acórdão do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5) que entendeu como recepcionadas as normas regulamentadoras de creditamento das Leis 10.367/2002, 10.833/2003 e 10.865/2004. Segundo o TRF-5, as restrições presentes nas leis questionadas corporificam um critério misto de incidência da não cumulatividade, pois não se vê nos dispositivos de lei qualquer vulnerabilidade à finalidade de desoneração da cadeia produtiva, circunstância, sim, que, verificada, ensejaria a não recepção e a inconstitucionalidade alegadas. Em sua manifestação pelo reconhecimento da repercussão geral, o ministro Luiz Fux destacou que o texto constitucional não registrou qual fórmula serviria de ponto de partida para a previsão, e deixou assim de definir qual técnica de incidência poderia nortear a aplicação do princípio da não cumulatividade. Relevante, portanto, a definição pela Suprema Corte do núcleo fundamental do princípio da não cumulatividade quanto à tributação sobre a receita, já que com relação aos impostos indiretos (IPI e ICMS) a corte vem assentando rica jurisprudência, afirmou o relator. Página 7 de 15

Mantida desconstituição de penhora de imóvel alienado antes da execução fiscal Fonte: TRF 1ª Região. A 6.ª Turma do TRF da 1.ª Região manteve sentença de primeira instância que desconstituiu a penhora de imóvel adquirido por uma requerente que opôs embargos de terceiros à execução fiscal em que são partes uma construtora e outras duas pessoas físicas. A decisão, unânime, seguiu os termos do voto do relator, desembargador federal Jirair Aram Meguerian. Consta dos autos que o citado imóvel foi adquirido pela autora dos embargos de terceiros no dia 25/08/1998 de um casal que, por sua vez, havia comprado a área das duas pessoas físicas, partes da execução fiscal, em 12/02/1987, mediante Escritura Pública de Compra e Venda lavrada em cartório. O bem sofreu arresto em 20/11/1989 e foi convertido em penhora no dia 11/10/1990. Tais atos, todavia, não foram averbados no cartório imobiliário onde o imóvel estava matriculado. Ao analisar o caso, o Juízo de primeiro grau ressaltou que tendo a alienação do imóvel se verificado em data bem anterior à da citação do devedor no processo executivo, não há que se falar em fraude à execução, uma vez que quando alienou o bem o executado sequer havia sido incluído no polo passivo do processo executivo. A União recorreu da sentença ao TRF1, sustentando que, a sentença merece ser reformada, uma vez que não pode ser penalizada pelo erro cartorário, pelo qual foi emitida certidão de inteiro teor sem o registro de penhora pendente sobre o bem, argumentou o órgão. Os honorários advocatícios não podem recair sobre a União que não deu causa à lide e tampouco deve pagar por erro cometido por Cartório de Registro de Imóveis, completou. As razões do ente público não foram aceitas pelo Colegiado. À época da realização do negócio jurídico, não existia qualquer registro de penhora ou quaisquer outros ônus reais, legais ou convencionais sobre o imóvel. Com efeito, conforme bem exposta situação fática dos autos, não houve a configuração de fraude à execução, porquanto a alienação do imóvel executado ocorreu em data anterior à citação do alienante no executivo fiscal, expõe a decisão. Com relação à condenação da União ao pagamento dos honorários advocatícios, a Turma destacou que o Enunciado 303, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), é claro ao afirmar que, em embargos de terceiro, quem deu causa à constrição indevida deve arcar com os custos do processo. Dessa forma, a 6.ª Turma manteve a desconstituição da penhora e a condenação da União ao pagamento dos honorários advocatícios. Processo n.º 0001918-54.2004.4.01.4100 Página 8 de 15

