U.C Matemática Finita. 6 de junho de Questões de escolha múltipla

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Transcrição:

Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior U.C. 21082 Matemática Finita 6 de junho de 2018 - Resolução e Critérios de Avaliação - Questões de escolha múltipla 1. (Exame e P-fólio De quantas maneiras se podem rearranjar as letras da palavra RES- TAURAR? a 9!! 2! c 96 2 b 9!! Resposta: c d nenhuma das opções anteriores 2. (Exame e P-fólio Seja X um conjunto finito tal que #X n e a / X. Temos que #(X ({a} X é igual a a n 2 c n 2 + n b n 2 + 1 d 2n Resposta: c. (Exame Sejam a e b números inteiros positivos tais que a b 2 5 e mdc(a, b 2 2. Temos que mmc(a, b é igual a a 2 2 c 2 4 b 2 d 2 2 Resposta: a 4. (Exame e P-fólio 1 Dados a, b Z, n N \ {0}, a seguinte implicação Se a b (mod n e b 1 (mod n então 1 a (mod n a é sempre falsa c é falsa apenas para n par 1 Questão do P-fólio.

b é falsa apenas para n primo d é sempre verdadeira Resposta: d (Exame Cada questão de escolha múltipla tem a cotação de 1 valor. Por cada questão incorreta será descontado 1 de valor. É considerada errada uma questão com mais de uma resposta. A classificação mínima destas 4 questões de escolha múltipla é de 0 valores. (P-fólio Cada questão de escolha múltipla tem a cotação de 1 valor. Por cada questão incorreta será descontado 1 de valor. É considerada errada uma questão com mais de uma resposta. A classificação mínima destas questões de escolha múltipla é de 0 valores. Responda às questões seguintes na folha de ponto Justifique todas as afirmações e apresente os cálculos realizados para as obter. 5. O João tem 0 livros diferentes no seu quarto. Desses 0 livros, 14 são de Física e 16 de Matemática. Sabendo que pretende doar 5 livros a uma Instituição de Solidariedade, em cada uma das seguintes situações indique quantas alternativas diferentes existem para o conjunto de livros a doar. 5.1 (Exame Qualquer livro pode ser doado. Resolução: É preciso escolher 5 livros a doar de entre 0 livros possíveis. O número de possibilidades é ( 0 5 0! 0 29 28 27 26. 5! 25! 5 4 2 5.2 (Exame e P-fólio 2 Tem de doar exatamente dois livros de Matemática. Resolução: Há ( 16 2 maneiras diferentes de escolher 2 livros de Matemática de entre os 16 livros de Matemática que existem. Como a doação é de 5 livros, sendo exatamente 2 de Matemática, os restantes têm de ser de Física, havendo ( 14 maneiras diferentes de escolher livros de entre os 14 de Física que existem. Logo existem ( ( 16 14 2 alternativas diferentes para o cojunto de livros a doar. 5. (Exame e P-fólio Não pode doar mais do que um livro de Física. Resolução: Não podendo doar mais do que um livro de Física, ou bem que doa exatamente um livro de Física ou bem que não doa nenhum livro de Física. No primeiro caso, o de doar exatamente 1 livro de Física, existem ( ( 14 16 1 4 alternativas diferentes de o fazer, isto porque escolhe 1 livro de entre os 14 livros de Física e escolhe 4 livros de entre os 16 de Matemática. No segundo caso, não doando nenhum livro de Física, doará 5 livros de Matemática, havendo ( 16 5 maneiras de o fazer, isto porque há que escolher 5 livros de entre os 16 de Matemática existentes. Assim há ( ( 14 16 ( 1 4 + 16 5 alternativas diferentes para o conjunto de livros a doar. Cotações: Questão 5.1-1.6 valores; questão 5.2-1.6 valores; questão 5. - 1.6 valores 2 Questão 4.1 do P-fólio Questão 4.2 do P-fólio 2

