da Perifa O Novo Verde Economês Passado a Limpo Rumo ao Centro



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Transcrição:

10 edição nº Revista da Secretaria Municipal de Habitação de São Paulo DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Rumo ao Centro Em busca de conforto e opções culturais, cada vez mais famílias se mudam para quitinetes da região PÁGINAS 4 a 6 O Novo Verde da Perifa Comunidades dos bairros recém-urbanizados pela Prefeitura transformam praças e parques em points para a família PÁGINAS 21 a 24 Economês Passado a Limpo Descubra como o aumento do dólar, a queda da bolsa e a inflação afetam a sua vida PÁGINAS 14 a 16

RENOVA SP Í N D I C E a r t i g o O estúdio e o meio ambiente RICARDO PEREIRA LEITE O estúdio já foi o imóvel mais procurado pelos paulistanos. Prático, com preço que cabe no bolso, tinha um chamariz fundamental: geralmente era no Centro ou muito bem localizado. A região central é repleta delas. O estúdio voltou à moda, como nos informa reportagem desta edição da revista. A maioria dos novos apartamentos em construção no Centro é o famoso quarto-e-cozinha. Por trás do fenômeno, vêm sempre histórias de paulistanos que foram morar na periferia, em busca de preços mais baixos. Agora que a situação melhorou, os filhos casaram ou por outros motivos, querem voltar. Morar longe custa caro. Tanto para quem mora quanto para a Prefeitura. O morador tem de pagar pela locomoção diária e desperdiça horas no trânsito, tempo que poderia estar usando para estudar ou curtir a família. Já a Prefeitura tem de se desdobrar para levar transporte, escolas e postos de saúde para lugares cada vez mais distantes. Mas é o meio ambiente que paga a maior parte dessa conta. Sob a ausência do poder público no passado, o espraiamento da cidade rumo à periferia patrocinou a ocupação de áreas frágeis, desmatou o antigo cinturão verde que rodeava a capital, poluiu nossas represas. Os deslocamentos diários da população promovem a queima de combustíveis, contribuindo na poluição e aquecimento global. Por isso, a palavra de ordem na Prefeitura hoje é promover a ocupação de áreas centrais e bem-servidas de infraestrutura e a urbanização de favelas. Já em obras de reforma, o antigo Hotel Cineasta dá a arrancada no Programa Renova Centro, que construirá cerca de 2.500 unidades habitacionais no Centro. Com vários novos estúdios e também com apartamentos maiores para as famílias. EXPEDIENTE 3 OPINIÃO E CARTAS Piso Laminado HABITAÇÃO 4 Mais famílias buscam morar em quitinetes do Centro 7 Jornada da Habitação chega ao Cantinho do Céu 8 Projetos para a região da Água Espraiada inovam a habitação social DIÁRIO DE OBRAS 10 Começa a primeira obra do Programa Renova Centro 11 Mapa das obras na cidade 12 Trabalhos em córrego do Jardim Colombo avançam 13 Sehab inicia construção da terceira torre do Jd. Edite EMPREGOS & FINANÇAS 14 Entenda os termos econômicos e saiba como eles afetam sua vida 17 Descubra onde está o presente da mamãe na 25 de Março CONSTRUÇÃO & DECORAÇÃO 18 Escolha a melhor opção para deixar o piso com cara de madeira 20 Pergunte ao Arquiteto e Passo a Passo CULTURA & LAZER 21 Além de embelezar o bairro, árvores servem de point de lazer 25 Moradores do Jardim Mirna caminham para manter a saúde 26 Minha Receita Fusilli com linguiça calabresa 27 Meu Bairro, Minha História Joana Barbosa, do Sapé 28 Retrato Capa: Montagem de André Bunduki sobre foto de Newton Santos Prefeito do Município de São Paulo: Gilberto Kassab Secretário Municipal de Habitação: Ricardo Pereira Leite Secretário Municipal de Comunicação: Marcus Vinicius Sinval Superintendente de Habitação Popular: Elisabete França Diretora Comercial e Social da Cohab-SP: Ângela Barbon Conselho Editorial: Elisabete França (presidente), Alonso López, Ana Lúcia Callari Sartoretto, Ângela Barbon, Carlos Alberto Pellarim, Felinto Cunha, Luiz Henrique Girardi, Luiz Henrique Tibiriçá Ramos, Marcel Costa Sanches, Márcia Maria Fartos Terlizzi, Maria Cecília Sampaio Freire Nammur, Maria Teresa Diniz, Nancy Cavallete da Silva, Nelci Alves da Silva Valério, Ricardo Sampaio, Tereza Beatriz Herling, Vanessa Padiá e Violêta Saldanha Kubrusly Coordenadoria de Imprensa do Município: Emerson Figueiredo Coordenador de Imprensa da Secretaria Municipal de Habitação: Sérgio Duran (jornalista responsável, MTB: 24.043) Editor: Fernando Cassaro Repórteres: Débora Yuri e Marcos Palhares Fotógrafos: Hype Fotografia Projeto Gráfico e Diagramação: André Bunduki/DinBrasil Impressão e Acabamento: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo Renova SP é uma publicação mensal da Secretaria Municipal de Habitação produzida pela DS Comunicação/Popcom Assessoria de Comunicação e Imprensa. Tiragem: 100 mil exemplares. Distribuição Gratuita Caminhada no Jd. Mirna Ricardo Pereira Leite é secretário municipal de Habitação Renova SP ABRIL MAIO 2012 2

ELISABETE FRANÇA ARTIGO Desafio aos militantes Em períodos como o atual, de eleições, são comuns as falsas denúncias, os manifestos marqueteiros, as análises apressadas. São Paulo tem hoje uma política habitacional. Há conquistas a serem preservadas. A cidade está usando pela primeira vez, por exemplo, recursos das operações urbanas na construção de moradia. São 6.200 unidades na Faria Lima e na Água Espraiada. No Centro, foram beneficiadas mais de 14 mil famílias no Programa de Recuperação de Cortiços e declarados de interesse social mais de 50 edifícios na região, o que resultará em cerca de 2.500 moradias. Um grande programa de urbanização de favelas está em curso, com recursos dos três níveis de governo, o que beneficiará cerca de 120 mil famílias. O Plano Municipal de Habitação está sendo discutido na Câmara Municipal e deve ser aprovado em breve, após 40 audiências públicas. Desafio aos laboratórios de habitação fora da realidade e aos observatórios desconectados: percorram a cidade cada um apontando qual foi a sua contribuição para a melhoria da moradia da população. Elisabete França é superintendente de Habitação Popular da Sehab ARTE: André Bunduki C A R T A S Saudações aos profissionais que prestam excelente serviço público de comunicação e informação e mais do que isso: cidadania. Jerri Vasconcelos Gosto muito da revista, tenho acompanhado todos os números e é muito bacana. Além de ser graficamente e editorialmente muito bem feita, ela RECLAME AQUI contribui para a valorização e a autoestima das comunidades paulistanas. Vocês da Renova SP estão de parabéns. José Eduardo Tibiriçá, arquiteto Gostaria de saber se na região do Estevão Baião vai ter estação do Metrô e quais comunidades terão de sair para essa obra? Tamara Sousa Para mais informações sobre a implantação do Metrô na região, entre em contato com o próprio Metrô. Para tirar dúvidas, reclamar ou fazer sugestões, entre em contato com a Renova SP pelo e-mail: leitor@renovasp.com.br Efetuei minha inscrição na Cohab-SP no dia 10 de dezembro de 1987. Hoje, ela consta como inexistente. Vale ressaltar que ainda tenho o protocolo da inscrição. O que devo fazer? Cleusa Rodrigues Santos Basta atualizar seus dados no site da Cohab-SP (www.cohab. sp.gov.br). Clique no menu Faça seu Cadastro e preencha com o número da sua inscrição e seu CPF. TELEFONES ÚTEIS Central de atendimento da Prefeitura 156 Central da Habitação 3396-8989 A Renova SP se reserva ao direito de publicar apenas trechos das cartas. Informe nome completo, idade, bairro e profissão Renova SP ABRIL MAIO 2012 3

