3as JORNADAS sobre CONTRATUALIZAÇÃO Participação, Compromisso e Alinhamento A CONTRATUALIZAÇÃO NOS CSP NA ÓTICA DAS UCC UNIDADE DE CUIDADOS NA COMUNIDADE TALABRIGA Fernanda Faleiro 1
O CAMINHO
A UCC Talabriga é uma das Unidades Funcionais do ACES Algarve III-Sotavento, Inaugurada a 11 Outubro 2010, de acordo com o artigo 7.º do Decreto - Lei n.º 28/2008, de 22 de Fevereiro. A sua atividade desenvolve -se com autonomia organizativa e técnica, em intercooperação com as demais Unidades Funcionais do ACES, sem prejuízo da necessária articulação interinstitucional e intersectorial, indispensável ao cumprimento da sua missão.
Área de influência do ACES Sotavento corresponde aos Centros de Saúde de Alcoutim, Castro-Marim, Vila Real de Santo António e Tavira. A UCC funciona nas instalações do Centro de Saúde de Tavira USF Balsa; UCSP Mar; USP; URAP, UAG e DE + CCS. Área geográfica de intervenção da UCC Talabriga corresponde à área do Concelho de Tavira: 606, 97km2; população 26 167 hab. (Censos 2011)
MISSÃO: Contribuir para a melhoria do estado de saúde da população do Concelho de Tavira, visando a obtenção de ganhos em saúde e concorrendo assim, de um modo direto, para o cumprimento da missão do ACES Sotavento.
O Concelho de Tavira estende-se da orla marítima para o interior, estruturado em três sub-regiões: litoral, barrocal e serra. Distribuído por seis freguesias: Tavira (Santa Maria e Santiago), Conceição e Cabanas de Tavira, Luz de Tavira e Santo Estêvão, Santa Catarina da Fonte do Bispo, Santa Luzia e Cachopo.
A UCC presta cuidados de saúde e apoio psicológico e social, de âmbito domiciliário e comunitário a pessoas, famílias, grupos mais vulneráveis, em situação de maior risco ou dependência física e funcional; doença a requerer acompanhamento próximo Atua, ainda, na educação para a saúde, na integração em redes de apoio à família e na implementação de unidades móveis de intervenção A UCC engloba a Equipa de Cuidados Continuados Integrados, prevista no Decreto -Lei n.º 101/2006, de 6 de Junho
COMPROMISSO ASSISTENCIAL Constituído pela prestação de cuidados constantes da carteira de serviços, normalizada (artigo 9º); Formalizado anualmente, mediante carta de compromisso acordada entre o coordenador da UCC e o DE do ACES. ( Despacho n.º 10143/2009 de 16 de abril)
COMPROMISSO ASSISTENCIAL É influenciado por: características sociodemográficas; carências da comunidade; acessibilidade geográfica; horário de funcionamento; cobertura assistencial (com os projetos constantes da carteira de serviços). ( Despacho n.º 10143/2009 de 16 de abril)
As atividades da carteira de serviços da UCC, devem prioritariamente incidir : Contributos para o diagnóstico de saúde da comunidade; Intervenções em programas no âmbito da proteção e promoção de saúde e prevenção da doença na comunidade (ex. PNSE); Projetos de intervenção com pessoas, famílias e grupos com maior vulnerabilidade e sujeitos a fatores de exclusão social ou cultural, pobreza económica, de valores ou de competências, violência ou negligência. ( Despacho n.º 10143/2009 de 16 de abril) Despacho n.º 10143/2009 de 16 de abril
Projetos de intervenção domiciliária com indivíduos dependentes e famílias/cuidadores, no âmbito da RNCCI; Projetos de promoção de estilos de vida saudável com intervenções a nível de programas de saúde já existentes, ou a implementar e desenvolver, em parceria com outras instituições que podem cooperar para a aquisição de hábitos de vida saudáveis da população ao longo do ciclo de vida. (Despacho n.º 10143/2009 de 16 de abril)
CARTEIRA DE SERVIÇOS UCC TALABRIGA Programa Nacional de Saúde Escolar Equipa Cuidados Continuados Integrados (RNCCI) Equipa Comunitária de Suporte em Cuidados Paliativos do ACES Sotavento Unidades Móveis de Cachopo e Santa Catarina Projeto no âmbito da Capacitação do Cuidador Informal: Nobre Cuidar
Projeto no âmbito da Gestão integrada da Doença Crónica: Viver Bem com a Diabetes Projeto na área da Saúde Mental: Positiva Mente (intervenção em grupo vulnerável/desempregados) Projeto Preparação para a parentalidade Visitação ao RN e Puérpera Projeto Literacia em Saúde
EQUIPA MULTIDISCIPLINAR Equipa Enfermeiros, EESMO, EEC Técnico de Serviço Social* Médicos* Psicólogo Dietista* Higienista Oral* Fisioterapeuta Terapeuta Ocupacional* Assistentes Operacionais Assistentes Técnicos (* Afetos a outras Unidades Funcionais do ACES)
PRINCÍPIOS ORIENTADORES PRESTAR CUIDADOS DE SAÚDE Integrados Articulados Diferenciados e de Proximidade à comunidade que serve.
