AGENTES PÚBLICOS. Agentes Públicos - Conceito

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Transcrição:

AGENTES PÚBLICOS Agentes Públicos - Conceito Conceito: São todas as pessoas incumbidas, definitiva ou transitoriamente, com ou sem remuneração do exercício de alguma função estatal, política ou jurídica. Art. 2º, Lei nº 8.429/92 - Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior. Segundo Maria Sylvia Di Pietro Agente público é toda pessoa física que presta serviços ao Estado e às pessoas jurídicas da Administração Indireta. 1

Agentes Públicos - Espécies Agente Público é um gênero, do qual são espécies: a) Agente Político; b)agente Administrativo (Servidores Públicos Estatutário, Celetista e Temporário); c) Agente Honorífico; d) Agente Credenciado; e) Agente Delegado. f) Agente Público Voluntário (voluntários sponte propria ) g) Militares (EC Nº 18/98) Espécies - Agentes Políticos São os componentes do Governo nos seus primeiros escalões, investidos em cargos, funções, mandatos ou comissões, por nomeação, eleição, designação ou delegação para o exercício de atribuições constitucionais (Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário). Como regra são retribuídos sob a forma de subsídio e possuem regime jurídico próprio, diferentemente do servidor ocupante de cargo efetivo. Exemplo: Presidente da República, Ministros, Vereadores, Deputados, Senadores, Membros dos Tribunais de Contas e diplomatas. (Hely Lopes Meirelles) 2

Agentes Políticos Maria Sylvia Zanellla di Pietro, seguindo Celso Antônio Bandeira de Mello, afirma que agentes políticos seriam apenas os titulares de cargos estruturais da organização política do país, exercendo atividades de governo (desempenham funções políticas). Portanto, seriam apenas os Chefes do Poder Executivo e seus auxiliares diretos e os membros do Poder Legislativo. Logo, os Juízes e Membros do Ministério Público estariam excluídos. Espécies - Agentes Administrativos São os investidos em cargos ou empregos públicos, com retribuição pecuniária, em regra por nomeação e excepcionalmente por contrato de trabalho. São Agentes Administrativos: a)servidores Públicos (efetivos ou em comissão); sujeito ao regime estatutário e ocupantes de cargos públicos b) Contratados por tempo determinado (art. 37, IX da CF/88); atender necessidade temporária de excepcional interesse público exercem a função sem vínculo com cargo ou emprego público. c) Contratados sob o regime de emprego (lei 9.962/2000); d) Empregados Públicos celetistas - ocupantes de emprego público. 3

Agentes Administrativos ou Servidor Público ou Estatal Maria Sylvia Zanellla di Pietro, bem como Celso Antônio Bandeira de Mello, não empregam o termo agentes administrativos; utilizam os termos servidor público e servidor estatal incluindo, assim, todos os detentores de cargo ou emprego público na Administração Direta ou Indireta, abrangendo autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista. Espécies - Agentes Honoríficos São cidadãos, que por sua condição cívica são convocados, designados ou nomeados para prestar, transitoriamente, determinados serviços ao Estado. Não são servidores públicos, mas exercem temporariamente a função pública. São convocados, designados ou nomeados transitoriamente em razão de sua honorabilidade ou notória capacidade técnica. Não estão sujeitos às regras constitucionais referentes à proibição de acumulação de cargos, empregos e funções públicas. Exemplo: Mesário de processo eleitoral, jurados... 4

Espécies - Agentes Credenciados São os que recebem a incumbência da Administração para representá-la em determinado ato ou praticar certa atividade específica, mediante remuneração do Poder Público credenciante. (Hely Lopes Meirelles) Portanto agem em nome do Estado, sendo este responsável por seus atos. Exemplo: Médico cooperativado credenciado para trabalhar em Hospital público. Espécies Agentes Delegados São os particulares que recebem, por delegação do Estado, a incumbência da execução de determinada, atividade, obra ou serviço público e o realizam em nome próprio, por sua conta e risco, segundo as regras e fiscalização da Administração. Portanto, os mesmos são responsáveis por seus atos, assim como os entes da Administração Pública. Exemplo: Concessionária e Permissionária de serviço público, os serviços notariais, os leiloeiros, os tradutores a remuneração que recebem não é paga pelos cofres públicos, mas pelos usuários dos serviços. Art. 236, da CF/88 os serviços notariais e de registro são exercidos em caráter privado, por delegação do Poder Público. 5

