DIREITO AMBIENTAL Proteção do meio ambiente em normas infraconstitucionais Parte 4 Prof. Rodrigo Mesquita
DO PROCESSO DE OUTORGA Art. 12. O PODER CONCEDENTE publicará, previamente ao edital de licitação, ato justificando a CONVENIÊNCIA da concessão florestal, caracterizando seu OBJETO e a UNIDADE DE MANEJO. Em outras palavras, a UNIÃO, OS ESTADOS, O DISTRITO FEDERAL, OU OS MUNICÍPIOS, antes de lançar o edital na imprensa oficial respectiva, deverão justificar a conveniência da concessão florestal, bem como seu objeto e unidade de manejo.
DO OBJETO DA CONCESSÃO FLORESTAL Art. 14. A CONCESSÃO FLORESTAL terá como OBJETO a exploração de PRODUTOS e SERVIÇOS FLORESTAIS, contratualmente especificados, em UNIDADE DE MANEJO de floresta pública, com perímetro georreferenciado, registrada no respectivo cadastro de florestas públicas e incluída no LOTE DE CONCESSÃO FLORESTAL. Parágrafo único. Fica instituído o Cadastro Nacional de Florestas Públicas, interligado ao Sistema Nacional de Cadastro Rural e integrado: I - pelo Cadastro-Geral de Florestas Públicas da União; II - pelos cadastros de florestas públicas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Art. 15. O OBJETO de cada concessão será fixado no edital, que definirá os PRODUTOS FLORESTAIS e SERVIÇOS cuja exploração será autorizada. Art. 16. A CONCESSÃO FLORESTAL confere ao concessionário somente os direitos expressamente previstos no contrato de concessão. 1o É vedada a outorga de qualquer dos seguintes direitos no âmbito da concessão florestal: I - titularidade imobiliária ou preferência em sua aquisição; II - acesso ao patrimônio genético para fins de pesquisa e desenvolvimento, bioprospecção ou constituição de coleções;
III - uso dos recursos hídricos acima do especificado como INSIGNIFICANTE, nos termos da Lei no 9.433, de 8 de janeiro de 1997; IV - exploração dos recursos minerais; V - exploração de recursos pesqueiros ou da fauna silvestre; VI - COMERCIALIZAÇÃO DE CRÉDITOS decorrentes da EMISSÃO EVITADA DE CARBONO em florestas naturais. 2o No caso de reflorestamento de áreas degradadas ou convertidas para uso alternativo do solo, O DIREITO DE COMERCIALIZAR CRÉDITOS DE CARBONO poderá ser incluído no objeto da concessão, nos termos de regulamento. 3o O manejo da fauna silvestre pelas comunidades locais observará a legislação específica.
Quis o legislador constituinte limitar o uso dos RECURSOS HÍDRICOS e a EXPLORAÇÃO DOS RECURSOS MINERAIS. O art. 176, da Constituição Federal de 1988, estabelece que as jazidas, em lavra ou não, e demais RECURSOS MINERAIS e os POTENCIAIS DE ENERGIA HIDRÁULICA constituem propriedade distinta da do solo, para efeito de exploração ou aproveitamento, e pertencem à União, garantida ao concessionário a propriedade do produto da lavra.
O 1º, do art.176, da CF/88, estabelece que a pesquisa e a lavra de recursos minerais e o aproveitamento dos potenciais a que se refere o "caput" deste artigo somente poderão ser efetuados mediante autorização ou CONCESSÃO DA UNIÃO, no INTERESSE NACIONAL, por brasileiros ou empresa constituída sob as leis brasileiras e que tenha sua sede e administração no País, na forma da lei, que estabelecerá as condições específicas quando essas atividades se desenvolverem em faixa de fronteira ou terras indígenas.
O art.176 e 2º ao 4º estabelecem que: 2º - É assegurada participação ao proprietário do solo nos resultados da lavra, na forma e no valor que dispuser a lei. 3º A autorização de pesquisa será sempre por prazo determinado, e as autorizações e concessões previstas neste artigo não poderão ser cedidas ou transferidas, total ou parcialmente, sem prévia anuência do poder concedente. 4º NÃO dependerá de autorização ou CONCESSÃO o aproveitamento do potencial de energia renovável de capacidade reduzida.
Art. 17. Os produtos de uso TRADICIONAL e de SUBSISTÊNCIA para as COMUNIDADES LOCAIS serão excluídos do objeto da concessão e explicitados no edital, juntamente com a definição das restrições e da responsabilidade pelo manejo das espécies das quais derivam esses produtos, bem como por eventuais prejuízos ao meio ambiente e ao poder concedente.
DO PROCESSO DE OUTORGA Art. 13. As licitações para CONCESSÃO FLORESTAL observarão os termos desta Lei e, supletivamente, da legislação própria, respeitados os princípios da legalidade, moralidade, publicidade, igualdade, do julgamento por critérios objetivos e da vinculação ao instrumento convocatório.
1o As licitações para CONCESSÃO FLORESTAL serão realizadas na modalidade CONCORRÊNCIA e OUTORGADAS A TÍTULO ONEROSO. 2o Nas licitações para CONCESSÃO FLORESTAL, é vedada a declaração de inexigibilidade prevista no art. 25 da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993