HABITAÇÃO TENDÊNCIA Menor, mas Quitinetes na região central têm procura perto de tudo cada vez maior e tornam-se opção para solteiros, casais sem filhos e idosos FOTO: Newton Santos Flora aguarda a reforma de seu apê para mudar para o Centro Cansada de perder até três horas no trânsito todos os dias, a agente administrativa Nadir Flora Rodrigues, de 52 anos, começou a pensar em mudar radicalmente sua vida. Pesando prós e contras, decidiu trocar o imóvel onde mora, em um bairro da Zona Sul, por uma quitinete no Centro uma opção que tem atraído cada vez mais interessados no mercado imobiliário de São Paulo. Meu marido é aposentado, e nosso filho já está trabalhando e planejando morar sozinho. Com isso, nossa prioridade passou a ser morar numa região mais bem localizada, perto de tudo. Mesmo num imóvel menor, explica Flora, como é conhecida. Foi então que ela resolveu unir a fome com a vontade de comer, como sugere o dito popular. Trabalho no Centro de São Paulo há 30 anos. É muito desgastante morar longe e ter que perder tanto tempo para ir e voltar. E eu adoro a região central! É onde a gente respira a cultura e a história da cidade, além de ficar perto de tudo e de ter transporte fácil pra qualquer canto, elogia Flora. A oportunidade para realizar o sonho de morar no Centro apareceu com o programa Imobiliária Social, da Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo (Cohab- -SP), que oferece imóveis para pessoas que ganham três salários mínimos ou mais (leia texto na página ao lado). Comprei uma quitinete na Avenida Ipiranga. Ela está sendo reformada e, quando estiver pronta, minha vida vai mudar, diz a gerente administrativa. Flora é exemplo de um público consumidor cada vez mais comum no mercado imobiliário de São Paulo. Segundo a Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio (Embraesp), a oferta de quitinete ou de imóveis de até um quarto, com área útil entre 26 m² e 40 m², já representa mais da metade dos lançamentos de empreendimentos imobiliários no Centro (leia texto na página ao lado). O presidente do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (Creci-SP), José Augusto Viana Neto, aponta o perfil das pessoas que procuram quitinetes na região central: Geralmente, aposentados sozinhos ou casais de mais idade que têm filhos que já saíram de casa. E jovens solteiros ou casais em início de relacionamento, que ainda não têm filhos. A proximidade do trabalho e de todos os lugares que frequentam, além da facilidade de transporte, são os maiores atrativos. MARCOS PALHARES Renova SP ABRIL MAIO 2012 4

Fonte: Embraesp Oferta de imóveis menores representa 54% dos lançamentos A tendência de migração da população paulistana para imóveis menores no Centro da cidade se acentuou principalmente nos últimos dois anos. Dados da Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio (Embraesp) apontam que, em 2010, 811 das 2.432 unidades habitacionais lançadas pelo mercado imobiliário na região central foram de quitinetes ou de imóveis de um quarto, com área útil entre 26 m² e 40 m² ou seja, 33% do total. Já em 2011, esse tipo de imóvel representou 1.494 das 2.732 unidades colocadas à venda, nada menos que 54%. Hoje, a demanda por quitinetes ou apartamentos com um só dormitório no Centro é muito maior do que a oferta do mercado, afirma o diretor da Embraesp, Luiz Paulo Pompéia. É um formato de imóvel que estava esquecido pelos empreendedores, mas que voltou a ser interessante por ter um preço relativamente barato e com capacidade para atender famílias ou pessoas que não precisam de tanto espaço, acrescenta. Segundo Pompéia, os empreendimentos no Centro geralmente não precisam de vaga de garagem pois a quantidade de opções de transporte coletivo é muito grande. Ele ainda comenta que, às vezes, quando um prédio com quitinetes ou apartamentos de um quarto começa a ser levantado, a própria vizinhança observa e acaba comprando todos os imóveis disponíveis antes mesmo da conclusão da obra. O Centro deve passar por uma requalificação nos próximos dez anos. Vai ser um dos melhores lugares para morar em São Paulo, aposta Pompéia. 811 1.494 quitinetes ou unidades de 1 quarto foram lançadas em 2010 (33% do total) quitinetes ou unidades de 1 quarto foram lançadas em 2011 (54% do total) Programa ofereceu quitinetes para famílias com renda de até 10 salários Criado em 2009 pela Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo (Cohab-SP), o Programa Imobiliária Social é voltado para quem tem renda intermediária, geralmente entre 3 e 10 salários mínimos, e pode parcelar a compra de um imóvel. O programa consiste em uma parceria entre o poder público e a iniciativa privada: as construtoras fazem os prédios, e a Cohab-SP envia as ofertas por e-mail a pessoas relacionadas em seu cadastro número que gira em torno de 1 milhão. Em dois anos, o programa colocou à disposição dos interessados 26 empreendimentos, somando cerca de 4.500 apartamentos. Entre eles, 330 quitinetes, sendo 260 no condomínio Downtown Smart Living, na Avenida Rangel Pestana, e 70 no Vanguard Ipiranga, localizado na Avenida Ipiranga. Todas essas unidades tiveram grande procura e venda rápida, conta o superintendente da Diretoria Social e Comercial da Cohab-SP, Reinaldo da Costa Gomes. COMPACTOS NO CENTRO FOTO: Wanderlei Celestino/SPTuris/Divulgação QUITINETE? Quitinete é uma palavra que tem origem no termo kitchenette ( pequena cozinha, em inglês). No Brasil, é o nome que se dá a um apartamento de pequenas proporções, formado geralmente por apenas um quarto/sala, banheiro e cozinha. Normalmente, as pessoas que escolhem morar em uma quitinete levam em conta seu baixo preço e o pouco tempo que ficam em casa, além do mínimo trabalho com a limpeza. Renova SP ABRIL MAIO 2012 5

Quitinete pode ser opção de investimento FOTO: Paulo Pampolin Rafael pensa em alugar sua quitinete quando estiver pronta Para Creci-SP, valor pode triplicar A opção de comprar um imóvel para alugar é interessante para quem deseja um rendimento mensal extra, mas o retorno financeiro pode ser maior com a revenda do apartamento. Na opinião do presidente do Creci-SP, José Augusto Viana Neto, um pequeno investimento pode triplicar o valor. É possível encontrar uma quitinete por até R$ 120 mil no Centro, provavelmente precisando de reformas. Porém, como é um ambiente só, esses reparos são simples. Com isso, o preço pode aumentar até três vezes. Uma das regiões que poderá sofrer uma grande transformação, segundo Viana Neto, será a dos arredores do Minhocão (Elevado Presidente Costa e Silva), que liga a região da Praça Roosevelt, no Centro, ao Largo Padre Péricles, em Perdizes. É uma área degradada, mas acredito que será valorizada no futuro. Daí, uma quitinete nesse entorno, que hoje não vale muito, poderá dar um retorno considerável ao comprador, avalia o presidente do Creci-SP. Além de proporcionar as comodidades de morar no Centro da cidade, próximo de tudo e com muitas opções de diversão, lazer, serviços e transportes, um imóvel nessa região pode ser, também, um ótimo investimento. Foi isso o que atraiu muitos compradores para o empreendimento Downtown Smart Living, na Avenida Rangel Pestana, bem próximo à Avenida do Estado e da Estação Pedro II do Metrô. Ainda em fase de construção, um dos interessados foi o analista de suporte Rafael Braga de Andrade, de 24 anos, morador da Vila Nova Cachoeirinha (Zona Norte). Minha mãe tinha um dinheiro guardado e resolvemos utilizá-lo para investimento. Quando foi anunciada a venda de quitinetes, compramos uma delas com a intenção de alugá-la, pois a localização é muito boa e, com certeza, vai haver gente procurando imóvel para locação, conta Rafael. Porém, ele confessa que a hipótese de morar no local ainda foi tentadora para ele, pois facilitaria muito o acesso ao emprego. Trabalho no Cambuci, na Zona Sul. Acho que não dá nem quatro quilômetros de distância do prédio. Muito mais perto do que onde moro atualmente. Quem também está dividida sobre morar no prédio ou alugar é a policial Marisa Aline Barbosa, de 30 anos. Moradora da Penha, na Zona Leste, ela trabalha na Zona Norte. Ainda não resolvi. Seria ótimo me mudar para lá, pois está perto de tudo. Mas tenho que pensar no ganho que teria se colocasse para alugar, comenta. O empreendimento está previsto para ser entregue em 2013. Renova SP ABRIL MAIO 2012 6

