ACÓRDÃO , da Comarca de São Paulo, em que é. apelante OLGA MARIA VIEIRA CARDENAS MARIN, são apelados

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1 Registro: ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos do Apelação nº , da Comarca de São Paulo, em que é apelante OLGA MARIA VIEIRA CARDENAS MARIN, são apelados MAXCASA X EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA. e LPS - BRASIL CONSULTORIA DE IMÓVEIS S/A - LOPES. ACORDAM, em 4ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "Negaram provimento ao recurso. V. U.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão. O julgamento teve a participação dos Exmo. Desembargadores ENIO ZULIANI (Presidente) e NATAN ZELINSCHI DE ARRUDA. São Paulo, 24 de julho de MILTON CARVALHO RELATOR Assinatura Eletrônica

2 Voto nº Apelação n Comarca: São Paulo. Apelante: Olga Maria Vieira Cardenas Marin. Apeladas: MaxCasa X Empreendimentos Imobiliários Ltda. e Outra. Juiz prolator da sentença: Helmer Augusto Toqueton Amaral. COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA. INDENIZAÇÃO E REPETIÇÃO DE INDÉBITO. Corretagem. Prescrição verificada. Incidência do prazo de três anos previsto no art. 206, 3º, IV, CC. Precedentes da jurisprudência. Danos morais decorrentes da alegada abusividade da contratação não constatados. Ademais, pretensão igualmente prescrita. Sentença confirmada. Recurso desprovido. Trata-se de ação de indenização e de repetição de indébito julgada improcedente pela respeitável sentença de fls. 347/350, sob o fundamento de que prescrita a pretensão. Inconformada, apela a autora sustentando que sua pretensão encontra amparo na jurisprudência; que se trata de venda casada; que não se justifica impor o pagamento da verba ao comprador, já que o serviço é prestado em benefício da vendedora; que a prescrição no caso é decenal; e que o ato é nulo, conforme as disposições do Código de Defesa do Consumidor. Requer, assim, seja julgada procedente a pretensão inicial, com a devolução em dobro da importância (fls. 358/374). Houve respostas (fls. 547/567 e 569/577). É o que importa ser relatado. 2/6

3 O recurso não merece provimento. A apelante sustenta que somente suportou o pagamento da corretagem quando celebrou compromisso de compra e venda de unidade habitacional na planta, porque isso lhe foi imposto, tratando-se de venda casada. Afirma que o serviço foi prestado em caráter de exclusividade, mediante parceria entre a corretora e a construtora, não se justificando o repasse do custo ao adquirente. Ainda, porque aplicáveis as disposições do Código de Defesa do Consumidor à relação jurídica, argumenta que é nula a contratação e que não deve incidir o prazo prescricional de três anos, mas sim o decenal, por se tratar de ação de natureza pessoal. Em que pese o inconformismo, de rigor reconhecer que já transcorreu integralmente o prazo prescricional, uma vez que a ação somente foi ajuizada quando passados aproximadamente quatro anos desde o pagamento dos valores discutidos, em agosto de Realmente, aplicável à hipótese o prazo previsto no artigo 206, 3º, inciso IV, do Código Civil, conforme precedentes desta Egrégia Corte, inclusive desta relatoria: Cobrança de serviço de assessoria técnico-imobiliária abusiva. Precedentes. Pedido de restituição de taxas de coordenação e de análise de crédito prescrito. Inteligência do artigo 206, 3º, inciso IV, do Código Civil. Inaplicabilidade do artigo 27 do Código de Defesa do Consumidor à espécie. Danos morais não 3/6

4 configurados. Apelação provida em parte (TJSP, Apelação nº , Rel. Carlos Henrique Miguel Trevisan, 4ª Câmara de Direito Privado, j. 07/03/2013). COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA DE UNIDADE IMOBILIÁRIA EM CONSTRUÇÃO. ATRASO NA ENTREGA DO IMÓVEL. MULTA. INDENIZAÇÃO POR LUCROS CESSANTES. LEGITIMIDADE. CORRETAGEM E SERVIÇO DE ASSESSORIA TÉCNICO-IMOBILIÁRIA. PRESCRIÇÃO. 2. A pretensão à restituição da taxa de corretagem e serviços de assessoria técnico-imobiliária é fundada na vedação ao enriquecimento sem causa. Desta forma, tem incidência o prazo prescricional de três anos previsto no art. 206, 3º, inc. IV, do Código Civil. Ocorrência de prescrição (TJSP, Apelação nº , Rel. Carlos Alberto Garbi, 10ª Câmara de Direito Privado, j. 26/03/2013). Indenização por perdas e danos. Restituição de valor pago a título de prestação de serviços de assessoria e despachante, por ocasião de aquisição de imóvel. Recibo existente envolve a ré e a autora, não havendo vínculo com a construtora/vendedora. Pagamento ocorrera em Ação proposta em Prescrição configurada. Aplicação do artigo 206, 3º, inciso V, do Código Civil. Apelo desprovido (TJSP, Apelação nº , Rel. Natan Zelinschi de Arruda, 4ª Câmara de Direito Privado, j. 13/12/2012). REPETIÇÃO DE INDÉBITO E INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. Processo extinto por ilegitimidade passiva. Alegação de que os valores foram recebidos por pessoas jurídicas diversas. Descabimento. Compra e venda realizada em stand da ré. 4/6

5 Princípio da solidariedade imposto à cadeia de fornecedores no CDC. Devolução de corretagem e assessoria técnico-imobiliária, bem como indenização por danos morais. Prescrição, contudo, verificada. Incidência do prazo de três anos previsto no art. 206, 3º, IV, CC. Precedentes da jurisprudência. Sentença reformada, para extinguir a demanda com resolução de mérito. Recurso desprovido (TJSP, Apelação nº , Rel. Milton Carvalho, 4ª Câmara de Direito Privado, j. 25/07/2013). Não há tampouco que se falar em nulidade da contratação, que é na verdade bastante usual nos contratos de compra e venda. A incidência das disposições do Código de Defesa do Consumidor à relação jurídica em análise não importa reconhecimento da invalidade do negócio celebrado. Assim, em razão do transcurso do lapso prescricional, o pedido de repetição de indébito era mesmo de ser julgado improcedente, com fundamento no artigo 269, inciso IV, do Código de Processo Civil. Com relação aos alegados danos morais, igualmente, já transcorrido o prazo trienal desde que efetuados os pagamentos. Ainda que assim não fosse, como bem apontado na respeitável sentença, não houve qualquer ofensa aos direitos da personalidade na espécie, até porque o pagamento da comissão de corretagem pelo comprador já havia sido avençado pelas partes. Caracteriza-se então mera discussão sobre extensão dos efeitos contratuais, muito distante de ofensa aos direitos (fls. 349). 5/6

6 Nesse sentido, ainda que verificada abusividade, o Egrégio Superior Tribunal de Justiça já decidiu que a inobservância de cláusulas contratuais pode gerar frustração na parte inocente, mas não se apresenta como suficiente para produzir dano na esfera íntima do indivíduo, até porque o descumprimento de obrigações contratuais não é de todo imprevisível (RESP n /RJ, Rel. Min. João Otávio de Noronha, DJ ) (STJ, AgRg-AgRg-Ag /RS, 4ª Turma, Rel. Min. Aldir Guimarães Passarinho Junior, j. 16/09/2010). sentença. Ante o exposto, de rigor a confirmação da respeitável recurso. Por tais fundamentos, nega-se provimento ao MILTON PAULO DE CARVALHO FILHO relator 6/6