IDENTIFICAÇÃO DA ENTIDADE Nome: Cruz Vermelha Portuguesa Delegação de Vale de Cambra Data de Início de Atividade: 25/10/1983 Morada: Rua Quinta do Ribeiro, n.º 102, S. Pedro de Castelões 3730-090 Vale de Cambra Telefone: 256 423 388 Fax: 256 425 986 Email: cvp.valecambra@gmail.com Distrito: Aveiro Concelho: Vale de Cambra NIF: 500 745 749 NISS: 20006323483 Forma Jurídica: Organização Não Governamental, equiparada a IPSS Responsável da Instituição Nome: Prof. Henrique Lopes Pereira Cargo: Presidente da Direção Email: direccao@esenfcvpoa.eu Tlm: 916 603 622 Pessoa de Contato Nome: Carla Antunes Cargo: Diretora Técnica Email: carla.cvp@esecvpoa.com Tlm: 932 838 801 Recursos Humanos: Técnicos 1 Diretora Técnica 1 Técnica Superior de Serviço Social 1 Técnico Superior de Educação Social Não Técnicos 1 Administrativa 7 Auxiliares de Ação Educativa 2 Cozinheiras 1 Funcionária de Limpeza 1 Funcionária de Lavandaria DESCRIÇÃO DO PROJETO Objetivo: Requalificação das instalações e condições físicas do Centro de Acolhimento Temporário com vista à melhoria da intervenção realizada e da qualidade de vida dos jovens acolhidos visando a implementação de uma nova metodologia de intervenção que implica a criação de vários ateliers pedagógicos tais como: culinária, atividades desportivas, trabalhos manuais e cinema. Justificação: O CAT dispõe de um edifício composto por 8 quartos coletivos, 2 WC s coletivos, cozinha, refeitório, lavandaria, 2 gabinetes técnicos, uma sala de jogos e atividades, uma sala de convívio e uma sala de estudo. O edifício encontra-se implantado num terreno de zona urbana, não existindo espaços exteriores que permitam a realização de atividades desportivas ou de outdoor, o que levanta sérios constrangimentos ao nível do trabalho desenvolvido com os utentes. Tendo em conta o tipo de jovens que acolhemos (cada vez mais desestruturados e fragilizados do ponto de vista psíquico e psicossocial), há muito que sentimos que as nossas instalações não são adequadas, pois revelam-se demasiado exíguas para 30 rapazes, não favorecendo a realização de atividades estruturadas de que tanto necessitam. Por outro lado, a mudança a que temos assistido ao nível do perfil dos jovens acolhidos nestes últimos anos (apresentam mais comportamentos disruptivos e anti-sociais, menos competências interpessoais e sociais, mais dificuldades escolares e problemas de saúde mental, entre outros) exigem
por parte da equipa uma mudança de paradigma ao nível da intervenção a desenvolver junto deles: muito mais estruturada e individualizada, recorrendo à implementação de rotinas bem definidas e hábitos de trabalho que favoreçam a aquisição de regras e valores sociais; a aplicação de programas específicos de promoção de competências pessoais e sociais; a intervenção individual e em grupo, visando a promoção de competências de vivência em grupo; projetos de autonomização bem definidos uma vez que a maioria destes jovens não regressará ao seu contexto familiar. Importa aqui referir que se trata de jovens que são retirados ao seu contexto familiar por se encontrarem em situações de risco/perigo e que quando chegam à instituição revelam uma ausência de hábitos de estudo e/ou trabalho e, em alguns casos, até de higiene; baixas competências interpessoais ou competências desajustadas, elevada tendência para comportamentos disruptivos e/ou anti-sociais, dificuldades escolares e de aprendizagem o que conduz a insucesso e absentismo escolar; défices cognitivos e atraso desenvolvimental; baixa tolerância à frustração, regendo-se pelo princípio do prazer imediato; baixa auto-estima e auto-conceito, duvidando das suas capacidades, entre outras. A equipa procura, após um diagnóstico da situação pessoal e familiar de cada jovem, desenvolver um projeto de vida que pode passar pelo regresso à família ou pela autonomização do jovem. Nos últimos anos, as famílias caraterizam-se por uma disfuncionalidade mais complexa, pelo que para a maioria dos jovens acolhidos, o projeto passa pela autonomização. Assim, considerando estas necessidades, a instituição tem vindo a desenvolver nos últimos anos um grande esforço financeiro para, a pouco e pouco, remodelar e requalificar as instalações e condições físicas do edifício que apresenta já sinais de elevado desgaste e deterioração (ver fotos em anexo) com o objetivo de melhorar as condições físicas e, por conseguinte, a qualidade de vida dos jovens que nela residem. Por outro lado, a redefinição do paradigma de intervenção (aumento do número e diversidade de atividades oferecidas) implica mudanças ao nível da distribuição dos espaços físicos tais como a mudança dos gabinetes técnicos e serviços administrativos para a sala de estudo, libertando os antigos gabinetes que serão transformados em pequenas salas de estudo e de atividades. Esta mudança trará como vantagens: uma maior proximidade da equipa técnica aos jovens e equipa educativa; uma redistribuição do grupo de jovens em várias atividades (estudo e ateliers), permitindo um maior e mais próximo acompanhamento de cada um dos jovens; a criação de espaços distintos onde poderão ser realizadas várias atividades (ateliers de cinema, trabalhos manuais, informática, dinâmicas de promoção e desenvolvimento de competências pessoais e sociais, e atividades desportivas); a diversidade de oferta de atividades realizadas na instituição irá também ocupar mais o tempo dos jovens de uma forma estruturada e revestida de objetivos de intervenção terapêutica e de reeducação, diminuindo o número de saídas não autorizadas e o envolvimento em comportamentos socialmente desajustados. Atividades e respetivos Objetivos Específicos: 1. Criação de uma Sala de Estudo na zona dos Gabinetes: - melhorar as condições de estudo: ao deslocar a sala de estudo que atualmente se encontra junto às salas de televisão e de atividades (espaços de passagem e com elevado nível de ruído e atividade, tendo como separação portas e paredes envidraçadas) para a zona dos gabinetes, estamos a proporcionar um espaço mais silencioso e com menos elementos distratores; - maior acompanhamento ao estudo pela diminuição do número de jovens que se encontram a estudar em simultâneo (redistribuição dos jovens pelos ateliers); - diminuir as dificuldades de aprendizagem; - promover o sucesso escolar.