FOTOS: Newton Santos Garotada aproveitou evento para exibir habilidades na dança PRÓXIMAS PARADAS Bamburral 12 de MAIO Heliópolis 26 de maio Cortiços do Centro 30 de junho e 1º de julho MAIS INFORMAÇÕES: www.jornadadahabitacao.org Festa no Cantinho do Céu Comunidade localizada à beira da Represa Billings recebeu a terceira etapa da Jornada da Habitação Quem ironiza São Paulo, lembrando que a capital paulista padece sem praias, não viu a festa sediada no Cantinho do Céu, no Grajaú (Zona Sul), no dia 24 de março. A comunidade recebeu a terceira etapa da Jornada da Habitação, promovida pela Secretaria Municipal de Habitação (Sehab), com curadoria do arquiteto italiano Stefano Boeri. O Parque Linear, na orla da Represa Billings, concentrou as atividades de lazer. Com saídas do deque flutuante, a ONG Vento em Popa realizou passeios com barcos à vela, enquanto a Emae ofereceu embarcações motorizadas. Sob sol de mais de 30 ºC, crianças e jovens faziam fila, comendo pipoca e algodãodoce, aguardando a sua vez. Oficinas de skate, shows de grupos musicais, torneio de futebol e apresentações de futevôlei e futebol de areia também fizeram sucesso entre o público. No píer, moradores vendiam artesanato, bebidas e comidas, e o público almoçava no deque, curtindo a vista para a represa. Em frente às barracas de comidas, como pastel de feira e baião de dois, a de petiscos colombianos chamava a atenção, oferecendo chips de banana e empanadas de carne com batata ao molho guacamole. O evento contou com a presença do secretário municipal de Habitação, Ricardo Pereira Leite, da superintendente de Habitação Popular, Elisabete França, do cônsul da Colômbia em São Paulo, Ramiro Navia Díaz, e do secretário de Planejamento de Medellín, José Maria Peninõ, além de lideranças da região, arquitetos estrangeiros e estudantes e professores da Universidade Mackenzie e da Escola da Cidade. Durante a Jornada, seis cidades estrangeiras trocam experiências com seis projetos desenvolvidos em São Paulo pela Prefeitura o Cantinho do Céu, que inclui o Jardim Gaivotas e o Residencial dos Lagos, dialogou com Medellín, segundo maior município colombiano. Com os intercâmbios, o objetivo, segundo Ricardo Pereira Leite, é aprender um pouco mais, para podermos ajudar mais famílias da cidade que ainda não foram beneficiadas como as daqui. Elisabete França elogiou o projeto do arquiteto Marcos Boldarini para o Cantinho do Céu, prestigiado no mundo inteiro: Eu acho que esse projeto, para quem estuda arquitetura, é o mais bonito e competente que o Brasil tem hoje em termos de urbanismo. Liderança comunitária do Residencial dos Lagos e uma das mais antigas moradoras da área, Vera Lúcia Basalia lembrou a longa luta pela urbanização do bairro. Vocês não sabem a emoção que eu sinto hoje, podendo desfrutar de tudo isso, disse. Já Emilia dos Santos Vieira, liderança do Jardim Gaivotas, agradeceu a todos que olharam para essas comunidades do fundão do Grajaú. DÉBORA YURI Renova SP ABRIL MAIO 2012 7

PROJETOS Diversidade, beleza e inovação Conjuntos habitacionais para a região da Operação Urbana Água Espraiada priorizam conforto e inserção urbana Divulgação Projeto de Marcelo Suzuki para o Lote 3 Ao procurar arquitetos para os projetos habitacionais na região da Operação Urbana Água Espraiada, na Zona Sul, a Secretaria Municipal de Habitação (Sehab) decidiu ousar. Foram convidados vários escritórios para uma nova proposta de habitação social. O resultado foi um conjunto inédito de projetos com diversidade, beleza e inovação. Chamamos arquitetos que já estavam trabalhando conosco, que têm experiência em Habitação de Interesse Social. Fizemos um mix entre esses arquitetos mais antigos, com experiência já consolidada, com outros mais novos, para buscar novas ideias, explica a superintendente de Habitação Popular da Sehab, Elisabete França. Nesses novos conjuntos habitacionais, detalhes importantes são levados em conta. Eles prestam atenção na questão da orientação do sol, da ventilação e da iluminação natural, comenta a coordenadora de projetos da Sehab, Maria Teresa Diniz. Alguns têm propostas como o uso do térreo para comércios, centros comunitários, telecentros. Outros sugerem gestão de reciclagem, geração de renda. São diferentes entre si e adequados cada um ao seu terreno, acrescenta. Para manter as famílias na mesma região, a Prefeitura teve de comprar ou desapropriar terrenos (35 até o momento, com perspectiva de novas aquisições) para pulverizar as novas moradias nos bairros locais. A primeira etapa, após a definição dos arquitetos, foi realizar diversos fóruns com os moradores e lideranças para apresentar as propostas. Foi um desafio fantástico conviver com as lideranças locais, frequentar as ocupações já existentes, num processo intenso de imersão, conta o arquiteto José Eduardo Tibiriçá. A seguir, Renova SP apresenta alguns dos projetos para a região. MARCOS PALHARES Objetivo é acabar com estigma dos conjuntos Para o arquiteto Marcelo Suzuki, a inovação da Secretaria Municipal de Habitação (Sehab) ao encomendar projetos de diversos formatos e padrões ajuda a combater a segregação social em São Paulo. É um ganho inimaginável no sentido de que tira o estigma dos conjuntos habitacionais padronizados, com repetições em excesso. É um salto qualitativo, elogia. Seu escritório criou projetos para o Lote 3 da região da Operação Urbana Água Espraiada. São três terrenos, com previsão para a construção de 756 moradias. Fizemos plantas mais livres e, com isso, a aparência dos prédios ficou mais agradável, completa Suzuki. Outros dois arquitetos também fizeram projetos para esse lote: Elvis Vieira e Marcos Boldarini. Renova SP ABRIL MAIO 2012 8