PRINCÍPIOS ORIENTADORES COOPERAÇÃO elementos da equipa para a concretização dos objetivos da acessibilidade, da globalidade e da continuidade dos cuidados de saúde SOLIDARIEDADE E TRABALHO DE EQUIPA AUTONOMIA assente na auto-organização funcional e técnica, visando o cumprimento do plano de ação artigo 4º, Despacho n.º 10143/2009 de 16 de abril
ARTICULAÇÃO COM AS OUTRAS U.F. DO ACES PARCERIA COM ESTRUTURAS DA COMUNIDADE LOCAL autarquia, segurança social, instituições privadas de solidariedade social, associações e outras AVALIAÇÃO CONTÍNUA visa a adoção de medidas corretivas dos desvios suscetíveis de pôr em causa os objetivos do plano de ação e da qualidade dos cuidados GESTÃO PARTICIPATIVA assente num sistema de comunicação e relações com os profissionais, promotores de ganhos de motivação e satisfação profissional artigo 4º, Despacho n.º 10143/2009 de 16 de abril
FAZ-SE CAMINHANDO!
Contratualização: processo longitudinal a todos os níveis da organização e instrumento essencial de uma gestão por objetivos, cuja operacionalização é baseada na: identificação das necessidades em saúde e nos Planos, Nacional, Regionais e Locais de Saúde; definição de um compromisso de resultados; promoção do planeamento e na operacionalização da prestação de serviços, com a necessária identificação e alocação dos recursos (humanos e materiais) disponíveis. (Termos de Referência para Contratualização de Cuidados de Saúde no SNS para 2017, ACSS novembro de 2016)
Contratualização é um claro exemplo de uma Política Adaptativa, dadas as suas caraterísticas: Elevada complexidade, conceptual e metodológica; Grande autonomia funcional e elevada diferenciação dos seus atores; Um contexto em mudança, exigindo monitorização e avaliação contínua e capacidade de se adaptar. (Termos de Referência para Contratualização de Cuidados de Saúde no SNS para 2017, ACSS novembro de 2016)
A sua concretização plena exige uma análise estratégica e prospetiva, e deve garantir aos vários atores: A inclusão e participação; O capacitar para a adaptação e a mudança; A promoção da auto-organização e do funcionamento em rede; A potenciação da inovação; A monitorização contínua e atempada. (Termos de Referência para Contratualização de Cuidados de Saúde no SNS para 2017, ACSS novembro de 2016)
CONTRATUALIZAÇÃO ACES/UCC Desde 2010, até à presente data Contratualização com as UCC tem sido referida em todos os documentos de Metodologia de Contratualização para CSP. Em 2015 Ano 0 ARS Algarve. Em 2016 Início formal da contratualização na ARS Algarve.
