Produção Textual. Foco Narrativo. Profa. Raquel Michelon
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- Airton Duarte Câmara
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1 Produção Textual Foco Narrativo Profa. Raquel Michelon
2 IDENTIFIQUE O FOCO NARRATIVO DOS TEXTOS SEGUINTES: A) Subiu lentamente a escada, arrastando os pés nos degraus. Estacou para respirar, apenas uma vez, no meio dos trinta degraus: ainda era um homem. Entrou na cozinha e, sem olhar para a mulher, sem lavar as mãos, sentou-se à mesa. Ela encheu o prato de sopa e colocou diante do marido. Dalton Trevisan, Novelas nada exemplares.
3 IDENTIFIQUE O FOCO NARRATIVO DOS TEXTOS SEGUINTES: B) Leniza foi para o quarto. Sentiu necessidade de água, de mergulhar o corpo envolvido pela água, acariciado pela água, protegido pela água. Mas não teve coragem de ir ao tanque, no fundo da casa, junto ao chuveiro. Encheu a bacia, onde mergulhou o rosto. A água estava morna não refrescava. Leniza molhou o pescoço, os cabelos, os braços, atirou-se na cama sem se enxugar. Marques Rebelo, A estrela sobe.
4 IDENTIFIQUE O FOCO NARRATIVO DOS TEXTOS SEGUINTES: C) Decidi abandonar meu marido. Não posso mais viver com ele. Talvez ele não se incomode muito com isso, não creio que ele goste de mim. Não somos sequer amigos, no sentido trivial da palavra. Ele não se interessa pelo meu bem estar, não quer saber se eu estou feliz ou infeliz e quando estou doente me trata com impaciência, como se eu tivesse cometido algum crime. Rubem Fonseca, A coleira do cão.
5 IDENTIQUE O TIPO DE NARRADOR: a) Alguns homens aparecem na porta do restaurante com suas esposas. b) No meio do caminho resolvi parar, sentiame mal, provavelmente por causa do peixe que comi no almoço. c) O menino foi abrindo o caminho com um pedaço de ferro. d) Quando cheguei dei de cara com minha mãe na sala.
6 Produção Textual
7 A janta A pior hora era do jantar. Depois da escola, todo mundo chegava a mil. Tinha o banho, a mãe atormentada com aquele tanto de criança fazendo algazarra, molhando tudo, bagunçando a casa limpa que tanto trabalho devia ter dado pra limpar. Ela era a mais velha. A mais levada também. Atordoava a mãe, hoje ela sabe. As brigas pela televisão, o lugar no sofá... Era também a mais mandona. Sempre querendo que os irmãos fizessem assim, fizessem assado. Depois tudo ia se acalmando, uns cochilavam no sofá, outros no chão. Vez por outra saía um arranca-rabo. Ela impunha respeito, senão a mãe vinha brigar. Afinal, era ela a mais velha.
8 Ela ficava esperando o bife. Era um sinal. Demorava sempre. A mãe vinha pra sala, olhava as crianças, ouvia um reclamando do outro, ficava brava, voltava pra cozinha. Depois voltava a passar pela sala, ignorando a reclamação dos irmãos. Tinham fome. Ia até a porta e ficava lá. Às vezes pegava de prosa com uma vizinha. Demorando... E ela ali, fingindo prestar atenção na televisão, preocupada com o bife. De repente, a mãe passava de volta, sumindo pra dentro. Então vinha o chiado da frigideira, o cheirinho de carne na chapa. Os irmãos se excitavam. A mãe começava a trazer as travessas pra sala. Vinha, voltava, vinha e voltava. Demorava. Finalmente trazia a travessa dos bifes, a criançada já sentada em volta da mesa. A mãe não deixava ninguém comer enquanto ela não se sentasse. E ela sempre parecia que não ia sentar nunca.
9 Então, quando não tinha mais jeito, sentava. Começava a servir o arroz, o feijão, o bife já esfriando, filho por filho, prato por prato. A criançada se acalmava, boca cheia. Só o mastigar e o barulho dos talheres nos pratos podiam ser ouvidos. Ninguém olhava pra ninguém, todos concentrados na comida. Ninguém olhava o lugar vazio do pai assombrando todo mundo. AMARAL, Tata. A janta
10 Reescreva o conto, agora na perspectiva da mãe. A primeira frase do conto também será outra. Em vez de começar com "A pior hora era a do jantar", inicie seu texto com: "A melhor hora era a do jantar. Lembre-se de fazer uso de pronomes e formas verbais indicativas de que a narração está sendo feita pelo narrador personagem, em primeira pessoa.
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