Divulgação Projeto de Ciro Pirondi e Ruben Otero para o Lote 2 Apartamentos terão flexibilidade para reformas O Lote 2 de projetos para a Água Espraiada prevê a construção de 901 unidades habitacionais em dez terrenos. Os arquitetos contratados para essa área foram Ciro Pirondi, Ruben Otero, Paulo Brazil, Marina Acayaba, Pablo Rosemberg, Anália Amorim e Luiz Octávio de Faria e Silva. Um aspecto a ser destacado entre esses projetos é a flexibilidade do espaço interior dos apartamentos. Fizemos uma pesquisa sobre a dinâmica das famílias e vimos que há muita diferença na quantidade de pessoas, comenta Ruben Otero, do escritório Pirondi e Otero. Seguindo essa proposta, os imóveis foram desenhados com um cômodo coringa. Ele pode servir como um escritório para os pais ou um local de estudo para os filhos, destaca Ciro Pirondi, sócio de Otero. A arquiteta Anália Amorim, que também fez projetos para o Lote 2, junto com o sócio Luiz Octávio, afirma que o conhecimento prévio sobre as características dos moradores foi decisivo. O fato de a Sehab ter o perfil da população que será atendida auxilia muito, elogia. Para ela, a decisão de comprar lotes em um local já adensado foi muito lúcida. Equipamentos públicos também ganham espaço A partir das sugestões dos próprios moradores do perímetro Americanópolis / Jabaquara da Operação Urbana Água Espraiada, os arquitetos contratados para planejar os condomínios do Lote 4 deram atenção especial à mobilidade urbana e ao uso coletivo das áreas comuns. Temos projetos com Telecentros, brinquedotecas, videotecas. Priorizamos a qualidade e o desenho dos espaços livres, diz Fernanda Barbara, da UNA Arquitetos. Ela atuou com outros dois arquitetos: Cristiane Muniz e Fernando Viégas. O Lote 4 conta ainda com projetos do escritório República, dos arquitetos Luciano Margoto e Álvaro Puntoni. A área deverá ter 839 unidades habitacionais. Projeto da UNA Arquitetos para o Lote 4 Divulgação Qualidade é a mesma dos empreendimentos de mercado Com previsão para a construção de 1.122 unidades, o Lote 1 da Operação Urbana Água Espraiada teve os projetos produzidos pelos arquitetos Edson Elito e José Eduardo Tibiriçá. Nossa preocupação é com a pessoa que vai ocupar a residência. Queremos oferecer a mesma qualidade dos empreendimentos vendidos no mercado, diz Tibiriçá. Segundo ele, alguns prédios terão a proporção de um elevador para cada três apartamentos. E a maioria prevê varanda. Em alguns projetos, quando foi possível, fizemos a proposta de uso da cobertura. Lá, os moradores poderão fazer churrasco com uma vista panorâmica da vizinhança, acrescenta o arquiteto. Renova SP ABRIL MAIO 2012 9

DIÁRIO DE OBRAS NORTE SUL LESTE SUDESTE CENTRO mananciais CENTRO Renova Centro já começa a mudar a cara da Avenida São João Com 50 unidades, Edifício Cineasta vai abrigar artistas aposentados Divulgação Primeiras unidades devem ser entregues neste ano Começaram as obras no Edifício Cineasta, primeiro prédio a ser contemplado pelo Programa Renova Centro. O imóvel, construído nos anos 1920, fica próximo à esquina das avenidas São João e Ipiranga a mais famosa da cidade, imortalizada na canção Sampa, de Caetano Veloso. O prédio será totalmente restaurado e vai ganhar salão de festas, sala multiuso, áreas de lazer, médica e administrativa. Músicos, cenógrafos, bailarinos e atores, entre outros artistas aposentados, serão os beneficiados com as 50 unidades. O Cineasta foi comprado pela Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo (Cohab-SP) por R$ 4,2 milhões, com financiamento da Caixa Econômica Federal. As obras já começaram, e as primeiras unidades estão previstas para serem entregues no final deste ano. Ao todo, serão investidos R$ 4,5 milhões no edifício. Criado pela Prefeitura em fevereiro de 2010, o Programa Renova Centro irá transformar 53 prédios ociosos da região central em moradia para cerca de 2.500 famílias, colaborando para a revitalização do Centro. A maioria dos apartamentos será destinada à locação social famílias com renda de até três salários mínimos. Em 2010, o projeto foi selecionado para participar da Conferência Internacional Informalidades: Revisão das Cidades da América Latina, organizado pela Universidade de Cambridge, na Inglaterra, onde foram apresentados projetos de diversos países da América Latina. RAFAELA FERRAZ O Q U E É...... Área de Risco? É um local onde há risco de morte para as pessoas que o habitam. São identificados em margens de encostas e beira de córregos ou rios. Nesses pontos, sempre há perigo de deslizamentos, solapamentos e inundações. Locais com lixo ou entulho também são áreas de risco... Auxílio Aluguel? É um programa da Prefeitura destinado às famílias retiradas de área de risco ou por conta de obras de urbanização. Também pode ser usado em situação de emergência, como em caso de incêndio ou desabamento. O benefício é de R$ 300 mensais, tendo a duração de seis meses ou até a moradia definitiva ficar pronta... Cadastramento? É uma ficha que o funcionário da Prefeitura preenche com os dados do morador após uma visita à casa dele. Ela serve para identificar todas as pessoas que vivem em uma comunidade para, futuramente, atender a todos... Parceria Social? É um programa da Prefeitura voltado a famílias que vivem em situação de rua ou sem residência fixa, em situação de extrema pobreza. O benefício é de R$ 300 mensais, com duração de 30 meses, sendo que a pessoa deve guardar de R$ 6 a R$ 15 por mês em uma caderneta de poupança e cumprir várias obrigações... Programa 3 Rs? É a sigla para Recuperação do Crédito, Revitalização do Empreendimento e Regularização Fundiária da Prefeitura. Foi criado para recuperar conjuntos habitacionais já existentes que estavam degradados, inclusive com a invasão e criação de novas favelas nas áreas comuns dos prédios... Reintegração de Posse? É quando um juiz manda as pessoas que vivem em um terreno particular ocupado saírem. O pedido é feito pelo proprietário da área, e a Prefeitura não tem como impedir... Termo de Atendimento Habitacional? É um documento oficial afirmando que o morador tem direito a receber apartamento ou casa da Prefeitura. É dado quando ele deixa a sua moradia por conta de alguma obra ou remoção... Urbanização? É um projeto da Prefeitura para transformar a favela em um bairro com ruas pavimentadas, calçadas, rede de água e esgoto, praças, posto de saúde. Além disso, o morador recebe a documentação regularizada de sua casa Renova SP ABRIL MAIO 2012 10