Em 2016 não existiram referenciais de metas calculados especificamente para cada UCC Definidos valores mínimos e máximos tecnicamente aceitáveis para a negociação de cada indicador, entre o ACES e a UCC. A definição das metas dos indicadores é dependente da negociação a ser efetuada entre as ARS e os ACES e entre estes e as unidades funcionais que os compõem. Metas exigentes, mas viáveis, com o fim de garantir os melhores resultados em saúde, a motivação dos profissionais e o desenvolvimento organizacional das equipas. (Operacionalização da Metodologia de Contratualização CSP 2016)
INDICADORES CONTRATUALIZADOS (15) Proporção VD enfermagem fim-de-semana e feriado Proporção ute. aval. equip. multip. prim. 48h Número médio visitas domic. por utente, por mês Proporção de turmas abrangidas p/ P. N. S. Escolar Proporção crian./jov. c/ NSE c/ interv. S. Escolar Propor. uten. c/ alta ECCI c/ objet. Atingidos Taxa de efetivid. na prevenção de úlceras pressão
Taxa de cicatrização de úlceras de pressão Taxa incidência de úlcera pressão na ECCI Taxa de resolução da ineficácia/compromisso na GRT Proporção utentes c/ ganhos no controlo da dor Propor. utentes c/ melhoria "depend. autocuid." Proporção utentes integrados ECCI c/ intern. hosp. Taxa de ocupação da ECCI Tempo médio de permanência em ECCI
UM ANO A CAMINHAR
15 indicadores nacionais: ECCI e S. Escolar Pequena representatividade da carteira de serviços da UCC Dificuldade em retirar dados para alguns indicadores contratualizados Proporção crian./jov. c/ NSE c/ interv. S. Escolar Sistema informático de registo (Sclínico) Ainda não adaptado às comunidades (a iniciar processo); Não acessível a todos os perfis profissionais; Falta de uniformização nos registos. Escassez de recursos (humanos e materiais) Viaturas, Enfermeiros (e E.Especialistas) e outros perfis profissionais(área social, reabilitação ).
Rácio existente na UCC: 1 enf. para 25.526 residentes Deveria ser: 1 enf. para 5.000 residentes inerentes às 89 UCC* faltam 700 enfermeiros para garantir as atividades comunitárias evidente carência de enfermeiros e de EE. condiciona a capacidade de resposta (a decorrer processo de mobilidade interna, na ARS Algarve para colmatar esta necessidade) * (Santarém, Lisboa, Évora, Portalegre, Setúbal, Beja e Faro) Unidades de cuidados na comunidade: Presente com futuro! Secção Regional Sul OE. 2014
A componente de cuidados de saúde primários do processo de contratualização de 2017 representa um compromisso social a favor do cidadão e das comunidades ( ) (Termos de Referência para Contratualização de Cuidados de Saúde no SNS para 2017, ACSS novembro de 2016)
Caminhante, são teus rastos o caminho, e nada mais; caminhante, não há caminho, faz-se caminho ao andar. Ao andar faz-se o caminho, e ao olhar-se para trás vê-se a senda que jamais se há de voltar a pisar. Caminhante, não há caminho, somente sulcos no mar Antonio Machado (poeta espanhol 1875-1923) O CAMINHO FAZ-SE CAMINHANDO
BIBLIOGRAFIA Decreto-Lei nº 28/2008 de 22 de fevereiro. Despacho n.º 10143/2009 de 16 de Abril. Ministério da Saúde. Termos de Referência para contratualização de cuidados de saúde no SNS para 2017. ACSS. Ministério da Saúde. Termos de Referência para contratualização de cuidados de saúde no SNS para 2016. ACSS. Ordem dos Enfermeiros. Secção Regional do Sul. Unidades de Cuidados na Comunidade: Presente com Futuro! 2014 Samudio, Ana Paula. Contratualização, Indicadores, Registos. A Realidade. Apresentação Publica. Jornadas Nacionais das UCC no Algarve. Abril 2016. Regulamento Interno UCC Talabriga. Tavira Maia, Elsa. Indicadores de desempenho das Unidades de Cuidados na Comunidade. Um Estudo Exploratório Sobre a Adequabilidade de um Grupo de Indicadores. Tese de Mestrado. UALG 2013
CONTINUANDO A CAMINHAR!