Agentes Públicos O serventuários de ofícios e cartórios não são servidores públicos, apesar da exigências de concurso público. O Supremo Tribunal Federal já tinha asseverado que a eles não se aplica a aposentadoria compulsória aos 70 anos de idade (agora 75 anos, vide Lei Complementar nº 152/2015) Respondem civil e penalmente nos moldes do art. 37, 6º, da CF/88 que abrange as pessoas jurídicas de direito público, bem como as pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público. Têm responsabilidade objetiva no tocante aos danos causados a particulares. Nesse caso, a responsabilidade do Estado é subsidiária, ou seja, a obrigação de pagar a indenização surge apenas se o particular for insolvente. Espécies - Agente Público Voluntário: (voluntários sponte propria) Aquele que se oferece para atuar, espontaneamente, a serviço do estado sem que haja contraprestação por parte do estado. Exemplo: Amigos da Escola. 6

Espécies - Militares São os Membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros dos Estados, Distrito Federal e Territórios, bem como os membros das Forças Armadas, (Marinha, Exército e Aeronáutica). Sistema Estatutário Vantagens próprias Até a Emenda Constitucional nº 18/98, os militares eram tratados como "servidores militares". A partir da referida emenda, excluiu-se, em relação a eles, a denominação de servidores, o que, consequentemente, gerou a categoria de agente público, denominada, militares. Art. 42 e 142 da CF/88 Agentes Públicos Maria Sylvia Zanellla di Pietro classifica de forma diferente. A professora divide os agentes públicos em quatro categorias: 1) Agentes Políticos alto escalão dos Poderes Executivo e Legislativo. 2) Servidores Públicos Servidores estatuários e celetistas da Administração Direta e Indireta. 3) Militares 4) Particulares em colaboração com o Poder Público aqui estão os agentes delegados, honoríficos e os credenciados que se divide em: a) Delegação do Poder Público - Empregados da empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, os que exercem os serviços notariais, os leiloeiros, os tradutores a remuneração que recebem não é paga pelos cofres públicos, mas pelos usuários dos serviços. b) Requisição, Nomeação ou designação - Para o exercício de funções públicas relevantes jurados em julgamentos convocados para a prestação de serviço militar e eleitoral e etc. c) Gestores de Negócios - Aqueles que assumem determinada função pública de forma emergencial, sem autorização da Administração Pública. Exemplo: Epidemia, enchentes e incêndios, qualquer pessoa do povo que realize uma prisão em flagrante 7

Agentes Públicos Gestores de Negócios - Aqueles que assumem determinada função pública de forma emergencial, sem autorização da Administração Pública. Exemplo: Epidemia, enchentes e incêndios, qualquer pessoa do povo que realize uma prisão em flagrante Situação diversa é a do agente de fato putativo, que, de má-fé, se faz passar por agente público. usurpação de função pública (Art. 328, do CP) Agentes Públicos - Súmulas Súmula nº 15, STF Dentro do prazo de validade do concurso, o candidato aprovado tem o direito à nomeação, quando o cargo for preenchido sem observância da classificação. Súmula nº 16, STF Funcionário nomeado por concurso tem direito à posse. Súmula nº 17, STF A nomeação de funcionário sem concurso pode ser desfeita antes da posse. Súmula nº 18, STF - Pela falta residual, não compreendida na absolvição pelo juízo criminal, é admissível a punição administrativa do servidor público. 8

Agentes Públicos - Súmulas Súmula nº 19, STF - É inadmissível segunda punição de servidor público, baseada no mesmo processo em que se fundou a primeira. Súmula nº 20, STF - É necessário processo administrativo com ampla defesa, para demissão de funcionário admitido por concurso. Súmula nº 21, STF - Funcionário em estágio probatório não pode ser exonerado nem demitido sem inquérito ou sem as formalidades legais de apuração de sua capacidade. Súmula nº 22, STF - O estágio probatório não protege o funcionário contra a extinção do cargo. Agentes Públicos - Súmulas Súmula nº 683, STF - O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face do art. 7º, XXX, da Constituição, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido. Súmula nº 684, STF - É inconstitucional o veto não motivado à participação de candidato a concurso público. Súmula nº 686, STF - Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público (agora súmula vinculante nº 44/STF) Súmula nº 685, STF - É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido. 9