ARTE: André Bunduki PERUS 9 5 4 Y B A M 2 O X T campo limpo H PIRITUBA JARAGUÁ R I J D CC BB 6 7 19 8 12 11 1314 15 161718 20 31 26 27 32 25 24 29 28 30 33 37 38 34 35 39 40 41 42 44 45 63 13 16 15 5 V W E F 1 butantã 5 9 10 m boi mirim lapa SUL mananciais CENTRO santo amaro parelheiros N NORTE G FREGUESIA Q BRASILÂNDIA casa verde C AA S 4 L DD pinheiros N 3 46 47 49 50 51 5253 54 56 55 57 59 60 61 64 6566 67 68 69 70 7148 58 72 43 22 H 36 23 cidade ademar 17 1 capela do socorro 7 6 sé vila mariana jabaquara 4 Z 62 21 JAÇANÃ TREMEMBÉ santana tucuruvi 1 2 3 vila maria D vila guilherme U ipiranga 5 2 1 3 mooca G C I J vila prudente SUDESTE Obras da Secretaria Municipal de Habitação na cidade penha aricanduva ermelino matarazzo 11 1 3 2 REGULARIZAÇÃO DE LOTEAMENTOS 1 - Brasil Novo 2 - Jardim Corisco II 3 - Campo Limpo 4 - Sitio Itaberaba 5 - Jd. Palmares DIVISA DAS REGIÕES LIMITE DAS SUBPREFEITURAS LIMITE DAS ÁREAS DE MANANCIAIS A 12 E K L PROGRAMA 3 R s A - Jd. do Lago B - São Jorge / Arpoador C - Jd. Imperador D - Nova Tietê E - São Domingos / Camarazal 4 F - São Domingos / Camarazal 7 G - José Paulino dos Santos H - City Jaraguá I - Chaparral J - Tiquatira K - Goiti L - Real Parque são miguel paulista LESTE COHAB-SP MINHA CASA, MINHA VIDA 1 - Barra Bonita 2 - Brotas 3 - Campos do Jordão 4 - Leme 5 - Mongaguá 6 - Guarujá 7 - Caraguatatuba 8 - Mirassol 9 - Paranapiacaba 10 - Santa Adélia 11 - São Roque/Piracicaba 12 - Iguape I 13 - Ribeirão Preto 14 - Campinas 15 - Leão de Judá 16 - Vale das Flores 17 - Vila Patrimonial NOVAS UNIDADES 1 - Domenico Martinelli 2 - Areião 3 - Estevão Baião 4 - Corruiras 5 - Ponte dos Remédios K guaianases 10 7 Itaquera 3 4 4 cidade 8 5 tiradentes 6 14 9 B 8 são mateus F 2 itaim paulista 1 COHAB-SP 1 - Jardim Mirian 2 - Parque Boa Esperança 3 - Unidos Venceremos 4 - Paulo Freire 5 - Recanto da Felicidade 6 - Parque do Gato 7 - Olarias 8 - Barro Branco II 9 - Barro Branco I, II, III, IV - Sta. Etelvina 1/6A RENOVA CENTRO 1 - Palacete dos Artistas URBANIZAÇÃO DE FAVELAS A - Jardim Nova Tereza B - Dois de Maio C - Sampaio Côrrea D - Nova Jaguaré E - Vitotoma Mastroroza F - São Francisco Global G - Tiro ao Pombo H - Jardim Guarani / Boa Esperança I - Diogo Pires J - Barão de Antonina K - Nove de Julho L - Cinco de Julho M - Carina Ari N - Jardim Edite O - Bamburral P - Lidiane / Sampaio Côrrea Q - Gabi R - Ponte dos Remédios S - Paraisópolis T - Jardim Olinda U - Heliópolis V - Água Podre W - Sapé X - Córrego da Mina Y - Parque Fernanda I Z - Cidade Azul AA - Jardim Colombo BB - São Judas CC - Thomas II DD - Real Parque PROGRAMA MANANCIAIS 1 - Cidade Júlia 2 - Nova Pantanal 3 - Jd. Eldorado / Mata Virgem 4 - Jd. dos Lagos 5 - Santa Margarida V 6 - Jd. Dionísio I e II/Vila Santa Lúcia 7 - Vila Santa Célia 8 - Jd. Ângela II 9 - Jd. São Joaquim 10 - Jd. Arnaldo 11 - Vila Bom Jardim 12 - Nagib I e II 13 - Jd. Planalto 14 - Minuetos 15 - Pq. São Francisco 16 - Kagohara II 17 - Jd. Herculano 18 - Alto da Riviera B 19 - Neumas/Kagohara IV 20 - Pq. Novo Santo Amaro V / Luz Soriano 21 - Pabreu 22 - Condomínio Vargem Grande 23 - Jd. Nova Marilda 24 - Boulevard da Paz 25 - Pq. Nova Santo Amaro VII 26 - Costa do Valado 27 - Renato Locchi 28 - Jd. Solange 29 - Jararau II 30 - São Lourenço 31 - Fujihara II 32 - Jd. Fujihara I e III e Nakamura II 33 - Xambores I e II / Vila Verde 34 - Jd. Araguari / Muriçoca 35 - Chácara Flórida / Chácara Bandeirantes 36 - Nova Varginha 37 - Jd. Capela / Santa Bárbara 38 - Pq. das Cerejeiras 39 - Enlevo 40 - Jd. Calú 41 - Chácara Sonho Azul 42 - Arizona 43 - Jd. Iporã / Jd. Casagrande 44 - Ângelo Tarsini 45 - Cardeal Rossi 46 - CEU Cidade Dutra 47 - Alcindo Ferreira / Jd. Cruzeiro 48 - Chácara do Conde I e II 49 - Jd. Satélite I e II 50 - Dezenove 51 - Jd. Represa 52 - Ribeirão das Pedras 53 - Ipojuca Luis de Araújo 54 - Vila Rubi 55 - Jd. Pouso Alegre 56 - Jd. Real 57 - Pq. América 58 - Jd. Noronha 59 - Pq. São José VI 60 - Jd. Itatiaia 61 - Pq. São José I e II 62 - Cantinho do Céu / Gaivota 63 - Jd. Horizonte Azul / Sapato Branco 64 - Jd. Manacás 65 - Pq. São José VII, Três Cânticos e Entorno 66 - Alto da Alegria 67 - Nova Grajaú II 68 - Cocaia I 69 - Jd. São Bernardo II 70 - Vila Santa Francisca / Cabrini IV 71 - Vila Santa Fé 72 - Pq. Maria Fernando I e II Renova SP ABRIL MAIO 2012 11

SUL Obras no córrego do Jardim Colombo estão na 2ª quadra Além da canalização, serão construídas 264 unidades e 40 imóveis comerciais As obras na segunda quadra do córrego do Jardim Colombo, na Zona Sul, tiveram início em março. Ao mesmo tempo, a Prefeitura começou a trabalhar na canalização da primeira quadra. Essas intervenções fazem parte do projeto de urbanização denominado Jardim Colombo B, que prevê, além da canalização do córrego, a construção de 264 unidades habitacionais, de 40 imóveis comerciais e de obras de infraestrutura em ruas e vielas e também das redes de água e de esgoto. Desde o início das obras, as famílias que viviam às margens do córrego passaram a ser atendidas pela Secretaria Municipal de Habitação (Sehab). O investimento total é de R$ 28 milhões, com previsão de entrega para o final de 2013. Os edifícios do condomínio Jardim Colombo B foram projetados de maneira a prover o máximo de unidades habitacionais possível, acompanhando a topografia do terreno bastante acidentada, comenta o arquiteto Edson Elito, responsável pelo projeto. As intervenções no Jardim Colombo estão incluídas em um projeto maior para toda a área de Paraisópolis, que abrange também a comunidade Porto Seguro. Para essa região, está prevista ainda a construção de um parque linear e de equipamentos comunitários. MARCOS PALHARES MANANCIAIS Famílias que viviam na beira do córrego estão sendo atendidas pela Sehab Trabalhos avançam na área do Jardim Pabreu/Prainha A Secretaria Municipal de Habitação (Sehab) está executando obras de esgotamento sanitário, drenagem e pavimentação de calçadas no Jardim Pabreu/Prainha, área do Grajaú (Zona Sul) onde vivem 1.610 famílias. Moradores de área de risco também estão recebendo atendimento da Prefeitura eles serão reassentados em novas unidades habitacionais próximas ao local, na Chácara do Conde. No lugar das moradias em áreas de risco, que estão sendo demolidas, será implantado um parque linear. O equipamento vai ficar na orla da Represa Billings e seguirá os moldes do Cantinho do Céu. Serão investidos cerca de R$ 78 milhões na área. A conclusão dessas intervenções está prevista para dezembro de 2014. FOTOS: Divulgação LESTE Reforma no Goiti entra em fase final Em reforma desde o ano passado, o conjunto habitacional Goiti, em Itaquera (Zona Leste), entrou na fase final de obras. O empreendimento vai ter nova pintura, paisagismo, cercamento e equipamentos de segurança. Telhados, caixas d água e ligações de gás estão sendo trocados. As obras integram o Programa 3 Rs (Regularização, Recuperação de Créditos e Revitalização dos Empreendimentos), criado pela Secretaria Municipal de Habitação (Sehab), com investimento de R$ 2,5 milhões. Com término previsto para junho, a reforma vai beneficiar os moradores dos 296 apartamentos do conjunto. Prefeitura executa obras de esgotamento sanitário Renova SP ABRIL MAIO 2012 12

