BANQUE PRIVÉE ESPÍRITO SANTO S.A. Sucursal em Portugal



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Publicado no Diário da República, I série, nº 221, de 17 de Dezembro AVISO N.º 11/2014 ASSUNTO: REQUISITOS ESPECÍFICOS PARA OPERAÇÕES DE CRÉDITO

Transcrição:

BANQUE PRIVÉE ESPÍRITO SANTO S.A. Sucursal em Portugal Disciplina de Mercado Relatório Anual de Divulgação 2012

ÍNDICE NOTA INTRODUTÓRIA... 4 1 DECLARAÇÃO DE RESPONSABILIDADE... 5 2 ÂMBITO DE APLICAÇÃO E POLÍTICAS DE GESTÃO DE RISCO... 6 2.1 Banque Privée Espírito Santo, S.A. Sucursal em Portugal, Banque Privée Espírito Santo, S.A. Suíça e Espírito Santo Financial Group SA: Identificação do Grupo e suas origens... 6 2.2 Perímetro e Base de Consolidação para Efeitos Contabilísticos e Prudenciais... 8 2.3 A Função de Risco... 9 2.3.1 Enquadramento Geral, Organização da Função de Gestão de Riscos 9 2.3.2 Estratégias... 10 2.3.3 Âmbito e Natureza dos Sistemas de Informação e Medição de Risco, sua Cobertura e Mitigação... 16 2.3.4 Estratégias e Processos de Monitorização de Eficácia das Coberturas e factores de Redução... 20 3 ADEQUAÇÃO DE CAPITAIS... 21 3.1 Informação qualitativa... 21 3.2 Informação Quantitativa... 22 4 RISCO DE CRÉDITO DE CONTRAPARTE... 24 4.1 Determinação do Valor em Risco... 24 4.2 Processo de Aprovação e Controlo... 24 5 RISCO DE CRÉDITO... 24 5.1 Definição e Métodos... 24 5.2 Correcções de Valor e Provisões... 29 5.3 Risco de Concentração... 29 5.4 Informação Quantitativa... 30 6 TÉCNICAS DE REDUÇÃO DO RISCO DE CRÉDITO... 32 6.1 Enquadramento Geral... 32 6.2 Informação Quantitativa... 33 7 OPERAÇÕES DE TITULARIZAÇÃO... 33 8 RISCOS DE POSIÇÃO, DE CRÉDITO DE CONTRAPARTE E DE LIQUIDAÇÃO DA CARTEIRA DE NEGOCIAÇÃO... 33 2

8.1 Metodologias e avaliação... 33 8.2 Informação Quantitativa... 35 9 RISCOS CAMBIAL E DE MERCADORIAS DAS CARTEIRAS BANCÁRIA E DE NEGOCIAÇÃO... 35 9.1 Metodologias... 35 10 POSIÇÕES EM RISCO SOBRE ACÇÕES DA CARTEIRA BANCÁRIA... 36 10.1 Enquadramento Geral... 36 11 RISCO OPERACIONAL... 36 11.1 Enquadramento Geral... 36 11.2 Informação Quantitativa... 40 12 RISCO DE TAXA DE JURO NA CARTEIRA BANCÁRIA... 40 12.1 Metodologias... 40 12.2 Informação Quantitativa... 42 3

NOTA INTRODUTÓRIA Com a implementação das medidas preconizadas no Acordo de Basileia II, é pedido às Instituições Bancárias que assegurem, em coerência com um objectivo de transparência da sua actividade, a divulgação de informação, ao público, de um conjunto de elementos materiais de informação, nomeadamente os relativos à sua capitalização, à adequação dos seus fundos próprios, à sua exposição a determinados tipos de risco, e à sua estrutura de monitorização e gestão de riscos. Está em causa o designado Pilar III do Acordo referido, que aborda a Disciplina de Mercado, que em Portugal se encontra enquadrado pelos nº 1 do Artigo 29º do Decreto-Lei nº 104/2007 de 3 de Abril, e foi regulamentado pelo Aviso 10/2007 do Banco de Portugal. Seguindo o princípio da materialidade, o Grupo Espírito Santo, por referência à Espírito Santo Financial Holding (ESFG), procede à divulgação da informação em base consolidada para o Grupo. Esta informação está permanentemente disponível na área Investor Relations do site da ESFG (www.esfg.com). O Banque Privée Espírito Santo, S.A., enquanto parte do Grupo ESFG, é objecto de avaliação a nível consolidado, no âmbito da supervisão em base consolidada exercida pelo Banco de Portugal. A sua Sucursal em Portugal (Banque Privée Espírito Santo, S.A. Sucursal em Portugal, adiante BPES Portugal) é supervisionada, a nível individual, pelo Banco de Portugal, atendendo às suas características de Sucursal de Instituição de Crédito com Sede fora da União Europeia. A presente informação reporta-se ao final do exercício de 2012 do BPES Portugal, e fica disponível no site do Banco em www.espiritosanto.pt. 4

2 ÂMBITO DE APLICAÇÃO E POLÍTICAS DE GESTÃO DE RISCO 2.1 BANQUE PRIVÉE ESPÍRITO SANTO, S.A. SUCURSAL EM PORTUGAL, BANQUE PRIVÉE ESPÍRITO SANTO, S.A. SUÍÇA E ESPÍRITO SANTO FINANCIAL GROUP SA: IDENTIFICAÇÃO DO GRUPO E SUAS ORIGENS O Banque Privée Espírito Santo, S.A. Sucursal em Portugal (adiante também designado por BPES-Sucursal ou Sucursal ), é uma instituição de crédito, cuja actividade em Portugal é desenvolvida ao abrigo de autorização do Ministro de Estado e das Finanças. O Banco encontra-se registado junto do Banco de Portugal (código de instituição 0186). O quadro regulamentar aplicável é o de Instituição de Crédito de País Terceiro, que reflecte tratar-se de sucursal de instituição de crédito com sede em país não-membro da União Europeia. Para além da actividade bancária, para a qual obteve a autorização referida, está registado para o exercício de actividades associadas à guarda de valores, recepção e transmissão de ordens, consultoria para investimento, participação e tomada firme em ofertas públicas, e gestão de carteiras por conta de outrem junto da Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (instituição nº 323). No exercício de 2010 requereu, e obteve, autorização para desenvolver actividade de negociação por conta própria,e em 2012 requereu autorização para o desenvolvimento da actividade de concessão de crédito para a aquisição de valores mobiliários. A Sucursal iniciou a sua actividade em 11 de Janeiro de 2008. A supervisão bancária em base individual compete ao Banco de Portugal. Paralelamente, está sujeita a uma supervisão consolidada por parte da autoridade de supervisão Suíça (FINMA Autorité Fédérale de Surveillance des Marchés Financiers), sendo o Banco incluído no perímetro de supervisão consolidada, exercido pelo Banco de Portugal, relativamente à Espírito Santo Financial Group. O Banque Privée Espírito Santo, S.A. é uma Instituição de Crédito autorizada ao abrigo da lei suíça, com Sede Social no número 70a Avenue General Guysan, Pully, Suíça. A origem do Banco remonta a 11 de Janeiro de 1977, data em que foi concedida à Família Espírito Santo, enquanto accionistas, uma Licença para uma société financière à caractère bancaire, isto é, a autorização para a constituição de uma Sociedade Financeira, à data designada Compagnie Financière Espírito Santo S.A.. O objecto da Sociedade excluía a captação de depósitos junto do público, mas incluía a capacidade de conceder crédito e, igualmente, a negociação em valores 6

