DIREITO AMBIENTAL. Proteção do meio ambiente em normas infraconstitucionais. Gestão das florestas públicas Lei n de 2006 Parte 4

Documentos relacionados
DIREITO AMBIENTAL. Proteção do meio ambiente em normas infraconstitucionais. Recursos Minerais e legislação correlata- Parte 1. Prof.

Nº da aula 05 MINERAÇÃO:

DIREITO AMBIENTAL. Proteção do meio ambiente em normas infraconstitucionais. Gestão das florestas públicas Lei n de 2006 Parte 3

Direito Constitucional

LEGISLAÇÃO MINERÁRIA BRASILEIRA: Avaliação e Perspectivas. ANA SALETT MARQUES GULLI Procuradora-Chefe/DNPM

Aula 05. O objetivo desse código é criar limitações administrativas leis para proteção das florestas.

DIREITO AMBIENTAL. Proteção do meio ambiente em normas infraconstitucionais. Política Nacional de Mudança do Clima- Lei nº 12.

Práticas de controle e fiscalização da CFEM

DIREITO AMBIENTAL. Código Florestal Lei nº /12. Cadastro Ambiental Rural CAR Parte 2. Prof. Rodrigo Mesquita

RESTRIÇÕES À AQUISIÇÃO E ARRENDAMENTO DE IMÓVEIS RURAIS POR EMPRESAS ESTRANGEIRAS

Aula nº. 26. PRA. Concessão Florestal

Regime jurídico da mineração brasileira na vigência do decreto-lei 227/67

A POLÍTICA MINERAL E O NOVO MARCO REGULATÓRIO A DESCENTRALIZÃO DO REGIME DE LICENCIAMENTO MINERAL (?)

Gestor dos Recursos Minerais do Brasil Compete ao Departamento Nacional de Produção Mineral a execução do Código de Mineração e dos seus Diplomas

INSTRUÇÃO NORMATIVA SCL SISTEMA DE COMPRAS, LICITAÇÕES E CONTRATOS Nº 005/2015.

Aula 06. Parte Geral. I Pessoas (continuação) O artigo 176, 1º da CRFB/88 fala das atividades privativas das pessoas jurídicas nacionais.

MINERAÇÃO REGIME LEGAL

DIREITO AMBIENTAL. Sustentabilidade. (Lei nº de 2009)- Parte 4. A sustentabilidade na Política Nacional de Mudança do Clima

DIREITO CONSTITUCIONAL

É o ramo da biologia que estuda as relações entre os seres vivos e o meio ambiente em que vivem, bem como suas recíprocas influências.

MINERAÇÃO E SUA NOVA AGÊNCIA REGULADORA

O Direito Minerário na Constituição de 1988 e seus aspectos jurídicos

CONTEXTUALIZAÇÃO: Art. 20. São bens da União: IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo; (grifei)

EQUACIONAMENTO JURÍDICO E AMBIENTAL DA RENCA VII ENCONTRO DE EXECUTIVOS DE EXPLORAÇÃO MINERAL A AGENDA MINERAL BRASILEIRA ADIMB 29 DE JUNHO DE 2017

Aula nº 05 (Ordem Social, Econômica e Financeira)

DECRETO Nº DE 26 DE ABRIL DE

DIREITO AMBIENTAL. Sustentabilidade. Art. 3 o da Lei nº 8.666/1993 e suas alterações e Decreto nº 7.746/ Parte 2. Prof.

CONGRESSO INTERNACIONAL DE DIREITO MINERÁRIO

DIREITO AMBIENTAL. Proteção do Meio Ambiente em Normas Infraconstitucionais- Mata Atlântica Lei nº /06 Parte 3. Prof.

