FORMAÇÃO DE PROFESSSORES DAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL NO CURSO DE PEDAGOGIA: A PERSPECTIVA DA ALFABETIZAÇÃO COM LETRAMENTO Maria Terêsa Cabral Greco 1 RESUMO: O trabalho é resultado de uma pesquisa em andamento, financiada pelo Observatório da Educação/CAPES, que tem como objetivo compreender qual perspectiva teórico-metodológica de alfabetização perpassa a formação de professores dos anos iniciais do Ensino Fundamental no curso de Pedagogia da Unisul e sua relação com a trajetória da alfabetização e da formação do pedagogo no Brasil, no período de 1986-2010. É um estudo de natureza bibliográfica e documental, numa perspectiva teórico-metodológica materialista dialética. As inferências iniciais dos dados de pesquisa refletem, através da análise histórica do curso de Pedagogia, a necessidade de se pensar na formação do pedagogo, enquanto um professor que deve ter como foco nas séries iniciais do ensino fundamental, a questão da alfabetização. Resgatando, assim, a relevância histórica desse curso e do seu compromisso com a formação de alfabetizadores para a escola pública brasileira. PALAVRAS-CHAVE: Curso de Pedagogia; Formação de Professores; Professor alfabetizador; Alfabetização com Letramento. 1. Introdução O presente texto é resultado de uma pesquisa em andamento, financiada pelo Observatório da Educação/CAPES, cujo projeto é intitulado - Alfabetização com letramento: a formação inicial e continuada e trabalho docente nas escolas da rede pública da região sul de Santa Catarina, que está organizada em três subprojetos com os seguintes eixos temáticos: formação de professores alfabetizadores, práticas de alfabetização e proposta pedagógica da escola em relação à alfabetização. A coleta de dados da pesquisa acontece na região sul de Santa Catarina, microrregião da Associação dos Municípios da Região de Laguna - AMUREL. Estão envolvidas na pesquisa, seis escolas da rede pública municipal e estadual dos municípios de Tubarão, Laguna, Jaguaruna, Capivari de Baixo e São Martinho. O tema do subprojeto, tratado nesse trabalho, é formação inicial de professores alfabetizadores e tal pesquisa tem como objetivo geral compreender qual perspectiva teóricometodológica de alfabetização perpassa a formação de professores dos anos iniciais do Ensino Fundamental no curso de Pedagogia da Universidade do Sul de Santa Catarina - Unisul e sua relação com a trajetória da alfabetização e da formação do pedagogo no Brasil, no período de 1986-2010. Esse recorte temporal justifica-se pelo fato de que os professores que atuam nas seis escolas campo de pesquisa, predominantemente, realizaram sua formação no Curso de Pedagogia da Unisul, nesse período. Quanto aos objetivos específicos, a investigação pretende: identificar o perfil profissional do professor alfabetizador e de sua formação inicial; analisar a perspectiva teórico-metodológica de alfabetização que norteia a formação inicial do professor alfabetizador; analisar a trajetória teórico-metodológica da alfabetização e da formação do pedagogo no Brasil, no período de 1986 a 2010; analisar se a concepção de alfabetização proposta pelo curso de Pedagogia da Unisul favorece a alfabetização com letramento; conhecer as ações da universidade - curso de Pedagogia da Unisul - na formação dos 1 Aluna do Curso de Mestrado em Educação, do Programa de Pós-Graduação em Educação PPGE, da Universidade do Sul de Santa Catarina UNISUL. 1
professores para a alfabetização com letramento, em relação às seguintes questões curriculares: estágios, conteúdos, espaço/tempo e fundamentos teórico-metodológicos. É um estudo referenciado numa perspectiva materialista dialética, de natureza bibliográfica e documental. A pesquisa bibliográfica intenciona aprofundar a história da concepção teórico-metodológica da alfabetização e da formação do professor alfabetizador no Curso de Pedagogia no Brasil, e a pesquisa documental tem como objetivo compreender esse processo de formação no Curso de Pedagogia na Unisul, tendo como principais fontes documentais seus Projetos Pedagógicos, Planos de Ensino e Relatórios Anuais. Os atuais debates educacionais destacam a política de formação de professores da educação básica como questão estratégica para uma educação de qualidade, tendo, entre outras metas a ampliação dos índices de letramento das crianças e jovens. A concepção teórico-metodológica