mobiliários, o aconselhamento financeiro, gestão de carteiras, e registo e depósito de valores mobiliários. Por força de alterações legislativas verificadas na Suíça, que entraram em vigor em 1 de Janeiro de 1995, a Compagnie Financière transformouse, findo um período transitório que terminou em 24 de Abril de 1997, em négociant en valeurs mobilières. Em 1998, o Conselho de Administração da Sociedade decidiu requerer uma licença bancária, concedida em 26 de Agosto de 1999, pelo que em 28 de Setembro desse ano a sociedade financeira transformou-se em Banco, e alterou a denominação social para Compagnie Bancaire Espírito Santo, S.A.. Por ocasião da passagem do seu 30º Aniversário, em Janeiro de 2007, e para melhor reflectir a sua actividade, a designação social alterou-se para Banque Privée Espírito Santo. S.A.. O capital da Banque Privée Espírito Santo é integralmente detido, directa e indirectamente, pela Espírito Santo Financial Group S.A. Em Portugal o Banque Privée Espírito Santo está presente, por intermédio de um Escritório de Representação, desde 2005. Em 2008 iniciou-se a actividade desta Sucursal, concluindo-se com o final do exercício de 2012 o seu quinto ano de actividade bancária no nosso país. A Espírito Santo Financial Group SA, com sede no Luxemburgo, é a sociedade holding de participações sociais no sector financeiro do Grupo Espírito Santo. A sua actividade centra-se no triângulo estratégico formado pela Península Ibérica África América Latina, onde estão localizados a maior parte dos seus investimentos. O grupo de empresas financeiras que compõem a ESFG está articulado de forma a fornecer à sua clientela uma gama completa e diversificada de serviços, nomeadamente na área de banca comercial, banca de investimento, gestão de activos, seguros e saúde, tanto em Portugal como internacionalmente. As actividades de banca comercial e de investimento são conduzidas, maioritariamente, pelo BES e pelo Espírito santo Investment Bank. A gestão de activos e a actividade de private banking são levados a cabo pela Espírito Santo Activos Financeiros S.G.P.S., S.A. (ESAF), pelo Banque Privée Espírito Santo, S.A. (BPES), na Suiça, e pelo ES Bankers (Dubai) Limited, nos Emirados Árabes Unidos. Na área dos seguros o negócio é conduzido fundamentalmente pela Companhia de Seguros Tranquilidade, S.A., pela T-Vida Companhia de Seguros, S.A., pela AdvanceCare - Gestão e Serviços de Saúde, S.A. e pela Seguros LOGO, S.A., que 7

actuam através de agentes e outros canais. A área de bancassurance é assegurada pela BES Vida, Companhia de Seguros, S.A. e pela BES Seguros, Companhia de Seguros, S.A.. Adicionalmente, a ESFG tem uma participação no sector da saúde através da Espírito Santo Saúde, S.G.P.S., S.A. ( ESS ). A ESS opera nas áreas da prestação de cuidados de saúde: unidades hospitalares, clínicas ambulatórias, hospitais residenciais e residências para a população sénior. 2.2 PERÍMETRO E BASE DE CONSOLIDAÇÃO PARA EFEITOS CONTABILÍSTICOS E PRUDENCIAIS De acordo com a legislação em vigor, nomeadamente o exposto no regulamento CE nº 1606/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 19 de Julho de 2002, na sua transposição para a legislação portuguesa através do Decreto-Lei nº 35/2005 de 17 de Fevereiro, e do Aviso nº 1/2005 do Banco de Portugal, as Demonstrações Financeiras do Banque Privée Espírito Santo Sucursal em Portugal foram preparadas de acordo com as Normas de Contabilidade Ajustadas (NCA), tal como definidas pelo Banco de Portugal. As NCA traduzem-se na aplicação às demonstrações financeiras individuais das Normas Internacionais de Relato Financeiro (IFRS) tal como adoptadas na União Europeia, com excepção de algumas matérias reguladas pelo Banco de Portugal, como a imparidade do crédito a clientes. Os IFRS incluem as normas contabilísticas emitidas pelo International Accounting Standards Board (ISB) e as interpretações emitidas pelo International Financial Reporting Interpretation Commitee (IFRIC), e pelos respectivos órgãos antecessores. As políticas contabilísticas utilizadas pelo Banco na preparação das suas demonstrações financeiras referentes a 31 de Dezembro de 2012 são consistentes com as utilizadas na preparação das demonstrações financeiras anuais com referência a 31 de Dezembro de 2011. Para efeito deste documento, a informação refere-se à actividade do Banque Privée Espírito Santo, S.A. Sucursal em Portugal, que à data de referência era exercida a partir das suas instalações em Lisboa, e da sua agência na cidade do Porto. 8

