ÉTICA MÉDICA. Código de Ética Médica - Resolução do Conselho Federal de Medicina n , de 17 de setembro de 2009

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Transcrição:

AULA 29 ÉTICA MÉDICA Código de Ética Médica - Resolução do Conselho Federal de Medicina n. 1.931, de 17 de setembro de 2009

COLTRI, Marcos; DANTAS, Eduardo. Comentários ao código de ética médica. 2. ed. Rio de Janeiro : GZ, 2012. DECIO, Policastro. Código de processo ético-profissional. 2. ed. Minas Gerais : Del Rey, 2014. FREIRE, Henrique et al. Profissões da saúde: bases éticas e legais. Rio de Janeiro : Revinter, 2006. SANTOS, Nivea Cristina Moreira. Legislação profissional em saúde: conceitos e aspectos éticos. São Paulo : Erica, 2014.

Hipócrates - pai da Medicina e da Ética Médica. Juramento Hipocrático

"Eu juro, por Apolo médico, por Esculápio, Hígia e Panacea, e tomo por testemunhas todos os deuses e todas as deusas, cumprir, segundo meu poder e minha razão, a promessa que se segue:

Estimar, tanto quanto a meus pais, aquele que me ensinou esta arte; fazer vida comum e, se necessário for, com ele partilhar meus bens; ter seus filhos por meus próprios irmãos; ensinar-lhes esta arte, se eles tiverem necessidade de aprendê-la, sem remuneração e nem compromisso escrito; fazer participar dos preceitos, das lições e de todo o resto do ensino, meus filhos, os de meu mestre e os discípulos inscritos segundo os regulamentos da profissão, porém, só a estes.

Aplicarei os regimes para o bem do doente segundo o meu poder e entendimento, nunca para causar dano ou mal a alguém.

A ninguém darei por comprazer, nem remédio mortal nem um conselho que induza a perda. Do mesmo modo não darei a nenhuma mulher uma substância abortiva.

Conservarei imaculada minha vida e minha arte. Não praticarei a talha, mesmo sobre um calculoso confirmado; deixarei essa operação aos práticos que disso cuidam.

Em toda casa, aí entrarei para o bem dos doentes, mantendo-me longe de todo o dano voluntário e de toda a sedução, sobretudo dos prazeres do amor, com as mulheres ou com os homens livres ou escravizados

Àquilo que no exercício ou fora do exercício da profissão e no convívio da sociedade, eu tiver visto ou ouvido, que não seja preciso divulgar, eu conservarei inteiramente secreto.

Se eu cumprir este juramento com fidelidade, que me seja dado gozar felizmente da vida e da minha profissão, honrado para sempre entre os homens; se eu dele me afastar ou infringir, o contrário aconteça."

Moral Ética Direito

Diretos dos Médicos - Capítulo II Indicar o procedimento adequado ao paciente, observadas as práticas cientificamente reconhecidas e respeitada a legislação vigente.

Responsabilidade profissional - Capítulo III É vedado ao médico: Art. 1º - Causar dano ao paciente, por ação ou omissão, caracterizável como imperícia, imprudência ou negligência.

É vedado ao médico: Art. 3º - Deixar de assumir responsabilidade sobre procedimento médico que indicou ou do qual participou, mesmo quando vários médicos tenham assistido o paciente.

É vedado ao médico: Art. 4º - Deixar de assumir a responsabilidade de qualquer ato profissional que tenha praticado ou indicado, ainda que solicitado ou consentido pelo paciente ou por seu representante legal.

É vedado ao médico: Art. 14 - Praticar ou indicar atos médicos desnecessários ou proibidos pela legislação vigente no País.

Direitos humanos - Capítulo IV Art. 22 [É vedado ao médico]: Deixar de obter consentimento do paciente ou de seu representante legal após esclarecê-lo sobre o procedimento a ser realizado, salvo em caso de risco iminente de morte.

É vedado ao médico Art. 24 - Deixar de garantir ao paciente o exercício do direito de decidir livremente sobre sua pessoa ou seu bem-estar, bem como exercer sua autoridade para limitá-lo.

