Aula VII Circuito puramente capacitivo. Prof. Paulo Vitor de Morais

Documentos relacionados
Aula 4 Circuitos básicos em corrente alternada continuação

Análise de Circuitos 2

Reatância e Impedância

Circuitos Elétricos. Circuitos Contendo Resistência, Indutância e Capacitância. Prof.: Welbert Rodrigues

ELETROTÉCNICA ENGENHARIA

RELAÇÕES ENTRE TENSÃO E CORRENTE ALTERNADAS NOS ELEMENTOS PASSIVOS DE CIRCUITOS

Aula 6 Análise de circuitos capacitivos em CA circuitos RC

Circuitos em Corrente Alternada contendo R, L e C. R = Resistor; L = Indutor; C = Capacitor

Estudo do Capacitor em Corrente Contínua

Aquino, Josué Alexandre.

Circuitos RC com corrente alternada. 5.1 Material. resistor de 10 Ω; capacitor de 2,2 µf.

Figura 14 Capacitor.

BC 1519 Circuitos Elétricos e Fotônica

I φ= V φ R. Fazendo a mesma análise para um circuito indutivo, se aplicarmos uma tensão v(t) = V m sen(ωt + I (φ 90)= V φ X L

Corrente Alternada. Circuitos Monofásicos (Parte 2)

Vamos considerar um gerador de tensão alternada ε(t) = ε m sen ωt ligado a um resistor de resistência R. A tensão no resistor é igual à fem do gerador

Experimento 7 Circuitos RC em corrente alternada

Circuitos Elétricos. Dispositivos Básicos e os Fasores. Prof. Me. Luciane Agnoletti dos Santos Pedotti

Curso Técnico em Eletrotécnica Impedância e o Diagrama de Fasores. Vitória-ES

CIRCUITOS ELÉTRICOS. Aula 05 CAPACITORES EM CORRENTE ALTERNADA

Fundamentos de Eletrônica

Estudo do Indutor em Corrente Contínua

UTFPR DAELN CORRENTE ALTERNADA, REATÂNCIAS, IMPEDÂNCIA & FASE

Circuitos RC e RL com Corrente Alternada

Parte A: Circuitos RC com corrente alternada

Experiência 4 - Sinais Senoidais e Fasores

Resposta em Frequência dos Circuitos

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA EEL7040 Circuitos Elétricos I - Laboratório

Potência em Corrente Alternada

Fundamentos de Eletrônica

INTRODUÇÃO TEÓRICA - EXPERIÊNCIA 8. Modelos de Bipolos Passivos

Experimento 9 Circuitos RL em corrente alternada

Universidade Federal do Rio Grande do Sul Escola de Engenharia de Porto Alegre Departamento de Engenharia Elétrica ANÁLISE DE CIRCUITOS II - ENG04031

Circuitos CA e Caos. Notas de aula: LabFlex:

Verificando a parte imaginária da impedância equivalente na forma complexa

Eletricidade Aula 09. Resistência, Indutância e Capacitância em Circuitos de Corrente Alternada

Circuitos RC série. Aplicando a Lei das Malhas temos: = + sen=.+ sen= [.+ ] 1 = +

Aula 26. Introdução a Potência em CA

Notas de aula da disciplina de Ana lise de Circuitos 2

Aula 5 Análise de circuitos indutivos em CA circuitos RL

Circuitos Elétricos I

ASSOCIAÇÃO DE ENSINO E CULTURA PIODÉCIMO FACULDADE PIO DÉCIMO, CAMPUS III ARACAJU, SERGIPE QUESTÕES PARA AULA DO ENAD ÁREA ESPECÍFICA

Eletricidade e Magnetismo II 2º Semestre/2014 Experimento 6: RLC Ressonância

FIS1053 Projeto de Apoio Eletromagnetismo 23-Maio Lista de Problemas 12 -Circuito RL, LC Corrente Alternada.

