História de Carmem Biancho Flores

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Thalita Madureira Palmeira
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1 História de Carmem Biancho Flores Nascimento: 14 de julho de 1953 Falecimento: 6 de outubro de 2013 Foi no dia 14 de julho de 1953 que Valdemar e Alda Biancho tiveram sua filha Carmen, que passou muitas dificuldades na infância. Ela e os irmãos Pedro, Antônio e Ademar, ajudavam os pais agricultores em Barão. Plantavam milho e batata. Certa vez, domesticaram um porco e o levaram para dentro de casa, onde passou a viver com a família e até mesmo dormia com eles. Carmem sempre se lembrava dos poucos recursos e roupas que tinham para sair. Na escola, era uma boa aluna. Sua disciplina favorita era Educação Física. Formou-se professora e deu aulas, durante cinco anos, em uma localidade chamada Pimenta, em Barão, para crianças pequenas. Caminhava, com a amiga Érica Heringer, quase todos os dias. Geralmente, o destino era a Gruta dos Índios. Sara Teixeira também era uma grande amiga, pois quando Paulo e Celso Teixeira faziam churrasco, as duas contavam piadas e davam muitas risadas. Conheceu Paulo Flores, seu marido, quando ele ia visitar o avô em Barão. O tio dele morava perto de onde passava o trem e Paulo ficava observando o movimento, pela janela, com música. Para ir trabalhar, Carmem precisava passar nos trilhos e foi nesses momentos que ele aproveitava para olhar para ela. Certa vez, ele tomou coragem e

Certa vez, domesticaram um porco e o levaram para dentro de casa, onde passou a viver com a família e até mesmo dormia com eles.

2 gritou que queria conversar. Apressado, saiu correndo e bateu a cabeça nas laranjeiras. Essa história sempre ficou marcada na vida do casal. Paulo passou a buscar na escola e conheceu seus pais. Namoraram por três anos e Carmem ficou grávida. Ele ainda estudava. Graças ao convite dos pais de Paulo, eles conseguiram casar e estabelecer uma vida juntos, em Passo Fundo. Ele continuou estudando até que a filha nasceu e ele ganhou a casa dos pais. Para ficar mais perto da família, venderam a casa e compraram outra em Santa Cruz do Sul. A relação dos dois, apesar de algumas brigas, era boa. Tiveram Patrícia e depois Fernanda. Saiam bastante, iam passear em Espirito Santo e faziam cruzeiros. Com a chegada dos netos, ela preferia ficar em casa. Mas, mesmo assim, Paulo tentava encontrar uma saída para os dois se divertirem e terem um momento só deles. Pedia para ela cozinhar massas e ele preparava a mesa a luz de velas. Também marcou muito uma viagem que fizemos à Argentina, com os amigos João Ernani e Eluza Silva, Carmo e Rosani Waechter e outros casais. Ela estava muito feliz nesse passeio. Fomos a vários locais, mas o que mais chamou a atenção de Carmem foram os shows de tango. Foi inesquecível. Sempre comentávamos as belezas da Argentina. Inclusive ela disse que, um dia, gostaria de voltar lá.

Ele continuou estudando até que a filha nasceu e ele ganhou a casa dos pais. Para ficar mais perto da família, venderam a casa e compraram outra em Santa Cruz do Sul.

3 Gringa italiana, adorava massas e vinhos. Conhecia todos os tipos. Na hora das compras era ela quem ia até a seção das bebidas e escolhia as melhores. Gostava de comer nhoque, mas também de cozinhar. Para Paulo tudo que ela cozinhava era bom. Era rápida e em dois toques tudo estava pronto, diz o marido. Seus sonhos eram casar, ter filhos e cuidar da família. Era uma mãe superprotetora. Cuidava muito bem dos netos Melissa e Rafael. Fazia de tudo pelos filhos. De vez em quando, ia à casa de Fernanda e Patrícia para fazer limpeza, sem que elas soubessem. O motivo era agradar em segredo. Sidney Magal era seu cantor favorito. Assistia muitas novelas, mas poucos filmes. Sentava em frente da televisão, com a cuia, o mate e a atenção. Os momentos mais importantes de sua vida foram o casamento e os netos. Como principais obstáculos da vida dela, Paulo cita a perda dos pais e a falta de emprego para ele quando os dois casaram. Por muito tempo, viveram apenas com o essencial. Depois que Paulo passou em um concurso, passaram a ter uma vida melhor. Preocupava-se muito em ajudar os outros. Sempre que via um morador de rua, contribuía. Eles ainda aparecem em frente à casa de Paulo em busca daquela mulher que nunca negava ajuda. Era uma pessoa de caráter, com personalidade e firme. Muito trabalhadora. Certa vez cheguei e ela estava em cima de uma árvore, podando-a com um facão, recorda. Sempre gostou na natureza, de flores e plantas. Era gremista, mas torcia mais por causa do marido. Ela não era muito ligada a futebol, porém como sou fanático, se considerava também, conta Paulo. Carmem não costumava assistir aos jogos. Mas, um jogo antes dela falecer, assistiu com o marido. Eu achei estranho. Parecia que ela estava prevendo que me deixaria, relembra. Adorava jogar vôlei e era ótima nisso. Paulo brincava que o jogador Bernard havia copiado o saque jornada nas estrelas de Carmem. Quando Paulo ia buscá-la na escola onde trabalhava, sempre a encontrava jogando bola com as crianças. Para Paulo, ela era uma bela mulher com corpo e rosto bonito. Tinha os cabelos loiros, olhos castanhos e era baixa. Carmem foi a mulher responsável por fazer de Paulo um homem mais forte. Se havia algum problema, ela sempre sabia a solução. Ela era a minha muleta. Agora vou falar com a Carmem e vai ficar tudo bem. E sempre ficava, conta. Faleceu dia 6 de outubro de 2013 com um Acidente Vascular Cerebral (AVC) hemorrágico. A família nunca se esquecerá da mulher de fibra que tinham perto deles.

Cuidava muito bem dos netos Melissa e Rafael. Fazia de tudo pelos filhos. De vez em quando, ia à casa de Fernanda e Patrícia para fazer limpeza, sem que elas soubessem.

4 Carmem e a família. Casamento do casal.

5 O sorriso sempre estava no rosto de Carmem. Adorava tanto a natureza, quanto os animais.

6 Querida Carmem, Tenho muitas saudades dos momentos felizes que passamos juntos. Descanse em paz. Você sempre vai estar no meu coração. Um dia vamos nos encontrar, mas não agora. Adeus!

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