História de Egídio Bittencourt Ferreira

Transcrição

1 História de Egídio Bittencourt Ferreira Nascimento: 28 de março de 1945 Falecimento: 9 de junho de , Lajeado. No dia 28 de março deste ano e neste local, nasceu Egídio Bittencourt. Veio ao mundo para alegria dos pais Luiz Adão Krug Ferreira e Ercy Bittencourt. Sua infância foi em Lavras do Sul e São Gabriel. Nesse último lugar, serviu o quartel. Seus irmãos se chamam Adolfo, Balbino, Olga e Flavia Terezinha. Estudou o primeiro grau em São Gabriel e todo o segundo, na Escola Júlio de Castilhos, em Porto Alegre. Era um aluno interessado. Formou-se em Contabilidade e trabalhou por muito tempo e escritórios e foi gerente em empresas da área. Mais tarde, em meados dos anos 70, ele e o irmão abriram uma firma de produtos hospitalares. A parceria durou onze anos. Depois, ele foi à Candelária e abriu com um parente outra firma, menor, especializada nos mesmos produtos. Netila Maria Ferrari foi sua segunda esposa e tinham uma relação tranquila e amorosa até a sua morte. Conheceram-se quando Egídio morava em Porto Alegre e já estava separado. Por causa do trabalho, ele viajava bastante junto com um amigo. Esse rapaz namorava a amiga de Nelita. Certa vez, quando iam jantar, avisou a garota que

2 levaria um amigo no encontro. Para ela não sair sozinha com dois homens, convidou Nelita que acabou conhecendo o grande e único amor de sua vida. Egídio tinha 33 anos e ela 26. Namoraram por 10 anos e assumiram a relação em 1990, quando foram morar em Candelária. Suas maiores qualidades eram a compreensão, a humildade e bondade. Nelita teve câncer de mama e ele sempre esteve ao seu lado. Ele chorava mais do que eu, lembra Nelita. Até uma sacola pesada que ela carregasse, era motivo de preocupação para Egídio. Ao participar de um grupo de câncer, Nelita escutava depoimentos de mulher que não tinham apoio do marido. Questionada do porquê não falar sobre a situação dela, confessou que tinha até vergonha de falar perto delas, pois seu marido se importava muito com ela. Egídio sempre foi um ótimo companheiro. Quando o irmão Balbino teve um Acidente Vascular Cerebral (AVC), ia todas as semanas à Canoas, o visitar. Era uma pessoa emotiva. Tudo o emocionava. Era, extremamente, preocupado com a família. Teve um filho, Luiz Fernando, em seu primeiro casamento, com Clotilde da Silveira. Jogava futebol com os amigos. Com um problema nos joelhos, depois de um tempo, não jogava mais. Torcedor do Internacional, ele dizia não se importar. Mas, um dia antes de sua morte, tinha um jogo do Inter contra o Cruzeiro de Belo Horizonte. Nelita relembra do quanto ele estava nervoso. Gostava de comer arroz, feijão e carne. Para ele, era o suficiente. De vez em quando, Nelita conseguia o fazer provar verduras. Mas, ele não gostava. Apreciava mesmo um bom churrasco. Se pudesse, ele comia todos os dias. Cozinhava carreteiro, massas, peixe ensopado e arroz com galinha. Egídio e Nelita ficaram juntos por 23 anos. Não tiveram filhos, porque não podiam. Pensaram em adotar, mas se preocuparam com o futuro da criança e resolveram que não era a escolha certa. Afinal, os dois já não eram mais tão novos. Gostava de fazer amigos. Em Santa Cruz do Sul conheceu o casal Jamal e Marinês, com quem se reunia para conversar. O que mais marcou sua vida foi o nascimento do filho e os colegas de escola. Como não teve muito contato com o filho, com as netas fez diferente. Sempre as procurava e era um avô coruja. Em relação à sociedade, colaborava em campanhas de doações. Tinha próteses no quadril por causa de um problema de nascença. Como não resolveu quando criança, ao longo dos anos, teve problema de desgaste. Por não poder

3 carregar pesos, se aposentou por invalidez. Gostava do Zeca Pagodinho, mas sempre dizia que o importante eram as músicas de um cantor e não o artista em si. Escutava samba e tocava pandeiro e chocalho. Assistia filmes de bang-bang. Pescava, acampava e saia sem rumo. Logo que Nelita e Egídio começaram a namorar, esses eram os principais programas do casal. Era apaixonado também por animais. Tiveram as cachorras Bina e Pitucha. Pouco antes de sua morte, falava muito em fazer um curso de inglês. Faleceu em 2013, no dia 9 de junho, por causa de um infarto. Partiu, mas deixou muitos ensinamentos. Nelita aprendeu com Egídio a ser independente, ousada e corajosa. Ele tornou a vida dela melhor, com sua maneira positiva de ser. Os dois começaram juntos do zero e acabaram por ter uma ótima e apaixonante vida a dois. Humildade e compreensão foram outras heranças que Egídio deixou para a amada. Com ele, eu aprendi a viver. Sai do meu mundinho trabalho-casa, casa-trabalho e enfrentei o mundo, conta. Egídio e amigos.

4 Amigos de escola que Egídio jamais esqueceu. Iniciando seus estudos.

5 Casamento do irmão em maio de Com a cachorrinha Pitucha.

6 Egídio, Nelita e a irmã Olga. O filho e as netas.

7 Da época do Exército. Foto tirada em 4 de julho de 1964.