2. Criação do Atelier de Cinema: - Visualização de filmes selecionados pela equipa técnica com vista à promoção de debate e reflexão de temas como educação sexual, educação para a saúde, educação para a cidadania, aquisição de hábitos saudáveis, relações interpessoais, entre outros; - Visualização de filmes escolhidos pelos jovens com o intuito de lhes proporcionar uma igualdade de oportunidades face a jovens da comunidade; 3. Criação de Atelier de Culinária - Aquisição de competências ao nível da culinária com o objetivo de promover a autonomia dos jovens para quando saírem da instituição; - Promoção da auto-estima e auto-conceito pela realização de atividades em que serão bem sucedidos. 4. Atelier de Trabalhos Manuais - Realização de trabalhos manuais pelos próprios jovens, os quais poderão vender como forma de angariar fundos para outras atividades do seu interesse e para as quais a instituição não dispõe de capacidade financeira (e.g. paintball, andar de karting, ir ao Macdonald s, etc.); - Promoção da auto-estima - Diminuição da estigmatização social que estes jovens sofrem por viverem numa instituição; 5. Atelier de Informática - Aquisição de conhecimentos no âmbito da utilização das novas tecnologias; - Promover a integração social; - Espaço que servirá fins pedagógicos (realização de trabalhos para a escola, pesquisa da internet, elaboração de CV, etc.) 6. Atelier de dinâmicas - Promoção de competências pessoais e sociais através da aplicação de programas específicos para esta população (e.g. Gerar Percursos Sociais, promoção de competências como a auto-estima, a assertividade, a expressão e regulação emocional, trabalho de história de vida com fins terapêuticos); 7. Atividades desportivas - Aquisição de 4 bicicletas e 4 Skates para fomentar a prática de desporto e a adoção de hábitos de vida saudáveis; Avaliação do Projeto: A avaliação do projeto será realizada através da qualidade da intervenção implementada, para o qual teremos os seguintes indicadores: - número de atividades e ateliers criados; - grau de adesão e dos jovens às atividades oferecidas;
- grau de participação e interesse demonstrados; - diminuição do número e frequência de comportamentos disruptivos dentro da instituição (e.g. incumprimento de regras da instituição); - diminuição do número e frequência de comportamentos disruptivos fora da instituição, isto é, na escola/contexto laboral ou comunidade (e.g. diminuição do número de faltas às aulas, diminuição das queixas da comunidade, ) - aumento do sucesso escolar; - número de projetos de vida definidos e implementados; - número de sessões de programas de promoção de competências realizadas e sua avaliação; - número de jovens com a história de vida implementada. Orçamento: Fornecedor Montante Destino Ikea 3.914,5 Aquisição de 2 sofás para substituir os existentes na sala de televisão que se encontram muito degradados e mais 2 sofás para o Atelier de Cinema; Aquisição de lençóis, edredons e respetivas capas para a renovação dos quartos dos jovens (iremos pintar os quartos com a ajuda dos próprios). Moviflor 279,2 Aquisição de 8 Puffs para o Atelier de cinema Fnac 1.144,59 Aquisição de uma televisão LCD, um portátil e um videoprojector para a criação do atelier de cinema e substituição da televisão avariada na sala de atividades. Sportzone 739,56 Aquisição de 4 Skates e 4 Bicicletas para o Atelier de Atividade Desportiva. Total 6.077,85 O CAT resulta de um Acordo com a Segurança Social, sendo que a comparticipação desta é manifestamente insuficiente para a totalidade das despesas que enfrentamos. Uma vez que não existe nenhuma comparticipação financeira por parte das famílias e que, dada a atual conjetura económica, os donativos de empresas e particulares são cada vez mais escassos, a instituição apresenta uma situação financeira que permite fazer face às despesas correntes, sem grande margem de manobra para a realização de obras de melhoramento/requalificação e/ou aquisição de novos equipamentos. Contudo e porque o nosso objetivo é proporcionar a estes jovens as melhores condições de vida possíveis, constantemente procuramos realizar atividades de angariação de fundos que nos permitam obter o financiamento necessário para algumas das necessidades que vão surgindo. Por exemplo, já conseguimos angariar financiamento para a montagem dos gabinetes na sala de estudo e para a aquisição de tintas para pintar os antigos gabinetes. Necessitamos, contudo, neste momento de uma ajuda adicional para a concretização do projeto que pretendemos desenvolver. Deste modo, e tendo consciência de que o montante final do projeto excede os cinco mil euros, a instituição compromete-se a angariar fundos para comparticipar no excedente do projeto (1.077,85 ).
Anexos: Parede de 1 dos gabinetes que será pintado e transformado em sala de atividades Exemplo de 1 dos quartos que pretendemos renovar Sofá da sala da televisão Televisão avariada da sala de atividades Computadores e mesas da Sala de Estudo ( ao fundo da segunda imagem, as respetivas portas envidraçadas que não permitem o isolamento de ruídos e fontes de distração