FOTOS: Divulgação CENTRO Obra deve ficar pronta até o final deste ano Começa a construção da terceira torre no Jardim Edite Além de 252 unidades habitacionais, condomínio terá creche, restaurante-escola e Unidade Básica de Saúde A última das três torres do condomínio Jardim Edite, no Brooklin (Zona Sul), começou a ser construída em fevereiro. A previsão é de que tudo seja concluído até o final deste ano. Além das torres de 17 andares cada, serão erguidos dois prédios com seis pavimentos cada, totalizando 252 novas unidades. O térreo dos prédios será ocupado com equipamentos públicos como uma creche, um restaurante-escola e uma UBS. O terreno onde está sendo construído o condomínio Jardim Edite está localizado no cruzamento das avenidas Engenheiro Luís Carlos Berrini e Jornalista Roberto Marinho. Segundo a arquiteta Marta Moreira, do escritório MMBB Arquitetos (co-responsável pelo projeto, junto com o escritório H+F Arquitetura), o objetivo principal dos equipamentos públicos no térreo dos prédios é o de garantir a integração com a cidade. A garantia de uso coletivo dos espaços fará com que o conjunto não fique fechado em si. Além disso, os limites do lote foram incluídos como alargamentos do passeio público, o que também vai colaborar para o trânsito da população do entorno, ressalta a arquiteta. O investimento de R$ 43,3 milhões integra os recursos previstos para a Operação Urbana Água Espraiada. A Secretaria Municipal de Habitação (Sehab) também fará no local obras como rede de esgoto, drenagem, pavimentação de vias e paisagismo. MARCOS PALHARES Terreno do Estevão Baião já está pronto para as obras Tudo pronto para o início das obras do futuro condomínio Estevão Baião, na região do Campo Belo (Zona Sul). Em fevereiro, o terreno recebeu as estacas de marcação. No local, serão construídas 300 unidades habitacionais, com previsão de entrega para o primeiro semestre de 2013. Em duas áreas próximas Iguaçu e Gutemberg, outros imóveis estão em construção. São dois prédios de quatro pavimentos, com 19 unidades habitacionais cada, mais sala de leitura e playground. Esses imóveis devem ser entregues em agosto deste ano. No prédio do Iguaçu, a Secretaria Municipal de Habitação (Sehab) já está concluindo o último pavimento. Já no Gutemberg, as obras estão na terceira laje. O valor total investido nas três áreas será de R$ 56,4 milhões. Corruíras deve ficar pronto em setembro Com entrega prevista para setembro, o conjunto habitacional Corruíras, no bairro do Jabaquara (Zona Sudeste), está com as obras em fase avançada. A laje do piso do terceiro pavimento do Bloco A foi iniciada. No Bloco B, os serviços de alvenaria, como a construção de paredes, estão em andamento no segundo pavimento. O empreendimento prevê a construção de 244 unidades, com investimento de R$ 39,6 milhões recursos provenientes da Operação Urbana Água Espraiada. A previsão de entrega dos imóveis é para setembro deste ano. Obras avançam no Corruíras Renova SP ABRIL MAIO 2012 13

EMPREGO & FINANÇAS DINHEIRO Como entender o Economês Saiba o que são e como afetam sua vida coisas aparentemente complicadas como inflação, dólar, taxa de juros... Sabe quando você vai à padaria com R$ 2 e compra menos pães do que na semana passada? Aprenda: isso é inflação. Voltando pra casa, você passa em frente a uma loja de eletrodomésticos e percebe que aquela tevê que você queria comprar está com preço menor. Pode apostar: o dólar baixou e, por isso, o aparelho, por ser fabricado em outro país, ficou mais barato. No outro dia, você vai ao banco para ver se consegue um empréstimo para comprar a TV. O gerente explica que, quando você for devolver o dinheiro, vai pagar um pouco mais do que pegou. Isso é a taxa de juros. Como se vê, muitos desses termos que vemos todo dia no Jornal Nacional (inflação, dólar, taxa de juros, PIB, ações da bolsa...) podem parecer muito complicados num primeiro momento. Mas todos têm relação direta com a sua vida. Vejamos o PIB, por exemplo, que é a sigla de Produto Interno Bruto. Geralmente, costuma-se dizer que é a quantidade de riqueza que o país acumulou ou produziu no período de um ano, diz a professora de macroeconomia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) Cristina Helena de Mello. Mas o que o PIB tem a ver com a nossa vida? Primeiro, se o país está produzindo mais, as empresas estão ganhando mais dinheiro e, por isso, vão contratar mais gente. Logo, vai aumentar a oferta de empregos e os salários devem melhorar, explica a economista. Porém, se as empresas vão contratar e produzir mais, também vão gastar mais dinheiro com isso. Daí, é bem provável que repassem esse gasto para o preço dos produtos e nós vamos pagar mais caro no supermercado, acrescenta. Outra coisa que confunde as pessoas: a bolsa de valores. Vira e mexe, o mesmo Jornal Nacional afirma que a BM&FBovespa fechou em alta ou em baixa. O que isso significa? Pra resumir, uma bolsa de valores é um lugar onde as pessoas compram ou vendem ações de várias empresas diferentes. As ações são como pedaços de uma empresa: se você compra uma (ou muitas), fica sócio dela. E, se a empresa está ganhando muito dinheiro, você vai poder vender a ação por um preço maior do que o que pagou. Mas o que o movimento da bolsa de valores importa para nós, que não compramos ações e não fazemos negócios lá? Se a bolsa cai e continua caindo muito, todo dia, é sinal de que as empresas estão perdendo dinheiro e que a economia do país está piorando, afirma o coordenador do curso de ciências econômicas da PUC-SP, Antônio Carlos Alves dos Santos. Ou seja: vai ter menos emprego, menos dinheiro no bolso, menos comida na mesa. Nas próximas páginas, vamos tentar traduzir um pouco mais do economês, essa língua que sempre é bom entender. MARCOS PALHARES Renova SP ABRIL MAIO 2012 14

Se a farinha é paga em dólar, o preço do pão muda Sempre que escutam que o preço do dólar subiu ou desceu, muitos se perguntam: E eu com isso?. Pois voltemos ao exemplo da padaria: Para fazer o pão, é preciso farinha. Se, para fazer a farinha, a fábrica compra trigo em outro país, ela paga em dólar. Se o preço do dólar sobe, ela vai pagar mais e, depois, vai vender a farinha mais cara para a padaria. E você, com toda certeza, vai gastar mais para comprar pão, exemplifica o economista Antônio Carlos Alves dos Santos. Mas por que o dólar sobe? Assim como todas as coisas que compramos, o dólar também tem seu preço em reais. Se os estrangeiros compram muita coisa do Brasil, entra bastante dólar aqui. Daí, o preço desce. Quando, ao contrário, diminui a quantidade de dólar no país, a procura é maior e o preço sobe, afirma Cristina Helena de Mello. Segundo ela, o preço divulgado na tevê é uma média: tem lugar que cobra mais e outro que cobra menos pelo dólar. É o mesmo que a diferença de preços dos supermercados: se num deles o preço da banana é R$ 1 e no outro é R$ 3, o preço médio é R$ 2. A cotação do dólar também é o preço médio do dia. Inflação: menos dinheiro para gastar Quem já era adulto e pagava contas antes de 1994, quando foi criado o Plano Real, deve lembrar muito bem do monstro da inflação. Naquele tempo, os preços de todas as coisas aumentavam da noite pro dia. Em dezembro de 1989, por exemplo, a inflação bateu em 55%. Se fosse hoje, isso significaria que, se você pagasse R$ 300 na compra de supermercado do mês, teria que gastar R$ 465 para adquirir as mesmas coisas apenas 30 dias depois! Inflação é isso: é o que conseguimos ou não comprar com o nosso dinheiro, resume a economista Cristina Helena de Mello. Quem está em casa escuta na TV que a inflação vai ser de 6% ao ano e não entende que, na verdade, vai ter 6% menos de dinheiro para pagar a conta do supermercado, do transporte, dos remédios, da luz, do telefone. Mas por que os preços mudam? Basicamente, pela chamada lei da oferta e da procura : se ninguém está procurando uma coisa ou um serviço, o preço cai. Se todo mundo procura, o preço sobe. José Rodrigo de Amorim, de 45 anos, morador de Paraisópolis (Zona Sul), aprendeu isso na prática. Eu vendo produtos da Natura e tenho clientes que deixam para comprar no mês seguinte e encontram o preço mais caro. É a inflação, comenta. E tem o outro lado: eu reparo que, às vezes, não consigo comprar as mesmas coisas que preciso de um mês para o outro. O dinheiro encurta no bolso, diz o vendedor. É exatamente isso: a inflação encurta nosso poder de comprar. José Rodrigo sente se a inflação subiu no número de clientes FOTOS: Newton Santos Renova SP ABRIL MAIO 2012 15

