Sexualidade na infância Acção de Educação Parental



Documentos relacionados
ADOLESCÊNCIA SEXUALIDADE

Escola Secundária com 3º CEB de Coruche EDUCAÇÃO SEXUAL

ENTENDENDO A. A adolescência é a fase da vida onde acontecem as maiores modificações no corpo, nos sentimentos e na forma de perceber as coisas.

Colégio La Salle São João. Professora Kelen Costa Educação Infantil. Educação Infantil- Brincar também é Educar

DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL

SEXUALIDADE &AFECTOS

Expressão Musical II. Universidade De Trás-Os-Montes e Alto Douro Educação Básica 1ºano,2ºsemestre,2012/1013. Docente: António Neves

Maximizar as aprendizagens no Ensino Superior

SEXUALIDADE E EDUCAÇÃO

Educação Sexual no desenvolvimento infantil. Profª.Teresa Cristina Barbo Siqueira

ÁREAS DE CONTEÚDO: O QUE SÃO? COMO SE DEFINEM?

13. A FORMAÇÃO PESSOAL E SOCIAL, AS ÁREAS DE CONHECIMENTO E O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA ATÉ OS 6 ANOS

As diferentes linguagens da criança: o jogo simbólico

Área - Relações Interpessoais

Objetivos gerais e conteúdos da educação infantil

Elvira Cristina de Azevedo Souza Lima' A Utilização do Jogo na Pré-Escola

O LÚDICO NA APRENDIZAGEM

Tal como pretendemos salientar ao longo do primeiro capítulo, no período da

DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DAS CRIANÇAS. UNICEF 20 de Novembro de 1959 AS CRIANÇAS TÊM DIREITOS

TIPOS DE RELACIONAMENTOS

cartões de bolso serié 2 SEXO SEGURO

LUDICIDADE: INTRODUÇÃO, CONCEITO E HISTÓRIA

PROGRAMA DE PSICOLOGIA

Fonte:

AS MELHORES HISTÓRIAS E JOGOS PARA CRIANÇAS

A Criança e a Música

Ensine a Regra Aqui ninguém toca aos seus filhos.

DEPRESSÃO. Tristeza vs Depressão «Será que estou deprimido?» «Depressão?! O que é?»

ESTRATÉGIAS DE ENSINO NA EDUCAÇÃO INFANTIL E FORMAÇÃO DE PROFESSORES

Páginas para pais: Problemas na criança e no adolescente A criança com Autismo e Síndrome de Asperger

BRINCAR É UM DIREITO!!!! Juliana Moraes Almeida Terapeuta Ocupacional Especialista em Reabilitação neurológica

Atividades Pedagógicas. Abril2014

1 O que é terapia sexual

Vamos Combater o Abuso e a Exploração Sexual Contra Crianças e Adolescentes

OS LIMITES DO ENSINO A DISTÂNCIA. Claudson Santana Almeida

TIPOS DE BRINCADEIRAS E COMO AJUDAR A CRIANÇA BRINCAR

2.4. A (auto) avaliação. Pré-escolar

Promoção da Educação para a Saúde - +Saúde EDUCAÇÃO SEXUAL

Por uma pedagogia da juventude

Questionário Sociodemográfico e Clínico

CARTA DA TERRA PARA CRIANÇAS

Condutas psicomotoras: brinquedos tradicionais e diversões de antigamente ainda encantam?

Espaço t Associação para o Apoio à Integração Social e Comunitária. Instituição Particular de Solidariedade Social

Aos 4 anos. Desenvolvimento Psicológico. i dos Pais

A Tecnologia e Seus Benefícios Para a Educação Infantil

Conversando com os pais

A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Ficha de Informação da Criança

Junto com todos os povos da Terra nós formamos uma grande família. E cada um de nós compartilha a responsabilidade pelo presente e pelo futuro

MATERNAL I OBJETIVOS GERAIS DA EDUCAÇÃO INFANTIL

Primeiros Vínculos: Relação Mãe Filho

IDENTIFICAÇÃO DO CASO - ANAMNESE

Coordenadoras: Enalva de Santana Santos e Márcia Soares Ramos Alves

O PLANEJAMENTO E A AVALIAÇÃO INICIAL/DIAGNÓSTICA

Questões de gênero. Masculino e Feminino

Áudio. GUIA DO PROFESSOR Síndrome de Down - Parte I

CENTRO DE BEM ESTAR INFANTIL NOSSA SENHORA DE FÁTIMA

LUDICIDADE NA SALA DE AULA UNIDADE 4 ANO 1. Abril de 2013

DEFICIÊNCIA INTELECTUAL OU ATRASO COGNITIVO?