Experimento 7 Circuitos RC e RL em corrente alternada. Parte A: Circuito RC em corrente alternada

Avisos. Entrega do Trabalho: 8/3/13 - sexta. P2: 11/3/13 - segunda

Experimento 7 Circuitos RC e RL em corrente alternada. Parte A: Circuito RC em corrente alternada

Regime permanente senoidal e Fasores

Fontes senoidais. Fontes senoidais podem ser expressar em funções de senos ou cossenos A função senoidal se repete periodicamente

Eletricidade II. Aula 1. Resolução de circuitos série de corrente contínua

Circuitos Elétricos. Dispositivos Básicos e os Fasores. Prof. Dr. Eduardo Giometti Bertogna

Circuitos com excitação Senoidal

Revisão de Eletricidade

Eletricidade Aplicada. Aulas Teóricas Prof. Jorge Andrés Cormane Angarita

Aula 12. Aritmétrica complexa. Laboratório Numérico 1

ANÁLISE DE CIRCUITOS ELÉTRICOS II

Experimento 10 Circuitos RLC em série em corrente alternada: diferença de fase entre voltagem e corrente

A energia total do circuito é a soma da potencial elétrica e magnética

Circuitos Elétricos I

Experimento 7 Circuitos RC em corrente alternada

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA EEL7040 Circuitos Elétricos I - Laboratório

Experimento 9 Circuitos RL em corrente alternada

Experimento 10 Circuitos RLC em série em corrente alternada: diferença de fase entre voltagem e corrente

Curso de CA - Parte 2

PUC-RIO CB-CTC. P3 DE ELETROMAGNETISMO segunda-feira. Nome : Assinatura: Matrícula: Turma:

Aula 1, Experiência 1 Circuitos CA e Caos

23/5/2010 CAPACITORES

IMPEDÂNCIA Impedância

Potência em CA AULA II. Vitória-ES

Física IV Escola Politécnica GABARITO DA P1 10 de setembro de Hz C

Experimento 10 Circuitos RLC em corrente alternada: ressonância

7.1 - Números Complexos - Revisão de Matemática

EN2705: Circuitos Elétricos II UFABC Lista 01 (Carlos Eduardo Capovilla) v3

Centro Federal de Educação Tecnológica de Santa Catarina Departamento de Eletrônica Retificadores. Prof. Clóvis Antônio Petry.

Resistores e CA. sen =. logo

ELETROTÉCNICA (ENE078)

Capítulo A tensão v(t) é aplicada no circuito. Considerando que V C (0) =0, calcular:

Capítulo 12. Potência em Regime Permanente C.A.

CIRCUITOS ELÉTRICOS. Aula 03 RESISTORES EM CORRENTE ALTERNADA E CIRCUITOS RL

Tópico 01: Estudo de circuitos em CC com Capacitor e Indutor Profa.: Ana Vitória de Almeida Macêdo

Prof. Joel Brito Edifício Basílio Jafet - Sala 102a Tel

Física IV Escola Politécnica GABARITO DA P1 2 de setembro de 2014

CIRCUITOS ELÉTRICOS EM CA. Fonte: profezequias.net

Disciplina: Circuitos Elétricos Elaboração: Prof. Douglas Roberto Jakubiak, Prof. Cláudio Barbalho, Prof.Nilson Kominek

Revisão de Eletricidade

Lista de Exercícios P1. Entregar resolvida individualmente no dia da 1ª Prova. a) 25Hz b) 35MHz c) 1Hz d)25khz. a) 1/60s b) 0,01s c) 35ms d) 25µs

Frequência de corte 𝕍 𝒋𝝎 𝑉𝑠 𝑡 = 2 cos 𝜔𝑡 + 0𝑜 𝑉 𝐶 = 1𝜇𝐹 𝑅 = 1𝐾Ω 𝜔𝑐 𝝎 (𝒓𝒂𝒅/𝒔𝒆𝒈)

Módulo II Linhas de Transmissão. Linhas sem Perdas LTs Terminadas Impedância de Entrada Terminações especiais LTs com tamanhos especiais

Experimento 4 Circuitos RLC com corrente alternada: ressonância

Se ωl > a reactância é positiva, o que

Capacitores Módulo FE.04 (página 66 à 68) Apostila 1. Capacitância Energia armazenada em um capacitor Capacitor Plano Associação de Capacitores

Fasores e Números Complexos

Circuitos resistivos alimentados com onda senoidal

5 a Aula de Exercícios

Circuitos resistivos alimentados com onda senoidal. Indutância mútua.

