TributAção LEGISLAÇÃO TRIBUNAIS DIREITO COMENTADO. Agosto de 2014 - Edição nº 94



Documentos relacionados
A nova Consolidação das Regras para Compensação de Tributos Federais: In nº 1.300/12

ECF DIPJ INCLUÍDA NO SPED

TributAção. Outubro de Edição nº 108

1. O que é ECF? 2. Obrigatoriedade; 3. Prazo de Entrega; 4. Informações e Estrutura; 5. Penalidades; 6. Considerações Finais.

Abrangência: Esse programa abrange:

LEI Nº /2011 (MP 540/2011) ORIENTAÇÕES PRÁTICAS - DESONERAÇÃO FOLHA DE PAGAMENTO TI/TIC

Encontrei as seguintes possibilidades razoáveis de recursos: 57- Sobre a Tarifa Externa Comum (TEC), é incorreto afirmar que:

Parecer Consultoria Tributária de Segmentos Transferência de Crédito de ICMS de Fornecedor Optante do Simples Nacional

A empresa formalizou consulta acerca da utilização de créditos relacionados à entrada de combustíveis, aos seguintes termos, em síntese:

Medida Provisória 627/13 Giancarlo Matarazzo

Legal Letter. Destaques. Justiça invalida multas em pedidos. Confaz autoriza estados a excluir. Estado não pode vedar crédito de

Instrução Normativa RFB n 1.353/13 MAIO DE 2.013

ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL FISCAL (ECF)

06/04/2011. Convênio ICMS nº 143, de 15 de dezembro de Institui a Escrituração Fiscal Digital EFD. Ato Cotepe ICMS 09/2008

empresas constantes de seus anexos, de acordo com o Estado da Federação em que estava localizado o contribuinte.

ANO XXII ª SEMANA DE ABRIL DE 2011 BOLETIM INFORMARE Nº 17/2011 PIS/PASEP/COFINS IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURÍDICA

INFORMATIVO JURÍDICO

Poder Judiciário JUSTIÇA FEDERAL Seção Judiciária do Paraná 2ª TURMA RECURSAL JUÍZO C

INFORMATIVO JURÍDICO

Parecer Consultoria Tributária Segmentos Crédito diferencial de alíquota no Ativo Imobilizado - SP

O novo regramento dos lucros no exterior: controladas e coligadas. Daniele Souto Rodrigues Mestre PUC/SP e doutoranda USP

LEI Nº , DE 13 DE MAIO DE LEI DE CONVERSÃO DA MEDIDA PROVISÓRIA Nº 627, DE 11 DE NOVEMBRO DE ALTERAÇÕES NA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA

Na mesma data, também foi publicada a Instrução Normativa RFB nº 1.576/2015, que alterou a Instrução Normativa nº 1.491/2014.

CIRCULAR Nº Art. 2º Esta Circular entra em vigor na data de sua publicação. Este texto não substitui o publicado no DOU e no Sisbacen.

ECF Considerações Iniciais

DIFERENCIAL DE ALÍQUOTA - Hipóteses de Incidência, Cálculo e Formas de Recolhimento. Matéria elaborada com base na Legislação vigente em:

67. As ME e EPP, optantes ou não pelo Simples Nacional, podem emitir que tipo de nota fiscal?

ESTADO DO ACRE SECRETARIA DE ESTADO DA FAZENDA DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA DEPARTAMENTO DE GESTÃO DE AÇÃO FISCAL NOTA TÉCNICA

Redução Juros sobre Multa Punitiva. Redução Multa Punitiva. Parcela Única 60% 60% 75% 75% - N/A

TERCEIRO SETOR, CULTURA E RESPONSABILIDADE SOCIAL

O controle de renúncia de receitas

Impacto fiscal. Depois de quase dois anos de longos debates entre empresas,

INFORMATIVO JURÍDICO

AGENDA TRIBUTÁRIA FEDERAL: DEZEMBRO DE ADE CODAC Nº 37, DE 20/11/2015

ENTIDADES DO TERCEIRO SETOR E REGIME TRIBUTÁRIO PROF. SERGIO MONELLO

PERGUNTAS E RESPOSTAS - EQUALIZAÇÃO DE ALÍQUOTAS DECRETOS nºs 442/2015 E 953/2015 ÍNDICE

DICAS DE ECONOMIA TRIBUTÁRIA - PJ Por Júlio César Zanluca Verifique se as dicas se aplicam ou não a sua empresa, pois pode haver restrições quanto a