de alfabetização dos professores não tem origem apenas na formação inicial, mas, é imprescindível compreender os pressupostos na realidade dessa formação, para que seja possível descobrir as determinações presentes nas suas decisões enquanto docentes no processo de alfabetização com letramento. Dessa forma torna-se imprescindível conhecer a história da formação do pedagogo e a trajetória da alfabetização numa perspectiva teórico-metodológica no Brasil e no Curso de Pedagogia da Unisul, no que implica uma imersão na materialidade do processo para melhor compreendêlo. Em relação às análises iniciais dos documentos pesquisados que serão apresentadas no decorrer do texto, é importante destacar que, da década de 1980, ainda não foi possível localizar toda a documentação pertinente. 2. Breve história da formação do pedagogo no Brasil e na UNISUL: período 1986/ 2010 A pesquisa pretende desvelar em que momento da trajetória do Curso de Pedagogia no Brasil, evidencia-se a formação do professor alfabetizador. Ou seja, quando ocorreu a necessidade de se pensar na formação do pedagogo, enquanto um professor que deve ter como foco nas séries iniciais do ensino fundamental, a questão da alfabetização. No Brasil, somente com a aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 20 de dezembro de 1996, no art. 62, define-se que: A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade Normal. (BRASIL, 1996a). É importante salientar que a própria LDB 9.394/96, mesmo abrindo a possibilidade da formação em nível superior, permite ainda que o magistério das séries iniciais do ensino fundamental seja exercido por professores com formação em nível médio, na modalidade Normal. Entretanto, o art. 87 das Disposições Transitórias, da mesma legislação, institui a Década da Educação, a iniciar-se um ano a partir da publicação desta Lei. O item IV, 4º afirma que até o fim da Década da Educação somente serão admitidos professores habilitados em nível superior ou formados por treinamento em serviço. (BRASIL, 1996a). Um dado significativo da pesquisa aponta que esta determinação legal possivelmente tem repercutido na ampliação do nível de formação dos professores da realidade campo de investigação onde temos que, dos trinta professores das seis escolas da rede pública municipal e estadual dos municípios da AMUREL, dezessete concluíram a 2
formação superior entre 2001 e 2006. Todavia, anteriores a esta legislação, em determinados momentos do século XX, já havia uma preocupação sobre a necessidade e a possibilidade de formação superior para o professor primário. O Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, referindo-se à formação de professores, mesmo antes da criação do curso de Pedagogia, criação esta que ocorreu através do Decreto-Lei nº 1.190, de 4 de abril de 1939, declara que: O magistério primário, preparado em escolas especiais (escolas normais), de caráter mais propedêutico, e, às vezes misto, com seus cursos gerais e de especialização profissional, não recebe, em geral, nesses estabelecimentos, de nível secundário, nem uma sólida preparação pedagógica, nem a educação geral em que ela deve basear-se. A preparação dos professores, como se vê, é tratada entre nós, de maneira diferente, quando não é inteiramente descuidada, como se a função educacional, de todas as funções públicas a mais importante, fosse a única para cujo exercício não houvesse necessidade de qualquer preparação profissional. [...] A formação universitária dos professores não é somente uma necessidade da função educativa, mas o único meio de, elevando-lhes em verticalidade a cultura, e abrindo-lhes a vida sobre todos os horizontes, estabelecer, entre todos, para a realização da obra educacional, uma compreensão recíproca, uma vida sentimental comum e um vigoroso espírito comum nas aspirações e nos ideais. (AZEVEDO, 2010, p. 59). É preciso evidenciar a preocupação dos educadores da época com a formação universitária dos professores primários, bem como com as condições de trabalho dos mesmos conforme segue no mesmo documento, [...] a incorporação dos estudos do magistério à universidade, a equiparação de mestres e professores em remuneração e trabalho [...]