Instituto Educacional Santa Catarina. Faculdade Jangada. Atenas Cursos

PIBID 2015 GÊNERO E SEXUALIDADE

A ENERGIA DO BRINCAR: UMA ABORDAGEM BIOENERGÉTICA

RELAÇÕES DE GÊNERO E VIOLÊNCIA

AVALIAÇÃO: Teste escrito

OS CONHECIMENTOS DE ACADÊMICOS DE EDUCAÇÃO FÍSICA E SUA IMPLICAÇÃO PARA A PRÁTICA DOCENTE

COMPETÊNCIAS E SABERES EM ENFERMAGEM

Ludicidade. Contextualização. Pedagogia. Como Ensinar por Meio da Brincadeira? Instrumentalização. Teleaula 2

Creche Municipal Pequeno Príncipe

SEDUC SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DE MATO GROSSO ESCOLA ESTADUAL DOMINGOS BRIANTE ANA GREICY GIL ALFEN A LUDICIDADE EM SALA DE AULA

Aprender a Educar Programa para Pais

A brincar... aprendemos matemática

I - Desenvolvimento Humano

Educação Sexual: Quem ama cuida. Cuide-se!*

7º Ano 8º Ano 9º Ano. Ficha de avaliação

SECRETARIA MUNICIPAL DE CUIABÁ EMEB JUAREZ SODRÉ FARIAS PROJETO: BRINCADIQUÊ? PELO DIREITO AO BRINCAR NA ESCOLA

Pró-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão Proppex Supervisão de Extensão

Rousseau e educação: fundamentos educacionais infantil.

A LUDICIDADE NO CONTEXTO ESCOLAR

A leitura, um bem essencial

Douglas Daniel de Amorim A PSICANÁLISE E O SOCIAL

É possível conjugar uma sessão de cinema com uma oficina.

Atividades Pedagógicas. Abril2014

Direitos Reservados à A&R - Reprodução Proibida

Dicas para você trabalhar o livro Mamãe, como eu nasci? com seus alunos.

Organizando Voluntariado na Escola. Aula 1 Ser Voluntário

UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL CENTRO DE FILOSOFIA E EDUCAÇÃO OBSERVATÓRIO DE EDUCAÇÃO CURSO ESCOLA E PESQUISA: UM ENCONTRO POSSÍVEL

Projecto PES - Educação Sexual / Agrupamento Vertical de Escolas nº2 de Elvas. Projecto PES. Educação Sexual

A PARTICIPAÇÃO DOS SENIORES NUMA OFICINA DE MÚSICA E TEATRO: IMPACTOS NA AUTO-ESTIMA E AUTO-IMAGEM. Sandra Maria Franco Carvalho

Desdobramentos: A mulher para além da mãe

Grupo 5 Volume 3 Unidade 5: Um pouco daqui, um pouco dali, um pouco de lá.

A Arte e as Crianças

DUNKER, C.I.L. Desautorização da Mãe pelo Pai. Revista Pais e Filhos, A Desautorização da Mãe pelo Pai

DICA PEDAGÓGICA EDUCAÇÃO INFANTIL

DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DA CRIANÇA

Transcrição:

Escola Básica 1º ciclo Prista Monteiro O que é a sexualidade? Sexualidade na infância Acção de Educação Parental A sexualidade tem uma vertente emocional, sendo um elemento essencial na formação da identidade global, do auto-conceito, da auto-estima e do bem-estar físico e emocional de qualquer ser humano. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a sexualidade é uma energia que nos motiva para encontrar amor, contacto, ternura e intimidade. Integra-se no modo como nos movemos, tocamos e somos tocados. Influencia pensamentos, sentimentos, acções e interacções e, por isso, influencia a nossa saúde física e mental. 23 de Fevereiro de 2010 A sexualidade na infância Hoje em dia, as crianças, na sua maioria já sabem... o bebé "sai da barriga da mãe" Desenvolvimento psicossexual da criança O desenvolvimento e evolução da sexualidade da criança caracteriza-se por um desenvolvimento progressivo que inclui tanto aspectos biológicos como psicológicos Mas esta é a resposta mais simples e outras perguntas complementares ainda suscitam dúvidas e ansiedade no momento de serem respondidas... "como o bebé entrou na barriga da mãe"? DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL 1

Nascimento 2 anos de idade A sexualidade, a partir do nascimento, baseia-se na relação que se estabelece entre o recém-nascido e as pessoas que o rodeiam, através das carícias, dos abraços, do banho,... já que todas as situações proporcionam ao bebé diversas sensações de prazer. Entre o 1º e 2º anos de vida, o contacto com os próprios genitais transformam-se na actividade habitual, especialmente quando o menino e a menina estão nus, no momento do banho, o que faz parte do processo de exploração de si mesmos. Nascimento 2 anos de idade - Exploram as diferentes partes do corpo; - Começam a desenvolver uma atitude em relação ao próprio corpo; - Começam a diferenciar (ainda que com alguma dificuldade) o masculino e o feminino as diferenças entre a forma de vestir, entre os brinquedos, os nomes de meninos e meninas,... 2 aos 6 anos de idade 2 /3 anos- a criança já interiorizou um perfil claro da sua identidade sexual Curiosidade pelas suas diferenciações genitais -começam as brincadeiras que lhes permitem explorar-se mutuamente. 4 anos-a criança descobre comportamentos que lhes produzem sensações de prazer e, por isso, é habitual que aprendam a auto-estimluar-se. prova do correcto desenvolvimento da criança Os pais não devem reagir negativamente à sua curiosidade sexual, assumindo como inadequadas as sensações que lhe proporciona o seu próprio corpo ou castigando a criança por este comportamento. 2 aos 6 anos de idade Por volta desta idade ainda, a criança começa a fazer perguntas sobre a sua própria origem e sobre o nascimento. - Curiosidade relativamente às diferenças corporais e de género; - Acariciam-se e revelam interesse e curiosidade pelas sensações de prazer; - Brincam aos médicos, imitam actividades domésticas ou outro tipo de brincadeiras sexuais com os amigos/irmãos/primos; - Imitam alguns comportamentos dos adultos (beijinhos, ficar grávida,...) - Perguntas e sentem curiosidade pela anatomia genital do sexo contrário; - Curiosidade pela sua origem e fazem perguntas. 2

6 aos 9 anos de idade 6 anos interesse da criança Figura corporal / Identidade Sexual 6/7 anos- a criança conhece perfeitamente as suas diferenças anatómicas e, precisamente por isso, costumam aparecer certos sentimentos de vergonha nas suas relações mútuas. Tema da reprodução humana -um dos pontos de maior interesse (desenhos sobre a evolução de um embrião humano) 7/8 anos-idade dos noivados / namoros onde se põe à prova, pela primeira vez, a capacidade de sentir atracção e afecto por outra pessoa fora do núcleo familiar da criança. 6 aos 9 anos de idade Idade da descentração A criança deixa de se sentir o centro do mundo e começa a desfrutar plenamente da companhia das outras crianças/amigos. BOM MOMENTO PARA FALAR COM A CRIANÇA SOBRE AFECTIVIDADE - Brincadeiras e actividades sexuais que lhes proporcionam prazer; - Curiosidade pela gravidez e pelo nascimento; - Relações de amizade fortes com colegas do mesmo sexo; - Interesse pelos comportamentos associados a ser homem e mulher; - Orientação sexual básica. 9 aos 12 anos de idade Nesta idade, começam a produzir-se as primeiras mudanças fisiológicas da puberdade, embora de uma forma muito lenta e progressiva e, muitas vezes, imperceptível. Meninos e meninas começam a brincar separados. Nesta idade, os pais deveriam começar a explicar, de modo progressivo, quais vão ser as mudanças que se vão manifestar de que forma estas irão afectar a sua própria imagem, a sua forma de pensar e a relação com os outros. O facto da criança conhecer e entender estas mudanças ajudará a vivê-las com um menor grau de angústia e insatisfação 9 aos 12 anos de idade - Início da puberdade; - Torna-se mais reservado e manifesta desejo de ter uma vida privada; - Forte ligação afectiva e vivência de sentimentos de paixão ou amizade com os amigos; - Prática de masturbação; - Fantasias sexuais românticas. Puberdade e adolescência - Momentos de grandes mudanças ETAPA MUITO DIFICIL -fim da infância e a progressiva entrada no mundo dos adultos 3