INFORMATIVO. Dispensa de IR sobre as contribuições do participante de 01/01/89 a 31/12/95

escolha opção resolução Senado Federal 13/2012

Adoção Inicial dos arts. 1º a 70 da Lei /2014. Lei /14 e IN RFB 1.515/14

Parecer Consultoria Tributária Segmentos Diferencial de alíquota para produtos com destino industrialização

MARAFON & FRAGOSO ADVOGADOS. pmarafon@marafonadvogados.com.br Fone

COMISSÃO MISTA PARA DISCUSSÃO DA LEGISLAÇÃO DA MICRO EMPRESA E EMPRESA DE PEQUUENO PORTE

DECRETO Nº 2.525, DE 4 DE SETEMBRO DE Institui o Programa de Recuperação de Créditos da Fazenda Estadual REFAZ e dá outras providências.

expert PDF Trial Escrituração Contábil Digital Elaborado por: José Sérgio Fernandes de Mattos

Tributação em bases universais: pessoas jurídicas

Lei reabre Refis da crise e institui novos programas /ROTEIRO E CONDIÇÕES PARA ADESÃO

ESCLARECIMENTOS E ORIENTAÇÕES AOS PARTICIPANTES DO PLANO DE CONTRIBUIÇÃO DEFINIDA SISTEMA FIEMG

TributAção. Novembro de 2013 Edição Extraordinária. MP 627/13 Regime tributário com o fim do RTT

CIRCULAR Nº Art. 3º Divulgar as folhas anexas, necessárias à atualização da CNC. - Carta-Circular 2.201, de 20 de agosto de 1991;

IRPJ. Lucro Presumido

Tratamento fiscal dos royalties em operações nacionais e internacionais. Giancarlo Chamma Matarazzo

CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DO RIO GRANDE DO SUL PALESTRA SPED FISCAL REGRAS GERAIS

ANEXO 18 ESCRITURAÇÃO FISCAL DIGITAL - EFD

O GOVERNADOR DO ESTADO DO ACRE CAPÍTULO I DA DEFINIÇÃO

Resumo Socion das configurações no JB Cepil para geração da ECF

Parecer Consultoria Tributária Segmentos DEREX Declaração decorrentes a recursos mantidos no exterior.

PERGUNTAS FREQUENTES NOVO REGIME DE TRIBUTAÇÃO DE IMPOSTO DE RENDA:

WHITE PAPER AS EMPRESAS PERNAMBUCANAS ESTÃO PREPARADAS PARA O SPED FISCAL?

SUPERINTENDÊNCIA DE SEGUROS PRIVADOS

SUMÁRIO. 5- Certificação Digital e Procuração para a RFB

MINISTÉRIO DA FAZENDA PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PARCELAMENTO TRIBUTÁRIO

SIMULADO PFN I (Tributário e Processo Tributário) Prof. Mauro Luís Rocha Lopes Dezembro de 2015

Parecer Consultoria Tributária Segmentos EFD ICMS/IPI Registro 1110 Operações de Exportação Indireta

PARCELAMENTO DE TRIBUTOS FEDERAIS REFIS DA COPA

Lei nº n /2009 Portaria Conjunta PGFN/RFB nº n 02/2011

EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL

CAPÍTULO II TRATAMENTO TRIBUTÁRIO APLICÁVEL

Operações de Combinações de Negócios e Ágio

CLIPPING INFORMATIVO DESTAQUES 29/10 a 07/11/2013 LEGISLAÇÃO

EFD PIS COFINS ESCRITURAÇÃO FISCAL DIGITAL

Sumário. (11)

Relacionamos abaixo os temas que serão abordados:

SIMPLES NACIONAL DEVOLUÇÃO DE MERCADORIAS TRATAMENTO FISCAL

Opção pelo Simples Nacional /12/2014. Confira abaixo as principais informações sobre o processo de Opção pelo Simples Nacional.

