Projecto Catalogação - Arte e Design Urbano



Documentos relacionados
Projecto Anual com Escolas Ano lectivo 2010/2011

INOVAÇÃO PORTUGAL PROPOSTA DE PROGRAMA

Divisão de Assuntos Sociais

SEMINÁRIO OPORTUNIDADES E SOLUÇÕES PARA AS EMPRESAS INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE FINANCIAMENTO DAS EMPRESAS OPORTUNIDADES E SOLUÇÕES

Financiamento do Desporto

Proposta para a construção de um Projecto Curricular de Turma*

1. O que é? 2. O que se pretende? 3. Quem pode concorrer?

Cursos de Doutoramento

Projecto de Lei n.º 54/X

Metas de Aprendizagem Pré-escolar Expressões. Introdução

Área de Intervenção IV: Qualidade de vida do idoso

Questionário sobre a aplicação da Recomendação do Parlamento Europeu. 1. Quadro 1 instituições que gerem o património cinematográfico

FICHA DE CARACTERIZAÇÃO DO PRODUTO

Regulamento Programa REDE DE RESIDÊNCIAS: EXPERIMENTAÇÃO ARTE, CIÊNCIA E TECNOLOGIA 2.ª edição Direcção-Geral das Artes e Ciência Viva

Princalculo Contabilidade e Gestão. Comércio Investe"

P L A N O D E A C T I V I D A D E S

COMISSÃO DAS COMUNIDADES EUROPEIAS

Ficha de Caracterização de Entidade/Projecto Emprega o Futuro

Manual de Avaliação dos alunos do pré-escolar ao 9º ano de escolaridade

Programa Nacional de Desenvolvimento do Empreendedorismo,, Inovação e Emprego no Sector Cultural e Criativo Cri[activo]

Projecto de Sensibilização à Língua Inglesa para a Educação Pré-Escolar

REGULAMENTO INTERNO. Capítulo I Princípios Gerais. Artigo Primeiro Objecto

3. ORIENTAÇÃO OPERACIONAL. 3.1 Organização e equipa

NOVO REGIME JURÍDICO DA REABILITAÇÃO URBANA. Decreto-Lei n.º 309/2007, de 23 de Outubro Workshop IHRU 12 Abril 2010

MESTRADO EM PSICOLOGIA SOCIAL E DAS ORGANIZAÇÕES GUIA DE ORGANIZAÇÃO E DE FUNCIONAMENTO DOS ESTÁGIOS

Fiapal Informa. Candidaturas QREN

Técnicas de recolha e análise de informação para caracterização e diagnóstico do contexto de intervenção

Página Web 1 de 1. Ana Oliveira

Correntes de Participação e Critérios da Aliança Global Wycliffe [Versão de 9 de maio de 2015]

EXAME NACIONAL DO ENSINO SECUNDÁRIO VERSÃO 1

sustentabilidade da construção Isabel Santos e Carla Silva

EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO. José Matias Alves

Autores: Adelaide Campos Adelina Figueira Anabela Almeida Esmeralda Martins Maria José Rodrigues Maria de Lurdes Amaral

Metodologia de construção o da co- responsabilidade para o bem estar de todos a nível local

EDITAL. Iniciativa OTIC Oficinas de Transferência de Tecnologia e de Conhecimento

TAFCITY (A Cidade Amiga do Idoso) GUIA DO PROFESSOR

GESTÃO CURRICULAR LOCAL: FUNDAMENTO PARA A PROMOÇÃO DA LITERACIA CIENTÍFICA. José Luís L. d`orey 1 José Carlos Bravo Nico 2 RESUMO

GOVERNO REGIONAL DOS AÇORES

URBAN II Em apoio do comércio e do turismo

Informe de Conclusiones

Critérios Gerais de Avaliação

Museus como plataformas para a inovação social:

ESTRUTURA COMUM DE AVALIAÇÃO CAF 2006 DGAEP 2007

Resolução de Vilnius: melhores escolas, escolas mais saudáveis - 17 de Junho de 2009

Prioridades da presidência portuguesa na Ciência, Tecnologia e Ensino Superior

PROGRAMA DE METODOLOGIA DO ENSINO DE MATEMÁTICA 11ª Classe

Eixo III _ Desenvolvimento Sustentável. III.3. Gestão Ambiental Sustentável, Conservação da Natureza e Biodiversidade. Tipologia de Investimento

O Hypercluster da Economia do Mar em Portugal. (Resumo)