Tecnologia contra importação sem tributos por via postal Fonte: O Globo. Do guarda-roupa à decoração, a casa da estudante Georgia Costa, de 29 anos, é cheia de produtos que vieram do outro lado do mundo. Cliente assídua de sites de compras da China, ela gasta cerca de R$ 500 por mês em roupas, cosméticos e acessórios. Cada vez mais brasileiros fazem isso, atraídos por preços baixos e um sistema de amostragem adotado pela impossibilidade de examinar todos os pacotes que deixa parte dos produtos passar sem a alíquota de importação, que é de 60%. Quem escapa da amostragem não está ilegal. Mas o pente-fino será mais rigoroso a partir deste mês, quando a Receita Federal testará uma nova tecnologia para automatizar a fiscalização. O novo sistema permitirá que os Correios compartilhem informações com a Receita. Isso permitirá que o Fisco saiba o que foi comprado no exterior antes mesmo de o produto entrar no país. A Receita não confirma se a nova tecnologia fará com que 100% das encomendas passem a ser tributadas, pois seus detalhes ainda estão sendo definidos, mas prevê aumento na arrecadação, já que a automatização aliviará os gargalos. Permanece, porém, a isenção para encomendas até US$ 50 com remetente e destinatário pessoas físicas. PARA INCENTIVAR REMESSAS, CORREIOS VÃO PARA O EXTERIOR A movimentação dos Correios e da Receita Federal para melhorar a fiscalização das importações ocorre em um momento de aumento na chegada de produtos ao país. No primeiro semestre, o volume de remessas internacionais (que inclui correspondências) aumentou 17,24%. No mesmo período, a arrecadação sobre importações subiu 22,21%, para R$ 146,6 milhões. Além do sistema em parceria com a Receita, os Correios investem em outras medidas, como abertura de escritórios em Hong Kong e Miami para melhorar o atendimento aos exportadores de China e EUA, principais origens das compras brasileiras. A estatal também passou a cobrar taxa de R$ 12 em encomendas internacionais para financiar parte dos custos extras envolvidos no processo. Segundo José Furian Filho, vicepresidente de encomendas e logística dos Correios, isso ajudará a impulsionar as vendas internacionais. A ideia é criar uma estrutura em Miami que permita fazer o filtro de documentação, de maneira a dar mais segurança ao vendedor afirma Furian, que não acredita que um possível aumento na tributação vá afastar os compradores. MUDANÇA DE HÁBITO À VISTA? Mas a nova tecnologia pode alterar os hábitos de quem está acostumado a importar, diz a estudante Karyne Di Leonardo: Se a tributação aumentar muito, com certeza terei que diminuir as compras. Mas acredito que, mesmo com o aumento das taxas, continue valendo a pena. Compramos uma camisa aqui por R$ 90, e na China, apesar da demora na entrega, sai por R$ 15. Página 9 de 15

Publicidade Para Solange Oliveira, consultora do setor e vice-presidente da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico, o brasileiro perdeu o medo de comprar de fora. A gente vê um movimento do governo de taxar as compras, mas ainda assim o preço é menor diz Solange. Já o consultor Daniel Domeneghetti, sócio-diretor da E-Consulting, prevê que em 2015 haja uma queda de 22% nas compras on-line de brasileiros no exterior. Ainda assim, produtos que são mais tributados aqui podem ser um bom negócio em sites do exterior. Receita esclarece tributação da permuta de imóveis realizada por pessoa jurídica tributada pelo lucro presumido Fonte: NETIOB. Na permuta de imóveis com ou sem recebimento de torna, realizada por pessoa jurídica tributada com base no lucro presumido, dedicada a atividades imobiliárias relativas a loteamento de terrenos, incorporação imobiliária, construção de prédios destinados à venda, bem como a venda de imóveis construídos ou adquiridos para a revenda, constituem receita bruta tanto o valor do imóvel recebido em permuta quanto o montante recebido a título de torna. (Parecer Normativo Cosit/RFB nº 9/2014 DOU 1 de 05.09.2014) Prazo para pagar verbas rescisórias em rompimento antecipado de contrato a termo é de 10 dias Fonte: TRT 3ª Região. Em caso de rescisão antecipada do contrato a termo, as verbas rescisórias devidas ao empregado devem ser pagas até o 10º dia da notificação de dispensa, conforme previsto no artigo 477, parágrafo 6º, alínea b, da CLT. É que o caso equivale a uma dispensa sem a concessão de aviso prévio. Com esse entendimento, o juiz Marcelo Oliveira da Silva, titular da 1ª Vara do Trabalho de Coronel Fabriciano, julgou o pedido de pagamento da multa prevista no artigo 477 da CLT por atraso no acerto rescisório feito por um trabalhador em face da ex-empregadora e das tomadoras dos seus serviços. O reclamante foi contratado em duas oportunidades, ambas por meio de contratos a termo que foram rescindidos antecipadamente por iniciativa do empregador. O primeiro contrato deveria vigorar de 06/01/12 a 06/03/12, mas foi rescindido antecipadamente pela reclamada em 24/02/12. O pagamento das verbas rescisórias se deu em 05/03/12. Aí, segundo considerou o julgador, foi observado o prazo previsto para o pagamento das verbas rescisórias. O juiz explicou que, no caso, incide o artigo 477, parágrafo 6º, b, da CLT, que estipula prazo de 10 dias para pagamento do acerto rescisório, a partir da notificação da dispensa. Página 10 de 15