Lei /14 Valmir Oliveira 18/03//2015

TributAção LEGISLAÇÃO TRIBUNAIS DIREITO COMENTADO. Julho de Edição nº 93. MP 651 Questões tributárias (p.02)

CARGA TRIBUTÁRIA ANO 2013

Alterações tributárias na lei nº /2015

CONCURSO PÚBLICO FICHA DE RESPOSTA AO RECURSO CARGO: TÉCNICO DA FAZENDA MUNICIPAL

INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 949, DE 16 DE JUNHO DE 2009 (DOU DE )

SPED Contábil. ECD Escrituração Contábil Digital. Vera Lucia Gomes 28/08/2008 ABBC. 1

REGIME ESPECIAL DE TRIBUTAÇÃO

DIREITO FINANCEIRO E TRIBUTÁRIO

CIRCULAR Medida Provisória 252/05

CURSO PRÁTICA CONTÁBIL - CFOP Otávio Martins de Oliveira Júnior Diretor Assuntos Técnicos e Jurídicos Goiânia - Goiás - 21/08/2013

Palestra em 30 de julho de Custódio Barbosa Diretor do TI RIO e representante da FENAINFO (Federação Nacional das Empresas de Informática)

>Lei nº 9.615, de 24 de Março de Institui normas gerais sobre desporto e dá outras providências.

TributAção. Novembro de Edição nº 97. STJ e Guerra Fiscal: jurisprudência favorável aos contribuintes (pag. 04).

Boletim Mensal - Novembro/2015

ARQUIVO ATUALIZADO ATÉ 29/11/2011

INFORMATIVO JURÍDICO

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

Art. 2º Fica suspenso o pagamento da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins incidentes sobre a receita bruta da venda, no mercado interno, de:

(*) RESOLUÇÃO 13 DO SENADO FEDERAL (1ª versão )

IMPOSTOS SOBRE O LUCRO! Imposto de Renda e Contribuição Social! As alterações mais recentes da legislação da Contribuição Social

Exceção: Art. 156, 3º, II, CF c/c LC 116/03 Vedação da incidência de ISS na exportação de serviços para o exterior.

ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL XVII EXAME DE ORDEM UNIFICADO

MINUTA LEI ANISTIA / LEI Nº

Transcrição:

TributAção Agosto de 2014 - Edição nº 94 LEGISLAÇÃO Novas regras de Escrituração Contábil Fiscal (p.02) Sai regulamento do pagamento de parcelamentos tributários com prejuízo fiscal e base negativa da CSL (p.02) Parecer COSIT/RFB nº 7/2014 trata de concomitância entre processo administrativo e judicial tributário (p.03) Guerra Fiscal e o Convênio CONFAZ nº 70/14 (p.03) Zona Franca de Manaus é prorrogada até 2073 (p.03) TRIBUNAIS Solução de Consulta da Receita trata de transferência de créditos fiscais em operação de cisão parcial: (p. 05) STF debate repercussão geral da apropriação de créditos de ICMS relativos ao inadimplemento de usuário de serviços de telecomunicações (p.05) DIREITO COMENTADO Receita Federal define posicionamento sobre compensação de IR pago sobre serviços prestados fora do Brasil (p.06) CAMEX regulamenta concessão de Ex-tarifário (p.04) CONFAZ autoriza novos programas de parcelamento e concessão de desconto (p.04) Este Boletim foi redigido meramente para fins de informação e debate, não devendo ser considerado opinião legal para qualquer operação ou negócio específico. 2014. Direitos autorais reservados a Pinheiro Neto Advogados. TRIBUTAÇÃO é elaborado mensalmente pela Área Tributária de PINHEIRO NETO ADVOGADOS, composta por 111 integrantes, sendo 15 sócios, 4 consultores, 73 associados e 19 estagiários.