Agentes Públicos Além da previsão em lei, o STJ e o STF exigem outros requisitos à validade do teste psicotécnico. Assim, para que seja válido em concursos públicos, o exame psicotécnico deverá cumprir os seguintes requisitos: a) o exame precisa estar previsto em lei e no edital; b) deverão ser adotados critérios objetivos no teste; c) deverá haver a possibilidade de o candidato prejudicado apresentar recurso contra o resultado. Agentes Públicos - Jurisprudência Nesse sentido: (...) 2. Exame psicotécnico. Previsão em lei em sentido material. Indispensabilidade. Critérios objetivos. Obrigatoriedade. 3. Jurisprudência pacificada na Corte. Repercussão Geral. Aplicabilidade. 4. Questão de ordem acolhida para reconhecer a repercussão geral, reafirmar a jurisprudência do Tribunal, negar provimento ao recurso e autorizar a adoção dos procedimentos relacionados à repercussão geral. STF. Plenário. AI 758.533-QO-RG, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 13/8/2010; STJ. 2ª Turma. AgRg no REsp 1404261/DF, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 11/02/2014. (Grifei) 10

Agentes Públicos Idade da aposentadoria compulsória dos agentes públicos (Art. 40 da Constituição Federal) A Emenda Constitucional de número 88/2015, conhecida como PEC da Bengala, alterou a idade da aposentadoria compulsória dos agentes públicos para 75 anos, na forma de lei complementar 152/2015. Agentes Públicos Pensão por morte dos servidores públicos Federais (Artigos 215 a 225 da Lei 8.112/90) Altera os dispositivos da Lei 8.112/90 e transforma a pensão vitalícia em exceção, fazendo com que o tempo de duração da pensão por morte, utilize a expectativa de vida do Beneficiário (a). Em outras palavras, quanto mais jovem o beneficiário, menos tempo ele perceberá o benefício. 11

Idade do Beneficiário Até 20 anos De 21 a 26 anos De 27 a 29 anos De 30 a 40 anos De 41 a 43 anos Acima de 44 anos Se inválido Duração do Benefício pensão por morte Recebe por 3 anos Recebe por 6 anos Recebe por 10 anos Recebe por 15 anos Recebe por 20 anos Vitalícia Vitalícia Agentes Públicos Alteração do limite para consignação em folha dos servidores públicos federais (Art.45 da Lei 8.112/90). O art. 45 da Lei 8.112/90 foi alterado pela Lei 13.172/2015, modificando o limite de consignação em folha de pagamento em favor de terceiros. Agora, o valor total do desconto não pode exceder a 35% da remuneração mensal do servidor, sendo 5% destinados exclusivamente para a amortização de despesas contraídas por meio de cartão de crédito ou para a utilização com a finalidade de saque por meio do cartão de crédito. 12

Agentes Públicos Proibição de tatuagem a candidato de concurso público é inconstitucional, decide STF - (Recurso Extraordinário (RE) 898450) Por maioria, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), em sessão desta quartafeira (17 de Agosto), julgou inconstitucional a proibição de tatuagens a candidatos a cargo público estabelecida em leis e editais de concurso público. Foi dado provimento ao Recurso Extraordinário (RE) 898450, com repercussão geral reconhecida, em que um candidato a soldado da Polícia Militar de São Paulo foi eliminado por ter tatuagem na perna. Editais de concurso público não podem estabelecer restrição a pessoas com tatuagem, salvo situações excepcionais, em razão de conteúdo que viole valores constitucionais, foi a tese de repercussão geral fixada. ATOS ADMINISTRATIVOS DIREITO ADMINISTRATIVO - PROFESSOR ALEXANDRE PRADO 13

Atos Administrativos - Introdução ATO Imputável ao homem FATO Decorre de acontecimentos naturais, que independem do homem ou que dele dependem apenas indiretamente. FATO JURÍDICO Quando o fato corresponde a descrição contida na norma legal e produz efeitos no mundo do direito(ex facto oritur ius). ATOS DA ADMINISTRAÇÃO são atos praticados pelo Poder Público sob o amparo do direito privado. Neste caso, a Administração é tratada igualitariamente com o particular. A rigor, todo ato praticado no exercício da função administrativa é ato da Administração. É o caso, por exemplo, da permuta, compra e venda, locação, doação etc FATO DA ADMINISTRAÇÃO Se o fato não produz qualquer efeito no direito administrativo, mas ocorrem no âmbito da Administração Pública. Ex. O tombo de um juiz dentro do gabinete. DIREITO ADMINISTRATIVO - PROFESSOR ALEXANDRE PRADO ATOS ADMINISTRATIVOS - CONCEITO ATO ADMINISTRATIVO é definido como a declaração do Estado ou de quem o represente, que produz efeitos jurídicos imediatos, com observância da lei, sob regime jurídico de direito público e sujeita a controle pelo poder judiciário. Decorrem da função administrativa, exercidos pela Administração Pública em sentido estrito. Poder ser próprio (típico) ou impróprio (atípico). ATOS ADMINISTRATIVOS NOMEAÇÃO prover o cargo EXONERAÇÃO extinguir ORDEM DE SERVIÇO modificar DELEGAÇÃO DE FUNÇÃO transferir DIREITO ADMINISTRATIVO - PROFESSOR ALEXANDRE PRADO 14