. (AZEVEDO, 2010, p. 46). O curso de Pedagogia é regulamentado, após sua criação em 1939, apenas em 1962, quando o Conselho Federal de Educação, aprova o Parecer nº 251 de autoria do conselheiro do CFE Valnir Chagas, incorporado à resolução CFE/1962, que fixa o currículo mínimo para o curso de pedagogia. Apesar das alterações no currículo, os problemas e fragilidades do curso de Pedagogia continuaram. A introdução do Parecer CFE/251/1962 traz considerações a respeito da dualidade do curso, sobre sua indefinição, abrindo espaço para a discussão sobre a controvérsia quanto a sua manutenção ou extinção, mas, deixa claro que, para aquele momento, provisoriamente, era necessária sua continuidade. Silva (2006, p. 17) salienta que o Parecer nº 251/62 não menciona questões relacionadas à indefinição do campo de trabalho para esse profissional. Afirma que fixaram um currículo mínimo visando à formação de um profissional ao qual se referem vagamente e sem considerar a existência ou não de um campo de trabalho que o demandasse. A questão da formação do professor primário também não é destaque nesse Parecer. Com a Lei da Reforma Universitária, Lei nº 5.540, aprovada em 28 de novembro de 1968, surge a oportunidade de uma nova regulamentação para o curso de Pedagogia. O Parecer do Conselho Federal de Educação nº 252, de 9 de maio de 1969, também de autoria do Professor Valnir Chagas, que fixa o currículo mínimo e duração do Curso de Pedagogia, nas habilitações de formação de professores para o ensino normal e formação de especialistas para as atividades de Orientação, Administração, Supervisão e Inspeção no âmbito das escolas e sistemas escolares, traz à tona novamente a questão da formação universitária para o professor primário, abrindo a possibilidade de preparação para o exercício no Magistério das Séries Iniciais do Ensino de 1º Grau (1ª à 4ª séries), desde que contemplado no currículo a presença de disciplinas específicas para atuar neste nível de ensino, quais sejam: Estrutura e Funcionamento do Ensino de 1º Grau, Metodologia do 3
Ensino de 1º Grau e Prática de Ensino na Escola de 1º Grau (Estágio Supervisionado). Silva (2006, p. 31) afirma que: O parecer procurou clarificar uma questão que na época de sua aprovação, já se apresentava como um impasse: a do direito ao magistério primário, pelos diplomados em pedagogia. Do ponto de vista legal, considera que não há nenhuma dúvida, porque quem pode o mais pode o menos : quem prepara o professor primário tem condições de ser professor primário (BRASIL, CFE, Documenta, n. 100, p.110). Entretanto, do ponto de vista técnico, reconhece a pertinência da questão, pois nem todos dos que se diplomam em pedagogia recebem a formação indispensável ao exercício do magistério primário. Justifica-se, assim, a exigência das disciplinas específicas. Já na década de 1970, o conselheiro Valnir Chagas encaminha ao CFE uma série de Indicações com o objetivo de reestruturar o curso superior de formação do magistério, em virtude das necessidades originadas pela Lei 5.692, de 11 de agosto de 1971. Segundo Silva (2006, p. 58) houve uma [...] indicação prevista, mas não encaminhada, que deveria regulamentar a formação, em nível superior, do professor dos anos iniciais da escolarização [...]. Esses diferentes e relevantes momentos de reflexão abriram portas para a discussão sobre a formação do professor primário em nível superior e serviram de base para os debates posteriores. Com o clima de incertezas e instabilidades que se instalou com a tramitação das Indicações no Conselho Federal de Educação, os professores e estudantes que consideravam as mudanças como ameaças ao curso, iniciam um processo de mobilização. Na década de 1980, com o processo de redemocratização que se iniciou no País e em face da necessidade de fomentar debates e pesquisas em âmbito nacional com o objetivo de formular propostas de alteração no curso de Pedagogia e demais cursos de formação de professores, o movimento toma forma e vários encontros foram organizados em regiões diferentes do país. (BRZEZINSKI, 1996). Em 1980, com o fortalecimento dos movimentos de resistência às propostas do CFE, surgem as Conferências Brasileiras de Educação CBEs, promovidas pela Ande Associação Nacional dos Docentes de Ensino Superior, juntamente com a ANPED Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Educação e com o Cedes Centro de Estudos Educação e Sociedade. Mas, já em 1978, é realizado o I Seminário de Educação Brasileira na Universidade de Campinas que segundo Brzezinski (1996, p. 99) é um marco histórico no