ALTERAÇÕES LEGISLATIVAS RELEVANTES Novas regras relativas de Escrituração Contábil Fiscal Em 14.8.2014, a Receita Federal do Brasil publicou as Instruções Normativas nºs 1.486 e 1.489 alterando as regras da Escrituração Contábil Digital (ECD) e da Escrituração Contábil Fiscal (ECF) no âmbito do SPED. Pela IN 1.486, as empresas que apuram Imposto de Renda pelo lucro real estão obrigadas a adotar a ECD em relação aos fatos contábeis ocorridos no ano de 2013. Até então, estavam obrigadas só quanto aos fatos contábeis ocorridos a partir de 1º.1.2014. Determinou-se, ainda, que a adoção da Escrituração Fiscal Digital, nos termos do Ajuste SINIEF nº 02/2009, dispensa a elaboração, registro e autenticação de Livros de Inventário e Registro de Entrada, desde que informados por meio da referida Escrituração. Além disso, as empresas não estão mais obrigadas a elaborar e entregar os arquivos digitais previstos na IN 86/2001. A ECF passa a ser considerada como o próprio Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR) para as empresas que apuram IR com base no lucro real. Não é preciso escriturar o LALUR em meio físico, nem entregar a Declaração de Informações Econômico- Fiscais (DIPJ). A IN 1.489 também estabeleceu que, no caso de não apresentação da ECF ou apresentação tardia ou com incorreções ou omissões, as empresas que apuram Imposto de Renda com base no lucro real se sujeitam às multas previstas no art. 8º-A do Decreto-Lei nº 1.598/1977, enquanto as demais empresas continuam sujeitas às multas previstas no art. 57 da Medida Provisória nº 2.158-35/2001. Note-se que as multas por falta de apresentação ou apresentação tardia previstas no mencionado Decreto-Lei nº 1.598/1977 (0,25% do lucro líquido por mês, limitada a 10%) são mais gravosas do que aquelas dispostas na MP nº 2.158-35/2001 (R$ 500,00 a R$ 1.500,00 por mês). Por fim, além das empresas que apuram Imposto de Renda com base no lucro real, que apuram com base no lucro presumido que distribuírem lucros ou dividendos e as empresas imunes e isentas, as Sociedades em Conta de Participação também passaram a ser obrigadas a adotar a ECD em relação aos fatos contábeis ocorridos a partir de 1º.1.2014. As empresas optantes pelo SIMPLES Nacional não estão obrigadas a adotar a ECD. Sai regulamento do pagamento de parcelamentos tributários com prejuízo fiscal e base negativa da CSL Conforme noticiamos na Edição Extraordinária de 22.8.2014 desse Boletim, foi divulgada a Portaria Conjunta da RFB/PGFN nº 15/2014, regulamentando o art. 33 da Medida Provisória nº 651/2014, que permite o pagamento antecipado de saldo remanescente de parcelamentos de débitos tributários (inclusive o Refis da Crise) vencidos até 31.12.2013, com utilização de prejuízo fiscal e base negativa da CSL. Para maiores informações: (Clique aqui) -2-

Parecer COSIT/RFB nº 7/2014 dispõe sobre concomitância entre processo administrativo e judicial tributário Foi publicado o Parecer COSIT/RFB nº 7, de 27.8.2014, tratando da concomitância entre processo administrativo fiscal e processo judicial com o mesmo objeto. Ele dispõe que a propositura, pelo contribuinte, de qualquer ação contra a Fazenda Pública com o mesmo objeto do processo administrativo fiscal implica renúncia às instâncias administrativas, ou desistência de eventuais defesas e recursos interpostos. Quando contiver objeto mais abrangente do que o judicial, o processo administrativo deve ter seguimento em relação à parte que não esteja sendo discutida judicialmente. Além disso, a decisão judicial terminativa, ainda que posterior ao fim da tramitação na esfera administrativa, prevalece, mesmo que aquela tenha sido desfavorável ao contribuinte e esta lhe tenha sido favorável. Por fim, a renúncia tácita às instâncias administrativas não impede que a Fazenda Pública dê prosseguimento normal a seus procedimentos, devendo proferir decisão formal, declaratória da definitividade da exigência discutida ou da decisão recorrida, sendo irrelevante que o processo judicial tenha sido extinto sem resolução do mérito. Ressalte-se, contudo, que se um processo judicial é encerrado sem julgamento de mérito, isso não implica em condenação da parte e análise do mérito pelo Judiciário. Portanto, também não deveria acarretar na renúncia às instâncias administrativas. Fica o alerta. O parecer será utilizado como argumento para deixarem de analisar impugnações e recursos administrativos e enviarem o débito para inscrição em dívida ativa e cobrança executiva. Guerra Fiscal e o Convênio CONFAZ nº 70/14 Em 30.7.2014, foi publicado o Convênio ICMS nº 70, que indica a intenção de 21 Estados e do Distrito Federal em aplicar determinadas regras gerais para a celebração de outros Convênios ICMS sobre a concessão de remissão e anistia de créditos tributários relativos a incentivos e benefícios, fiscais e financeiros, vinculados ao ICMS autorizados ou concedidos pelas unidades federadas sem aprovação do CONFAZ. Mais informações no Boletim Extraordinário de agosto de 2014 (Clique aqui) Zona Franca de Manaus é prorrogada até 2073 Em 6.8.2014, foi publicada a Emenda nº 83, prorrogando a vigência da Zona Franca de Manaus até 2073. Incluiu-se o art. 92-A no Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, assegurando, por mais 50 anos, a sua vigência, que se encerraria em 2023. -3-