Para responder aos questionamentos de ordem sexual das crianças deve-se ter claro quea criança que tem idade para perguntar, tem idade para ouvir a resposta". O tom de voz, o olhar, a postura de quem responde devem ser valorizados para que não sejam artificiais nem repressores. Para satisfazer a curiosidade infantil o adulto deve seguir os seguintes princípios: -saber porque e de onde vem a pergunta; -honestidade; -restringir-se à pergunta feita, sem se estender; -progredir com base no que a criança já conhece; -fornecer explicações em linguagem simples e familiar; -sempre que possível responder no momento em que a criança solicita; - repetir, se necessário. A sexualidade na escola Em relação aos comportamentos sexuais observados em sala-de-aula como beijos, exploração do corpo do colega, jogos sexuais, o educador pode pautar-se sobre os mesmos princípios que usa para outros comportamentos inadequados em aula, ou seja, demonstrar que entende a curiosidade mas que a escola é um lugar onde deve respeitar-se a vontade dos outros e que estão lá para aprender, brincar, etc. O educador não se deve omitir, ao contrário, deve orientar para brincadeiras e comportamentos adequados mas sem passar valores morais reprovadores como se a curiosidade fosse algo negativo, "feio" ou pecaminoso. A sexualidade na escola A sexualidade infantil é inerente a qualquer criança e a sua demonstração será particular a cada uma, sendo que aos educadores cabe conhecê-la, respeitá-la, conduzí-la de forma adequada, sem estimulação nem repressão e tendo sempre em mente uma auto-reflexão de sua própria sexualidade. Voluntária ou involuntariamente, a Escola é um lugar onde se constroem saberes e que suscita vivências ao nível afectivo-sexual. PROCESSO DE SOCIALIZAÇÃO DA CRIANÇA Bibliografia ALCOBIA, Helena; MENDES, Alexandra e SERÔDIO, Helena M. Educar para a Sexualidade. Porto Editora, Porto, 2004. AMMANITI, Massimo Crescer Com os Filhos. Editorial Presença, Lisboa, 1999. ELIAS, Maurice J., e outros Os Pais e a Educação Emocional.Editora Pergaminho, Cascais, 2000. FRADE, Alice e outros Educação Sexual na Escola Guia para Professores, Formadores e Educadores. Texto Editora, Lisboa, 2003. KOHNER, Nancy Como Falar às Crianças Sobre Sexo.Lyon Edições, Mem Martins, 1997. PAIVA, João e PAIVA, Jacinta - Sexualidade e Afectos, Plátano, Lisboa, 2002. PEREIRA, Mª Manuela e FREITAS, Filomena Educação Sexual: Contextos de Sexualidade a Adolescência. Edições Asa, Porto, 2002. Portal de saúde sexual e reprodutiva - http://www.apf.pt/ SANTOS, Ana Cristina e outros Educação da Sexualidade na Escola. Didáctica Editora, Lisboa, 2001. 4

Porto Editora Editor Lyon Multimédia Edições Gailivro Edições Plátano 5

Editora Contra Margem Terramar Editor Oficina do Livro 6

Editoções Campo de Letras 7