Seminário 3. Para um desenvolvimento profissional do professor

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Transcrição:

Seminário 3 Para um desenvolvimento profissional do professor ao longo da vida (Manuela Esteves, Professora da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Lisboa (ULisboa), Portugal.) Rodrigo Sychocki da Silva, novembro de 2018.

Texto de 2014 Década de 80 emergência da nova ordem mundial [1] Neoliberalismo, Novas TICs, Relativismo acerca de valores, Aspiração e luta por níveis superiores (distribuição mais justa das riquezas) p.18 e p.19 Qual a relação de [1] com a formação de professores?

Formação docente: um pilar de resistência, um pilar de desenvolvimento Hoyle (1969), p.20 PROVOCAÇÃO: Docência é uma profissão?

Profissionalismo Profissionalidade Profissionalização PPP p.22

A formação dos professores ao longo da vida Contexto Portugal: pós 1992, lei em 2001. Retorno da temática Bem educacional

E no Brasil? (sugestão) BORGES, Maria Célia; AQUINO, Orlando Fernández; PUENTES, Roberto Valdés. Formação de professores no Brasil: história, políticas e perspectivas. Revista HISTEDBR On-line, Campinas, SP, v. 11, n. 42, p. 94-112, ago. 2012. ISSN 1676-2584. Disponível em: <https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/histedbr/article/view/8639868/743 1>. Acesso em: nov. 2018. doi:https://doi.org/10.20396/rho.v11i42.8639868.

Competências pessoais, sociais e profissionais do professor Como se constroem as competências? E as competências profissionais? Como se desenvolvem? Quais as mais importantes para o desempenho docente? Podem as competências ser avaliadas? E, se sim, como? Afinal, de que falamos quando falamos em competências? [p.25] PROVOCAÇÃO: Qual(is) competência(s) precisa ter o(a) professor(a)? Jonnaert (2002, p. 31): uma competência faz, no mínimo, referência a um conjunto de recursos que o sujeito pode mobilizar para tratar uma situação com sucesso. [p.29]

O professor enquanto pessoa e a personalização da formação Pós-anos 80 (reformulação) [antes] O que importava era, pela formação, moldar todos os docentes a um único perfil de desempenho, fosse ele inspirado nas práticas dos mais velhos e experientes... [p.30] os investigadores começaram a interessar-se pela pessoa e pelo pensamento do professor, pelos aspectos emocionais da docência, pelos fenómenos crescentes do mal estar docente. [p.30] Cabe então à formação ajudar os formandos a consciencializar o seu modo de ser e de estar na profissão, a examinar esses aspectos criticamente, a reforçar disposições positivas e a contrariar aspectos negativos. [p.30] Será que cada professor está em posição de reconhecer as suas próprias necessidades de formação? [p.31]

O professor como investigador e profissional reflexivo (i) esclarecer o que está efectivamente envolvido nos conceitos de teoria e de prática e (ii) aprofundar a concepção de qual deva ser a natureza da relação entre uma e outra no desempenho docente. [p.36] Aproximações e distanciamentos entre teoria e prática Como isso ocorre no percurso da (sua) formação? (...) faz sentido pensar então o professor como um investigador das situações de trabalho onde actua e não apenas como um consumidor de investigação feita por especialistas. [p.37]

A efetiva reflexão ocorre quando: [p.39]

Exemplos já na formação inicial... A aprendizagem de matemática via projetos no Slogo: o aluno como protagonista na construção do conhecimento (Bruna Santos de Souza, 2012) TCC Licenciatura em Matemática Fonte: https://lume.ufrgs.br/handle/10183/66859

Exemplos já na formação inicial... Materiais manipulativos, tabuadas e cálculo mental : potencialidades na aprendizagem matemática (Bianca Silva Soares, 2018) TCC Licenciatura em Pedagogia Fonte: https://lume.ufrgs.br/handle/10183/66859

Para concluir... O desenvolvimento profissional do professor ao longo da vida constrói-se numa relação dialéctica entre disposições inerentes ao sujeito (motivação, curiosidade, interesse pela profissão, empenhamento) e estímulos externos que lhe sejam proporcionados (formação inicial e continuada, contextos escolares democráticos, orientados para a valorização das pessoas e da comunidade, para a mudança e a inovação, espaços de trabalho colaborativo com os pares).

Referência Esteves, Manuela. Para um desenvolvimento profissional do professor ao longo da vida. Revista Educação em Foco, Vol 17(23), 2014. Disponível em http://dx.doi.org/10.24934/eef.v17i23.529. Acesso em novembro de 2018.