O que esperar do SVE KIT INFORMATIVO PARTE 1 O QUE ESPERAR DO SVE. Programa Juventude em Acção

Implementação de JESSICA: os Fundos de Desenvolvimento Urbano e o papel do BEI

Região Solidária. Imagens da minha Terra Perspectivas do meu futuro. Região Solidária. Imagens da Minha Terra Perspectivas do meu futuro

Bairro. Normas Orientadoras BAIRRO. Co-financiamento

Plano Nacional de Saúde e as. Estratégias Locais de Saúde

EPEMG_CAT_TXT_ _Layout 1 11/04/26 13:10 Page anos Oo

Projeto Educativo de Creche e Jardim de Infância

É precisamente nestas alturas que temos de equacionar todos os meios possíveis para tornar viáveis, nomeadamente, os museus.

INVESTIR EM I&D - PLANO DE ACÇÃO PARA PORTUGAL ATÉ 2010 CIÊNCIA E INOVAÇÃO -PLANO PLANO DE ACÇÃO PARA PORTUGAL ATÉ NOVA TIPOLOGIA DE PROJECTOS

4. Indicadores de desenvolvimento sustentável

Guia Sudoe - Para a elaboração e gestão de projetos Versão Portuguesa Ficha 3.1 Construção de projetos

PROGRAMAÇÃO METODOLÓGICA DO DO CURSO

Parecer da UGT. Sobre as alterações à Lei de Bases do Sistema Educativo

Parque da Sustentabilidade

SISTEMA DE APOIO AO FINANCIAMENTO E PARTILHA DE RISCO DA INOVAÇÃO (SAFPRI)

RELATÓRIO INTERCALAR (nº 3, do artigo 23º, da Decisão 2004/904/CE)

ACESSIBILIDADE DAS TIC PARA O ENSINO SUPERIOR EM CABO VERDE

PROJECTO DE RELATÓRIO

Projetos Educativos Municipais e Promoção do Sucesso Educativo

Ministérios da Administração Interna, do Trabalho e da Solidariedade Social e da Educação PROTOCOLO. Entre MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO INTERNA,

É um sistema específico de incentivos fiscais ao investimento realizado pelo sujeito passivo de IRC.

Proposta de reformulação da Pós-Graduação em Teatro e Comunidade ESMAE-IPP (aumento para 60 créditos)

CAPÍTULO I. Denominação, Natureza, Âmbito, Duração, Sede e Objecto

Plano Municipal de Melhoria e Eficácia da Escola. Uma estratégia para O Projeto Educativo Local

Regulamento de Apoio à Mobilidade e Intercâmbio Cultural

Normas e Critérios de Apoio ao Movimento Associativo Cultural do Concelho 1 - INTRODUÇÃO

1 Ponto de situação sobre o a informação que a Plataforma tem disponível sobre o assunto

REGULAMENTO INTERNO DA BIBLIOTECA ESCOLAR / CENTRO DE RECURSOS. ESCOLA SECUNDÁRIA QUINTA do MARQUÊS

ÍNDICE PATRONATO DE SANTO ANTÓNIO INTRODUÇÃO... 2 I - OPÇÕES E PRIORIDADES... 3

APRENDIZAGEM AO LONGO DA VIDA

Mostra de Projetos Inovadores em Educação e Formação

Desenvolvimento sustentável

AMA ajuda a promover Ensino à Distância

NERSANT Torres Novas. Apresentação e assinatura do contrato e-pme. Tópicos de intervenção

ECONOMIA E EMPREENDEDORISMO

POLÍTICA DE DIVERSIDADE DO GRUPO EDP

INOVAÇÃO e I&DT Lisboa

7. A Formação e as Escolas

Avaliação do impacto da hora do conto: experiência da aplicação da metodologia EIRAA

Eng.ª Ana Paula Vitorino. por ocasião da

Educação Patrimonial Centro de Memória

3 de Julho 2007 Centro Cultural de Belém, Lisboa

Lar das Criancinhas da Horta Instituição Particular de Solidariedade Social

Sessão de Divulgação do Subprograma 3 do PRODER

Aviso para Apresentação de Candidaturas em Contínuo no Domínio da Mobilidade Territorial

Eixo Prioritário III Valorização e Qualificação Ambiental e Territorial Equipamentos para a Coesão Local Equipamentos Sociais

Transcrição:

Projecto Catalogação - Arte e Design Urbano Pedro Brandao, 2005 Introdução A proposta que se apresenta inscreve-se na experiência internacional que tem vindo a ser conduzida pela rede iniciada pela UB e do projecto que esta realizou com o Ayuntamento de Barcelona (o projecto Monere, que consiste no catálogo interactivo de Arte Pública da cidade, com várias dinâmicas associadas, como as de gestão, educativa, turística), tem-se vindo a alargar com o contributo do Public Art Observatory. Estas organizações, que realizam actividades regulares (seminários, workshops e publicações) estão interessadas no alargamento da rede a cidades com projectos afins em curso, propondo-se criar as bases para um museu virtual de Arte Pública de acordo com metodologias comuns, que permitam o intercâmbio e a articulação a nível europeu. Visando-se a obtenção de meios comunitários e dos países envolvidos, o projecto conta desde já com o apoio do Estado Espanhol. A proposta que se apresenta visa uma fase inicial do projecto, a realizar em Oeiras a criação de um arquivo-catálogo, mediante uma fase experimental de produção e teste de protótipos e acção de formação, possibilitando internamente uma melhor compreensão do âmbito e dimensão do universo em causa, dos objectivos de política envolvidos na produção e gestão de arte nos espaços públicos e dos critérios, métodos e parâmetros da sua identidficação. Este será, em Portugal, um trabalho pioneiro.

Âmbito Os elementos artísticos podem contribuir para seduzir o público, embelezar a cidade, atrair investimento, revelar opinões ou valores. O objectivo destas manifestações pode ser mais lúdico-social a criação e uso de um ambiente público que enriqueça e aumente a satisfação social mais económico-institucional a promoção das cidades mais educativocultural o desenvolvimento da literacia visual dos habitantes mais cívico expressar valores político-morais ou questionar as nossas convicções ou ainda ambiental transformar uma paisagem, intensificar a nossa urbanidade. 1 Para os efeitos deste projecto interessa considerar Arte Pública como Arte em Espaços Públicos, isto é manifestações artísticas (com escopo estético, simbólico, decorativo, monumental, evocativo) em espaços acessíveis ao público, por exemplo nas ruas, praças, jardins, entre outros. Excluem-se as obras de Arquitectura (incluindo as contribuições artísticas em fachadas e outros elementos directamente associados a edificações) e as obras em recintos fechados (escolas, cemitérios...) excepto se corresponderem a valores públicos evidentes (evocação de personagens ou eventos históricos, financiamento por subscrição pública...). Os aspectos de avaliação qualitativa das peças, sendo objecto de comentário crítico em função de parâmetrois e critérios que adiante se expõem em linhas gerais, não obstam à inventariação e inserção no catálogo de todos os elementos inventariados. Critérios e Parâmetros Todas as obras que correspondam ao âmbito definido serão catalogadas, sendo objecto de avaliação, em função de critérios e parâmetros diversificados: 1 Brandão, P. et alt. O Chão da Cidade Guia de Avaliação do Design de Espaço Público Centro Português de Design, Lisboa 2002

1. O carácter específico das obras incluidas no sentido amplo de Arte Pública enunciado, manifesta-se na sua especificidade relativa a um local: por um lado na perspectiva física, do local de implantação, com o qual a obra interage através da sua matéria, forma, escala, participando do conceito mais vasto do próprio espaço em que se insere, e portanto com a sua lógica urbana e paisagística; e por outro lado na perspectiva das vivencias sociais, dos significados reconhecíveis, pelos discursos de identificação e apropriação dos espaços urbanos, pelas populações. 2. As obras de Arte Pública não podem ser indiferentes aos objectivos e parâmetros que o Design Urbano, como prática Interdisciplinar atribui ao espaço público: Identidade, Continuidade, legibilidade e permeabilidade, Segurança, conforto e aprazabilidade Mobilidade e acessibilidade Utilidade, durabilidade e resistencia, Diversidade e adaptabilidade Sustentabilidade. E neste sentido alargado e articulado, os espaços públicos em si mesmos, como obra integral, podem ter valor artístico desempenhando papeis estéticos e simbólicos da arte. 3. A avaliação pode ainda referir-se a critérios em função dos diferentes objectivos específicos, que a arte pode desempenhar no ambiente urbano, como: Acrescentar significados sociais, culturais, políticos ou estéticos aos espaços públicos Abordar temas e valores públicos facilitando a apropriação dos epaços urbanos Reforçar a identidade dos lugares, pela função estética, cénica, comemorativa... Criar elementos de referência no espaço, monumentalizando a escala e sentido urbano

