GEOGRAFIA FÍSICA ACADÊMICA: NOTAS SOBRE A DOCÊNCIA ASSISTIDA

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Transcrição:

GEOGRAFIA FÍSICA ACADÊMICA: NOTAS SOBRE A DOCÊNCIA ASSISTIDA Joyce Clara Vieira Ferreira 1 (UFRN) E-mail: joyceclara@hotmail.com Ana Beatriz Câmara Maciel (UFRN) E-mail: anaufrn@yahoo.com.br Zuleide Maria Carvalho Lima (UFRN). E-mail: zmclima@hotmail.com Resumo: A oportunidade de vivenciar experiências através da docência assistida é muito importante na formação de pós-graduandos em todas as áreas do conhecimento científico. No entanto, dificuldades ainda persistem no processo de ensino-aprendizagem e, por isso, vem sendo amplamente discutidas na formação do professor nas diferentes esferas de atuação (privada, pública - município, estado e federal). Nesse sentido, o objetivo deste artigo consiste em relatar as experiências da docência assistida na disciplina de sedimentologia do curso de geografia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Palavras-chave: Estágio docência, Ensino de sedimentologia, UFRN. Eixo temático: GT1 - A Educação Geográfica e as Políticas atuais para a Formação Docente INTRODUÇÃO A oportunidade de vivenciar experiências através da docência assistida é de grande importância na formação de mestres e doutores em todas as Prof. Dr. Erminio Fernandes. 1

esferas do conhecimento científico. Os estágios supervisionados [são considerados como] uma parte importante da relação trabalho-escola, teoriaprática, e eles podem representar, em certa medida, o elo de articulação orgânica com a própria realidade (KULCSAR, 1991, p. 63). Pensando nisso e no ensejo de garantir o aprendizado mútuo entre professores e alunos que se optou por realizar um estágio docência supervisionado na componente curricular Sedimentologia do curso de Geografia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN. Por intermédio dessa experiência, entendeu-se que o estágio docência permite ao pós-graduando um maior aprofundamento teórico, metodológico e empírico da disciplina ao qual realiza-se o estágio docente, acarretando em contribuições no tocante ao desenvolvimento dos trabalhos acadêmicos e atentando para as dificuldades no exercício do magistério em nível superior. Desse modo, concorda-se com Pimenta e Lima (2004) quando afirmam que o objetivo do estágio é apresentar ao aluno parte da realidade que o mesmo encontrará no exercício da docência. Apesar da componente curricular sedimentologia ser optativa, a procura dos alunos do curso de Geografia (bacharelado e licenciatura plena) por esta disciplina é considerável e bastante instigante, no entanto, o que se vem observando é que o desenvolvimento de práticas laboratoriais e de campo acabam se tornando fragilizadas em detrimento do número de alunos matriculados. O desenvolvimento de práticas laboratoriais, bem como, as atividades de campo se configuram como metodologias de ensino aliadas no momento de repassar o conteúdo e de instigar os alunos a continuarem no curso de geografia, dirimindo, assim, a evasão. A divisão dos alunos em grupos nestes tipos de atividades é considerada uma alternativa plausível para que os discentes desenvolvam a prática do trabalho em equipe, tenham acesso aos laboratórios da instituição e ganhem autonomia no tocante às suas pesquisas. 2

