Reabilitação LESÃO MEDULA ESPINAL. Julia Maria D Andréa Greve Professora Associada FMUSP

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Transcrição:

Reabilitação LESÃO MEDULA ESPINAL Julia Maria D Andréa Greve Professora Associada FMUSP

T.R.M.

Coluna cervical

Paciente 1 Paciente 2 RESSONÂNCIA TRM

Traumas = 85% casos Com lesão medular Estabilização Descompressão

Níveis de lesão

Aumento da Incidência (20 anos) Causas externas (traumas) Envelhecimento Manutenção da vida

Disfunção Múltipla Incapacidades Graves Múltiplas Custos elevados Individuais familiares sociais

TRM CONDIÇÃO CLÍNICA insuficiência respiratória respiração assistida imobilização transporte

Vítimas Vias aéreas Colar Prancha longa

Imobilizados

Fase Aguda DIAGNÓSTICO LESÃO motricidade sensibilidade nível lesão exame região períneo extensão da lesão

Motricidade Amplitude Trofismo Função Sensibilidade evitar complicações

motricidade Úlcera de pressão

Fase Aguda FLÁCIDA Choque neural Reflexos ausentes Hipotonia

Fase Aguda Atendimento e procedimentos adequados melhora sobrevida Pacientes graves Incapacidades maiores

Fase espástica stica Lesão SNC distúrbio motor or tônus muscular lesões deficitárias

Espasticidade hipertonia muscular causada pela exacerbação das atividades reflexas que se utilizam do arco miotático tico

Espasticidade velocidade movimento reflexo miotático tico dependente lesão SNC incapacidade relativa

Ato Motor Normal ação facilitadora córtico - espinal inervação alfa ação inibidora retículo - espinal inervação gama

Fuso Muscular Componentes Aferentes Fibras nervosas Ia - via rápida monosináptica Fibras nervosas II - via lenta polisináptica

Prognóstico grau de lesão Evolução nível de incapacidade

AVALIAÇÃO FUNCIONAL TRM Classificação Frankel (1970) exame neurológico A lesão completa B sensibilidade; s/ motricidade C sensibilidade e motricidade não útil D motricidade útil E sem lesão

Medida Independência Funcional (MIF) Desempenho Indivíduo realização conjunto 18 tarefas Cotação: 1-7 Escore Mínimo = 18 Máximo = 126 Auto-cuidados Controle esfincteriano Transferências Locomoção Comunicação Cognição social

AVALIAÇÃO FUNCIONAL RELEVÂNCIA Indicações terapêuticas adequadas Ganho e desempenho funcional Prevenção incapacidades secundárias Alocação de recursos Resultados funcionais

Tratamento Inicial Qualidade de Vida Cuidados Adequados Fase Aguda Prevenção complicações

Disfunção Motora Prevenção de deformidades imobilismo Substituição de função órteses, EEF importante: início precoce

Cinesioterapia Posicionamento Alongamentos Fortalecimentos Atividades Funcionais

POSICIONAMENTO

LENTO MÁXIMA AMPLITUDE SUAVE ALONGAMENTOS Amplitude articular

Atividades funcionais Transferências

AVALIAÇÃO Clínica Exame Físico / Descrição marcha DIAGNÓSTICO Parkinson Hemiplegia Pé caído estepage

Atividades funcionais - Marcha

Marcha TRM Órteses Sustentação (longa /curta) Propulsão (MMSS,pelve e tronco, meios auxiliares) Informação (propriocepção)

Cadeira de rodas Independência eficiência segurança

MARCHA LESÃO MEDULA ESPINAL

Tetraplegia / Paraplegia T1 - T4 Cadeira de rodas com dispositivo de ortostatismo Ortostatismo ( stand table ) Suporte de peso?

Cadeira de rodas com dispositivo de ortostatismo

ORTOSTATISMO

Paraplegia T5 T12 Convencionais Mecanismos reciprocação Estimulação elétrica funcional Híbridas Sistemas sustentação peso

Marcha TRM Órteses obrigatórias Sustentação (longa /curta) Propulsão (MMSS, pelve e tronco) Informação (propriocepção) Marcha comunitária AINDA pouco funcional

Convencional = sustentação Resultado funcional pobre

Reciprocação = Propulsão MMSS Dispositivo hidráulico

Reciprocação = Propulsão ÓRTESE PARAWALKER

Suporte do peso corporal

MARCHA Lesões incompletas Barreiras Locomoção mais funcional

Suporte de peso total e parcial (gravidade)

Estimulação elétrica funcional ( FES )

Estimulação elétrica funcional ( FES )

Propulsão FES Mecanismos híbridos

FES SUPORTE DE PESO

MMSS FES - FUNCIONAL

FUNÇÃO MANUAL

Marcha comunitária Lesão medula espinal????? L2-L3 quadríceps marcha comunitária

MARCHA COMUNITÁRIA órteses curtas Preservação parcial / total quadríceps

MARCHA COMUNITÁRIA órteses curtas Goteiras Lesões com preservação L2 Incompletas

PERSPECTIVAS Drogas Fase Aguda Tratamento regeneração fase crônica Medicamentos 4-aminopiridina Células tronco Uso de substâncias neuroativas Necessidade ESTÍMULO Treinamento funcional

LESÕES INCOMPLETAS LOCOMOÇÃO Brown-Seqüard- 90% locomoção (Linle, 1995) MMII > MMSS (Roth 1991) Lesão centro-medular locomoção / >50 a (Penrod, 1990) 3/5 força quadríceps/ quadril marcha comunitária 12 meses (Cronier, 1992)

Disfunção Sensitiva Lesão Medular úlceras pressão

Úlceras Pressão

grau I alívio de pressão curativos cuidados clínicos observação auto-exame

grau II e III alívio de pressão estado geral cirúrgico seqüela

tecnologia assentos colchões cadeiras camas

PRESCRIÇÃO CADEIRA RODAS ENCOSTO 90 ENCOSTO 100

Ossificação Heterotópica Aparecimento Precoce Diagnóstico Clínico

Ossificação heterotópica

TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA TRIDIMENSIONAL

Tratamento OH Indometacina 25-150 mg 15 dias Etidronato de Sódio 400-1600 mg PERÍODO LONGO

Tratamento OH Radioterapia Aplicação única 600-1000 Cy Fase aguda Pré-operatório

PERDA ÓSSEA APÓS A LESÃO MEDULAR PICO: primeiros 4 a 6 meses ESTABILIZAÇÃO: 12 a 16 meses Segmentos Paralisados - osso trabecular: 4% / mês - osso cortical: 2% / mês

FRATURAS INCIDÊNCIA: 1 a 6% LOCALIZAÇÃO: MMII 75% DOS CASOS DE FRATURA DE FÊMUR OCORRERAM EM ATIVIDADES ROTINEIRAS

PREVENÇÃO E TRATAMENTO ORTOSTATISMO CINESIOTERAPIA EEF NUTRIÇÃO

Trombose venosa profunda T.V.P.

TVP Alterações Vasculares Trombose venosa profunda TVP Embolia pulmonar (TEP)

TVP ultra-sonografia doppler mapeamento duplex

TEP 4-12% TRM dor dispnéia súbita 50% - s/ diagnóstico TVP

PROFILAXIA

Célula tronco

Atividade Física Prevenção e qualidade vida