A previsão contida na alínea a de pagamento até o primeiro dia útil imediato ao término do contrato não se aplica porque a rescisão antecipada é como se fosse uma dispensa sem concessão de aviso prévio. Ainda conforme entendeu o magistrado, o acerto rescisório, nos termos da CLT, não configura ato complexo, mas sim, de mero pagamento, o que foi atendido pelo patrão. Nesse contexto, o pedido de aplicação da multa prevista no artigo 477 da CLT foi julgado improcedente em relação ao primeiro contrato de trabalho. Já quanto ao segundo contrato de trabalho, deveria ter vigorado de 12/03/12 a 11/05/12, sendo que em 10/05/12, ou seja, um dia antes da data prevista para o término, houve a rescisão antecipada por parte do empregador. O acerto rescisório foi efetuado no dia 05/06/2012, ultrapassando, assim, o prazo legal de 10 dias. Diante desse quadro, o magistrado condenou as rés envolvidas ao pagamento da multa por atraso no pagamento do acerto rescisório, no valor de R$1.540,00. Ao julgar o recurso apresentado pelo reclamante, que pretendia receber a multa também em relação ao primeiro contrato, o TRT de Minas manteve a decisão. A Turma julgadora não acatou o argumento do trabalhador de que o contrato a termo não previa o direito recíproco de rescisão e, por isso, as verbas rescisórias deveriam ser pagas até o primeiro dia útil seguinte ao término do contrato. No voto, foi citada jurisprudência do TST reconhecendo que o pagamento das parcelas rescisórias deve ocorrer até o décimo dia, contado da ciência do empregado da despedida, quando se tratar de rescisão antecipada de contrato de trabalho a termo. Isto mesmo se não houver no contrato a cláusula assecuratória a que se refere o artigo 481 da CLT ( os contratos por prazo determinado, que contiverem cláusula asseguratória do direito recíproco de rescisão antes de expirado o termo ajustado, aplicam-se, caso seja exercido tal direito por qualquer das partes, os princípios que regem a rescisão dos contratos por prazo indeterminado ). Nos termos da decisão, o encerramento prematuro de contrato de trabalho por prazo determinado, por iniciativa do empregador, gera novo termo final, implicando a necessidade de notificação da demissão. Este é o fato utilizado para o início da contagem do prazo estabelecido na alínea b do 6º do art. 477 da CLT. Assim, considerando que esta regra foi observada em relação ao primeiro contrato, o recurso do reclamante foi julgado improcedente. ( 0000870-20.2012.5.03.0033 RO ) Cooperativa agrícola e recuperação judicial Por Fabrício Nedel Scalzilli para o Valor Econômico. Cooperativas agrícolas podem pedir recuperação judicial? Este questionamento tem surgido com mais frequência no setor cooperativado, principalmente como uma saída para cooperativas que estão em grave crise financeira. A resposta objetiva é não. Página 11 de 15

Pela atual legislação, as cooperativas não podem se utilizar do instituto da recuperação judicial. Mas há argumentos fortes para se pensar o inverso e fomentar a discussão de adaptação e modernização das leis, que regem tanto o cooperativismo, como as empresas em crise - leia-se a Lei de Falências e de Recuperação Judicial. As normas que regem as cooperativas, cuja lei foi editada na década de 1970, deixaram claro que esta forma de sociedade associativa não está sujeita ao regime jurídico empresarial, eis que possui natureza civil. O foco aqui não é discutir a natureza das cooperativas se civil, empresarial, híbrida ou especial. Mas que, por tal definição, não estão sujeitas aos efeitos da Lei de Falências e Recuperação de Empresas. Esta lei, por sua vez, reforça a tese de que somente o empresário e a sociedade empresarial poderiam efetivamente pedir ou sofrer uma falência e se utilizar da recuperação judicial. Há exceções levantadas pelo próprio legislador de forma acertada, proibindo a utilização do benefício da moratória por serem áreas altamente