Pois, como bem ressalta Castellar (2005), é preciso investir na didática ou na metodologia de ensino para que a aprendizagem aconteça: Tenho como pressuposto que a solução para essas questões [melhoria do ensino/aprendizagem] está na didática ou na metodologia do ensino, ou seja, como o conteúdo é desenvolvido, levando em consideração o processo de aprendizagem escolar, como o aluno adquire seu conhecimento e como constrói os conceitos científicos. Nesse sentido o resultado da aprendizagem é consequência desse processo. (CASTELLAR, 2005, P. 43) No entanto, muitas vezes, observa-se que os professores não consegue acompanhar de perto as atividades realizadas nos laboratórios, necessitando do suporte de um monitor ou estagiário capaz de contribuir no desenvolvimento destas atividades, além de facilitar a comunicação entre ambas às partes envolvidas no processo de ensino, visando melhorar o aprendizado. Desse modo, o objetivo deste artigo consiste em relatar as experiências da docência assistida na disciplina de sedimentologia do curso de graduação em geografia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Para tanto, foram utilizados como instrumentos metodológicos leituras direcionadas a temática do estágio docência, fotografias das atividades realizadas junto aos alunos e a compilação das metodologias aplicadas em sala de aula, campo e laboratório aliadas às observações e informações concedida pelos discentes. NOTAS SOBRE AS ATIVIDADES REALIZADAS NO ESTÁGIO DOCÊNCIA EM SEDIMENTOLOFIA NO CURSO DE GEOGRAFIA DA UFRN Nesta seção, foram abordadas as atividade desenvolvidas ao longo da disciplina sedimentologia, junto aos alunos do curso de Geografia da UFRN, destacando os pontos positivos e negativos de cada intervenção, pois de acordo com Tardif (2002), esses pontos devem ser identificados na prática do estágio por se tratar de uma situação nova e pelo fato das instituições de ensino (particulares e públicas - município, estado e federal) não estarem 3

preparadas para receber estagiários. Destarte, dentre as atividades escolhidas para o desenvolvimento do estágio docência supervisionado em sedimentologia, destacam-se: Planejamento de atividade didático-pedagógica; Aplicação de Avaliação; Plantão de dúvidas; Atuação em aula teórica e/ou prática e Correção de Avaliação. Atividade 1: Planejamento de atividade didático-pedagógica O planejamento de atividades didático-pedagógicas foi realizado no decorrer do período que a docente assistida atuou. Sempre que possível, a professora Zuleide Lima procurava dialogar a respeito do conteúdo que seria ministrado, além de apresentar as sugestões bibliográficas para os temas. O planejamento para as atividades de campo e atividades extra sala de aula também foram contemplados, através da elaboração de roteiros de campo contendo três fases: fase pré-campo (aula sobre o tema em pauta e leitura de bibliografias), fase campo (atividade prática) e fase pós-campo (elaboração de relatório e exposição do filme produzido) (Figura 01 e 02 A e B). Desse modo, assim como Cavalcanti (2011), entende-se que a atividade de campo é avaliada como um instrumento didático-pedagógico sendo de fundamental importância para a ciência geográfica, uma vez que, através dela, os geógrafos se aproximam da realidade, identificando os elementos do espaço, edificando e reconhecendo o conhecimento geográfico adquirido ao longo de sua experiência acadêmica. 4

Figura 01: Roteiro de atividade de campo - Parque das Dunas Natal-RN. Fonte: Joyce Ferreira. Figura 02: Aulas de campo: A - Parque das Dunas 04/09/2013 e B - Rio Potengi (Projeto Barco Escola Chama-Maré) 06/09/2013 5

As atividades extra sala de aula se resumiram a apresentação de dois filmes ( Yellowstone: como nasceu o nosso planeta e Men of rock: a história do planeta ) (Figura 03 A e B). Ao final de cada filme foi realizada uma reflexão sobre os temas elencados, além disso foram aplicados questionários sobre os filmes, sendo que um deles contou como atividade avaliativa. Foram realizadas também práticas de laboratório onde os alunos responderam ao exercício proposto pela docente assistida. Figura 03: A - Aula extra sala de aula. B - Exibição do filme - Men of rock: a história do planeta. 27/08/2013. No tocante as dificuldades encontradas durante o planejamento das aulas pode-se destacar o curto tempo destinado ao planejamento, uma vez que estagiária e docente se reuniam apenas duas vezes por semana por duas hora, fazendo com que as atividades fossem planejadas por meio virtual (uso de e- mails); e a falta de comprometimento de poucos alunos no tocante ao desempenho de atividades que foram planejadas pelas docentes. Atividade 2: Aplicação de Avaliação Como metodologia de avaliação foram utilizados seminários sobre os tipos de ambientes de deposição sedimentar (desértico, glacial, fluvial, lacustre,deltaico, lagunar, estuarino, praia e maré) (Figura 04 A e B); questionários sobre os filmes ( Yellowstone: como nasceu o nosso planeta e 6