movimento dos educadores que aspiravam a subverter a tradicional ordem de cima para baixo nas decisões sobre as questões educacionais. No início da década de 1980, instala-se o Comitê Pró-Formação do Educador. Em 1983, o Comitê é transformado em Comissão Nacional de Reformulação dos Cursos de Formação do Educador Conarcfe. O movimento evoluiu e, em 1990, durante a Assembleia Geral do seu V Encontro Nacional, em Belo Horizonte, a Conarcfe transformou-se em Associação Nacional pela Formação dos Profissionais da Educação ANFOPE. (BRZEZINSKI, 1996). Esse período, do início de 1980 até a criação da ANFOPE (1990), caracterizou-se por uma trajetória de organização, lutas, estudos, pesquisas de educadores e pesquisadores da área que tinham como um dos objetivos, interferir na formulação das políticas governamentais e no acompanhamento dos trabalhos do Ministério da Educação e do Desporto sobre a reformulação dos cursos de formação de professores, tal movimento contribuiu significativamente para a formulação de proposições em torno do debate para a elaboração da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. 4
É importante destacar que, mesmo num contexto de grandes mudanças políticas, sociais e econômicas, com toda a inquietação presente e com a formação do Comitê, movimentando os educadores e estudantes em todo o território nacional, durante quase trinta anos a legislação que regulamentava o Curso de Pedagogia permaneceu em vigor, inabalada. Apesar da aprovação da LDB 9.394 em 1996, somente em 2001, o Conselho Nacional de Educação, através do Parecer CNE/CP nº 009, de 8 de maio de 2001, apresenta uma Proposta de Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica. Então, em 18 de fevereiro de 2002, é aprovada a Resolução CNE/CP nº 1, que institui Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena. As Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia foram propostas através do Parecer CNE/CP nº 5, aprovado em 13 de dezembro de 2005, e houve um reexame do mesmo pelo Parecer CNE/CP nº 3, de 21 de fevereiro de 2006a. Com a Resolução CNE/CP nº 1, de 15 de maio de 2006b, o Conselho institui Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Pedagogia, licenciatura: Art. 2º As Diretrizes Curriculares para o curso de Pedagogia aplicam-se à formação inicial para o exercício da docência na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, nos cursos de Ensino Médio, na modalidade Normal, e em cursos de Educação Profissional na área de serviços e apoio escolar, bem como em outras áreas nas quais sejam previstos conhecimentos pedagógicos. (BRASIL, 2006b). Ou seja, com as Diretrizes, fica determinado que a formação para os professores das séries iniciais do Ensino Fundamental, deve acontecer em nível superior. No Curso de Pedagogia da Unisul, as análises iniciais apontam que desde meados de 1980, há uma preocupação com o perfil do profissional que está sendo formado, na direção de pensar uma formação voltada para Ensino Fundamental. Porém, apenas na década de 2000, mais precisamente no Projeto Pedagógico do Curso de Pedagogia, Habilitação: Magistério das Séries Iniciais do Ensino Fundamental, de abril de 2004, aparece no perfil específico do pedagogo formado para atuar como docente nas séries iniciais do Ensino Fundamental: O Curso de Pedagogia da Unisul pretende que o docente das séries iniciais do Ensino Fundamental seja um profissional: [...] Capacitado para alfabetizar crianças, jovens e adultos [...]. (UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA, 2004, grifo nosso). Em relação aos seus objetivos específicos, o curso, pretende preparar um pedagogo docente: [...] Capaz de desenvolver as capacidades previstas para as crianças, jovens e adultos que necessitam do Ensino Fundamental, principalmente na sua etapa de alfabetização, partindo das experiências de vida dos alunos e das exigências históricas da sociedade [...] (UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA, 2004, grifo nosso). Acompanhando e participando do movimento que vinha acontecendo em nível nacional, num contexto de discussões e preocupações com a crise da educação brasileira e com as condições do trabalho do educador, no ano de 1988, o Curso de Pedagogia da Unisul propõe mudanças curriculares nas suas diferentes habilitações. Através do Parecer da Câmara de Ensino da Unisul nº 004, de 18 de dezembro de 1991 e da Resolução do Conselho Universitário da Unisul nº 012, de 20 de dezembro de1991, cria a Habilitação Magistério das Séries Iniciais do Ensino de 1º Grau, incorporada a já existente, Magistério das Matérias Pedagógicas do Ensino de 2º Grau. A Habilitação das Séries Iniciais foi reconhecida pelo Parecer do Conselho Estadual de Educação/SC nº 222 de 16 de julho de 1996 e homologada pela Portaria nº 908 de 05 de setembro de 1996b do Ministério da Educação e do Desporto. (AGUIAR, 2000). 5
