COMPORTAMENTO INGESTIVO DE BOVINOS MESTIÇOS NA FASE DE RECRIA SUBMETIDOS A DIFERENTES ESTRATÉGIAS DE SUPLEMENTAÇÃO A PASTO¹

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Recebido para publicação em 16/08/12. Aceito para publicação em 06/11/12. 2

Transcrição:

COMPORTAMENTO INGESTIVO DE BOVINOS MESTIÇOS NA FASE DE RECRIA SUBMETIDOS A DIFERENTES ESTRATÉGIAS DE SUPLEMENTAÇÃO A PASTO¹ Gabriel Dallapicola da COSTA* 1, Luís Henrique SCHAITZ 2, Fernando ROSSA 1, Robério Rodrigues SILVA 1, Raul Lima XAVIER 1, Tarcísio Ribeiro PAIXÃO 1, João Wilian DIAS 1, Rodrigo Paiva BARBOSA 1 *autor para correspondência: gabriel_dallapicola@hotmail.com 1 Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Itapetinga, Bahia, Brasil 2 Universidade do Estado de Santa Catarina, Lages, Santa Catarina, Brasil Abstract: Was aimed at this study to evaluate the ingestive behavior of beef cattle undergoing different supplementation strategies. A total of 33 mixed breed cattle were used, immunologically castrated, with a mean body weight of 335 ± 44.50 kg and mean age of 22 months. The animals were submitted to three supplementation strategies: Strategy 1 (SM): mineral salt ad libitum ; Strategy 2 (SN): mineral salt with addition of urea ad libitum ; Strategy 3 (RA): mineral energy protein concentrate supplement at 0.1% of body weight. The group supplemented with protein concentrate presented lower grazing time (P<0.05). The animals in the group supplemented with nitrogenous mineral salt spent more time chewing (P<0.05). The animals of the group supplemented with protein concentrate presented higher (P<0.05) leisure time and also higher (P<0,05) trough time. Mineral supplementation is the appropriate strategy to be used for cattle in the rearing phase in conditions of high availability and forage quality. Palavras-chave: pastejo, ruminação

Introdução O comportamento ingestivo dos animais permite identificar sinais sobre a abundância e a qualidade de seu ambiente de pastejo, tornando-se ferramenta para a adequação do manejo e gestão de animais no pasto (Carvalho & Moraes 2005). O comportamento ingestivo dos animais pode ser alterado pela utilização da prática da suplementação, pois com o aporte nutricional da mesma, principalmente pelos substratos proteicos, ocorre o suprimento de compostos necessários para o adequado desenvolvimento da microbiota ruminal, o que implica em melhor degradação da fibra e consequente melhor utilização da energia da forragem (Bremm et al., 2008), o que é acompanhado de redução do tempo de pastejo, aumento do tempo de ruminação e ócio (Pardo et al., 2003). Objetivou-se com este trabalho avaliar o comportamento ingestivo de bovinos de corte na fase de recria submetidos a diferentes estratégias de suplementação. Material e Métodos O experimento foi conduzido na fazenda Princesa do Mateiro, localizado no munícipio de Ribeirão do Largo, Bahia, com coordenadas de 15º 26 46 S e 40º 44 24 O com 800 metros de altitude. Experimento aprovado pelo Comitê de Ética no Uso de Animais CEUA / UESB, nº100/2015. Foram utilizados 33 novilhos mestiços (1/2 Holandês x 1/2 Zebu) em fase de recria, com peso médio inicial de 335 ± 42,90 kg e idade média de 22 meses distribuídos em um delineamento inteiramente casualizado com três tratamentos e onze repetições cada. Manejados em pastejo intermitente de Brachiaria brizantha cv. Marandu, totalizando 105 dias de experimento. Os dados foram submetidos à análise de variância e teste F a 5 %, e ao teste de médias de tukey 5 %. As análises foram realizadas usando a programação PROC GLM da SAS 9.1.3 (SAS, 2008).