Atos Administrativos Conceitos Doutrinários Elementos presentes no conceito: - Manifestação de vontade; - Praticada pela Administração Pública ou por quem lhe faça às vezes; - Sob o regime de direito público com prerrogativas em relação ao particular; - Submissão ao controle judicial. - Efeito jurídico - Unilateralidade ATO JURÍDICO X ATO ADMINISTRATIVO CARACTERÍSTICAS ATO JURÍDICO ATO ADMINISTRATIVO PARTES/SUJEITO CAPAZES+LEGÍTIMOS COMPETENTE FINALIDADE/VONTADE LIVRE INTERESSE PÚBLICO FORMA PRESCRITA OU NÃO PROIBIDA EM LEI NOS TERMOS DA LEI MOTIVO LIVRE DE FATO/DE DIREITO OBJETO LICITO+POSSÍVEL+DETERMI NADO OU DETERMINÁVEL LÍCITO RESULTADO A SER ALCANÇADO. 15

REQUISITOS OU ELEMENTOS DE VALIDADE CO FI FO MO OB MPETÊNCIA NALIDADE RMA TIVO JETO SUJEITO CAUSA CONTEÚDO DIREITO ADMINISTRATIVO PROFESSOR ALEXANDRE PRADO 31 31 ANULÁVEL NULO COMPETÊNCIA FINALIDADE FORMA MOTIVO OBJETO Conferida ao Agente Para a Pratica De Determinada Atribuição Exercício obrigatório Irrenunciável Imprescritível Imodificável Intransferível Inderrogável Pode ser delegada ou avocada nos termos da lei Objetivo a ser alcançado pelo ato administrativo Finalidade Geral: Buscar o interesse público Finalidade específica: vinculado Objetivo direto e imediato Como o ato de exterioriza (Formalização) Regra Geral: Escrita, mas admite outras formas. A ausência de motivação, quando obrigatória acarreta vício de forma Causa Imediata do Ato Situação de Fato Situação de Direito Vício: Motivo inexistente e Motivo Ilegítimo Conteúdo Material do Ato Administrativo Objeto Não previsto em Lei, diferente, impossível ou Proibido Discricionário/ Vinculado 16

Lei 4.717/65 Art. 2º, Parágrafo único. Para a conceituação dos casos de nulidade observar-se-ão as seguintes normas: a) a incompetência fica caracterizada quando o ato não se incluir nas atribuições legais do agente que o praticou; b) o vício de forma consiste na omissão ou na observância incompleta ou irregular de formalidades indispensáveis à existência ou seriedade do ato; c) a ilegalidade do objeto ocorre quando o resultado do ato importa em violação de lei, regulamento ou outro ato normativo; d) a inexistência dos motivos se verifica quando a matéria de fato ou de direito, em que se fundamenta o ato, é materialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao resultado obtido; e) o desvio de finalidade se verifica quando o agente pratica o ato visando a fim diverso daquele previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência. 33 Atos administrativos - Motivação TEORIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES- Como regra, todos os atos administrativos, vinculados ou discricionários, devem ser motivados em observância aos princípios da Transparência e da Segurança Jurídica. Verifica-se, que autorizada doutrina afirma ser indispensável a motivação também nos atos vinculados. MOTIVAÇÃO MOTIVO - Todo ato administrativo deve ter motivo, mas nem todo ato terá motivação (poucas exceções - quando a lei dispensar ou se a natureza do ato for com ela incompatível), exemplo: Cargo em comissão livre nomeação/livre exoneração. Pode exonerar sem motivar a razão, não precisa exteriorizar. 17