2.3 A FUNÇÃO DE RISCO 2.3.1 ENQUADRAMENTO GERAL, ORGANIZAÇÃO DA FUNÇÃO DE GESTÃO DE RISCOS Os Responsáveis pela função de Gestão dos Riscos são parte integral da política de gestão. As suas tarefas e responsabilidades encontram-se definidas no Regulamento Geral de Organização, em referência às exigências impostas pela Circular 2008/24 Surveillance et Controle Interne de l Autorité Féderale de Surveillance dês Marches Financiers (FINMA), e Aviso do Banco de Portugal nº 5/2008. Esta função é exercida no âmbito do Controlo de Riscos do Banco, envolvendo a análise global do Banco, e das unidades individualmente consideradas (Sede, actividade exercida a partir da Suíça e Sucursal em Portugal). As referências feitas ao Banco devem assim ser entendidas como reflectindo a abrangência da análise a estas três dimensões da actividade: Risco Global da Instituição, e Riscos Individuais da Sede e da sua Sucursal em Portugal. Numa acção de reforço das funções (e capacidade) de controlo de riscos, o Banco mantém em Portugal dois quadros afectos às funções de Controlo de Riscos e Compliance (ou Controlo do Cumprimento), e contratou em regime de Co-sourcing a PricewaterhouseCoopers para assegurar a dimensão local da função Auditoria. No que concerne à actividade de controlo de riscos, são atribuições do Responsável pela Função: 1. Assegurar a aplicação efectiva do sistema de gestão de riscos, através do acompanhamento contínuo da sua adequação e eficácia, bem como da adequação e da eficácia das medidas tomadas para corrigir eventuais deficiências desse sistema; 2. Monitorar o perfil de risco em que a Sucursal (e o Banco) incorrem, fornecendo as informações necessárias ao controlo dos riscos e à elaboração das bases em que assenta a política de risco do Banco. Neste desígnio, organiza e põe em prática adequados sistemas de controlo dos riscos e adapta-os em função de novas actividades e produtos. 3. Prestar aconselhamento à Gerência da Sucursal e ao Comité Executivo, e elaborar e apresentar a estes e ao Comité de Auditoria, um relatório, de 9

periodicidade pelo menos anual, relativo à gestão de riscos, indicando se foram tomadas as medidas adequadas para corrigir eventuais deficiências. No âmbito da monitorização do perfil de risco em que o Banco incorre, da necessidade de assegurar a capacidade de fornecer as informações necessárias ao controlo dos riscos, e na actividade de auxílio à elaboração das bases em que assenta a política de risco do Banco (organizar e por em prática adequados sistemas de controlo dos riscos, e garantir a sua adaptabilidade a novas realidades de negócio ou dimensões de risco), o Risk Manager suporta-se num processo de identificação dos riscos, internos e externos, que, em relação a cada categoria de riscos, sejam susceptíveis de afectar a capacidade do Banco para implementar a sua estratégia, ou atingir os objectivos definidos, aprovados pelo seu órgão de administração. Os princípios base, que a seguir se enunciam, são observados pelos Responsáveis, na proporção da dimensão, natureza e complexidade das actividades do Banco: 1. Controlo dos riscos da actividade da instituição, nomeadamente os riscos de crédito, de mercado, de taxa de juro, de taxa de câmbio, de liquidez, de compliance, operacional, de sistemas de informação, de estratégia e de reputação, bem como todos os outros riscos que, em face duma situação concreta, se possam revelar materiais; 2. Validar com alto grau de segurança que o Banco possui condições para assegurar a manutenção de uma completa, fiável e tempestiva informação contabilística e financeira, permitindo uma adequada avaliação dos activos e das responsabilidades, nomeadamente para o efeito de constituição de provisões. 2.3.2 ESTRATÉGIAS Na política de gestão de riscos são estabelecidos os objectivos globais e específicos para cada área funcional, no que respeita ao perfil de risco, e ao seu grau de tolerância face do risco, sendo estas dimensões (perfil e limite de tolerância) revistas periodicamente. Neste âmbito, a Gerência da Sucursal propõe ao Comité Executivo uma política de risco, a qual é validada quanto ao seu perfil, e quanto à consonância com as orientações emanadas do Conselho de Administração, e do Risco Global da ESFG. 10

O processo é iniciado pela avaliação dos riscos relevantes a que a instituição se encontra exposta, sendo este trabalho realizado a partir da análise MAR Modelo de Avaliação de Riscos. No âmbito desta análise, foram identificados como relevantes, em razão do seu peso em resultados, ou do seu potencial impacto sobre os mesmos: 1. Riscos decorrentes da Actividade Banca de Retalho : Risco de crédito, risco de liquidez e risco de taxa de juro da carteira bancária. 2. Riscos decorrentes da actividade Intermediação relativa à carteira de retalho (onde se incluem as actividades relativas a negociação ou gestão de carteiras de valores mobiliários de clientes): Riscos operacionais, de contraparte e jurídicos / compliance). 3. Riscos decorrentes da Actividade de negociação e vendas (em carteira própria e negociação nos mercados monetários): Risco de mercado, de liquidez e de taxa de juro. A análise efectuada em 2012 não mostrou alteração quanto à configuração dos riscos relevantes. Em função da identificação dos riscos relevantes, e tomando em consideração outros tipos de risco adicionais, não imediatamente quantificáveis segundo o critério de relevância para resultados (Risco operacional, Risco associado aos sistemas de informação), o Conselho de Administração aprova a política de tolerância ao risco do Banco, a qual é transversalmente aplicada, por área de negócio. Os procedimentos internos estabelecidos e divulgados garantem a manutenção do risco, associado a cada actividade, dentro dos referenciais de tolerância aprovados. Para tal são sistematizadas as tarefas que deverão ser desempenhadas por cada função, e que asseguram, de forma tempestiva, a prevenção de situações não desejadas ou não autorizadas, e a detecção dessas situações quando, não obstante os procedimentos de prevenção, as mesmas possam ocorrer. Para além deste acompanhamento, transversal e transmitido ao Banco no seu conjunto como parte da estrutura de controlo, são realizadas, com periodicidade, pelo menos mensal, reuniões de avaliação. Para este efeito estão constituídos Comités de Direcção, os quais abordam igualmente a dimensão do risco, no âmbito das suas competências. Os Comités de Direcção, e as suas responsabilidades neste âmbito são: 11

