Aula 07. Gabarito: Correta. Os direitos fundamentais são elementos limitadores do abuso do poder estatal, que estão em determinadas Constituições.

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Página1 Curso/Disciplina: Direitos Humanos Aula: Evolução Histórica dos Direitos Humanos 07 Professor (a): Luis Alberto Monitor (a): Luis Renato Ribeiro Pereira de Almeida Aula 07 24) (Banca: CESPE. Órgão: TC-DF. Prova: Auditor de Controle Externo) Embora a CF estabeleça como destinatários dos direitos e garantias fundamentais tanto os brasileiros quanto os estrangeiros residentes no país, a doutrina e o STF entendem que os estrangeiros não residentes (como os que estiverem em trânsito no país) também fazem jus a todos os direitos, garantias e ações constitucionais previstos no art. 5.º da Carta da República. Gabarito: Incorreta. O art. 5.º, caput da CF destaca que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. Esse artigo, contudo, foi objeto de mutação constitucional, que ocorre quando o STF altera de modo informal a Constituição, modificando a interpretação da norma. Com isso, a Corte passou a entender que os direitos do caput, em regra, alcançam a todas as pessoas. Todavia, devem ser feitas algumas obserações. Em relação às pessoas jurídicas, por exemplo, apenas os direitos compatíveis a sua natureza podem ser por estas titularizados. Nesse passo, no que toca aos estrangeiros, nem todos os direitos e garantias fundamentais são a estes destinados, como a possibilidade ajuizar ação popular, possível somente aos brasileiros, natos ou naturalizados, que exerçam direitos políticos. Ademais, nem todos os direitos e garantias fundamentais são destinados a todos os brasileiros, pois a previsão que veda a extradição de estrangeiros pela prática de crime político ou de opinião é uma proteção destinada apenas ao estrangeiro. Logo, os estrangeios não residentes ou em trânsito no país não fazem jus a todos os direitos, garantias e ações constitucionais. 25) (Banca: CESPE. Órgão: STJ. Prova: Analista Judiciário Área Judiciária) Os direitos e garantias fundamentais são considerados elementos limitativos das Constituições. Os direitos fundamentais são elementos limitadores do abuso do poder estatal, que estão em determinadas Constituições. 26) (Academia de Polícia. Prova: Delegado de Polícia/SP) A finalidade básica dos direitos humanos é coibir o abuso

Página2 a) do poder estatal. A função básica dos direitos fundamentais, isto é, sua finalidade principal, em uma relação vertical entre o indivíduo e o Estado, é coibir o abuso do poder estatal. Em um plano secundário, é possível que os direitos fundamentais também sejam aplicados entre cidadãos, constituindo uma relação horizontal. b) do poder estatal e dos indivíduos. Comentário: Incorreta. A questão diz respeito à finalidade básica. c) dos indivíduos. d) de grupos de indivíduos. 27) (Banca: ESAF. Órgão: TRT-9.ª região. Prova: Analista Judiciário Área Judiciária) O art. 5.º, caput, da Constituição assegura aos brasileiros e estrangeiros residentes no País a inviolabilidade, entre outros, do direito à vida, à liberdade e à segurança. Quanto aos estrangeiros residentes fora do País, encontram-se eles: a) protegidos apenas pelas leis de seus países, nada podendo reclamar quanto a eventuais violações aqui ocorridas. b) protegidos somente na hipótese de haver acordo bilateral neste sentido. c) protegidos somente se provarem que em seu país a Constituição garante a inviolabilidade de tais direitos. d) protegidos porque, nas relações internacionais, o Brasil deve observar o princípio da prevalência dos direitos humanos. A Constituição protege a vida de brasileiros e estrangeiros, dentro e fora do território nacional. O art. 4.º consagra que o Brasil, nas relações internacionais, terá como norte diversos princípios, entre os quais a dignidade da pessoa humana, sem especificar a pessoa que será protegida, nacional ou estrangeira. Portanto, os direitos fundamentais podem ser aplicados em esfera internacional, com fundamento constitucional. e) sem qualquer proteção. ANTECEDENTES HISTÓRICOS DA FORMAÇÃO DO DIREITO INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS A proteção dos Direitos Humanos é marcada pelo direito humanatário, pela Liga das Nações e pela criação da OIT (Organização Internacional do Trabalho), que juntos consagram o marco inicial da internacionalização da proteção dos direitos humanos.