Men of rock: a história do planeta ); atividades práticas laboratoriais; relatórios sobre aula de campo no Rio Potengi; e elaboração de filmes sobre atividade de campo realizada no Parque das Dunas. Para atribuição de notas a estas atividades, foram selecionados alguns critérios de avaliação junto a professora Zuleide Lima, objetivando orientar a pontuação das atividades. Ao final, comparando as avaliações, pôde-se perceber que as notas atribuídas tanto pela docente assistida quanto pela professora da disciplina eram coerentes e assim, pode-se dizer que esta metodologia de avaliação foi bem sucedida. Figura 04: A - Orientação da Prof.ª Dr.ª Zuleide Lima para elaboração dos seminários. 11/09/2013. B - apresentação de seminários. 25/09/2013. Alguns entraves foram encontrados durante as avaliações, principalmente, a limitação dos alunos no que se refere às referências bibliográficas, ou seja, a falta de pesquisa bibliográfica perante os assuntos abordados nos seminários. Outro ponto que merece evidência e que foi identificado em alguns trabalhos foi a retirada de grandes trechos de livros e sites sem sua devida referência. Todavia, tais problemas foram questionados e discutidos em sala de aula para que não tornasse a acontecer. Destaca-se também o grande volume de atividades que foi gerado no decorrer do período em que a estagiária atuou, tornando-se muito cansativa e demorada a correção de todo material. Atividade 3: Plantão de dúvidas 7

Esta atividade foi contemplada, principalmente, aos términos das aulas. Porém a maior parte das dúvidas estavam relacionadas a prazos de entrega de trabalhos, como realizar as atividades e raramente as dúvidas eram sobre os conteúdos relativos às aulas. Os alunos, especificamente, procuravam auxílio no que tange a elaboração das apresentações dos seminários e às práticas laboratoriais pessoalmente, através do e-mail que a estagiária criou para turma e por redes sociais. Notou-se que os discentes que tiravam dúvidas sobre o que fora citado apresentaram melhor desempenho no desenvolvimento da disciplina. A maior dificuldade encontrada foi a pouca procura dos alunos para suprir suas dúvidas no que tange o assunto repassado. No entanto, ressalta-se que a participação em sala de aula sempre acontecia, o que diminuía a quantidade de dúvidas e questionamentos. Atividade 4: Atuação em aula teórica e/ou prática A atuação da docente assistida em aulas teóricas foi bastante significativa para o aprendizado da mesma, tanto no que se refere ao conteúdo da disciplina quanto as observações das práticas docentes da professora Zuleide Lima. Como mencionado no plano de iniciação à docência assistida, a atuação da estagiária voltou-se a anotações de conteúdos e observação do comportamento dos alunos em sala de aula. Tais observações contribuíram muito para o entendimento do perfil da turma, o que contribuiu significativamente no momento em que a estagiária assumiu o comando da sala. Foram ministradas quatro aulas teóricas e práticas no laboratório de geografia física da UFRN, que tiveram um resultado muito positivo no que tange o interesse dos alunos. As aulas foram práticas e participativas, onde notou-se que muitos puderam revisar e tirar dúvidas no tocante ao conteúdo provido pela professora. Durante as aulas foi aplicado o seguinte exercício (Figura 05): 8

Figura 05: Atividade de Laboratório. 10/10/2013. As dificuldades encontradas no desenvolvimento desta intervenção foram o atraso de alguns alunos em virtude do horário das aulas (dois primeiros horários do turno matutino - 7:00h às 8:40h - das quintas e sextas), prática considerada corriqueira no decorrer de todo semestre. Notou-se, também, que alguns alunos ofereceram resistências às atividades práticas, no entanto a docente assistida chamou atenção dos mesmos e resolveu junto a professora atribuir nota a atividade prática, o que fez com que os alunos voltassem aos laboratório para realizar os exercícios com mais cautela (Figura 06). 9