CAMEX regulamenta concessão de Ex-tarifário Em 15.8.2014, foi publicada a Resolução nº 66, da Câmara de Comércio Exterior (CAMEX), com novas regras para a apresentação dos pedidos de redução de alíquota do Imposto de Importação (I.I.) de bens de capital e de informática sob o regime de Ex-tarifário. Revogando a Resolução nº 17/2012, introduziu-se modificações nos processos de solicitação, análise e concessão de Extarifários. Dentre as novidades, a previsão de (i) regulamentação mais detalhada dos procedimentos previstos para o Ex-tarifário como um todo (prazos aplicáveis, consultas públicas sobre existência de produção nacional via internet, apresentação de contestação, vistas e obtenção de cópias do processo, etc); (ii) prazos definidos para que as partes se manifestem e possam sanar determinadas irregularidades; (iii) possibilidades de alteração, renovação e revogação de Extarifários, bem como do pedido de reconsideração quando o pleito for indeferido. Com o novo regime, após a concessão do Extarifário para determinado bem, a eventual alteração de sua classificação na NCM não deverá invalidar a aplicação da redução de alíquota atrelada ao Ex-tarifário anteriormente concedido, desde que preservada a plena identificação entre o bem importado e a descrição constante do Ex-tarifário. Dessa forma, as empresas que pretendem apresentar pedidos de redução de alíquota do I.I. com amparo no referido regime deverão estar atentas à nova regulamentação. CONFAZ autoriza a abertura de novos programas de parcelamento e concessão de desconto O Conselho Nacional de Política Fazendária (CONFAZ) aprovou dois novos convênios autorizando a criação de novos programas de parcelamento e concessão de descontos pelos Estados do Rio de Janeiro e Amapá. Os convênios ainda aguardam regulamentação pelos respectivos Estados. Abaixo, um quadro com a situação dos programas de parcelamento atualmente existentes ou que aguardam regulamentação no País: Estado Convênio Regulamentação Adesão Acre Convênio ICMS nº 144, de 17.12.2012 Decreto nº 7299/2014, de 3.4.2014. Adesão até 30.6.2014 Até 30.6.2014 Amapá Convênio ICMS nº 98, de 15.8.2014 Amazonas Convênio ICMS nº 57, de 13.6.2014 Decreto nº 35.108, de 22.8.2014. Adesão até 31.8.2014 Até 31.8.2014 Distrito Federal Convênio ICMS nº 26, de Espírito Santo Convênio ICMS nº 56, de 2.6.2014-4-