MINERAÇÃO EM ÁREAS DE PROTEÇÃO AMBIENTAL

Conceitos Sentidos subjetivo e objetivo. Serviços Públicos. Classificação Individuais (uti singuli) Classificação Gerais (uti universi)

Gestor dos Recursos Minerais do Brasil Compete ao Departamento Nacional de Produção Mineral a execução do Código de Mineração e dos seus Diplomas

COMENTÁRIO DAS QUESTÕES DA PROVA PARA AFRE RS BANCA FUNDATEC

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE CONSELHO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE CONSEMA

Princípios Gerais da Atividade Econômica

AULA 06. Ainda sobre a concessão de Florestas, a Lei dispõe, em seu art.7 o :

DECRETO 6.063, DE 20 DE MARÇO DE

DIREITO AMBIENTAL. Proteção do Meio Ambiente em Normas Infraconstitucionais- Mata Atlântica Lei nº /06 Parte 4. Prof.

Art. 1º O Decreto nº 7.892, de 23 de janeiro de 2013, passa a vigorar com as seguintes alterações:

DIREITO AMBIENTAL. Princípios do direito ambiental. Princípio da Ubiquidade. Professora Eliana Khader

MINERAÇÃO REGIME LEGAL

CONGRESSO INTERNACIONAL DE DIREITO MINERÁRIO Oficina 5. Área de interesse minerário e faixa de fronteira Segurança Institucional

DIREITO AMBIENTAL. Código Florestal Lei nº /12. Reserva Legal- Parte 1. Prof. Rodrigo Mesquita

DIREITO AMBIENTAL. Código Florestal Lei nº /12. Reserva Legal Parte 2. Prof. Rodrigo Mesquita

Direito Administrativo. Pregão. Prof. Thamiris Felizardo

Licitação Pag 3.1 Descrição dos Fluxos de Trabalho 3.1 FLUXOGRAMA LICITAÇÃO FASE INTERNA.

ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

LEI Nº , DE 2 DE MARÇO DE 2006

LEI MUNICIPAL N. 481, de 21 de novembro de 2018.

Presidência da República

RESOLUÇÃO SMA-15 DE 13 DE MARÇO DE 2008.

Ministério de de Minas Minas e e Energia PROPOSTA DE NOVO MARCO DA MINERAÇÃO

Alterações na Lei de 2009 promovidas pela MP Nº 759/2016 e pelo Projeto de Lei de Conversão Nº 12/2017. junho de 2017

DIREITO ADMINISTRATIVO

TÍTULO I DISPOSIÇÕES PRELIMINARES. Capítulo Único

Prof. Mariana M Neves DIREITO AMBIENTAL

Prof. Dr. Vander Ferreira de Andrade

PROJETO DE LEI CAPÍTULO I DO OBJETO E ÂMBITO DE APLICAÇÃO

Lei /16 e Licitações

Estabelece margem de preferência em licitações para produtos manufaturados e serviços nacionais, priorizando bens e serviços produzidos no País.

DIREITO ADMINISTRATIVO LEI 8.666/93. Prof. Luís Gustavo. Fanpage: Luís Gustavo Bezerra de Menezes

REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA URBANA

Aspectos legais, administrativos e operacionais da Supressão vegetal

LICITAÇÕES. Prof. Thiago Gomes

CONSTITUIÇÃO FEDERAL E MEIO AMBIENTE

LICITAÇÕES. Prof. Thiago Gomes

Direitos fundamentais propriedade. João Miguel da Luz Rivero Fundamento constitucional

País. 8o Respeitado o limite estabelecido no 6o, poderá ser estabelecida margem de preferência adicional para os produtos manufaturados e para os

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO IMOBILIÁRIO. Previsão se encontra no art. 20 e no art. 26 todos da CF. Art. 20. São bens da União:

A ANEEL e o Marco Regulatório do Brasil. Ivan Camargo Assessor da Diretoria

MINERAÇÃO REGIME LEGAL

Legislação de Recursos Hídricos

Concessões Florestais: o caminho para o desenvolvimento socioambiental da Amazônia

Legislação de Recursos Hídricos

3) Acerca da Ordem Econômica e Financeira, conforme disciplinada pela Constituição Federal de 1988, é correto afirmar que

Reserva Legal: Compensação em Unidades de Conservação em São Paulo. Análise da Resolução SMA 165/2018, sob a ótica do setor privado.