reguladas, de interesse econômico e de grande impacto social. Não poderia ficar a cargo do conselho de administração ou diretoria de uma empresa de planos de saúde, financeiras, consórcios e entidades de previdência, por exemplo, a decisão objetiva de suspender os seus pagamentos e propor uma negociação futura. Seria o caos, trazendo riscos e prejuízos econômicos e sociais imensuráveis. As cooperativas de crédito, por sua vez, estão listadas na mesma exceção, em razão dos argumentos acima, mas nota-se que não se generalizou em relação a todo setor cooperativado, apenas àquelas de viés financeiro. Vamos à realidade. Há muito tempo as cooperativas vêm sendo organizadas como empresas, mesmo tendo princípio associativo e objetivo social. Estas possuem atividade organizada, produção e circulação de bens e serviços. Portanto, estão totalmente inseridas na economia e, por consequência, sujeitas às intempéries do próprio mercado, sem falar ainda nos efeitos diretos causados por fator climático. Em muitos casos são instituições com organismos e operações mais complexas que muitas empresas, mas a gestão ainda é simplista e informal. O histórico de alto endividamento só se resolverá com uma estrutura moderna de moratória controlada e participação ativa dos credores; ou seja, concedendo-lhes o benefício da recuperação judicial. Muitas delas já deveriam ter sido liquidadas eis que totalmente insolventes, mas não o são por diversos fatores, os quais alguns aqui são elencados: falta de interesse do credor que, em uma liquidação, provavelmente não receberia seu crédito; política de concessão de crédito do próprio governo, que vai dando uma sobrevida ao fluxo de caixa das cooperativas; e uma legislação totalmente desatualizada, principalmente no que tange as regras de liquidação deste tipo de instituição. Os fatos têm nos mostrado ainda que o Judiciário tem sido o órgão mais preparado para coordenar liquidações de empresas sujeitas à Lei de Falências, a qual poderia de imediato ser aplicada a outras entidades, incluindo as cooperativas. A maioria das capitais brasileiras e alguns polos industriais possuem cartórios empresariais especializados em Página 12 de 15

processos de falência e recuperação judicial, onde se busca a aplicação de uma lei moderna (que por óbvio possui suas deficiências), mas que objetiva liquidar as empresas deficitárias de uma forma mais ágil, com a participação ativa dos credores e do Ministério Público, além da figura do administrador judicial. As liquidações extrajudiciais previstas em leis específicas e aplicadas de forma setorial como no caso das cooperativas, instituições financeiras e seguradoras têm se mostrado excessivamente demoradas, custosas e sem atingir o seu principal objetivo, que é a venda dos ativos e o pagamento dos credores. Falta aparelhamento, pessoal especializado, administradores profissionais, fora que, em alguns casos, os efeitos políticos desvirtuam ou aumentam tais obstáculos. É urgente se atualizar ambas legislações - cooperativas e Lei de Falências e Recuperação Judicial -, para se autorizar a utilização desse instrumento pelo setor cooperativado, já prevendo a aplicação do processo de falências em sua amplitude, incluindo a análise de responsabilidade dos sócios e diretores por desvio de patrimônio, contabilidade irregular, fraudes e má gestão devidamente comprovadas. Com o ônus e o bônus dessa medida, certamente estaremos dando um passo para fortalecer a atuação das cooperativas agrícolas em momentos de dificuldade, cobrando, por outro lado, uma melhor gestão de suas lideranças e dirigentes. Perdimento indevido decretado pelo Fisco gera lucro cessante Por Jomar Martins para o Conjur. A decretação ilegal da pena de perdimento de mercadorias, pelo Fisco, gera lucros cessantes indenizáveis. Afinal, sem matéria-prima para trabalhar, é clara a restrição à atividade empresarial. O entendimento levou a 1ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região a reformar sentença que negou indenização a uma empresa de Foz do Iguaçu (PR), que teve a carga de camisetas apreendida pela Receita Federal por suspeita de importação irregular. O juízo local acatou o argumento, lançado no auto de infração que reteve a carga, de que as notas fiscais não tinham idoneidade. Os desembargadores concluíram, no entanto, que