PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

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Tribunal de Justiça de Minas Gerais

Transcrição:

Registro: 2017.0000014139 ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação / Reexame Necessário nº 1000686-50.2014.8.26.0077, da Comarca de Birigüi, em que é apelante VERA LÚCIA ZAMBOTI REBEQUI, é apelado UNIMED DE BIRIGUI COOPERATIVA DE TRABALHO MÉDICO. ACORDAM, em sessão permanente e virtual da 3ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: Negaram provimento ao recurso. V. U., de conformidade com o voto do relator, que integra este acórdão. O julgamento teve a participação dos Desembargadores DONEGÁ MORANDINI (Presidente) e EGIDIO GIACOIA. São Paulo, 23 de janeiro de 2017. Carlos Alberto de Salles Relator Assinatura Eletrônica

3ª CÂMARA DE DIREITO PRIVADO Apelação nº: 1000686-50.2014.8.26.0077 Comarca: Birigui Apelante: Vera Lúcia Zamboti Rebequi Apelada: Unimed de Birigui Cooperativa de Trabalho Médico Juíza sentenciante: Cassia de Abreu VOTO Nº: 9757 DECLARATÓRIA DE INEXIGIBILIDADE DE DÉBITO, INDENIZATÓRIA POR DANO MATERIAL E MORAL. PLANO DE SAÚDE. INTERNAÇÃO. TESTEMUNHA DE JEOVÁ. RECUSA DE CIRURGIA SEM TRANSFUSÃO DE SANGUE. Insurgência contra sentença de improcedência. Sentença mantida. Autorização genérica assinada no ato da internação não prevalece sobre pedido de alta médica, pelo paciente, em razão de recusar transfusão de sangue. Inviável a transferência à seguradora dos ônus decorrentes das crenças religiosas do paciente. Recurso desprovido. Trata-se de ação declaratória de inexigibilidade do débito cumulada com pedidos de indenização por dano material (reembolso de despesas de R$ 30.275,00) e moral decorrentes da transferência do marido da autora de hospital da Unimed Birigui para Unimed Araçatuba, onde seria possível a realização de cirurgia sem a necessidade de transfusão de sangue, cujos pedidos foram julgados improcedentes. Inconformada, apela a autora, sustentando, em suma, que, se o paciente recusa o tratamento proposto, ele deve ser transferido para outra Unimed em que seja possível a realização de cirurgia sem transfusão de sangue. Aduz que havia autorização para a realização da cirurgia mesmo com transfusão, mas o médico responsável cancelou o procedimento, e que a apelante informou no ato da contratação do plano de saúde a sua convicção religiosa. Subsidiariamente, pretende o ressarcimento do valor que seria pago à conveniada. Tendo sido o recurso bem preparado e contrarrazoado (ps. 450/466), encontram-se os autos em termos de julgamento. É o relatório. Não prospera a irresignação. Inicialmente, consigna-se que a alegação de que o Apelação / Reexame Necessário nº 1000686-50.2014.8.26.0077 -Voto nº 2

marido da apelante teria autorizado a realização de procedimento cirúrgico mesmo com a transfusão de sangue é questão de fato que, contudo, não foi mencionada na petição inicial. Sendo assim, e não tendo a apelante sequer aventado a existência de motivo de força maior a impedir a alegação em primeiro grau, não se pode dela conhecer nesta sede (art. 1.014, CPC). A apelante sustenta, ainda, que, se o paciente recusar o tratamento proposto, caberia à operadora de plano de saúde promover sua transferência para hospital da rede credenciada que tivesse condições técnicas de promover a realização do procedimento sem a necessidade de transfusão sanguínea (no caso, de Birigui para Araçatuba) sem custos adicionais para o beneficiário. Sem razão. A alta médica do hospital da apelada, que possibilitou a transferência do paciente para a Unimed Araçatuba, foi feita a pedido do paciente e de seus familiares (p. 91). Como bem destacou a magistrada sentenciante, o marido da apelante foi adequadamente atendido, tendo-lhe sido prestado socorro e proposto tratamento, que somente não foi aceito em razão de suas próprias convicções religiosas as quais, embora mereçam respeito, não autorizam a transferência dos ônus delas decorrentes à seguradora. Nesse sentido: APELAÇÃO. OBRIGAÇÃO DE FAZER C.C. PEDIDO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS. CIRURGIA BARIÁTRICA. Ação ajuizada contra a empresa AMIL Assistência Médica, por Testemunha de Jeová que, já tendo concluído o procedimento pré-operatório, se opôs à eventual transfusão de sangue ou utilização de hemoderivados, dando ensejo ao cancelamento da cirurgia pela equipe médica. Improcedência, carreando ao autor os ônus da sucumbência. Apelo do demandante. Inconsistência do inconformismo. Ausência de ilegalidade da conduta da ré Amil. Inexistência de negativa de cobertura por parte do plano ou mesmo demora em consentir fosse o procedimento realizado. Hipótese de cancelamento de cirurgia já agendada ante a recusa do próprio paciente que, por convicção religiosa, se opôs a eventual transfusão de sangue ou utilização de hemoderivados. Crença religiosa que embora deva ser respeitada, não pode transferir para terceiros os ônus dela decorrentes. Inexistência de dano moral. Comunicação, por parte da empregadora do autor, que dias depois daquele cancelamento, o serviço médico destinado aos empregados seria prestado por outra empresa, Bradesco Saúde, inclusive com Apelação / Reexame Necessário nº 1000686-50.2014.8.26.0077 -Voto nº 3