Atos administrativos - Motivação A Teoria dos Motivos Determinantes foi desenvolvida no Direito francês baseandose na compatibilidade do motivo do ato administrativo com a situação de fato que gerou a manifestação da vontade. Se os motivos forem inexistentes ou falsos o ato deverá ser invalidado, mesmo se a motivação não fosse necessária, com base na Teoria dos Motivos Determinantes, sendo possível um controle de legalidade também pelo Poder Judiciário, exemplo: a exoneração de um cargo em comissão for motivada de forma falsa ou com motivo inexistente tal ato deverá se invalidado. A Motivação do ato administrativo, em regra, deve ser exteriorizada (exteriorização dos motivos) no momento da edição do ato ou anteriormente a ele. O correto é o ato já nascer motivado. E, uma vez realizada passa a fazer parte do ato e vincula, portanto, a validade do ato. Art. 50, da Lei nº 9.784/99 Atos motivados Art. 50, da Lei nº 9.784/99 - Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: I- neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; II- imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções; III- decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública; IV- dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório; V- decidam recursos administrativos; VI-decorramdereexamedeofício; VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais; VIII- importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo. DIREITO ADMINISTRATIVO - PROFESSOR ALEXANDRE PRADO 18

Art. 50, da Lei nº 9.784/99 Atos motivados Art.50,daLeinº9.784/99 1 o A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato. 2 o Na solução de vários assuntos da mesma natureza, pode ser utilizado meio mecânico que reproduza os fundamentos das decisões, desde que não prejudique direito ou garantia dos interessados. DIREITO ADMINISTRATIVO - PROFESSOR ALEXANDRE PRADO PRESENTE EM TODOS OS ATOS PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE AUTOEXECUTORIEDADE TIPICIDADE IMPERATIVIDADE DECORRE DO PRINCIPIO DA LEGALIDADE PRODUZ EFEITOS JURÍDICOS ENQUANTO NÃO DECLARADO INVÁLIDO O PODER JUDICIÁRIO NÃO PODE APRECIAR DE OFÍCIO (EX OFFICIO) INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA EM RAZÃO DA PRESUNÇÃO DE VERACIDADE Presunção relativa Admite-se prova contrária JURIS/ IURIS TANTUM. PERMITE A ADMINISTRAÇÃO POR SEUS ATOS EM EXECUÇÃO SEM A INTERVENÇÃO DO PODER JUDICIÁRIO) É POSSÍVEL QUANDO EXPRESSAMENTE PREVISTO EM LEI E POR MEDIDA DE URGÊNCIA ATRIBUTO CONSEQUENTE DO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE O ATO DEVE CORRESPONDER A FIGURAS PREVIAMENTE DEFINIDAS EM LEI ATRIBUTO NÃO RECONHECIDO POR TODOS OS AUTORES PRESENTE EM ALGUNS ATOS PERMITE A ADMINISTRAÇÃO IMPOR SUA VONTADE, MESMO SEM A CONCORDÂNCIA DO ADMINISTRADO Natureza cogente 19

Atributos dos Atos Administrativos - Doutrina Celso Antônio Bandeira de Mello entende que a autoexecutoriedade divide-se em: a) Exigibilidade b) Executoriedade atos que dependem da própria Administração Pública. Atos administrativos com imperatividade SEMPRE terão exigibilidade, mas não, necessariamente, executoriedade, exemplo: Não é possível para a Administração Pública obrigar um dono estabelecimento a pagar uma multa. Se ele não paga então, será preciso recorrer ao Judiciário para efetivar a execução do valor. Portanto, nem todo ato administrativo possui autoexecutoriedade. DIREITO ADMINISTRATIVO - PROFESSOR ALEXANDRE PRADO Espécies dos Atos Administrativos - NONEP NORMATIVO ORDINATÓRIO NEGOCIAL ENUNCIATIVO PUNITIVO Contém um comando geral e abstrato Exemplos: Regulamento, Decreto, Regimento, Resolução e Deliberação Organizam a Administração, derivam do Poder Hierárquico Exemplos: Portaria, Instrução, Circular, Aviso, Memorando, Ofício, Despacho e Ordem de Serviço Declaram a vontade da Administração em realizar determinado negócio Jurídico ou o deferimento de determinada Faculdade ao particular. A Administração atua com prerrogativas concedidas pela lei, visando ao interesse público. Permitem que a Administração Pública ateste e emita opinião sobre algo. Exemplos: Certidão, Atestado, Parecer e Apostila Exemplos: Permissão, Autorização, Licença, Aprovação, Apreciação, Visto, Homologação, Dispensa e Renúncia Sanção prevista em lei para a aplicação de punição Administrativa com base no seu poder disciplinar (e, nesse caso, serão atos punitivos internos) ou de polícia (terão efeitos externos). Exemplos: Multa, Interdição, destruição 20