Taxas de juros seguem a lei dos cunhados Juros são aquele dinheiro que você paga a mais quando pega dinheiro emprestado. Isso significa que, se você pegou R$ 100 a uma taxa de 10% ao mês, terá que devolver R$ 110 dali a 30 dias. Mas, de vez em quando, a gente ouve na tevê que o Copom (Comitê de Política Monetária, órgão ligado ao Governo Federal) se reuniu e aumentou ou baixou a taxa básica de juros, a chamada Taxa Selic. Muita gente faz confusão: o que é a Selic e qual a diferença para outras taxas de juros? Quando os bancos comerciais vão pegar dinheiro no Banco Central, eles se comprometem a devolver com correção de juros pela Taxa Selic, explica a economista Cristina Helena de Mello. Por isso, se a Selic baixa e os bancos pegam dinheiro mais barato, podem emprestar para a gente cobrando juros menores, também. Além da Selic, a economia brasileira tem outras taxas de juros específicas para cada setor. E elas são diferentes. Os juros do cartão de crédito, por exemplo, são muito altos. Porque você sai gastando e, se não tiver dinheiro para pagar depois, é praticamente impossível para a operadora do cartão reaver aquilo que você comprou: alimentos, passagens, etc. Já o financiamento de um carro tem juros mais baratos, pois, se você não quitar a dívida, eles podem simplesmente tomar o automóvel. É mais garantido, compara a economista. Para facilitar a explicação, a economista inventou uma divertida lei dos cunhados. Vamos supor que você tenha dois cunhados e eles vivem te pedindo dinheiro emprestado, brinca Cristina. Um deles te devolve todo o dinheiro, sempre no prazo combinado. O outro te enrola, não paga no dia, só dá dor de cabeça. Assim, para o primeiro você cobra juros baixos, pois o risco de ele não pagar é pequeno. Já para o segundo, você cobra juros bem altos, pra compensar a possível perda do dinheiro ou desencorajá-lo de pedir emprestado. As taxas de juros, dependendo do risco envolvido, seguem a mesma lógica, completa. DICAS DE BOLSO Renova SP preparou um pequeno dicionário com os termos mais falados na economia INFLAÇÃO É o que mede o tanto de coisas ou serviços que você consegue comprar em certo período. Se ela sobe, você não compra o mesmo tanto de coisas que comprava com o mesmo dinheiro. DÓLAR Moeda dos Estados Unidos que é usada por muitos países para comprar ou vender coisas fora de seu território. Se seu preço sobe, produtos importados ou feitos com matéria-prima de fora ficam mais caros. TAXA DE JUROS É o tanto a mais de dinheiro que você paga quando devolve um valor que pegou emprestado. Se o risco do calote for grande, o juro é alto; se o tomador do empréstimo é um bom pagador, a taxa é mais baixa. TAXA SELIC É a taxa de juros que o Banco Central cobra dos bancos que pegam dinheiro dele. Se os bancos pegam dinheiro pagando mais barato, podem cobrar menos quando emprestam. BOLSA DE VALORES Indica o preço das ações das empresas: se o preço delas está subindo, as empresas estão bem. Quando as bolsas caem, as empresas vão mal e podem demitir ou oferecer menos empregos. Renova SP ABRIL MAIO 2012 16

CONSUMO Dez mimos para a mamãe Para não fazer feio no dia dela, siga esse roteiro na região da 25 de Março 1 MAQUIAGEM E PERFUME IMPORTADO Dentro da mesma galeria, a Graluf s vende perfumes importados e a Le Look investe em comércio chique de maquiagens. Perfumaria Graluf s. Ladeira Porto Geral, 14, tel. 3115-6865. Le Look. Ladeira Porto Geral, 14, tel. 3101-6769. 2 BOLSA DE MÃO Na AE Bijoux, existem centenas de bolsas de mão (as clutches ) em renda, strass, palha e metal, que custam de R$ 15 a R$ 35. Ladeira Porto Geral, 75, tel. 3227-7722. No mês de maio, carteira vazia não é motivo para deixar o Dia das Mães passar em branco. Maior centro de compras a céu aberto da América Latina, a região da Rua 25 de Março, no Centro, reúne 3.000 lojas espalhadas por 17 ruas e ladeiras. A maioria oferece produtos bem mais em conta do que nos shoppings. Confira, a seguir, um roteiro com dez endereços para garantir a festa no dia 13. DÉBORA YURI 8 OBJETOS PARA A CASA Para mães entretidas com a decoração da nova casa, a Milli vende luminárias e objetos moderninhos de cozinha. R. Comendador Abdo Schahin, 180, tel. 3228-1710. 9 ROUPAS INDIANAS Loja especializada em artigos indianos, a Kenuz vende luminárias em mosaico (a partir de R$ 99), echarpes e pashminas (de R$ 8,50 a R$ 42) e roupas (vestidos floridos, R$ 50). R. Comendador Abdo Schahin, 142, tel. 3227-1896. 3 PASHMINA Na I Love Bijoux, as pashminas vão de R$ 4,99 a R$ 14,99, em várias cores. Ladeira Porto Geral, 109/113, tel. 3326-8602. 4 ACESSÓRIOS FASHION Patricinhas e descoladas lotam o Espaço ND, que vende bolsas, colares, pulseiras, bolsas e peças de roupa criados no próprio ateliê da marca. R. Varnhagen, 25, tel. 3228-2589. 10 DOCINHOS ÁRABES Mulheres adoram doces, e as mães não fogem a essa regra. Para fazer um agrado final, passe no Empório Syrio. Os campeões de venda são os itens recheados com damasco, tâmaras e pistache, além das bandejas sortidas. R. Comendador Abdo Schahin, 136, tel. 3228-3640. ONDE FICAM 7 5 SALTO ALTO O forte da Mundial Calçados são sapatos femininos de fabricação própria de botas e scarpins a sapatilhas. R. 25 de Março, 831, tel. 3228-7474. 6 5 9 6 LINGERIE Em diversos modelos e cores, conjuntos de lingerie (a partir de R$ 14) e sutiãs avulsos (R$ 12) fazem a festa da mulherada na Lingerie 25. R. 25 de Março, 875, tel. 3329-9030. 7 ANÉIS, PULSEIRAS & BRINCOS Pulseiras de metal, acrílicas, com strass ou pedra custam a partir de R$ 12 na America Bijoux. R. 25 de Março, 926/930, tel. 3228-2103. 4 3 2 1 8 10 Renova SP ABRIL MAIO 2012 17