Estado Convênio Regulamentação Adesão Goiás Convênio ICMS nº 26, de Lei nº 18.459, de 5.5.2014 e IN nº 1.182, de 9.5.2014 (i) Até 30.3.2024, em se tratando de crédito tributário inscrito em dívida ativa até 31 de dezembro de 2007; (ii) Até 31.10.2014, nas demais situações. Mato Grosso Convênio ICMS nº 24, de Paraíba Convênio ICMS nº 47, de 22.4.2014 Rio de Janeiro Convênio ICMS nº 95, de 15.8.2014 São Paulo Convênio ICMS nº 59, de 13.6.2014 Decreto nº 60444/2014, de 13.5.2014 Até 29.8.2014 Tocantins Convênio ICMS nº 31, de DIREITO TRIBUTÁRIO NOS TRIBUNAIS Solução de Consulta da Receita Federal trata da transferência de créditos fiscais em operação de cisão parcial Segundo a Solução de Consulta COSIT nº 99.001/2014, na transferência de créditos fiscais através de operação de cisão parcial, a utilização dos respectivos créditos pela empresa incorporadora do acervo cindido só será admitida se a operação tiver sido realizada com finalidade econômica, ou seja, razões econômicas verdadeiras. Para o Fisco, os créditos transferidos em operação de cisão parcial sem finalidade econômica são equiparados a créditos de terceiros, sem que possam ser utilizados pela empresa incorporadora do acervo cindido. STF debate repercussão geral da apropriação de créditos de ICMS quanto ao inadimplemento de usuário serviços de telecom O Supremo Tribunal Federal reconheceu a repercussão geral do debate sobre a apropriação de créditos de ICMS decorrentes de prestação de serviços de telecomunicações em que tenha sido verificado o inadimplemento completo dos usuários. -5-

A questão é relevante, pois o pagamento do ICMS sobre operações que não tenham sido adimplidas pelos usuários implica em elevados custos relacionados a operações que não beneficiaram o contribuinte, em afronta aos princípios da não cumulatividade e da capacidade contributiva. DIREITO TRIBUTÁRIO COMENTADO Receita define compensação de IR pago sobre serviços prestados fora do Brasil Gustavo Andrejozuk Associado de Pinheiro Neto Advogados A Receita Federal do Brasil (RFB), pela Solução de Divergência Cosit nº 8/2014, pacificou o entendimento sobre a possibilidade de compensação, no Brasil, do IR pago sobre a prestação de serviços, no exterior, por empresas brasileiras optantes pelo regime de lucro presumido. A RFB não havia pacificado o seu posicionamento com relação ao tema, vez que a Solução de Consulta nº 159/2013 da SRRF da 9ª Região Fiscal, assinalava pela possibilidade de compensação, ao passo que a Solução de Consulta nº 429/204 da SRRF da 10ª Região Fiscal, vedava tal hipótese. A fim de esclarecer o assunto, a Cosit indicou que, a princípio, a Lei 9.249/95 permitia a compensação do IR pago no exterior sobre lucros, rendimentos e ganhos de capital quando estes fossem computados no lucro real da empresa, ou seja, excluindo desta possibilidade os contribuintes optantes pelo lucro presumido. Em seguida, a Lei 9.430/96 passou a permitir que tal compensação fosse feita também com relação a receitas decorrentes da prestação de serviços efetuada diretamente em território estrangeiro novamente, desde que estas pessoas fossem optantes pelo lucro real, nos mesmos termos da Lei 9.249/95. A Cosit, então, indica que posteriormente, com a publicação da Lei 9.718/98, tornaram-se obrigadas à opção pelo lucro real as empresas que tivessem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior. Com isso, as regras à época levavam à conclusão de que as empresas que possuíssem lucros, rendimentos e ganhos de capital no exterior estariam obrigadas ao lucro real, podendo compensar o IR pago sobre tais rendimentos, nos termos da Lei 9.249/95. Por outro lado, empresas que não auferissem tais rendimentos, mas prestassem serviços diretamente no exterior, poderiam optar pelo lucro presumido, sem, contudo, poder compensar o IR eventualmente pago sobre a receita decorrente destes serviços no exterior, em razão da vedação trazida pela Lei 9.249/95, que permitiria tal compensação somente aos optantes pelo lucro real. Este era o posicionamento da RFB à época, conforme aponta o seu Ato Declaratório Interpretativo nº 5/2001. Ao analisar o assunto, contudo, a Cosit indicou uma exceção a estas regras: trata-se da hipótese de serviços prestados por empresas optantes pelo lucro presumido diretamente em países com os quais o Brasil tenha celebrado convenção para evitar a dupla tributação. Tal vedação surgiria, pois, nada obstante as vedações e impedimentos trazidos pela legislação brasileira. A RFB entende que o -6-