Tornar os locais mais interessantes e apelativos estimulando espectativas de qualidade Criar oportunidades de aproximação de um público mais vasto à arte e à cultura Apoiar a educação e a cultura visual contrariando as imagens padronizadas e vulgares Estimular ou dar expressão à capacidade participativa na sua produção e usofruto Acrescentar valor económico-social aos locais através da inovação e qualidade visual Expandir as oportunidades (mérito e equidade) para criadores e promotores, na cidade Reforçar os elos entre as distintas disciplinas que intervêm no espaço público Objectivos Na fase inicial de trabalho correspondente a esta proposta, os objectivos são: 1. Testar e fixar uma metodologia adequada aos objectivos específicos do projecto e do território de objectos inventariáveis em Oeiras (ter a imagem o mais exacta possível da dimensão e localização deste património) 2. Construir um protótipo de registo e avaliação de elementos do inventário, através de casos-estudo 3. Proporcionar formação interna a quadros (e desejávelmente políticos) de vários sectores envolvidos A constituição de um inventário/catálogo com informação sobre a Arte Pública existente no Concelho de Oeiras será um instrumento de base, indispensável para desenvolvimentos posteriores: seja para a fundamentação da política municipal no domínio do processo de decisão sobre a arte pública, incluindo a sua promoção, produção e gestão patrimonial (conservação, mobilidade...) seja para apoio a outras áreas de política municipal como a educativa, a turísdtica, a social e ambiental, que podem beneficiar da informação a

disponibilizar para a promoção da história local, roteiros, e acções didáticas integradas. seja ainda, com a participação na rede internacional, para intercâmbio de experiencias com outros projectos, de que resultarão ectivos como por exemplo: Museus Virtuais de Arte Pública e acções de animação decorrentes Modelos e pautas de gestão-conservação de monumentos Conteudo e método propostos 1. Como metodologia, estimando-se um universo de catalogação de 120 obras, delimitam-se 8 a 10 sectores geográficos correspondendo a uma divisão do Concelho por razões operacionais: Oeiras Este Oeiras Oeste Porto Salvo Leceia - Barcarena Paço de Arcos Caxias - Laveiras Queijas - Linda a Pastora Algés- Cruz Quebrada Linda a Velha Carnaxide 2. O levantamento, mapificação e trabalho de campo (fotografia, identificação com medidas, materiais e estado de conservação) será complementado com recolha de elementos sobre cada peça: - a história (quem, quando, onde e porquê)* - descrição urbanística e estilística - comentário crítico (nota: Admite-se, para o universo total estimado, que o prazo de execução do inventário na sua fase final venha a ser da ordem de um ano, incluindo o fornecimento de bases mapificadas, ficheiro e elemento de consulta digitalizado - cdrom. Porém, a informação disponível neste momento não é suficiente para o cálculo do valor final do investimento).

3. Na fase inicial, objecto da presente proposta, propomos a execução de um registo e mapificação provisória das peças existentes no Concelho e elaboração de um protótipo de catalogação, integrando 15 a 20 peças (aprox. 2 por sector), para o que será produzido: - Mapificação provisória de contagem de existências (foto+localização) - Preparação de software e ensaio - Levantamento e descrição completa dos elementos seleccionados. Prazo de execução 3 meses (excluindo Agosto). *nota considera-se a dedicação ao projecto de 1 pessoa competente da CMO para levantamento de documentação e informação histórica. Seminário Interno O seminário poderá ser mais ou menos estrictamente interno (poderá ter formandos de municípios vizinhos, ou de instituições culturais e académicas do Concelho?) coforme julgado oportuno. Por razões didáticas e de acordo com o modelo de acção, propõe-se que não se ultrapasse 20 participantes. Propõe-se o formato por módulos, num total de 14 h (4 dias x 3,5h): 1. Introdução 2. Nota histórica sobre funções e referências da Arte Pública e Design Urbano 3. Temas (a rotunda, o jardim, espaços tradicionais e novos espaços, correntes e estilos, o monumento e seus tipos, da decoração à participação) 4. Casos-estudo: Lisboa (EXPO e depois) e Barcelona (Olímpicos e depois) 5. Ferramenta de avaliação (exercício prático) 6. Apresentação do projecto para Oeiras e avaliação-debate sobre alguns casos

Formadores 4 sendo um estrangeiro Valor proposto Levantamento 1ª fase: 9 000 euros (para a fase final estima-se 300 euros por peça) Concepção e realização do Seminário (incluindo custos com formadores, documentação a entregar e preparação de material didático) 3 500 euros