LEI Nº 8.987, DE 13 DE FEVEREIRO DE 1995

DECRETO Nº 2.003, DE 10 DE SETEMBRO DE 1996.

DIREITO FINANCEIRO. A Despesa Pública. Conceito e requisitos da Despesa Pública Parte 2. Prof. Thamiris Felizardo

NOVO REGIME JURÍDICO DOS ROYALTIES DA MINERAÇÃO

REDAÇÃO FINAL MEDIDA PROVISÓRIA Nº 501-D, DE 2010 PROJETO DE LEI DE CONVERSÃO Nº 15 DE 2010

CONTRATAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SANEAMENTO BÁSICO

ATIVIDADES ACESSÓRIAS

MEDIDA PROVISÓRIA Nº 700 DE 8 DE DEZEMBRO DE 2015.

DECRETO Nº , DE 14 DE SETEMBRO DE 2018.

O GESTOR E AS COMPRAS PÚBLICAS PELA SUSTENTABILIDADE. Conceitos e arcabouço jurídico das compras públicas sustentáveis

PRÉ-SAL NOVO MARCO LEGAL

DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS E CONCEITO

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO CAMPUS DE FRANCA

Resolução CONSEPA nº 7 DE 17/11/2015 Norma Estadual - Rondônia Publicado no DOE em 24 nov 2015

Programa de Consolidação em Aprendizagem. - Licitações Sustentáveis - Discussão

Direito Administrativo

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

Histórico do Licenciamento Ambiental

PARCERIAS NA OFERTA DE SERVIÇOS PÚBLICOS. Roteiro de aula Curso: Parcerias na Administração Pública DES0417 Noturno 2014

AGÊNCIA NACIONAL DE TELECOMUNICAÇÕES RESOLUÇÃO Nº 78, DE 18 DEZEMBRO DE 1998

DECRETO N 1.551, DE 28 DE OUTUBRO DE O PREFEITO DO MUNICÍPIO DE COMENDADOR LEVY GASPARIAN, no uso de suas atribuições legais, e

ANEXO XI PROJETO DE LEI QUE INSTITUI O BILHETE ÚNICO MUNICIPAL ENCAMINHADO PELO PODER EXECUTIVO À CÂMARA DE VEREADORES

DIREITO ADMINISTRATIVO

Transcrição:

DIREITO AMBIENTAL Proteção do meio ambiente em normas infraconstitucionais Parte 4 Prof. Rodrigo Mesquita

DO PROCESSO DE OUTORGA Art. 12. O PODER CONCEDENTE publicará, previamente ao edital de licitação, ato justificando a CONVENIÊNCIA da concessão florestal, caracterizando seu OBJETO e a UNIDADE DE MANEJO. Em outras palavras, a UNIÃO, OS ESTADOS, O DISTRITO FEDERAL, OU OS MUNICÍPIOS, antes de lançar o edital na imprensa oficial respectiva, deverão justificar a conveniência da concessão florestal, bem como seu objeto e unidade de manejo.

DO OBJETO DA CONCESSÃO FLORESTAL Art. 14. A CONCESSÃO FLORESTAL terá como OBJETO a exploração de PRODUTOS e SERVIÇOS FLORESTAIS, contratualmente especificados, em UNIDADE DE MANEJO de floresta pública, com perímetro georreferenciado, registrada no respectivo cadastro de florestas públicas e incluída no LOTE DE CONCESSÃO FLORESTAL. Parágrafo único. Fica instituído o Cadastro Nacional de Florestas Públicas, interligado ao Sistema Nacional de Cadastro Rural e integrado: I - pelo Cadastro-Geral de Florestas Públicas da União; II - pelos cadastros de florestas públicas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