Página3 28) (Ano: 2013. Banca: FGV. Prova: OAB adaptada) O Direito Humanitário, a Organização Internacional do Trabalho e a Liga das Nações são considerados os principais precedentes do processo de internacionalização dos direitos humanos, umas vez que rompem com o conceito de soberania, já que admitem intervenções nos países em prol da proteção dos direitos humanos. ONU ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS A ONU é composta por 193 países, e visa buscar soluções cordiais para os conflitos entre os Países. Foi criada a partir da Carta da ONU marco inicial que vincula a proteção dos Direitos Humanos, em decorrência das atrocidades da Segunda Guerra Mundial. Formada por 193 Estados soberanos ONU Fundada após a Segunda Guerra Mundial Manter a paz e a segurança no mundo Posição dos Direitos Humanos no sistema normativo (Fábio Konder Comparato) Fomentar relações cordiais entre as nações Tratado internacional Carta da ONU Inicia o sistema global de proteção aos direitos humanos Assinada em São Francisco, a 26 de junho de 1945 A Carta da ONU tem valor vinculativo, em razão do viés de Tratado Internacional, logo os Países devem respeitá-la. Revela-se como o marco inicial de proteção dos direitos humanos como obrigação. Inicia-se, assim, um sistema global de proteção aos Direitos Humanos, que pretendeu ser um sistema de proteção mais abrangente. Porém, em um momento futuro, esse sistema foi contestado, dando espaço à criação de sistemas regionais de proteção. Os Países devem ser deferentes em relação à proteção dos Direitos Humanos, isto é, questões de cultura, tradição, costumes etc devem ser respeitadas e levadas em consideração. Com isso, viabiliza-se o melhor entendimento dessas questões em relação a determinados grupos de Países, e, nessa esteira, possibilita-se a criação de grupos regionais de proteção aos Direitos Humanos. Contudo, esses sistemas regionais não excluem o sistema global, mas se complementam.

Página4 A Carta da ONU foi assinada em 26 de junho de 1945, antes, portanto, da Declaração Universal dos Direitos Humanos, proclamada no dia 10 de dezembro 1948 pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em Paris. 29) (Ano: 2013. Banca: CESPE. Órgão: PRF. Prova: Policial Rodiviário Federal) O sistema global de proteção dos direitos humanos foi instaurado pela Carta Internacional dos Direito Humanos. DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS Declaração Universal dos Direitos Humanos Proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em Paris, em 10 de dezembro de 1948 Proteção universal dos Direitos Humanos A Declaração Universal dos Direitos Humanos é considerada uma carta de recomendação da ONU, ou uma resolução da ONU. Para que fosse considerada como uma norma obrigatória para os Países, foi subdivida em dois pactos: a) Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos; e b) Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais. A ideia da declaração era que pudesse ser uma forma de obrigar os Países a cumprirem suas metas de proteção aos Direito Humanos, e isso foi possível por meio da criação dos pactos citados. A Declaração reforça o sistema global de proteção aos Direitos Humanos iniciado pela Carta da ONU, porém não tem força vinculante. Assim, para que pudesse ser reconhecida como uma norma cogente, foi segmentada nos pactos mencionados. É possível destacar as seguintes características da Declaração Universal dos Direitos Humanos: a) Não tem natureza vinculante; b) Universalidade: alcança todas as pessoas; c) Indivisibilidade: não se fala em divisibilidade dos direitos humanos, ou seja, não podem ser segmentados; d) Trata-se de uma carta de recomendação da ONU: a Declaração Universal não é um tratado internacional, tampouco uma convenção internacional.

Página5 30) (Banca: FUNRIO. Órgão: SEJUS-RO) Considerando que os Estados-membros se comprometeram a promoverem, em cooperação com as Nações Unidas, o respeito universal aos direitos e liberdades humanas fundamentais e a observância desses direitos e liberdades, e que uma compreensão comum desses direitos e liberdades é da mais alta importância para o pleno cumprimento desse compromisso, pode-se afirmar que: a) A Declaração Universal os Direitos Humanos é um dos documentos básicos das Nações Unidas e foi assinada em 1948. Nela, são enumerados os direitos que todos os seres humanos possuem. b) A Declaração Universal os Direitos Humanos é considerada um acordo, pois este termo é usado, geralmente, para caracterizar negociações bilaterais de natureza política, econômica, comercial, cultural, científica e técnica. Acordos podem ser firmados entre países ou entre um país e uma organização internacional. c) A Declaração Universal os Direitos Humanos é considerada um tratado já que tratados são atos bilaterais ou multilaterais aos quais se deseja atribuir especial relevância política. d) A Declaração Universal os Direitos Humanos é uma convenção, pois essa palavra costuma ser empregada para designar atos multilaterais, oriundos de conferências internacionais e que abordem assunto de interesse geral. e) A Declaração Universal os Direitos Humanos é um protocolo e se designa a acordos menos formais que os tratados. O termo é utilizado, ainda, para designar a ata final de uma conferência internacional. Comentário: Incorreta. A Declaração Universal os Direitos Humanos não é um acordo, tratado, convenção ou protocolo.