CONTABILIDADE GERAL Demonstração do Resultado do Exercício Prof. Cláudio Alves
O Código Tributário Nacional Brasileiro, em seu artigo 3º conceitua tributo como sendo toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Temos os seguintes tipos de tributos: impostos, taxas, contribuições de melhorias e contribuições especiais.
A contabilização do IPI e do ICMS pagos na aquisição de mercadorias para revenda e de insumos da produção industrial (matérias-primas, materiais intermediários e embalagens) não deve integrar o respectivo custo, quando forem recuperáveis mediante crédito nos livros fiscais pertinentes. Uma forma de contabilizar os impostos recuperáveis pagos na aquisição de mercadorias e insumos da produção é o registro, por ocasião da aquisição desses bens, em contas próprias, classificáveis no ativo circulante, intituladas IPI a Recuperar e "ICMS a Recuperar.
Contabilização do IPI De acordo com a legislação do Imposto de Renda, na receita bruta de vendas não deve ser incluído o valor do IPI. Desse modo, em virtude da conveniência de adotar procedimentos contábeis que facilitem a demonstração de valores que devam produzir efeitos fiscais, a prática é não registrar o IPI em conta de Resultado, sendo as vendas contabilizadas a débito de conta do Ativo Circulante (caixa/bancos ou clientes), tendo como contrapartidas: a) a conta de receita de vendas, pelo valor líquido da operação, ou seja, sem o IPI incidente; b) a conta de IPI a Recolher (no Passivo Circulante), pelo valor do imposto debitado.
Por exemplo, uma venda de mercadorias por R$ 5.000,00 mais 10% de IPI seria contabilizada da seguinte forma: D - Caixa/Bancos Conta Movimento ou Clientes (AC) R$ 5.500,00 C - Receita de Vendas (CR) R$ 5.000,00 C - IPI a Recolher (PC) R$ 500,00
Este modo de contabilização pode ser vista com certas restrições, pois implica omitir na Demonstração do Resultado do Exercício, o valor do faturamento bruto, que representa o valor das vendas, inclusive o IPI. Também pode-se registrar a receita pelo valor total cobrado do cliente numa conta sob o título de Faturamento Bruto, e em seguida debitar o IPI em conta de resultado, sob o título de IPI Faturado.
Desse modo, a qualquer momento pode ser demonstrado contabilmente o valor da receita bruta segundo o conceito fiscal, que corresponde à diferença entre o saldo credor da conta Faturamento Bruto e o saldo devedor da conta IPI Faturado.
D - Clientes (AC) C - Faturamento Bruto (CR) Utilizando-se essa forma de contabilização do exemplo proposto, a mesma seria efetuada da seguinte forma: D - IPI Faturado (CR) C - IPI a Recolher (PC) R$ 5.500,00 R$ 500,00 Caso seja adotado este procedimento para o registro das vendas com incidência do IPI, para fins do Imposto de Renda (na Declaração de Rendimentos), a receita bruta deve ser considerada sem o IPI e o valor desse imposto não deve constar da conta de Resultado.
PIS E COFINS SOBRE VENDAS Os valores das Contribuições ao PIS e à COFINS incidentes sobre a receita de vendas serão debitados em contas próprias de resultado, tendo como contrapartida contas do passivo circulante. Assim, temos: a) Registro pelo regime de competência: D - PIS sobre vendas (Conta de Resultado) C - PIS a recolher (Passivo Circulante) e D - COFINS sobre vendas (Conta de Resultado) C - COFINS a recolher (Passivo Circulante)
b) pelos pagamentos: D - COFINS a recolher (Passivo Circulante) D - PIS a recolher (Passivo Circulante) C - Caixa (Ativo Circulante)
Antes do advento dos Pronunciamentos Técnicos do Comitê de Pronunciamentos Contábeis, o PIS e a COFINS eram classificados como deduções de vendas. Atualmente, de acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 30 (R1) Receitas, para fins de divulgação na demonstração do resultado, a receita inclui somente os ingressos brutos de benefícios econômicos recebidos e a receber pela entidade quando originários de suas próprias atividades. As quantias cobradas por conta de terceiros, tais como tributos sobre vendas, exemplos PIS e COFINS não recuperáveis, tributos sobre bens e serviços, exemplo ISS e tributos sobre valor adicionado, exemplos ICMS, PIS e COFINS, todos recuperáveis, não são benefícios econômicos que fluam para a entidade e não resultam em aumento do Patrimônio Líquido. Logo, são excluídos da receita.
Importante: Tributos sobre valor adicionado são os recuperáveis nas compras e incidentes nas vendas, como é o caso do ICMS, o qual é recuperável nas compras e incide nas vendas, de forma que a diferença entre o valor incidente nas vendas e o valor recuperável nas compras é o que chamamos de tributos sobre o valor adicionado.
QUESTÃO: Contador DPE-MT FGV 2015 - Uma empresa, que tem histórico de ser lucrativa, realizou as seguintes transações em 2014: Receita de serviços (tributáveis): R$ 200.000,00 Despesas com Provisão para Contingências Trabalhistas: R$ 50.000,00 Despesas com muitas (não dedutíveis): R$ 40.000,00 De acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 32 - Tributos sobre o Lucro, o lucro líquido da empresa, em 31/12/2014, considerando alíquota fixa de 34%, foi de a) R$ 51.000,00. b) R$ 59.000,00. c) R$ 72.600,00. d) R$ 85.000,00 e) R$ 110.000,00
Resolução: Base de Cálculo: 200.000-50.000 = 150.000. 150.000 x 34% = 51.000 Valor do Tributo Receita de Serviço 200.000 Provisão (50.000) Multas (40.000) Tributos (51.000) Lucro Líquido 59.000
QUESTÃO: Contador DPE-MT FGV 2015 - Uma empresa, que tem histórico de ser lucrativa, realizou as seguintes transações em 2014: Receita de serviços (tributáveis): R$ 200.000,00 Despesas com Provisão para Contingências Trabalhistas:R$ 50.000,00 Despesas com muitas (não dedutíveis): R$ 40.000,00 De acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 32 - Tributos sobre o Lucro, o lucro líquido da empresa, em 31/12/2014, considerando alíquota fixa de 34%, foi de a) R$ 51.000,00. b) R$ 59.000,00. c) R$ 72.600,00. d) R$ 85.000,00 e) R$ 110.000,00