De acordo com o Projeto Pedagógico do Curso de Pedagogia da Unisul, de março de 1996, no período entre a criação e o reconhecimento da Habilitação Magistério das Séries Iniciais do Ensino de 1º Grau iniciou-se um processo de reformulação do Projeto Político- Pedagógico, que foi organizado em três etapas: em 1994, elaboração do documento Reflexão preliminar sobre a identidade do curso ; em 1995/1996, o documento Relatório Projeto Pedagógico Fase - Diagnóstico do Curso ; em 1996, a Proposta de Projeto Pedagógico do Curso de Pedagogia da UNISUL. Na década de 2000, o curso passou por reconhecimento de habilitações e reformulação do Projeto Pedagógico em virtude da Resolução CNE/CP nº 1, de 18 de fevereiro de 2002, instituindo Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica e da Resolução CNE/CP nº 1, de 15 de maio de 2006b, que institui Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Pedagogia. Em maio de 2002 houve o Reconhecimento do Curso de Pedagogia Habilitação em Séries Iniciais do Ensino Fundamental Educação Especial; em abril de 2004, reformulação do Projeto Pedagógico do Curso de Pedagogia Habilitação: Magistério das Séries Iniciais do Ensino Fundamental; em julho de 2005, Reconhecimento do Curso de Pedagogia Habilitação em Educação Infantil e em dezembro de 2006, nova reformulação do Projeto Pedagógico do Curso de Pedagogia para adequação às novas diretrizes para o curso. Salienta-se que, quando foi aprovada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional em de 20 de dezembro de 1996, a Unisul já possuía a Habilitação das Séries Iniciais, desde 1991, demonstrando que o seu curso de Pedagogia, em consonância com o que era defendido pelo movimento nacional dos educadores, articulado através da Anfope, comprometia-se com a formação do professor das séries iniciais. 3. Trajetória da perspectiva teórico-metodológica de alfabetização no Brasil e no curso de pedagogia da UNISUL No Brasil, os métodos sempre surgiram a partir da necessidade de remediar os problemas de evasão e reprovação na primeira série do Ensino Fundamental e de melhorar os índices de alfabetização, uma vez que o acesso das crianças à escola não garante a apropriação da leitura e da escrita. Mortatti (2006), em relação à questão dos métodos de ensino inicial da leitura e escrita, desde as décadas finais do século XIX, divide o período em quatro momentos cruciais que demonstram as disputas pela hegemonia de determinados métodos de alfabetização: a metodização do ensino da leitura; a institucionalização do método analítico; a alfabetização sob medida; alfabetização: construtivismo e desmetodização. Em relação ao último período citado, a autora destaca que: [...] nesse momento, tornam-se hegemônicos o discurso institucional sobre o construtivismo e as propostas de concretização decorrentes de certas apropriações da teoria construtivista. E tem-se, hoje, a institucionalização, em nível nacional, do construtivismo em alfabetização, verificável, por exemplo, nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) [...] (MORTATTI, 2006, p. 11). Pesquisas de autoras como Magda Soares e Leda V. Tfouni, entre outros, desde meados da década de 1980, apontam para a perspectiva da alfabetização com letramento. Tfouni (2010, p. 22) explica que, enquanto a alfabetização se ocupa da aquisição da escrita por um indivíduo, ou grupo de indivíduos, o letramento focaliza os aspectos sóciohistóricos da aquisição de um sistema escrito por uma sociedade. Segundo Vygotsky (1984 apud TFOUNI, 2010, p.22), 6
