História de Aneli Ortiz Nascimento: 10 de outubro de 1947 Falecimento: 15 de outubro de 2013 Era 1947 e Tereza Benta, uma mulher casada com Joani do Sena, deu a luz a menina Aneli Ortiz, no dia dez de outubro, em Fontoura Xavier. O casal ainda teve Vivalino, Darci, Terezinha, Nina e Getúlio. Mas, Aneli ainda teve outros irmãos, por parte de pai: o Juarez, o Alvarez, o Beloni, a Leni e o João. A propósito, ela sempre teve uma boa relação com a madrasta Eva do Sena, pois ela lhe criou. Quando sua mãe faleceu, ela tinha três aninhos e por isso foi criada por Eva e o pai. Passou sua infância em Fontoura Xavier e foi embora aos sete anos para Linha Costa do Rio, perto de Gramado Xavier. Ela aproveitou sua infância com muitas brincadeiras e depois de um tempo, com as amigas. Elas posavam uma na casa da outra e a diversão era garantida. Aprontavam também, tudo na maior descrição, para os pais não ficarem bravos.
Na adolescência foi uma garota festeira e namoradeira. Parou de sair quando conheceu seu marido Onorato Ortiz e eles foram morar em Gramado Xavier. Os dois se encontraram quando eles eram vizinhos. Cresceram juntos e tiveram sempre uma boa relação. No dia do casamento deles, tinha chovido muito e tiveram que ultrapassar um rio a cavalo. Ela e ele, recém-casados. Juntos, tiveram a Olira, a Vanusa, o Neri Alexandre, o Joel e o Irio. Estes lhe deram os netos Nicole, Heloísa, Maria Gisele, Letícia, Larissa, Anderson e Emerson. A bisneta Mariana também faz parte dessa lista de pessoas amadas por ela. Quando ela e Onorato se separaram, continuaram amigos. Era amiga também das noras Simone e Priscila. Alfabetizou-se depois de adulta no Movimento Brasileiro de Alfabetizacão (Mobral), antigo sistema de ensino supletivo. Era gremista, mas não se importava com jogos e nem se ganhava ou não. Seu maior sonho era ter uma casa própria. Depois de separada, morou com o filho. Ela e as amigas Iara, Maria, Terezinha e Geni iam aos bailes e depois, em outro dia, conversavam sobre a festa tomando chimarrão. Foi empregada doméstica durante a sua vida. Trabalhou 17 anos na mesma casa, cuidando de uma senhora e limpando a casa. Gostava muito de sua profissão e só parou de trabalhar quando adoeceu. Era uma pessoa querida por todos, com muitas amizades cultivadas. Na sua casa, sempre tinha visita. Eram as amigas que iam conversar, de domingo a domingo. Vaidosa, adorava se arrumar. Segundo a filha Olira, seu corpo era de menina. Sempre de salto alto, ela saia arrancando elogios. Como sua filha é manicure, ela sempre lhe chamava para arrumar suas unhas. Adorava tomar cerveja e chegava animada das festas. Seu esporte era dançar. Gostava de comer coisas do interior e comidas italianas. Saboreava polenta, churrasco de carne de porco e sobremesas. O vinho era o acompanhamento ideal para ela. Cozinhava muito bem e o feijão era sua especialidade. Era fã de música sertaneja e bandinhas. De manhã cedo, ligava seu rádio e escutava. Segundo a neta Heloísa, ela gostava muito da novela Caras&Bocas. Os conselhos que ela dava aos filhos é o que ficou marcado para Olira. Ela se lembra de seu levantar de sobrancelha e seu modo de falar. Ela sempre comentava que
as pessoas precisam se divertir, pois ficar em casa pensando nos problemas não vai resolvê-los. Aneli gostava de ter amigos e de estar perto das pessoas. Não gostava de estar sozinha, preferia a companhia do próximo. Olira se considera muito parecida com a mãe. Com Aneli, ela aprendeu a ser divertida, bem humorada e a nunca levar os problemas de casa para o trabalho. Hoje, Olira trabalha em uma clínica geriátrica e se sente feliz em fazer as pessoas mais velhas sorrirem. Afinal, ela sabe que sua mãe faria a mesma coisa. Já para a neta Heloísa fica a lembrança dos momentos em cima da cama com a avó, assistindo televisão. E, é claro, o delicioso arroz com feijão que ela preparava. As duas, juntas, se divertiam com programas engraçados e novelas, enquanto comiam pipoca. Assim, o tempo passava rapidinho. Afinal, não é por acaso que dizem que tudo que é bom dura pouco. Porém, o suficiente para se tornar inesquecível. Sua trajetória na terra chegou ao fim em 15 de outubro de 2013, cinco dias depois de seu aniversário. Ela partiu por conta de um câncer no útero. Ficou em tratamento por um ano e não resistiu. Muito tranquila, sem reclamar das coisas, ela teve uma vida repleta de animação. Ao invés de ficar em casa, sozinha, Aneli convidava as amigas e ia à busca da felicidade. E a encontrava, seja nos passos de danças ou no riso diante de diversas situações. Aprendi com a minha mãe que dentre todas as dificuldades, a melhor solução é sorrir. Olira Ortiz