- Comité de Finanças: Avalia a situação do Banco na vertente financeira, e neste âmbito, a política do Banco em termos de taxa de juro (activas, passivas). Debruçase com especial relevância sobre as dimensões Risco de Taxa de Juro e Risco de Liquidez, e igualmente sobre a dimensão Risco de Mercado e de Contraparte, face à Carteira de Negociação. - Comité ALM (Assets and Liabilities Management) Gestão de Activos e Passivos: Aborda o desenvolvimento da actividade de Gestão, com destaque para a definição de estratégia de investimento. Revê a evolução das dimensões dos Risco de Mercado. - Comité de Funcionamento: Analisa a evolução da actividade global, nas dimensões de negócio e de desempenho. Aborda especificamente as dimensões Risco Operacional, Risco de Cumprimento. Os Responsáveis pelo Controlo de Riscos asseguram a criação de procedimentos, com vista ao planeamento e desenvolvimento das acções de gestão de riscos. Estes devem garantir a abrangência do processo, de identificação e monitorização de riscos, presentes nos processos, actividades e produtos. Devem, igualmente, ter presente a necessidade de uma regular (re)validação da abrangência do modelo de hierarquização de riscos (no espírito do Modelo de Avaliação de Riscos), que deve assegurar a capacidade de identificar os riscos mais relevantes para a actividade. O sistema de gestão de riscos tem influência activa nas tomadas de decisão do órgão de administração e nos órgãos executivos. Funcionalmente, o Risk Manager valida a abrangência do sistema de gestão de riscos, estando estabelecida a independência desta função de controlo. Trimestralmente o Conselho de Administração, enquanto responsável máximo pela actividade, avalia o relatório do Risk Manager sobre esta matéria, o qual engloba a actividade da Sucursal em Portugal. Como consequência da designação de um responsável local pela função, relatórios trimestrais individuais, referentes à Sucursal, serão elaborados, integrando o relatório do Risk Manager do Banco. Os Relatórios da Sucursal são comunicados aos Órgãos Executivos do Banco e da Sucursal. O acompanhamento dos riscos julgados relevantes é efectuado por reflexo às seguintes variáveis: 12

Risco de crédito No âmbito da sua actividade, o Banco pode conceder aos seus clientes crédito e garantias, essencialmente com constituição de colaterais que garantam ou mitiguem a exposição a este risco, activa ou por intermédio de extrapatrimoniais. A gestão do risco de crédito segue critérios rigorosos de margens de cobertura, de repartição, de qualidade dos devedores, e dos colaterais. Os limites são aceites em função dos diversos níveis hierárquicos de competência. Os colaterais são avaliados ao preço de mercado, ponderados pelas margens definidas pelo tipo de investimento, anteriormente definidas pelo Conselho de Administração. O Rácio de Cobertura por Garantias atribuído pode ser revisto, no sentido da maior exigência, por decisão do Comité de Créditos, para prevenção e reacção ao desenvolvimento dos mercados A adequação das margens é periodicamente verificada pelo Departamento de Crédito, sob a supervisão do Comité de Crédito. Empréstimos não colateralizados (ou insuficientemente colateralizados) são revistos pelo menos mensalmente por este Comité, onde são decididas as provisões individuais apropriadas aos montantes em dívida. O Comité tem o poder de decidir executar colaterais ou garantias, ou parte destes, se o cliente não cumprir as suas obrigações para com o Banco. Na área de gestão de tesouraria, e relativamente à avaliação de contrapartes (e do seu risco) o Banco estabeleceu uma lista de correspondentes autorizados, constituída somente por instituições de primeira classe. A aprovação destas contrapartes, e dos limites de exposição, é competência reservada do Conselho de Administração. Na actividade de negociação por conta própria, as operações de investimento obedecem a regras de selecção que ponderam a avaliação interna e externa do risco dos emitentes, a concentração, e a maturidade, para além da definição de limites global e por emitente. Os limites globais de exposição, e a sua desagregação, por classes de activos e emitentes, são competência reservada do Conselho de Administração. Risco de Mercado As posições sobre divisas e sobre títulos, adquiridas no âmbito da actividade, representam o essencial dos ricos de mercado. Estas posições são enquadradas por 13

um sistema de limites, que suporta a realização de controlos regulares por responsáveis não operacionais, os quais informam periodicamente a Gerência da Sucursal e o Comité Executivo. O BPES - Sucursal cobre integralmente o risco cambial. Em função do volume limitado destas operações, o Banco aplica um método simplificado para o cálculo das exigências relativamente aos fundos próprios. Na actividade de negociação por conta própria, o BPES Portugal não desenvolve actividade de trading, sendo a sua carteira exclusivamente constituída por activos cujo objectivo passa pela detenção até à maturidade. A avaliação do risco de mercado é, relativamente à carteira própria, efectuada pelo controlo da avaliação a preços de mercado (mark-to-market), registando-se as eventuais perdas de valor em dedução a fundos próprios. Partindo da definição prévia de limites quantitativos de exposição a classes de activos, e emitentes financeiros e soberanos, é efectuado um controlo diário de limites, sendo as situações de não conformidade assinaladas de imediato pelo Risk Manager. Numa base mensal (ou, se as condições de mercado o justificarem, a todo o momento) o Comité de Finanças avalia a carteira na sua configuração, podendo decidir alterar as exposições, no sentido da mitigação de riscos ou perdas potenciais. Risco de taxa de juro Devido à estrutura dos seus activos, e do seu refinanciamento, o Banco está pouco exposto ao risco de variações de taxa de juro. Esta limitada exposição decorre da dimensão da sua carteira de crédito, e da sua carteira de negociação, áreas que não representam o core business do Banco (este, claramente identificado como gestão de activos, e actividade de custódia e transacções sobre valores mobiliários). Os riscos de variações de taxas são periodicamente avaliados com a ajuda da análise dos Gaps, simulações de variações de taxa, e análise de cenários, estimando-se o impacto sobre resultados das variações de custo e proveitos. Risco de Liquidez O Risco de Liquidez advém da incapacidade potencial de financiar o activo, não satisfazendo as responsabilidades exigidas nas datas devidas, e da existência de potenciais dificuldades de liquidação de posições em carteira sem incorrer em perdas significativas. 14