as notas eram idôneas, pois a emissão foi reconhecida pelas respectivas vendedoras em juízo. Assim, o Fisco não poderia imputar à parte autuada a responsabilidade pelo descumprimento de obrigação acessória no preenchimento das notas fiscais, especialmente porque elas foram emitidas por empresas regularmente estabelecidas no Brasil. O relator da Apelação, desembargador Joel Ilan Paciornik, explicou que o lote trazia peças refugadas por grandes empresas, vendidas como sobras, a empresas de pequeno porte, como a parte autora, que as reciclam e revendem no varejo. Destaque-se que é característico desse mercado as mercadorias serem comercializadas por quilo, sem especificação de marca, modelo, tamanho, vendido a um só preço, não havendo Página 13 de 15

nenhuma ilegalidade nessa prática. É o chamado lote fechado, vendido em sacos de 20 ou 50 quilos cada, registrou no acórdão. Conforme o relator, embora a apreensão não tenha sido propriamente ilegal, a conclusão pela pena de perdimento configura a ilegalidade, pois a autoridade administrativa, ao constatar a inexistência ou insuficiência de provas para amparar a retenção, tinha o dever de autorizar a liberação, e não decretar o perdimento. A definição do valor da indenização pelos lucros cessantes, devido à falta de elementos, acabou relegada à fase de liquidação de sentença. O acórdão foi lavrado na sessão do dia 30 de julho. Ação anulatória Em 16 de julho de 2008, a Receita Federal apreendeu, em Foz do Iguaçu (PR), uma carga contendo 7,1 mil camisetas, pertencente à empresa Kilomania Comércio de Confecções Ltda, situada naquele município. O auto de infração apontou que as roupas tinham origem estrangeira, entraram ilegalmente no país e as notas fiscais apresentadas não eram idôneas. Por meio de marca própria, a empresa comercializa peças de vestuário que possuem defeitos de fabricação, adquiridas por quilo e sem etiquetas. Como não conseguiu liberar a carga em nível administrativo a Receita acabou decretando o seu perdimento, a Kilomania entrou na Justiça com Ação Anulatória de Auto de Infração, cumulada com Pedido de Danos Morais e Materiais, contra a União, representando a Fazenda Nacional. Na inicial, argumentou que as camisetas foram adquiridas regularmente em território brasileiro. Explicou que essas peças, de segunda qualidade, são comumente vendidas por quilo pelas indústrias lotes fechados de 20kg cada. Logo, não trazem especificações de marca, modelo ou tamanho. Esclareceu que o fato de grande parte das peças vir acompanhada com as etiquetas com a inscrição Henry não caracteriza ilegalidade. Estas foram colocadas com única finalidade classificar as peças por tamanho e composição, já que haviam sido adquiridas sem etiquetas. Finalizando, alegou que a apreensão da carga levou à interrupção das vendas de roupas de segunda mão, responsável pela maior parte parcela de suas receitas. Além disso, teve de fechar a oficina de reparação de peças de vestuário e dispensar funcionários. A sentença O juiz federal substituto Sergio Luís Ruivo Marques julgou a ação improcedente, por entender que a Kilomania não comprovou a aquisição regular das peças de indústrias brasileiras. Com efeito, as notas fiscais emitidas pela KBO Empresa Indústria e Comércio de Confecções Ltda descrevem mercadorias vendidas para a autora como camisetas diversas, camisetas 2º qualidade, camisetas diversas, meia malha 2º qualidade. Já a nota emitida pela Comércio Indústria Resima SA descreve as mercadorias como saldos de confecção em quilo algodão. Impossível, portanto, afirmar que os vestuários apreendidos correspondem àqueles descritos nessas notas, escreveu na sentença. Página 14 de 15

Além disso, destacou o juiz, os representantes legais dessas indústrias não puderam afirmar em juízo que as camisetas apreendidas correspondem às camisetas vendidas para a parte autora. Isso sem falar na enorme quantidade de camiseta com inscrição em inglês na etiqueta, o que é incomum na venda de peças refugadas pelos grandes fabricantes, a fim de preservar suas marcas. O boletim jurídico da BornHallmann Auditores Associados é enviado gratuitamente para clientes e usuários cadastrados. Para cancelar o recebimento, favor remeter e-mail informando CANCELAMENTO no campo assunto para: <noticiasfiscais@bhauditores.com.br >. Página 15 de 15