O letramento representa o coroamento de um processo histórico de transformação e diferenciação no uso de instrumentos mediadores. Representa também a causa da elaboração de formas mais sofisticadas do comportamento humano que são os chamados processos mentais superiores, tais como: raciocínio abstrato, memória ativa, resolução de problemas etc. Cabe, portanto, à escola trabalhar de forma sistemática com a alfabetização e o letramento, de forma indissociável, na perspectiva de que as crianças se apropriem do sistema de escrita alfabético e consigam fazer uso social desse aprendizado, participando de práticas de leitura e de escrita. E, aos sistemas de ensino, cabe o compromisso de criar oportunidades de formação continuada aos professores alfabetizadores da rede, para que possam se apropriar das concepções teórico-metodológicas de alfabetização e fazer suas escolhas na busca de uma educação de qualidade. Políticas públicas recentes, da década de 2000, também orientam para essa concepção. Ou seja, apesar dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), lançados em 1997, estarem em vigor, o próprio MEC já traz novas determinações, voltadas à alfabetização com letramento. A Lei nº 11.274, aprovada em 06 de fevereiro de 2006c, que dispõe sobre a duração de 9 (nove) anos para o ensino fundamental, com matrícula obrigatória a partir dos 6 (seis) anos de idade. Essa antecipação da entrada da criança no Ensino Fundamental já possibilita um tempo maior para a alfabetização. O Parecer CNE/CEB nº 4, aprovado em 20 de fevereiro de 2008, orienta sobre os três anos iniciais do Ensino Fundamental de nove anos e esclarece dúvidas sobre a questão pedagógica nesse período. Estabelece o ciclo da infância com três anos de duração, afirmando que este é um período voltado à alfabetização e ao letramento, bem como ao desenvolvimento das diversas expressões e ao aprendizado das áreas de conhecimento. (Grifo meu) Através da aprovação da Resolução CNE/CBE nº 7/2010, aprovada em 14 de dezembro de 2010, que fixa as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de nove anos, são reafirmadas as orientações do Parecer. Com ênfase no ciclo de alfabetização, a Resolução CNE/CBE nº 7 (BRASIL, 2010) determina: Art. 30 Os três anos iniciais do Ensino Fundamental devem assegurar: I a alfabetização e o letramento; (Grifo meu) II o desenvolvimento das diversas formas de expressão, incluindo o aprendizado da Língua Portuguesa, a Literatura, a Música e demais artes, a Educação Física, assim como o aprendizado da Matemática, da Ciência, da História e da Geografia; III a continuidade da aprendizagem, tendo em conta a complexidade do processo de alfabetização e os prejuízos que a repetência pode causar no Ensino Fundamental como um todo e, particularmente, na passagem do primeiro para o segundo ano de escolaridade e deste para o terceiro. (Grifo meu) Através do documento Ensino Fundamental de nove anos: passo a passo do processo de implantação (BRASIL, 2009, p. 05) o MEC define os objetivos da ampliação do ensino fundamental para nove anos de duração: a) melhorar as condições de equidade e de qualidade da Educação Básica; b) estruturar um novo ensino fundamental para que as crianças prossigam nos estudos, alcançando maior nível de escolaridade; c) assegurar que, ingressando mais cedo no sistema de ensino, as crianças tenham um tempo mais longo para as aprendizagens da alfabetização e do letramento. (BRASIL, 2009, grifo meu). 7
O Programa Pró-Letramento - Programa de formação continuada de professores para a melhoria da qualidade de aprendizagem da leitura/escrita nos anos iniciais do Ensino Fundamental é mais uma orientação do Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, em relação à perspectiva de alfabetização com letramento. O curso é oferecido na modalidade semipresencial com 120 horas de duração. O programa é realizado através da parceria entre Ministério da Educação, Universidades da Rede Nacional de Formação Continuada e Sistemas de Ensino Estadual e Municipal. O mesmo teve início em 2005, mas encontra-se disponível para adesão pelos sistemas de ensino interessados em aprofundar as discussões sobre alfabetização e letramento com seus educadores, por meio de formação continuada. No Curso de Pedagogia da UNISUL, as análises iniciais apontam que o tema da alfabetização está presente nas propostas curriculares, acompanhando a tendência nacional. Até o ano de 2004, a discussão específica sobre alfabetização estava restrita a uma disciplina, Metodologia do Ensino de 1º Grau I, cuja ementa determinava o trabalho com: Processo de aquisição da linguagem, da leitura e da escrita. Variedades linguísticas. Conceitos de certo e de errado em linguagem. Língua padrão ou norma culta. Elementos