previsão para tratamentos em andamento, partos ou cirurgias agendadas. Ausência de comportamento desidioso. Ré que não pode ser obrigada a custear eventual nova cirurgia. Contrato de plano de saúde coletivo cancelado após o ajuizamento da ação, por força da dispensa do paciente do quadro de funcionários da empresa estipulante. Direito ao custeio da nova cirurgia que deveria ser discutido com a empregadora do autor e a nova empresa, Bradesco Saúde, que assumiu a responsabilidade pela prestação dos serviços aos empregados. Improcedência dos pedidos. Manutenção da sentença. Negado provimento ao recurso. (TJSP, 3ª Câmara de Direito Privado, apelação nº 1104890-13.2013.8.26.0100, Rel. Des. Viviani Nicolau, j. 16.6.2015 sem destaque no original.) PLANO DE SAÚDE - Negativa de cobertura de cirurgia para extirpação de tumor maligno no pâncreas Intervenção realizada em nosocômio não pertencente à rede credenciada Pretensão de cobertura que se revela descabida Ausência de negativa de tratamento nos hospitais da rede credenciada Prova de que a família da demandante solicitou sua alta desses nosocômios por motivos religiosos Escolha do hospital particular, fora da rede, que se deu em função dos tratamentos ali realizados sem hemoderivados Autora que é testemunha de Jeová e que se recusa a realizar transfusão de sangue Crença religiosa que deve ser respeitada, não ensejando, todavia, a atribuição dos ônus disso decorrentes à requerida Sentença de improcedência mantida Recurso desprovido. (TJSP, 1ª Câmara de Direito Privado, Rel. Des. De Santi Ribeiro, j. 31.1.2012 sem destaque no original.) Dito de outra forma, ao atender o marido da apelada e prestar-lhe socorro, propondo a realização de cirurgia, a apelada cumpriu a obrigação derivada do contrato de plano de saúde vigente entre as partes. A circunstância de o procedimento cirúrgico apenas não ter sido realizado por convicções religiosas do paciente não altera essa conclusão, nem faz surgir para a apelada dever de apresentar ou custear tratamentos alternativos. Não houve qualquer abuso na recusa do médico, eis que inviável a realização de cirurgia sem o consentimento de transfusão de sangue em caso de necessidade, tanto que a própria apelante afirma que seu marido correria risco de morte caso tivesse permanecido no hospital da apelada. Nesse cenário, nenhuma indenização (quer por dano material ou moral) é devida. Ainda, tendo em vista que os gastos cujo Apelação / Reexame Necessário nº 1000686-50.2014.8.26.0077 -Voto nº 4

ressarcimento ora se pretende foram efetuados por convicção do próprio paciente e não por qualquer ato comissivo ou omissivo imputável à apelada inviável o ressarcimento, mesmo que parcial, na forma pretendida no recurso. A decisão de transferir o marido da apelante para outro hospital, fora da área de abrangência de cobertura do plano de saúde, apenas para evitar transfusão sanguínea foi unicamente do paciente e seus familiares, e não é oponível à apelada. Ante o exposto, nega-se provimento ao recurso. CARLOS ALBERTO DE SALLES Relator Apelação / Reexame Necessário nº 1000686-50.2014.8.26.0077 -Voto nº 5