Estatística: Técnicas de Amostragem. Prof. Dr. Guanis de Barros Vilela Junior



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Estatística: Técnicas de Amostragem Prof. Dr. Guanis de Barros Vilela Junior

Introdução Os procedimentos para aquisição da amostra são decisivos para a qualidade da pesquisa realizada, uma vez esta tem que ser representativa da população pesquisada. Existem várias técnicas de amostragem, aqui utilizaremos os métodos de amostragem propostos por Osuna (1991). Existem 2 categorias: 1. Amostra Probabilística 2. Amostra Não probabilística.

Amostra Probabilística Princípio da Equiprobabilidade: todos os sujeitos da população tem a mesma probabilidade de fazerem parte da amostra. Deve ser escolhida sempre que possível pois apresenta o menor risco de viés.

Amostra Probabilística Aleatório Simples Aleatório Sistemático Aleatório Estratificado Por Clusters

Aleatório Simples Basta atribuir um número a cada indivíduo da população e em seguida escolhe-se os sujeitos através de sorteio (estes vários softwares que fazem isto). Das Amostras Probabilísticas é a mais utilizada pois garante a representatividade da amostra junto à população.

Aleatório Sistemático As unidades amostrais são selecionadas a partir de um esquema rígido e preestabelecido de sistematização, com o propósito de cobrir a população em toda sua extensão, a fim de obter um modelo sistemático simples e uniforme. Etapas: A) ordena-se os indivíduos da população; B) calcula-se c=n/n, onde N é o número de indivíduos da população e n é o tamanho da amostra; C) Escolhe-se aleatoriamente o número k (será o primeiro sujeito selecionado), sendo que 1 < k < c; D) os sucessivos sujeitos serão: k + c; k + 2c; k + 3c; k + 3c;... até n.

Aleatório Estratificado São identificados vários estratos de uma população e para cada estrato é determinada a amostra (por qualquer procedimento). O número de sujeitos por estrato pode ser igual ou proporcional à população de cada um destes estratos. Por exemplo; hoje (2014) no Brasil pertence ao estrato classe média quem ganha (renda individual) entre R$ 324,00 e R$ 1.387,00 e renda familiar média de R$ 2.295,00. Ou seja, dentro deste estrato, temos uma variação de R$ 1.971,00. Sabe-se que renda individual e qualidade de vida estão fortemente associados até R$ 12.000,00. Se um pesquisador pretendesse estudar a QV da classe média no Brasil, seria sensato realizar subestratificações dentro deste estrato.

Por Clusters (Conglomerados) É utilizada quando dentro de uma população são identificados agrupamentos (Clusters) naturais; por exemplo, alunos de mestrado no estado de São Paulo. Neste tipo de amostragem o elemento focal não é o sujeito e sim o cluster. Identificados os clusters, utiliza-se alguma das técnicas de amostragem mostradas para se atingir o n desejado.

Amostra Não - Probabilística Por Cotas Intencional Casual

Por Cotas (Acidental) Muito utilizado em pesquisas de opinião, por exemplo: 60 sujeitos sedentários, casados, idade entre 30 e 40 anos, que tomem Coca Cola pelo menos 3 vezes por semana e morem em Campinas. São escolhidos os primeiros 60 sujeitos que preencham estas condições. É potencialmente vulnerável e deve ser usado com parcimônia nas pesquisas científicas.

Intencional É realizada por especialistas, segundo critérios estabelecidos, para a garantia da representatividade da amostra. Por exemplo, um pesquisador pretende estudar a existência de um padrão de marcha de manequins top model. O pesquisador estabelece (mesmo que intrinsicamente) critérios para a escolha dos sujeitos da amostra (andar em cima de uma linha e de salto alto).

Casual Das Amostras Não probabilísticas é o caso mais comum dada a conveniência da mesma. Por exemplo, um pesquisador convida voluntários a participarem de uma pesquisa sobre o efeito do alongamento prévio na força de reação vertical que atua sobre o sujeito durante um salto.

Finalizando... Sempre que possível, é preferível utilizar Amostras Probabilísticas, pois estas são mais representativas da população estudada. Quando utilizar Amostras Não probabilísticas é importante averiguar se existe algum conflito de interesses. Exemplo 1: um farmacêutico quer pesquisar sobre os efeitos colaterais de um medicamento X... Mas ele (pesquisador) ganha de presente do laboratório que produz o medicamento 20 dias de férias no Caribe todos os anos... Isto é antiético!!! Exemplo 2: Convidar seus próprios alunos (clientes, pacientes, etc) para serem pesquisados voluntariamente, sem nenhum tipo de ganho (financeiro, nota, etc). Pode, mas deixe bem claro no TCLE (Termo de Consentimento Livre e Esclarecido) que não existe nenhum conflito de interesses.

Referências Osuna, J. Métodos de muestreo. Madrid: Centro de investigaciones sociales CIS, 1991. Bisquerra, R. et al. Introdução à estatística. Porto Alegre: Artmed, 2004.