Foram analisadas 3 tipos de suplementação: Estratégia 1: sal mineral ad libidum (SM); Estratégia 2: sal mineral com ureia ad libidum (SN); e Estratégia 3: suplemento concentrado proteico energético mineral a 0,1% do peso corporal. A avaliação do comportamento ingestivo teve duração de 72 horas ininterruptas. Cada grupo de animais foi observado visualmente por observadores treinados, posicionados estrategicamente no piquete, de modo a não interferir no comportamento ingestivo dos animais. Os dados coletados foram registrados em planilha de Excel cujas observações foram realizadas a cada 5 minutos, conforme metodologia descrita por Silva et al. (2006), sendo analisados o tempo de pastejo (PAST), tempo de ruminação (RUM), tempo no cocho (COC) e tempo em outras atividades (ÓCIO). Resultados e Discussão O grupo suplementado com concentrado proteico apresentou menor (P<0,05) tempo de pastejo que os animais submetidos à suplementação mineral e sal mineral nitrogenada que não diferiram entre si (P>0,05) (Tabela 1). O menor tempo de pastejo do grupo suplementado com ração concentrada foi ocasionado pela substituição do consumo do pasto pelo consumo de concentrado neste período. Tabela 1. Tempo total destinado às atividades de pastejo, ócio, ruminação, cocho (tempo de alimentação no cocho) VARIÁVEIS (min. dia -1 ) a SM ESTRATÉGIA b SN c RA d CV PASTEJO 497 a 534 a 437 b 15,72 <0,0001 RUMINAÇÃO 365 b 410 a 352 b 17,40 0,0013 ÓCIO 572 b 488 c 640 a 16,65 <0,0001 COCHO 4,5 b 7,1 b 10,6 a 76,63 <0,0002 a SM Estratégia 1: sal mineral; b SN Estratégia 2: sal mineral com ureia; c RA Estratégia 3: suplemento proteico (0,1% PC); d Coeficiente de variação; e Probabilidade de erro. (%) e p

O tempo de ruminação foi influenciado pelas estratégias de suplementação (P<0,05). Os animais do grupo suplementado com sal mineral nitrogenado passaram mais tempo ruminando que os animais das demais estratégias. Esse resultado foi desencadeado pelo acréscimo no tempo de pastejo dos animais desse grupo. O tempo de ruminação se deve a maior disponibilidade de matéria seca verde que tem correlação positiva direta com a digestibilidade da forragem, o que desencadeia maior degradabilidade ruminal e consequente maior taxa de passagem da digesta para o intestino, o que ocasiona menor tempo necessário para o processo de ruminação. O tempo de ócio sofreu influencia das estratégias de suplementação (P<0,05). Os animais do grupo suplementado com concentrado proteico apresentaram maior (P<0,05) tempo de ócio do que os animais suplementados com mistura mineral e mistura mineral com ureia. O grupo suplementado com suplementação mineral apresentou maior (P<0,05) tempo de ócio do que o suplementado com sal mineral nitrogenado. Essas diferenças encontradas para tempo de ócio são reflexos das demais atividades do comportamento ingestivo. O maior tempo de ócio do grupo suplementado com concentrado energético-proteico se deve ao menor tempo de pastejo e ruminação, ocasionado pelo acréscimo nutricional do concentrado, o que diminuiu os tempos de pastejo, diminuindo também o tempo de ruminação, permitindo aos animais maior tempo de ócio. O tempo de cocho foi superior (P<0,05) na estratégia de suplementação concentrada em relação às demais. Este resultado era esperado visto a maior quantidade de alimento fornecido no cocho na presente estratégia, e menor inclusão de reguladores de consumo como a ureia e o cloreto de sódio.

Conclusão A suplementação mineral é a estratégia adequada para ser utilizada para bovinos na fase de recria em condições de elevada disponibilidade e qualidade de forragem. Referências CARVALHO, P.C.F.; MORAES, A. 2005. Comportamento ingestivo de ruminantes: bases para o manejo sustentável do pasto. Manejo sustentável em pastagem, v. 1, p. 120. BREMM, C.; ROCHA, M.G.; FREITAS, F.K.; MACARI, S.; ELEJALDE, D.A.G.; ROSO, D. 2008. Comportamento ingestivo de novilhas de corte submetidas a estratégias de suplementação em pastagens de aveia e azevém. Revista Brasileira de Zootecnia, v.37, n.7, p.1161-1167. PARDO, R.M.P.; FISCHER, V.; BALBINOTTI, M.; MORENO, C.B; FERREIRA, E.X.; VINHAS, R.I.; MONKS, P.L. 2003. Comportamento ingestivo diurno de novilhos em pastejo submetidos a níveis crescentes de suplementação energética. Revista Brasileira de Zootecnia. v. 32, n. 6, p. 1408-1418.