6. (Exame Usando o algoritmo de Euclides, calcule mdc(00, 10. Resolução: Temos que 00 10 2 + 40 10 40 + 10 40 10 4 + 0 Logo, aplicando o algoritmo de Euclides sabemos que mdc(00, 10 mdc(10, 40 mdc(40, 10 mdc(10, 0 10. Concluímos assim que mdc(10, 40 10. Cotação: 1.5 valores. 7. (Exame e P-fólio 4 Determine o coeficiente de x 2 y 6 no desenvolvimento de (2x y 8. Resolução: Pelo Teorema Binomial sabemos que (2x y 8 8 ( 8 0 (2x ( y 8 8 ( 8 0 2 x ( 1 8 y 8. Fixando 2 temos ( 8 2 2 2 x 2 ( 1 6 y 6 ( 8 2.4.x 2 y 6. Logo o coeficiente pretendido é ( 8 2.4 8! 8 7 4.4 112. 2! 6! 2 Cotação: 1.5 valores (Exame e p-fólio 8. (Exame Considere 10n n, n N \ {0}. 8.1 Prove, por indução matemática, que 10n n, n N \ {0} Resolução: Provemos o resultado 10n n, de indução matemática. Caso base: Provemos que o resultado é válido para n 1: n N \ {0}, usando o princípio Como 10 1 1 10 1 9 temos que 10 1 1. Logo o resultado é válido para n 1. Passo de indução: Provemos que, para todo o N \ {0}, se o resultado é válido para então é válido para + 1. Tomemos N \ {0} arbitrário e suponhamos, por hipótese de indução, que o resultado é válido para, i.e. supomos que 10. Queremos provar que 10( + 1 ( + 1. Ora, 10(+1 (+1 10( + 2 ++1 (+1 10 +0 2 +0+10 1 10 + 0 2 + 29 + 9 (10 + (10 2 + 10 +. Como por hipótese de indução divide a primeira parcela, i.e. 10 e como também divide a segunda parcela, i.e. (10 2 + 10 + temos, por linearidade, que divide a soma anterior e portanto 10( + 1 ( + 1. Logo, pelo princípio de indução matemática, provámos que 10n n, 8.2 Prove que 10n n é par se e somente se n é par. n N\{0}. Resolução: Comecemos por provar a implicação Se n é par então 10n n é par. Tomemos n número par. Logo existe m tal que n 2m. E portanto, 10n n 10(2m 2m 2(10.2 2.m m, provando-se assim que é número par. Resta provar a implicação Se 10n n é par então n é par. 4 Exercício 5 do P-fólio

Suponhamos que 10n n é número par. Mas então temos que 2 10n n. Como 2 2 temos que 2 2.5n, ou seja 2 10n. Logo por linearidade temos que 2 10n (10n n n, ou seja n é número par. Cotações: Questão 8.1-2 valores; questão 8.2-1.2 valores 9. Considere a relação de recorrência dada pela fórmula de recorrência x n 8x n 1 15x n 2, n 2 e pelas condições iniciais x 0 1 e x 1 7. 9.1 (Exame e P-fólio 5 Indique o polinómio característico da fórmula de recorrência acima e calcule as suas raízes. Resolução: A relação de recorrência tem como polinómio característico p(t t 2 8t + 15. Calculando as raízes de p(t pela fórmula resolvente temos: p(t 0 t 8± 64 4 1 15 8±2 t 5 t. As raízes do polinómio são e 5. 2 1 2 9.2 (Exame e P-fólio 6 Denotando por a n a sucessão solução da relação de recorrência acima, determine o seu termo geral. Resolução: Pela alínea anterior sabemos que o termo geral tem a forma a n α n + β5 n. Como a 0 1 e a 1 7, temos que a 0 α + β 1 (ou seja α 1 β e que a 1 α + 5β 7. Logo 7 (1 β + 5β 7 β + 5β 2β 4 β 2. Logo α 1 2 1. Assim, o termo geral é dado por: a n n + 2.5 n. 9. (Exame e P-fólio 7 Prove que para qualquer n N se tem que a n e são primos entre si. Resolução: A fim de provarmos que a n e são primos entre si, provemos que mdc(a n, 1. Como é um número primo sabemos que mdc(a n, será igual a 1 ou igual a. Suponhamos, com vista a absurdo, que mdc(a n,. Mas então a n. Logo n 0 pois a 0 1 e não divide 1. Como n + 2.5 n e n (visto n 1 por linearidade sabemos que n + 2.5 n + n 2.5 n. Absurdo pois a fatorização em potências de números primos é única. Logo mdc(a n, 1 qualquer que seja n N, provando-se assim que a n e são primos entre si para todo n N. Cotações: Questão 9.1-1.6 valores Exame, 1.4 valores P-fólio; questão 9.2-1.6 valores Exame, 1.4 valores P-fólio; questão 9. - 1.8 valores Exame, 1.5 valores P-fólio. 5 Exercício 6.1 do P-fólio 6 Exercício 6.2 do P-fólio 7 Exercício 6. do P-fólio 4

FORMULÁRIO Lei de Pascal ( ( n n 1 + ( n 1 1 Revisão trinomial ( ( ( ( n l n n l l Fórmula da extracção ( n n ( n 1 1 Teorema binomial ( n x y n (x + y n 0 Adição paralela ( ( r + r + n + 1 n 0 Adição do índice superior ( ( n + 1 m m + 1 m Adição alternada do índice inferior ( ( m m 1 ( 1 ( 1 n n 0 Convolução de Vandermonde ( ( ( r s r + s n n 0 FIM 5