O Controlo dos níveis de liquidez tem como objectivo manter um nível satisfatório de disponibilidades, para fazer face às necessidades financeiras no curto, médio e longo prazos. Para avaliar a exposição global a este tipo de risco são elaborados relatórios diários, semanais e mensais, que permitem não só identificar os mismatchs negativos, como efectuar a cobertura dos mesmos. A estratégia global é avaliada no Comité de Finanças. Adicionalmente é também realizado um acompanhamento por parte da Sucursal dos rácios de liquidez de um ponto de vista prudencial, calculados segundo a Instrução nº 13/2009 do Banco de Portugal. Em 31 de Dezembro de 2012 o rácio de liquidez era de 113%. Risco Operacional O Risco operacional é definido como o risco de perdas directas ou indirectas resultantes de procedimentos inadequados, factor humano ou eventos externos. Este risco está controlado por um sistema interno de regras e directivas de controlo e organização, na dependência do responsável pelo controlo de riscos ( Risk Manager ). O Departamento de Auditoria Interna monitoriza regularmente este sistema de controlo, e reporta os resultados ao Comité Executivo e à Gerência, e à Administração, via Comité de Auditoria. O BPES implementou uma ferramenta baseada na intranet do Banco, que procede ao registo sistemático dos eventos de Risco Operacional, nos mesmos pressupostos que são utilizados pela ESFG. Risco de Sistemas de Informação O Banco obteve a certificação SAS70, que garante a fiabilidade do seu sistema informático. Adicionalmente, o plano de continuidade de negócio garante a mitigação deste risco, sendo efectuados testes regulares, de forma a validar a eficácia das soluções implementadas, que visam garantir a salvaguarda de dados, e a continuidade da actividade, face a situações de contingência. Compliance e Risco Jurídico O Departamento de Compliance e o Departamento Jurídico asseguram que o Banco segue as regras e os regulamentos em vigor, assim como que este aje em consonância com os princípios de due diligence que obrigam os Intermediários Financeiros. Asseguram ainda que as directivas internas estão de acordo com regulamentos e provisões legais. 15

A função de Compliance é exercida a nível local e global. 2.3.3 ÂMBITO E NATUREZA DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO E MEDIÇÃO DE RISCO, SUA COBERTURA E MITIGAÇÃO Risco de crédito A avaliação do risco de crédito é efectuada para o conjunto da carteira, a partir da análise dos mutuários, da exposição, e das garantias constituídas para cada operação activa ou extrapatrimonial. Por regra, o Banco não concede crédito sem existência de garantias com grau de liquidez, e com níveis de cobertura relevantes. A aprovação obedece a níveis de decisão sucessivamente mais elevados, em consonância com a dimensão crescente da exposição, da menor expressão das coberturas e / ou do pricing da operação. Numa base pelo menos mensal são analisados, por reflexo a relatórios, as carteiras de crédito e de negociação, e relativamente à primeira, o nível das suas coberturas (incorporando nestas a avaliação dos riscos de desvalorização das mesmas, ou a degradação da qualidade de crédito do garantes). Da análise efectuada pode resultar a decisão de requerer o reforço de coberturas, (ou de alienação, no caso da carteira de negociação) processo que determina a apreciação das operações propostas, mas também a carteira. A possibilidade de solicitar o reforço dos níveis de cobertura previstos nos contratos de crédito pode também, em alguns casos, ser contratualizada, bem como assim a inclusão de cláusulas de liquidação automática, por recurso aos colaterais estabelecidos, minimizando os riscos de perda efectiva. Em base pelo menos trimestral, e suportado na análise do Risk Manager são analisados Risco de Concentração (Mutuário, Sectorial, Geográfico), podendo com base na avaliação, ou em recomendações expressas, ser incorporado na decisão de crédito a não aprovação de operações que possam degradar o perfil de risco do Banco. Risco de Mercado O Risco de Mercado é objecto de acompanhamento diário, na dimensão das carteiras próprias do banco (cambial, instrumentos financeiros, derivados). O controlo das variações de valor, efectuado por recurso a avaliação a preços de mercado (mark-to-market), em tempo real, permite garantir a manutenção de limites 16

(intra-day, overnight, limite de perdas e limites qualitativos) e garante a manutenção de regras de dispersão, ao gerar alertas para as situações de não conformidade. O Risco de Mercado assumido, em razão da carteira bancária (enquanto possibilidade de desvalorização significativa dos colaterais de crédito concedido) é parte da análise de cliente, estando imediatamente disponível no sistema de informação base, o qual regista os valores máximos de colateral, em função dos haircuts determinados para cada classe de activos ou risco cambial. Está disponível igualmente informação sobre a avaliação dos colaterais, a preços de mercado e em valor de colateral (isto é, com os ajustamentos de valor correspondentes aos haircuts definidos), e a avaliação de excesso e/ou deficiência de garantias face ao valor do envolvimento de crédito, permitindo um constante acompanhamento. O Risco de Mercado é acompanhado pelo Risk Manager, pelo menos em base mensal. Sempre que as alterações de mercado o justifiquem, podem ser revistos os limites e ponderadores de cobertura, no sentido da sua maior exigência. Risco de taxa de juro Embora relativamente pouco exposto a risco de taxa de juro, o banco acompanha, em base semanal e mensal, a evolução das taxas activa e passiva das carteiras, efectuando esta análise de forma estática e dinâmica, por simulação de variações e análise de efeitos sobre resultados. A dimensão risco de taxa de juro em Balanço é função directa da dimensão da captação (e do seu custo), da dimensão da carteira de crédito (e seus proveitos) e do rácio de transformação. Dado a actividade do Banco não se centrar na actividade tradicional de intermediação de Balanço, a expressão deste risco é mitigada pelo recurso a capitais próprios enquanto fonte significativa de financiamento para a carteira de crédito. A mitigação do risco de taxa de juro, associado à necessidade de manter níveis confortáveis de liquidez, aponta para a política de privilegiar operações de crédito de prazos mais curtos, com o essencial das operações a prever taxas de juro variáveis, e com possibilidade prevista ao nível dos contratos de alterar spreads de risco, caso as condições de mercado se alterem substancial e consistentemente. No passivo, a captação de recursos privilegia a manutenção de recursos estáveis, assumindo o custo implícito de gaps positivos, em defesa e mitigação de riscos de liquidez. A avaliação e definição da política de taxas activas e passivas, e o seu reflexo em margem financeira, é efectuada numa base pelo menos mensal a nível da Gerência 17