Capítulo V - Relação com paciente e familiares É vedado ao médico: Art. 31 - Desrespeitar o direito do paciente ou de seu representante legal de decidir livremente sobre a execução de práticas diagnósticas ou terapêuticas, salvo em caso de iminente risco de morte.

É vedado ao médico: Art. 32 - Deixar de usar todos os meios disponíveis de diagnóstico e tratamento, cientificamente reconhecido e a seu alcance, em favor do paciente.

É vedado ao médico: Art. 34 - Deixar de informar ao paciente o diagnóstico, o prognóstico, os riscos e os objetivos do tratamento, salvo quando a comunicação direta possa lhe provocar dano, devendo, nesse caso, fazer a comunicação a seu representante legal.

É vedado ao médico: Art. 38 - Desrespeitar o pudor de qualquer pessoa sob seus cuidados profissionais.

É vedado ao médico: Art. 39 - Opor-se à realização de junta médica ou segunda opinião solicitada pelo paciente ou por seu representante legal.

Relação entre médicos - Capítulo VII É vedado ao médico: Art. 52 - Desrespeitar a prescrição ou tratamento de paciente, determinados por outro médico, mesmo quando em função de chefia ou auditoria, salvo em situação de indiscutível benefício para o paciente, devendo comunicar imediatamente o fato ao médico responsável.

É vedado ao médico: Art. 53 - Deixar de encaminhar o paciente que lhe foi enviado para procedimento especializado de volta ao médico assistente e, na ocasião, fornecer-lhe as devidas informações sobre o ocorrido no período em que por ele se responsabilizou.

Sigilo profissional - Capítulo IX É vedado ao médico: Art. 73 - Revelar fato de que tenha conhecimento em virtude do exercício de sua profissão, salvo por motivo justo, dever legal ou consentimento, por escrito, do paciente.

Parágrafo único - Permanece essa proibição: a) Mesmo que o fato seja de conhecimento público ou o paciente tenha falecido;

b) quando de seu depoimento como testemunha. Nessa hipótese, o médico comparecerá perante a autoridade e declarará seu impedimento;

c) na investigação de suspeita de crime, o médico está impedido de revelar segredo que possa expor paciente a processo penal.

É vedado ao médico: Art. 74 - Revelar sigilo profissional relacionado a paciente menor de idade, inclusive a seus pais ou representantes legais, desde que o menor tenha capacidade de discernimento, salvo quando a não revelação possa acarretar dano ao paciente.

Documentos médicos - Capítulo X É vedado ao médico: Art. 86 - Deixar de fornecer laudo médico ao paciente ou seu representante legal quando aquele for encaminhado ou transferido para continuação do tratamento médico ou em caso de solicitação de alta.

É vedado ao médico: Art. 87 - Deixar de elaborar prontuário médico legível para cada paciente.

2º - O prontuário médico estará sob a guarda do médico ou da instituição que assiste o paciente.

É vedado ao médico: Art. 88 - Negar, ao paciente, acesso a seu prontuário, deixar de lhe fornecer cópia quando solicitada, bem como deixar de lhe dar explicações necessárias à sua compreensão, salvo quando ocasionarem riscos ao próprio paciente ou a terceiros.

É vedado ao médico: Art. 89 - Liberar cópias do prontuário sob sua guarda, salvo quando autorizado, por escrito, pelo paciente, para atender ordem judicial ou para a sua própria defesa.

1º - Quando requisitado judicialmente o prontuário será disponibilizado ao perito médico nomeado pelo juiz.

2º - Quando o prontuário for apresentado em sua própria defesa, o médico deverá solicitar que seja observado o sigilo profissional.

Case jurídico Estrutura da petição inicial

Fundamentação Legal Art. 1º, inc. III, da Constituição Federal, art. 15 do Código Civil, o art. 6º, inc. III, do CDC, o art. 51, incs. IV e XV, do CDC, art. 4º, inc. V, da Resolução do Consu n. 08/1998 e arts. 39, 86 e 88 do Código de Ética Médica.