Art. 15. O OBJETO de cada concessão será fixado no edital, que definirá os PRODUTOS FLORESTAIS e SERVIÇOS cuja exploração será autorizada. Art. 16. A CONCESSÃO FLORESTAL confere ao concessionário somente os direitos expressamente previstos no contrato de concessão. 1o É vedada a outorga de qualquer dos seguintes direitos no âmbito da concessão florestal: I - titularidade imobiliária ou preferência em sua aquisição; II - acesso ao patrimônio genético para fins de pesquisa e desenvolvimento, bioprospecção ou constituição de coleções;

III - uso dos recursos hídricos acima do especificado como INSIGNIFICANTE, nos termos da Lei no 9.433, de 8 de janeiro de 1997; IV - exploração dos recursos minerais; V - exploração de recursos pesqueiros ou da fauna silvestre; VI - COMERCIALIZAÇÃO DE CRÉDITOS decorrentes da EMISSÃO EVITADA DE CARBONO em florestas naturais. 2o No caso de reflorestamento de áreas degradadas ou convertidas para uso alternativo do solo, O DIREITO DE COMERCIALIZAR CRÉDITOS DE CARBONO poderá ser incluído no objeto da concessão, nos termos de regulamento. 3o O manejo da fauna silvestre pelas comunidades locais observará a legislação específica.

Quis o legislador constituinte limitar o uso dos RECURSOS HÍDRICOS e a EXPLORAÇÃO DOS RECURSOS MINERAIS. O art. 176, da Constituição Federal de 1988, estabelece que as jazidas, em lavra ou não, e demais RECURSOS MINERAIS e os POTENCIAIS DE ENERGIA HIDRÁULICA constituem propriedade distinta da do solo, para efeito de exploração ou aproveitamento, e pertencem à União, garantida ao concessionário a propriedade do produto da lavra.

O 1º, do art.176, da CF/88, estabelece que a pesquisa e a lavra de recursos minerais e o aproveitamento dos potenciais a que se refere o "caput" deste artigo somente poderão ser efetuados mediante autorização ou CONCESSÃO DA UNIÃO, no INTERESSE NACIONAL, por brasileiros ou empresa constituída sob as leis brasileiras e que tenha sua sede e administração no País, na forma da lei, que estabelecerá as condições específicas quando essas atividades se desenvolverem em faixa de fronteira ou terras indígenas.

O art.176 e 2º ao 4º estabelecem que: 2º - É assegurada participação ao proprietário do solo nos resultados da lavra, na forma e no valor que dispuser a lei. 3º A autorização de pesquisa será sempre por prazo determinado, e as autorizações e concessões previstas neste artigo não poderão ser cedidas ou transferidas, total ou parcialmente, sem prévia anuência do poder concedente. 4º NÃO dependerá de autorização ou CONCESSÃO o aproveitamento do potencial de energia renovável de capacidade reduzida.

Art. 17. Os produtos de uso TRADICIONAL e de SUBSISTÊNCIA para as COMUNIDADES LOCAIS serão excluídos do objeto da concessão e explicitados no edital, juntamente com a definição das restrições e da responsabilidade pelo manejo das espécies das quais derivam esses produtos, bem como por eventuais prejuízos ao meio ambiente e ao poder concedente.

DO PROCESSO DE OUTORGA Art. 13. As licitações para CONCESSÃO FLORESTAL observarão os termos desta Lei e, supletivamente, da legislação própria, respeitados os princípios da legalidade, moralidade, publicidade, igualdade, do julgamento por critérios objetivos e da vinculação ao instrumento convocatório.

1o As licitações para CONCESSÃO FLORESTAL serão realizadas na modalidade CONCORRÊNCIA e OUTORGADAS A TÍTULO ONEROSO. 2o Nas licitações para CONCESSÃO FLORESTAL, é vedada a declaração de inexigibilidade prevista no art. 25 da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993