e do Comité Executivo, e poderá implicar efeito imediato, isto é, alterações na política de crédito e de captação. Risco de Liquidez A política de captação e de aplicações é definida pela Gerência (em estreita ligação aos Comités de Direcção relevantes, e ao Comité Executivo), tendo como pressuposto a manutenção de níveis de liquidez razoavelmente elevados, que possibilitem acomodar volatilidade de mercados ou dificuldade na captação. O Banco e a Sucursal acompanham numa base diária e mensal o risco de liquidez, por análise estática e dinâmica de gaps de tesouraria. A dimensão da actividade, e a cobertura em mais de 25% da actividade de crédito expressa no balanço por fundos próprios é factor de mitigação do risco de liquidez, ao garantir a existência de colaterais próprios passíveis de dar em garantia na obtenção de liquidez junto do mercado, em situações extremas. Risco Operacional A manutenção de uma base de dados de eventos de risco operacional é assegurada pelo seu registo e reporte sistemático garantido por recurso a um workflow baseado na intranet do Banco. Em razão do evento, poderão ser tomadas medidas de correcção de processos, ou introduzidas seguranças adicionais. Os eventos são medidos pela sua frequência e severidade, em relação a um conjunto de indicadores base, revistos periodicamente. Risco de Sistemas de Informação O registo de eventos associados a risco decorrente dos sistemas de informação faz parte das regras de funcionamento. Este registo é efectuado em base Web interna, permitindo a auditoria integral do evento, e a análise das acções desenvolvidas, até à resolução do evento. A detecção de deficiências dará origem, em processo paralelo, a um pedido de intervenção e desenvolvimento correctivo, que será tratado prioritariamente em função das características do mesmo (crítico, legal, manutenção), possibilitando a ferramenta Web o acompanhamento da evolução do processo de adaptação ou correcção em tempo real, identificando o ponto do processo em curso, e as intervenções já realizadas. 18

Numa base mensal os processos abertos e concluídos são objecto de análise, permitindo avaliar os motivos da sua ainda não conclusão (se aplicável) ou a efectiva concretização das soluções apresentadas como concluídas. Compliance e Risco Jurídico A mediação do risco de compliance, e do risco jurídico, é responsabilidade do Departamento Jurídico e de Compliance, o qual privilegia a intervenção nas áreas de potencial maior risco para o banco: clientes e transacções. No âmbito da actividade com clientes, o processo de avaliação prévia na abertura de contas é centralizado num Comité de Aberturas de Conta, que é soberano para aceitar ou recusar o início de uma relação, em função da qualidade da informação recebida, e do cumprimento dos requisitos legais associados ao processo. Na análise são consultadas fontes externas, que possam validar a informação que é prestada por clientes e pela área comercial. Em Comité mensal (de Gerência) as situações não críticas para o processo de abertura, mas que ainda assim se revelem não conformes à prática do Banco são analisadas, sendo se necessário introduzidos ponderadores negativos na avaliação de desempenho dos Gestores, por não intervenção atempada na correcção de deficiências formais. Ao nível das transacções, o sistema informático efectua uma filtragem automática das mesmas, remetendo para validação a nível de compliance officer as que estão identificadas como potencialmente suspeitas. A análise das mesmas é registada em sistema, sendo passível de auditoria (audit trail) quanto à intervenção que haja sido efectuada, e ás decisões tomadas. A mitigação do risco jurídico é assegurada pela definição de processos de avaliação prévia, e níveis de aprovação, na intervenção do banco em contratos, e na existência de procedimentos internos de aprovação de documentação de suporte a disponibilizar a clientes, para garantir cumprimento de normativo legal. De igual forma, existem documentadas e disponíveis regras de tratamento de reclamações, ou de comunicação, de eventos, passíveis de gerar para o Banco riscos, a nível legal ou reputacional. A análise da dimensão do risco de compliance ou jurídico é efectuada pelo menos mensalmente pela Gerência em Comité, e pelo Banco em Comité Executivo. 19

2.3.4 ESTRATÉGIAS E PROCESSOS DE MONITORIZAÇÃO DE EFICÁCIA DAS COBERTURAS E FACTORES DE REDUÇÃO O ajustamento do perfil de risco, no sentido da redução das exposições, é possível em qualquer ponto do processo de negócio. O acompanhamento pelo menos mensal dos diversos riscos relevantes, em Comités de Direcção permite, a todo o momento, corrigir as políticas comerciais (efeito crédito e liquidez) ou de investimento (efeito mercados e taxa de juro), garantindo um elevado nível de adaptabilidade da estratégia de risco face às condições de mercado. Desta forma, se garante que a definição do perfil de risco máximo da instituição, definido pelo Conselho de Administração não impossibilita, por razões de prudência, a aplicação de uma visão mais crítica do enquadramento de mercado e de negócio, com consequente aplicação de critérios mais estritos. Este tipo de decisão, avaliada pelos Comités de Direcção (e pelos Órgãos Executivos) implicará uma justificação trimestral ao Conselho de Administração, que poderá considerar, ouvido o Risk Manager, que se justifica a revisão formal do perfil de risco da instituição. A avaliação da adequação, e da eficácia, das estratégias de cobertura dos diversos tipos de risco em que o banco incorre, é efectuada em base trimestral, pelo Risk Manager, o qual discute, previamente, com a estrutura do Banco, e com o Comité Executivo, os eventos ou factos que autonomamente considerou relevantes, e transmite em Relatório, sobre a forma de conclusões e recomendações, ao Conselho de Administração. A análise que é efectuada leva em conta as estratégias definidas, em termos de identificação de riscos, estimativa do impacto potencial dos mesmos, existência de limites de tolerância definidos, cumprimento de regras de mitigação e controlo qualitativas e quantitativas e análise de eventos e sua resolução. Adicionalmente, é efectuada uma análise prospectiva, visando permitir a recomendação de alterações, ou a incorporação no acompanhamento de dimensões de risco anteriormente não consideradas relevantes. 20