de fonética e fonologia. Histórico e conceitos da alfabetização. Aquisição da linguagem oral e escrita na criança. Perspectivas históricas das metodologias de alfabetização. Paradigmas, métodos e processos de alfabetização. (UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA, 1996, p. 79). A partir do Projeto Pedagógico do Curso de Pedagogia de 2004, identifica-se a presença de um maior número de disciplinas específicas para a alfabetização: Alfabetização I, Alfabetização II, Estágio Supervisionado nas Séries Iniciais III e Estágio Supervisionado nas Séries Iniciais V. A partir deste ano a questão do letramento aparece vinculada à discussão da alfabetização. (Grifo meu) A disciplina Alfabetização I apresentava a seguinte ementa: Concepções de linguagem e sua relação com a alfabetização. Alfabetização segundo as diferentes teorias. A aquisição da linguagem escrita e o processo de representação simbólica. Signo lingüístico. Psicolinguística e alfabetização. Processos de ensinar e aprender leitura e escrita. Análise da escrita inicial em sujeitos em processo de alfabetização. Fonética e fonologia. Organização ortográfica da língua portuguesa. Projeto de prática de ensino para inserção do aluno na realidade das séries iniciais do Ensino Fundamental. (UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA, 2004, p. 76). E a disciplina Alfabetização II: A função da leitura e da escrita: a linguagem como forma de interação verbal. Oralidade e escrita. Alfabetização e letramento. Sociolinguística e alfabetização: variedades lingüísticas e a relação com língua padrão ou norma culta. Gêneros textuais. O discurso pedagógico e a alfabetização. As diversas formas de linguagem. Educação de jovens e adultos sob a perspectiva do letramento. Projeto de prática de ensino para inserção do aluno na realidade das séries iniciais do Ensino Fundamental. (UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA, 2004, p. 82, grifo meu). O Estágio Supervisionado nas Séries Iniciais III e o Estágio Supervisionado nas Séries Iniciais V são realizados em turmas de alfabetização. No Projeto Pedagógico do Curso de Pedagogia de 2006, reformulado em virtude das novas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Pedagogia, de 2006, também, quatro disciplinas estão focadas na questão da alfabetização e do letramento: 8
Linguagem e Infância I, Linguagem e Infância III, Linguagem e Infância IV e Estágio Supervisionado nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental I. A disciplina Linguagem e Infância I apresenta a seguinte ementa: Semiótica: teoria dos signos e linguagens. As múltiplas linguagens humanas: constituição e desenvolvimento das linguagens no ser humano. A relação entre as múltiplas linguagens, identidade e cultura. As diversas linguagens das crianças e a formação do professor de educação da infância. Ampliação de repertórios culturais, a apreciação e criação em diferentes linguagens artístico-culturais. Projeto de formação estética e de inserção do aluno na realidade artístico-cultural. (UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA, 2006, p. 61). A ementa da Linguagem e Infância III: A História da Escrita. O processo de simbolização e as formas de representação antecessoras à escrita. A apropriação da linguagem escrita pela criança: expressões iniciais. Psicolingüística e Alfabetização. Letramento e alfabetização. Alfabetização como processo discursivo. Pressupostos teórico-metodológicos da alfabetização. Diretrizes e propostas sobre o processo de ensino e de aprendizagem da linguagem escrita. Projeto de prática para inserção do aluno na realidade educacional. (UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA, 2006, p. 74, grifo meu). E Linguagem e Infância IV, tem a seguinte ementa: Oralidade, leitura e escrita. Sociolinguística e alfabetização: variedades lingüísticas e a relação com a língua padrão. Elementos de fonética e fonologia presentes no processo de aquisição da linguagem. Concepções de leitura: decodificação e produção de sentido. O texto na alfabetização: diferentes gêneros textuais. Diretrizes Curriculares para o processo de alfabetização: conceitos e conteúdos que permeiam o trabalho pedagógico no primeiro e no segundo inicial. Projeto de prática de ensino para inserção do aluno na realidade educacional. (UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA, 2006, p. 80, grifo meu). O Estágio Supervisionado nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental I é realizado em turmas do ciclo de alfabetização. Constata-se que os Projetos Pedagógicos de 2004 e 2006 apresentam um número maior de disciplinas relacionadas à alfabetização e ao letramento. E que houve, na trajetória do curso de Pedagogia, mudanças na concepção teórico-metodológica de alfabetização. 