princípio da especialidade, trazido no art. 98 do CTN, determina que estas convenções prevaleceriam às regras nacionais, de modo que, caso os seus textos permitam a compensação do IR pago no exterior sem especificar o regime de tributação da empresa brasileira, esta poderá compensá-lo com o IR pago naquele país sobre a receita decorrente da prestação de serviços lá realizada, ainda que optante pelo regime do lucro presumido. A Solução de Divergência Cosit nº 8 conclui que as empresas optantes pelo lucro presumido que prestem serviços diretamente no exterior somente poderão compensar o IR pago no exterior caso haja convenção para evitar a dupla tributação celebrada entre o Brasil e o país em que se prestaram tais serviços que permita tal compensação. Como se nota, ainda que a Solução de Divergência Cosit nº 8 tenha reformado a Solução de Consulta nº 159/2013 da SRRF da 9ª Região Fiscal, o seu teor não é de todo contrário aos contribuintes, na medida em que a RFB construiu uma linha de raciocínio que permitiu uma exceção à vedação imposta pela legislação nacional à compensação de IR pago no exterior por optantes pelo lucro presumido baseando-se, para tanto, na interpretação de convenções para evitar a dupla tributação celebradas pelo Brasil. Este situação, além de ser vantajosa às empresas optantes pelo lucro presumido que prestem serviços para partes residentes em países com os quais o Brasil tenha celebrado tais convenções, é relevante, pois também representa um posicionamento da própria RFB reconhecendo e aplicando o princípio da especialidade dos tratados internacionais sobre a legislação interna, ainda que tal interpretação não seja favorável aos interesses fiscais. Vale destacar, por fim, que a Solução de Divergência Cosit nº 8 foi publicada já sob a vigência da Instrução Normativa RFB 1.396/2013, possuindo caráter vinculante no que toca à sua aplicação pela RFB e podendo respaldar qualquer contribuinte que o aplique em seu favor. O Informativo TributAção é publicado mensalmente pelos profissionais que integram a Área Tributária de Pinheiro Neto Advogados. Sócios da Área Tributária: São Paulo: Sérgio Farina Filho, Marcelo Mazon Malaquias, Ricardo Luiz Becker, Luciana Rosanova Galhardo, Mauro Berenholc, Eduardo Carvalho Caiuby, Luiz Roberto Peroba Barbosa, Tércio Chiavassa, Marcelo Marques Roncaglia, Giancarlo Chamma Matarazzo, Flávio Veitzman e Jorge N. F. Lopes Jr. Rio de Janeiro: Carlos Henrique T. Bechara, Marcos de Vicq de Cumptich e Emir Nunes de Oliveira Neto. Colaboraram com esta edição: Eduardo Carvalho Caiuby, Tércio Chiavassa, Luiz Roberto Peroba Barbosa, Rodrigo Correa Martone, Diego Caldas Rivas de Simone, Otavio Henrique de Castro Bertolino, Luiz Fernando Dalle Luche Machado, William Roberto Crestani, Tiago Moreira Vieira Rocha, Mariana Monte Alegre de Paiva, Jose Marcio Rebolho Rego Filho, Gustavo Andrejozuk, Mariana Monfrinatti Affonso de Andre e Camila Macedo Simao RUA HUNGRIA, 1.100, 01455-906 SÃO PAULO, SP T.: +55 (11) 3247-8400 F.: +55 (11) 3247-8600 BRASIL RUA HUMAITÁ, 275, 16º ANDAR 22261-005 RIO DE JANEIRO, RJ T.: +55 (21) 2506-1600 F.: +55 (21) 2506-1660 BRASIL SAFS QUADRA 2, BLOCO B, 3º ANDAR, ED. VIA OFFICE, 70070-600, BRASÍLIA, DF T.: +55 (61) 3312-9400 F.: +55 (61) 3312-9444 BRASIL PNA@PN.COM.BR WWW.PINHEIRONETO.COM.BR -7-