Figura 06: Aula prática de laboratório: Tipos de rochas e classificação de rochas sedimentares. Aula ministrada pela docente assistida. 18/10/2013. Atividade 5: Correção de Avaliação Durante a correção das avaliações foi percebido que os alunos, com raras exceções, procuravam entregar as atividades nos prazos estipulados. Acredita-se que com o acompanhamento da maioria das aulas por parte da docente assistida foi possível corrigir as atividade com pouca dificuldade. Com as atividades em mãos, a maior dificuldade em lidar com as mesmas foi a grande quantidade por se tratar de uma turma relativamente grande (27 alunos) e com muitas atividades direcionadas. Muitos exercícios foram realizados no decorrer do semestre e registrou-se dificuldades na organização, datas de entrega e distribuição de notas, o que se refletiu na demora no lançamento das notas no Sigaa (Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas). Além disso, algumas vezes sentiu-se falta de um feedback por parte da professora em relação a atuação da estagiária mediante a correção de alguns exercícios avaliativos. Considerações Finais 10

Ao final do estágio docência na disciplina de sedimentologia algumas reflexões a respeito desta experiência prazerosa, porém árdua, mas considerada válida, puderam ser tecidas. Participar do Curso de Iniciação a Docência (CID) foi importante na formação enquanto estudante de mestrado em Geografia, ao passo que o CID possibilitou ao discente entender, ainda que sob uma ótica superficial, o trabalho de um docente acadêmico e como às vezes é difícil lidar com alguns problemas relativos a profissão. A turma de sedimentologia em sua maioria é composta por jovens que por vezes demonstram imaturidade em seus deveres, no entanto são muito ativos e participativos. Surgiram alguns problemas com poucos alunos em relação ao cumprimento de atividades propostas, mas que no final todos fizeram e conseguiram atingir seus objetivos. No tocante a relação com a professora Zuleide Lima que acompanhou este estágio pode-se dizer que conviveu-se bem durante este período, no qual o aprendizado foi obtido em sala de aula, em atividades de práticas de laboratório e de campo, além de aprender a lidar com o Sigaa docente. Por fim, é válido frisar que a atuação do professor (a) que recebe o estagiário deveria ser revista pela UFRN, uma vez que muitos dos colegas de turma que realizaram estágio no mesmo período sentiram-se prejudicados no que se refere a receptividade do docente, assim, sugere-se um curso de introdução de discentes de pós-graduação à docência para os professores ligados à algum programa de pós-graduação, afim de que saibam como inserir os estagiários em atividades, compartilhar experiências com outros professores que já tenham recebido estagiários e lidar com situações envolvendo o docente assistido e suas horas de atividades prestadas. REFERÊNCIAS 11

CASTELLAR, Sônia. A psicologia genética e a aprendizagem no Ensino de geografia. In: CASTELAR. Sônia. (org) Educação geográfica: teoria e práticas docentes. São Paulo: Contexto, 2005. p. 38-50. CAVALCANTI, Agostinho Paula Brito. Abordagem metodológica do trabalho de campo como prática pedagógica em Geografia. Santa Maria: Geografia Ensino & Pesquisa, v. 15, n.2, maio./ago. 2011. Disponível em: https://periodicos.ufsm.br/geografia/article/view/7371/4410. Acesso: 19/02/2018 às 13:00h. KULCSAR, Rosa. O estágio supervisionado como atividade integradora. IN: FAZENDA, Ivani Catarina Arantes [et all]; PICONEZ, Stela C. Bertholo (Coord.). A prática de ensino e o estágio supervisionado. Campinas-SP: Papirus, 19991. PIMENTA, Selma Garrido; LIMA, Maria Socorro Lucena. Estágio e Docência. São Paulo: Cortez, 2004. TARDIF, Maurice. Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis: Vozes, 2002. TEIXEIRA, W. et al (Org.). Decifrando a Terra. São Paulo: Oficina de Textos, 2000. 12