4. Considerações sobre as análises iniciais dos dados da pesquisa As inferências iniciais dos dados de pesquisa refletem, através da análise histórica do curso de Pedagogia, a necessidade de se pensar na formação do pedagogo, enquanto um professor que deve ter como foco nas séries iniciais do ensino fundamental, a questão da alfabetização e do letramento. A formação inicial de professores alfabetizadores tem uma história recente, mas que precisa ser cada vez mais fortalecida na medida em que, a implantação do ciclo alfabetizador, de um tempo mais prolongado para que se consolide a alfabetização e o letramento nas crianças, exige um conhecimento teórico e metodológico sólido, bem como o compromisso de um trabalho compartilhado entre os professores envolvidos nas turmas dos três anos iniciais do Ensino Fundamental, visando à continuidade do processo. Resgata-se, assim, a relevância histórica do curso de Pedagogia e do seu compromisso com a formação de alfabetizadores para a escola pública brasileira. 9
Destaca-se que essa pesquisa está em andamento, onde a coleta de dados continua a ser efetuada, sendo que neste momento apenas é possível realizar poucas e superficiais inferências sobre o nosso objeto de estudo, numa perspectiva de compreendê-lo na sua historicidade e complexidade (totalidade). Referências AGUIAR, L. C. Histórico do curso de pedagogia na Unisul. Tubarão, 2000. (mimeo) AZEVEDO, F. de. Manifesto dos pioneiros da Educação Nova (1932) e dos educadores (1959). Recife: Fundação Joaquim Nabuco, Editora Massangana, 2010. (Coleção Educadores). BRASIL. Conselho Federal de Educação. Parecer nº 251, de 1962. Currículo mínimo e duração do curso de Pedagogia.. Conselho Nacional de Educação/Conselho Pleno. Parecer nº 3, de 21 de fevereiro de 2006a. Reexame do parecer CNE/CP nº 5/2005, que trata das Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia.. Conselho Nacional de Educação/Conselho Pleno. Parecer nº 5, de 13 de dezembro de 2005. Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia.. Conselho Nacional de Educação/Conselho Pleno. Parecer nº 009, de 8 de maio de 2001. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena.. Conselho Nacional de Educação/Conselho Pleno. Resolução nº 1, de 15 de maio de 2006b. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Pedagogia, licenciatura.. Conselho Nacional de Educação/Conselho Pleno. Resolução nº 1, de 18 de fevereiro de 2002. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena.. Decreto-Lei nº 1.190, de 4 de abril de 1939. Dá organização à Faculdade Nacional de Filosofia.. Lei nº 5.540, de 28 de novembro de 1968. Fixa normas de organização e funcionamento do ensino superior e sua articulação com a escola média, e dá outras providências.. Lei n. 9.394, 20 de dezembro de 1996a. Estabelece as diretrizes e bases para a educação nacional. Disponível em: <http://www.mec.gov.br>. Acesso em: 10 maio 2012.. Lei n. 11.274, 6 de fevereiro de 2006c. Altera a redação dos arts. 29, 30, 32 e 87 da Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases para a educação nacional, dispondo sobre a duração de 9 (nove) anos para o ensino fundamental, com matrícula obrigatória a partir dos 6 (seis) anos de idade. Disponível em: <http://www.mec.gov.br/cne>. Acesso em: 15 maio 2012.. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Parecer CNE/CEB n. 4/2008. Orientação sobre os três anos iniciais do Ensino Fundamental de nove anos. Disponível em: <http://www.mec.gov.br/cne>. Acesso em: 05 maio 2012.. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Resolução CNE/CEB n. 7/2010. Fixa Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos. Disponível em: <http://www.mec.gov.br/cne>. Acesso em: 29 abr. 2012.. Ministério da Educação e do Desporto. Portaria nº 908, de 05 de setembro de 1996b. Reconhecimento da Habilitação Magistério das Séries Iniciais do Ensino de 1º Grau, do Curso de Pedagogia da Unisul. 10
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