Circuito RLC série FAP

Aula 12: Oscilações Eletromagnéticas. Curso de Física Geral III F o semestre, 2014

Prof. Henrique Barbosa Edifício Basílio Jafet - Sala 100 Tel

= 2πf é a freqüência angular (medida em rad/s) e f é a freqüência (medida

Transcrição:

Aula VII Circuito puramente capacitivo Prof. Paulo Vitor de Morais

1. Capacitância Um capacitor é utilizado, principalmente, para o armazenamento de cargas; Essa capacidade de armazenamento de cargas é chamada de capacitância (C); A capacitância é a medida da carga elétrica q que o capacitor pode armazenar por unidade de tensão V c. Matematicamente, temos: C = q V C = Coulomb Volts = Farad = F

Em um circuito elétrico de corrente contínua (DC) o capacitor se comporta do seguinte modo: a. Considere o circuito ao lado, sendo que a chave S está aberta e o capacitor está inicialmente descarregado, ou seja, V c = 0; b. O primeiro gráfico mostra a tensão gerada pelo gerador, a partir do momento em que ele é ligado; c. O segundo gráfico mostra que, quando a chave S é fechada a tensão entre as placas do capacitor cresce exponencialmente até atingir o valor máximo, onde V c = E; d. Já a corrente do circuito cai exponencialmente, conforme ocorre o carregamento das placas do capacitor; e. Transitório é denominado o tempo entre o fechamento da chave e a estabilização da tensão;

Assim, temos as seguintes conclusões; 1) Quando o capacitor está completamente descarregado, a fonte o enxerga como um curtocircuito, ou seja, X c = 0. Logo, V c = 0 e i = I; X c é chamada de reatância capacitiva. Um dispositivo é aquele que reage às variações de corrente. Sendo que seu valor ôhmico muda conforme a velocidade da variação da corrente nele aplicada; 2) Conforme as placas carregam eletricamente, a tensão V c aumenta. Nesse caso a fonte enxerga o capacitor como se ele fosse uma reatância X c crescente, fazendo com que a corrente i que passa por ele diminua; 3) Quando o capacitor está totalmente carregado a fonte o enxerga como um circuito aberto. Nesse caso V c = E, X c = e i = 0;

Matematicamente, a relação entre a tensão V c e a corrente i no capacitor pode ser dada por: V c = 1 C 0 tidt + V c0 dv c = 1 C idt + V c0 i = C dv c dt Sendo que V c0 é a tensão no capacitor quando t = 0;

2. Comportamento de um capacitor em AC Vimos que: i C = C dv C dt (1) Considerando que o capacitor está submetido a uma tensão AC cossenoidal com fase inicial nula, temos: V C é a tensão eficaz; V C = V CP cos ωt (2) ou V C = V C 0 Usando a equação (2) na (1), temos: i C = C dv CP cos ωt dt = CV CP d cos ωt dt = CV CP ω sin ωt i C = CV CP ω sin ωt (3)

i C = CV CP ω sin ωt (3) Da trigonometria, temos que: sin θ = sin θ = cos(θ + 90 ) Assim, podemos escrever a equação (3) da seguinte forma: i C = CV CP ω cos(ωt + π/2) ou I C = I C 90 Sendo que I C = CV CP ω é a corrente eficaz;

Portanto, no capacitor: A corrente está 90 adiantada em relação à tensão; A tensão está 90 atrasada em relação à corrente; Ao lado temos a representação temporal e abaixo a representação fasorial da defasagem entre a tensão e a corrente;

Já vimos também que a defasagem é a fase da impedância de um dispositivo reativo. Aplicando a Lei de Ohm para o capacitor, teremos: Z = V C I C = V C 0 I C 90 = V C ωcv C (0 90 ) Assim: Z = 1 ωc 90 ou Z = j 1 ωc Vemos que o módulo da impedância corresponde à reatância capacitiva; X C = 1 ωc

No capacitor, a reatância é inversamente proporcional à frequência e à capacitância; Como ω = 2πf, temos que: X C = 1 ωc X C = 1 2πfC Tendo isso em mente, observamos que a reatância capacitiva varia da seguinte forma em função da frequência:

Na notação de números complexos; A tensão e corrente são dados por: V t = V 0 e iωt I t = I 0 e iωt Assim, a reatância capacitiva será: Z C = i ωc Para pensar... Por que o sinal de menos? Como é o gráfico de impedância imaginária vs real? Se fosse colocado um resistor, de resistência considerável, em série com o capacitor? O que mudaria?