3 ADEQUAÇÃO DE CAPITAIS 3.1 INFORMAÇÃO QUALITATIVA De acordo com o definido no Aviso nº 6/2010 do Banco de Portugal, o capital regulamentar é composto pelos fundos próprios de base (Tier 1) e pelos fundos próprios complementares (Tier 2), que formam em conjunto os fundos próprios totais. Os fundos próprios totais são utilizados no cálculo do rácio de solvabilidade. O enquadramento regulamentar do cálculo dos requisitos de fundos próprios pode ser feito como segue: O Aviso nº 5/2007 do Banco de Portugal define as regras de cálculo dos requisitos de capital regulamentar para os riscos da carteira bancária; O Aviso nº 8/2007 do Banco de Portugal define as regras de cálculo dos requisitos de capital regulamentar para os riscos de mercado; e O Aviso nº 9/2007 do Banco de Portugal define as regras de cálculo dos requisitos de capital regulamentar para o risco operacional. Esta abordagem é semelhante em todas as Instituições Financeiras e é definida de acordo com a regulamentação publicada pela entidade responsável pela supervisão. Permite garantir que cada Instituição Financeira consegue absorver perdas potenciais sem provocar uma perda para os depositantes. No final do exercício de 2012 o BPES Portugal apresentava um rácio de solvabilidade de 68,80%, fundos próprios de EUR 19 515 208 (integralmente fundos próprios de base), e requisitos de fundos próprios de EUR 2 269 295. 21

3.2 INFORMAÇÃO QUANTITATIVA 22

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4 RISCO DE CRÉDITO DE CONTRAPARTE 4.1 DETERMINAÇÃO DO VALOR EM RISCO O Banco analisa a exposição a risco de crédito de contraparte existente nas operações de tesouraria, na actividade de negociação por conta própria, na relativa a operações cambiais, e igualmente a potencial exposição associada aos depositários de títulos, ou instrumentos financeiros, detidos por conta de clientes. Cabe às áreas de negócio propor a criação de limites de exposição por contraparte bancária ou depositária de títulos. Estas propostas são avaliadas pelo Risk Manager, e submetidas à consideração do Conselho de Administração, único órgão com poderes para aprovar estes limites. A análise e acompanhamento em permanência das exposições, o respectivo controlo da manutenção das mesmas dentro dos limites aprovados, e as eventuais necessidades de revisão, são tarefas efectuadas pelo Risk Manager, e objecto de reporte trimestral ao Conselho de Administração. 4.2 PROCESSO DE APROVAÇÃO E CONTROLO Cabe às áreas de negócio propor a criação de limites de exposição por contraparte bancária ou depositária de títulos. Estas propostas são avaliadas pelo Risk Manager, e submetidas à consideração do Conselho de Administração, único órgão com poderes para aprovar estes limites. O acompanhamento das exposições, controlo da manutenção das mesmas, dentro dos limites aprovados, e as eventuais necessidades de revisão, são efectuados em permanência, e objecto de reporte trimestral ao Conselho de Administração. 5 RISCO DE CRÉDITO 5.1 DEFINIÇÃO E MÉTODOS Define-se como risco de crédito a probabilidade de ocorrência de eventos de não pagamento, no âmbito de operações activas ou de natureza extra-patrimonial (garantias, avales), que possam pôr em causa o integral cumprimento de obrigações 24

assumidas por um mutuário, e cujo efeito de não cumprimento seja passível de gerar impactos negativos, seja nos resultados ou no capital do Banco. Na sistematização do crédito, para efeitos da determinação de perdas por imparidade, visa-se satisfazer dois ordenamentos normativos, que embora estejam relacionados, obrigam a duas análises distintas: (a) a sistematização do crédito segundo as regras do Aviso nº 3/95 do Banco de Portugal, para as entidades onde este normativo é aplicável; (b) a sistematização do crédito para efeitos do cálculo da imparidade de modo a dar cumprimento às regras estabelecidas no IAS 36. Na preparação das demonstrações financeiras consolidadas o crédito é sistematizado tendo em vista a divulgação do crédito vencido por prazos decorridos desde o vencimento, sendo os critérios dos IFRS (International Financial Reporting Standards) os que prevalecem na determinação dos saldos das provisões. Principais conceitos e definições Crédito vencido: Considera-se geralmente como crédito vencido, e registado na contabilidade como tal, a parte de uma operação de crédito que não tenha sido liquidada pelo seu devedor após 30 dias da data contratualmente estabelecida para o seu pagamento. A sistematização do crédito vencido obedece às regras instituídas pelo Aviso nº 3/95 do Banco de Portugal, quando aplicável, estando instituído um reporte obrigatório para efeitos de consolidação em que o crédito vencido é desagregado por tipo de crédito e por classes (I, II, III e IV, V a IX e da X à XII). Crédito de cobrança duvidosa: Os créditos enquadrados nos critérios definidos no número 4º do Aviso nº 3/95 do Banco de Portugal. Genericamente correspondem à parte vincenda de uma operação de crédito em que a componente vencida atinge um certo nível de significância (mais de 25% do capital em dívida) ou cujo tempo decorrido desde o incumprimento ultrapassa um certo número de meses de mora. Também pode incluir outros créditos especificamente classificados como tal, seja porque são casuisticamente assim classificados pelo Banco de Portugal ou pelo próprio Banco; 25

Crédito objecto de imparidade: Em conformidade com as NCA, o Banco avalia regularmente se existe evidência objectiva de que um activo financeiro, ou grupo de activos financeiros, apresenta sinais de imparidade. Para os activos financeiros que apresentam sinais de imparidade, é determinado o respectivo valor recuperável, sendo as perdas por imparidade registadas por contrapartida de resultados. Um activo financeiro, ou um grupo de activos financeiros, encontra-se em imparidade sempre que exista evidência objectiva de imparidade resultante de um ou mais eventos que ocorreram após o seu reconhecimento inicial, tais como: (i) para os títulos cotados, uma desvalorização continuada ou de valor significativo na sua cotação, e (ii) para títulos não cotados, quando esse evento (ou eventos) tenha um impacto no valor estimado dos fluxos de caixa futuros do activo financeiro, ou grupo de activos financeiros, que possa ser estimado com razoabilidade. No que se refere aos investimentos detidos até à maturidade, as perdas por imparidade correspondem à diferença entre o valor contabilístico do activo, e o valor actual dos fluxos de caixa futuros estimados (considerando o período de recuperação), descontados à taxa de juro efectiva original do activo financeiro. Estes activos são apresentados nos balanços líquidos de imparidade. Caso estejamos perante um activo com uma taxa de juro variável, a taxa de desconto a utilizar para a determinação da respectiva perda de imparidade é a taxa de juro efectiva actual, determinada com base nas regras de cada contrato. Se num período subsequente o montante da perda de imparidade diminui, e essa diminuição pode ser objectivamente relacionada com um evento que ocorreu após a imparidade ter sido reconhecida, esta é revertida por contrapartida de resultados do exercício. Crédito em incumprimento: Corresponde ao conceito instituído pela Instrução nº 16/2004 do Banco de Portugal que inclui o crédito vencido há mais de 90 dias adicionado do crédito vincendo de cobrança duvidosa cujo provisionamento esteja a ser efectuado como se de créditos vencidos se tratassem. 26