CONSTRUÇÃO & DECORAÇÃO ESTILO Dança dos pisos PISO DE MADEIRA De madeira, laminado ou carpete: entenda as diferenças entre eles e escolha o seu Um clássico, um campeão de vendas e um quase desconhecido pelos leigos. Quem já fica cheio de dúvidas na hora de escolher o piso para a nova casa costuma se embaralhar ainda mais com as opções que trazem madeira no pacote. Afinal, qual a diferença e os prós e contras entre o piso de madeira, o piso laminado e o carpete de madeira? A seguir, Renova SP conta um pouco de cada um. DÉBORA YURI Alta resistência ao tempo e a riscos, beleza, pode ser lixado inúmeras vezes e fica sempre com cara de novo. Preço alto e longo tempo para a aplicação. PREÇO MÉDIO: R$ 220 o m². Divulgação/dt.estudio É um clássico, artigo nobre, 100% feito de madeira maciça. Pode vir em formato de assoalho, taco ou taquinho. O piso de madeira dura bastante e fica com cara de novo após raspagens. Além disso, confere ao ambiente beleza e conforto térmico. O lado negativo é que, das três opções, ele é o mais doloroso para o bolso. Quanto mais madeira o piso tem, mais caro ele custa, explica o arquiteto do escritório dt.estudio Luis Bernardini. Esse tipo de revestimento também exige mais trabalho e tempo para ser colocado. É preciso lixar o piso e deixar que ele acomode, o que dura cerca de 20 dias e costuma ser um fardo para quem precisa ficar em casa enquanto acontece a obra. A solução pode ser o piso pronto, modalidade recente da categoria pisos de madeira, que só é encaixado e colado. Como se trata, também, de madeira, o preço é praticamente o mesmo dos tradicionais. Pisos de madeira custam mais porque têm alta durabilidade, diz Bernardini. Há apartamentos de 60 anos cujo piso ainda está intacto. Mas o preço salgado mudou, por exemplo, os formatos mais comuns. Antes, o pessoal usava tábuas corridas maciças; hoje, o que se vê são tacos, taquinhos e réguas estreitas e menores. Uma dica é ficar de olho em réguas e tacos velhos, já que muita gente joga o material fora quando decide reformar a casa, sugere o arquiteto. Essas madeiras são de ótima qualidade e podem ser reaproveitadas. Recolher madeira antiga, recuperá-la e fazer um piso novo é o mais indicado. Renova SP ABRIL MAIO 2012 18

PISO LAMINADO Bastante comuns em casas e apartamentos, são placas revestidas de fórmica que imitam a madeira verdadeira. Os pisos laminados são de fácil aplicação pois podem ser colocados sobre pisos já existentes. O mercado oferece várias cores e tipos de texturas que se passam facilmente por madeira, das mais claras às avermelhadas. A diferença para o carpete de madeira está no revestimento. O laminado usa melamínico, que transmite a impressão de madeira, e é 100% sintético; já o carpete é um pouco mais grosso e vem com uma fina camada do material verdadeiro. Para a arquiteta Legiani de Melo Borba, do escritório LL&S Arquitetura, o piso laminado hoje é o mais indicado para quem não pode gastar muito. É barato, bonito, prático de instalar e fácil de limpar, diz. Como o custo ficou praticamente empatado com o carpete de madeira, esse último está sumindo do mercado. Um problema é a baixa tolerância à umidade. Outro é sua vida útil o laminado dura de cinco a oito anos, dependendo do fabricante e dos cuidados do dono. De qualquer jeito, trata-se de uma opção mais resistente a riscos do que o carpete de madeira. Sua manutenção também é a mais prática: basta passar um pano úmido. A madeira precisa de cera adequada, que não afete a sua cor. Divulgação/Duratex Tem boa aparência e cara de madeira, custa menos, fácil colocação, simples de limpar, mais resistente a riscos do que o carpete de madeira. Dura menos do que o piso de madeira maciça e não tolera umidade. PREÇO MÉDIO: R$ 50 o m². CARPETE DE MADEIRA Um compensado com uma lâmina fina de madeira natural, colada e prensada por cima: esse é o carpete de madeira, opção bem mais em conta do que a madeira maciça. Outro ponto positivo é a sua aplicação, rápida e prática. Essa alternativa, porém, também tem lados negativos. O carpete risca facilmente (nem pense em colocar sobre ele móveis pesados ou rodízios) e, quando isso acontece, não é possível recuperá-lo. Além disso, oferece pouca resistência à água e produz um barulho quando se anda sobre ele. Parece madeira, é mais barato e sua aplicação é simples. Risca com facilidade e, quando danificado, não pode ser recuperado. Costuma emitir ruído ao ser pisado. Não suporta umidade. PREÇO MÉDIO: R$ 60 o m². SERVIÇO dt.estudio. Tel. 3032-4946. www.dtestudio.com.br. Duratex. Tel. 0800-770-3872. www.duratex.com.br. LL&S Arquitetura. Tel. 2606-1454. Renova SP ABRIL MAIO 2012 19

Pergunte ao ARQUITETO Quais as plantas mais indicadas para colocar numa varanda pequena, onde bate sol? Posso cultivar ervas nesse espaço? Silvia Regina de Souza, 46 anos, dona de casa, moradora do Jardim Olinda Que tal preparar um jardim de temperos na varanda? Em geral, os temperos gostam de sol, mas não vão bem com muito vento. Também tome cuidado para não deixar o vaso na beirada, com perigo de cair. Você vai precisar de um vaso com pelo menos um palmo de profundidade. Pode comprar, fazer ou aproveitar um do tamanho que não atrapalhe a sua varanda. Aqueles vasos compridos, com um palmo de largura por dois ou três de comprimento aproveitam melhor o espaço do que um redondo. O vaso precisa ter furos embaixo para não acumular água. Prepare o fundo fazendo uma camada fina de pedrisco ou caco de telha. Cubra com jornal ou um pedaço de pano e complete com terra. A melhor terra é uma mistura de uma parte de terra preta (húmus), uma parte de terra vermelha e uma parte de areia. Para sementes, a terra mais fofa é a ideal. Você pode plantar as sementes ou as mudas já crescidas. O que cultivar numa varanda? Manjericão, coentro, tomilho, sálvia, orégano, salsinha, cebolinha, manjerona, hortelã, alecrim... Escolha uma quantidade que caiba no vaso, sem ficar muito apertado. Regue com água de manhã ou à noite. Aperte a terra com um dedo para saber se está úmida ou se precisa regar. Evite molhar as folhas. Não deixe folhas secas no vaso porque podem criar fungos e bactérias que prejudicam as plantas. Em vez de arrancar com as mãos, corte sempre os talos com uma tesoura ou faca afiada, pois assim elas crescerão novamente e mais rápido. Roberto Sakamoto, arquiteto, urbanista e paisagista. robertosakamoto.wordpress.com. Mande sua dúvida para a Renova SP no e-mail leitor@renovasp.com.br Ervas frescas para a cozinha podem ser plantadas na varanda FOTO: Débora Yuri PASSO A PASSO SACO DE LIXO DE JORNAL 1 Saiba como aproveitar o jornal velho para substituir os saquinhos plásticos 2 3 FOTOS: Divulgação Faça uma dobra para marcar, no sentido vertical, a metade da página da direita. Dobre a beirada dessa página para dentro, até a marca. Você terá dobrado uma aba equivalente a um quarto da página da direita, e assim terá um quadrado. Depois, dobre a ponta inferior direita sobre a ponta superior esquerda, formando um triângulo, e mantenha sua base para baixo. Em seguida, dobre a ponta inferior direita do triângulo até a metade da lateral esquerda do triângulo. Vire a dobradura de barriga para baixo, escondendo a aba que você acabou de dobrar. Novamente, do outro lado, dobre a ponta da direita até a metade da lateral esquerda, repetindo o processo. Para fazer a boca do saquinho, pegue uma parte da ponta de cima do jornal e enfie para dentro da aba que você dobrou por último, fazendo-a desaparecer lá dentro. Sobrará a ponta de cima, que deve ser enfiada dentro da aba do outro lado. Daí, vire a dobradura para o outro lado e repita a operação. Abrindo a parte de cima, eis o saquinho de jornal. É só encaixar no cesto. ITENS NECESSÁRIOS: Duas ou três folhas de jornal juntas, para que o saquinho fique mais resistente. Observação: não use o saco de jornal para cestos em que jogará líquidos ou lixo úmido. Fonte: Juliana Valentini, do blog De verde casa (www.deverdecasa.com) Renova SP ABRIL MAIO 2012 20