Abordagens e métodos adoptados: Na determinação do risco de crédito e respectivas provisões associadas, há a considerar as seguintes categorias de activos: (a) Crédito a clientes; (b) Activos disponíveis para venda; (c) Investimentos até à maturidade; (d) Activos tangíveis e intangíveis; (e) Activos não correntes detidos para venda; (f) Investimentos em subsidiárias e associadas e (g) Passivos contingentes. Provisões para riscos de crédito a clientes Os critérios de valorimetria e provisionamento do crédito concedido são definidos pelas regras do Banco de Portugal de acordo com o Aviso nº 3/95 do Banco de Portugal, e outras disposições emitidas pelo mesmo, o Banco deverá constituir, se aplicável, as seguintes provisões para riscos de crédito: i) Provisão para crédito e juros vencidos ii) Provisão para créditos de cobrança duvidosa iii) Provisão para riscos gerais de crédito No exercício o Banco registou apenas provisões para riscos gerais de crédito. A correcção dos valores de balanço do crédito a clientes é concretizada na contabilidade através do mecanismo das provisões. Este mecanismo contabilístico consiste em isolar o montante das perdas identificadas para uma dada categoria de activos através do seu registo em contas específicas cujo saldo de natureza credora é criado através de custos do exercício, ajustados pelas recuperações ocorridas, saldo esse utilizado quando se opera o abate ou a venda do crédito. Provisões para activos disponíveis para venda Os activos financeiros disponíveis para venda são activos financeiros não derivados que o Banco tem a intenção de deter por tempo indeterminado. Estes activos 27

específicos são Obrigações do Tesouro Português, que o Banco tem obrigação legal de deter em carteira, de modo a cumprir com as normas estabelecidas pelo Sistema de Indemnização aos Investidores. Nos títulos representativos de dívida, há lugar a um registo de perdas por imparidade apenas nas situações em que haja evidências objectivas de que não ocorrerão todos os influxos contratualmente estabelecidos nas condições de emissão da dívida. Adicionalmente as avaliações são obtidas através de preços de mercado (mark to market) ou de modelos de avaliação (mark to model) os quais requerem a utilização de determinados pressupostos ou julgamento no estabelecimento de estimativas de justo valor. Os activos financeiros disponíveis para venda são igualmente registados ao justo valor. Os juros, calculados à taxa de juro efectiva, são reconhecidos na demonstração de resultados. A utilização de metodologias alternativas e de diferentes pressupostos e estimativas, poderá resultar num nível diferente de perdas por imparidade reconhecidas, com o consequente impacto nos resultados do banco. Investimentos até à maturidade Só podem integrar esta carteira os instrumentos elegíveis nos termos do IAS 39. Estes activos são valorizados ao custo amortizado, sendo objecto de testes de imparidade. Esta é contabilizada e reconhecida no exercício em que haja evidências objectivas de que não ocorrerão para o Banco todos os influxos contratualmente estabelecidos nas condições de emissão da dívida. Activos tangíveis e intangíveis Estes activos são valorizados ao custo, deduzidos das respectivas amortizações acumuladas. Sempre que sejam identificadas imparidades nestes activos, as mesmas são objecto de reconhecimento. Os activos tangíveis são amortizados de acordo com o método das quotas constantes durante o período de vida útil dos activos que varia em função da sua natureza (para mais detalhes consulte-se o último Relatório e Contas publicado pelo Banco). Activos não correntes detidos para venda Não aplicável. Investimentos em subsidiárias e associadas Não aplicável. 28

5.2 CORRECÇÕES DE VALOR E PROVISÕES Não existe qualquer valor a reportar. 5.3 RISCO DE CONCENTRAÇÃO Entende-se por risco de concentração de crédito uma exposição, ou grupo de exposições em risco, com potencial para produzir perdas, de tal modo elevadas, que coloquem em causa a solvabilidade da instituição, ou a capacidade para manter as suas principais operações. Em particular, o risco de concentração de crédito decorre da existência de factores de risco comuns ou correlacionados entre diferentes contrapartes, de tal modo que a deterioração daqueles factores implica um efeito adverso simultâneo na qualidade de crédito de cada uma daquelas contrapartes. Cabe ao Conselho de Administração definir a tolerância ao risco do Banco, no seu conjunto (isto é, a exposição a risco de crédito é avaliada para o conjunto Sede e Sucursal em Portugal). No âmbito da definição da tolerância ao risco, o Banco define os limites de ponderação dos colaterais, utilizados na cobertura das operações de crédito ou extrapatrimoniais, os quais são coerentes com a legislação em vigor, e analisados pelo auditor externo. No conjunto do Banco, a actividade de crédito é marginal face ao core business de gestão de activos e, invariavelmente, as operações de crédito são objecto de garantias, sob a forma de valores mobiliários. É também responsabilidade do Conselho de Administração a definição dos limites, de exposição e risco, associados à actividade de negociação por conta própria, sendo o controlo destes, e dos pressupostos de investimento, efectuado em permanência. Em base pelo menos trimestral, e suportado na análise do Risk Manager são analisados pelos Órgão Executivos Riscos de Concentração (Mutuário, Sectorial, Geográfico), podendo com base na avaliação, ou em recomendações expressas, ser incorporado na decisão de crédito a não aprovação de operações que possam degradar o perfil de risco do Banco. Relativamente ao Risco de Contraparte, a definição e controlo diário de limites considera o risco de concentração, nas dimensões Contraparte e País. Esta análise 29