Expectativa de recorde



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Cenário positivo. Construção e Negócios - São Paulo/SP - REVISTA - 03/05/ :49:37. Texto: Lucas Rizzi

Transcrição:

ISSN 2178-5781 Ano XIII 220 Outubro 2013 Recursos para armazenagem Faeg firma parceria com Semarh para garantir recursos do Governo Federal Missões internacionais Produtores visitam sistemas de produção nos Estados Unidos e Austrália Expectativa de recorde Cenário é positivo e soja é atual aposta. Apesar disso, clima e Helicoverpa armigera preocupam produtores

PALAVRA DO PRESIDENTE CAMPO É hora de plantar A revista Campo é uma publicação da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR Goiás), produzida pela Gerência de Comunicação Integrada do Sistema FAEG/SENAR, com distribuição gratuita aos seus associados. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores. CONSELHO EDITORIAL Bartolomeu Braz Pereira; Claudinei Rigonatto; Eurípedes Bassamurfo da Costa; Marcelo Martins Editora: Francila Calica (01996/GO) Reportagem: Catherine Moraes e Leydiane Alves Fotografia: e Mendel Cortizo Revisão: Cleiber Di Ribeiro (2227/GO) Diagramação: Rowan Marketing Impressão: Gráfica Talento Tiragem: 12.500 Comercial: (62) 3096-2200 revistacampo@faeg.com.br DIRETORIA FAEG Presidente: José Mário Schreiner Vice-presidentes: Mozart Carvalho de Assis; José Manoel Caixeta Haun. Vice-Presidentes Institucionais: Bartolomeu Braz Pereira, Estrogildo Ferreira dos Anjos. Vice-Presidentes Administrativos: Eurípedes Bassamurfo da Costa, Nelcy Palhares Ribeiro. Suplentes: Wanderley Rodrigues de Siqueira, Flávio Faedo, Daniel Klüppel Carrara, Justino Felício Perius, Antônio Anselmo de Freitas, Arthur Barros Filhos, Osvaldo Moreira Guimarães. Conselho Fiscal: Rômulo Pereira da Costa, Vilmar Rodrigues da Rocha, Antônio Roque da Silva Prates Filho, César Savini Neto, Leonardo Ribeiro. Suplentes: Arno Bruno Weis, Pedro da Conceição Gontijo Santos, Margareth Alves Irineu Luciano, Wagner Marchesi, Jânio Erasmo Vicente. Delegados representantes: Alécio Maróstica, Dirceu Cortez. Suplentes: Lauro Sampaio Xavier de Oliveira, Walter Vieira de Rezende. CONSELHO ADMINISTRATIVO SENAR Presidente: José Mário Schreiner Titulares: Daniel Klüppel Carrara, Elias D Ângelo Borges, Osvaldo Moreira Guimarães, Tiago Freitas de Mendonça. Suplentes: Bartolomeu Braz Pereira, Silvano José da Silva, Alair Luiz dos Santos, Elias Mourão Junior, Joaquim Saêta Filho. Conselho Fiscal: Maria das Graças Borges Silva, Edmar Duarte Vilela, Sandra Pereira Faria do Carmo. Suplentes: Henrique Marques de Almeida, Wanessa Parreira Carvalho Serafim, Antônio Borges Moreira. Conselho Consultivo: Bairon Pereira Araújo, Maria José Del Peloso, Heberson Alcântara, José Manoel Caixeta Haun, Sônia Maria Domingos Fernandes. Suplentes: Theldo Emrich, Carlos Magri Ferreira, Valdivino Vieira da Silva, Antônio Sêneca do Nascimento, Glauce Mônica Vilela Souza. Superintendente: Marcelo Martins O fim do vazio sanitário e a chegada das chuvas são os sinais de que uma nova safra se inicia. As expectativas para a safra 2013/14 são boas, mas os desafios também são grandes. Clima, mercado, pragas, infraestrutura e logística terão influência significativa nos resultados da próxima safra. São fatores sobre os quais o produtor não tem gerência. Por isso, a atenção deve ser redobrada. Teremos em campo o desafio de manejar uma praga que nos assustou no último ciclo, a Helicoverpa armigera. Contra ela, informação aliada às ações rápidas de combate é a nossa melhor defesa. Provavelmente, teremos uma nova safra recorde e o fator mercado entrará em campo. Durante o período de cultivo o produtor deve ficar atento aos movimentos do mercado. Diante da possibilidade de uma safra cheia, é prudente não deixar a comercialização para os meses de colheita, quando há superoferta. E, por mais um ciclo, infelizmente, vamos nos deparar com as deficiências de logística e infraestrutura do Brasil. Os recursos destinados para armazenagem não estão chegando aos produtores, a tempo para atender a próxima safra. Dificuldades com licenças ambientais (resolvidas recentemente) e instabilidade no sistema energético travam as possibilidades de desenvolvimento na área. Portos e rodovias nacionais se encontram no mesmo estado da última safra. E, mais do que nunca, o produtor terá de ser competente na gestão dos fatores que consegue controlar. FAEG - SENAR Rua 87 nº 662, Setor Sul CEP: 74.093-300 Goiânia - Goiás Fone: (62) 3096-2200 Fax: (62) 3096-2222 Site: www.sistemafaeg.com.br E-mail: faeg@faeg.com.br José Mário Schreiner Presidente do Sistema FAEG/SENAR Fone: (62) 3545-2600- Fax: (62) 3545-2601 Site: www.senargo.org.br E-mail: senar@senargo.org.br Para receber a Campo envie o endereço de entrega para o e-mail: revistacampo@faeg.com.br. Para falar com a redação ligue: (62) 3096-2208 - (62) 3096-2248 (62) 3096-2115.

PAINEL CENTRAL Armazenagem comprometida Burocracia na emissão de licenças ambientais para construção de armazéns freia programa do Governo Federal Eleições da Faeg Chapa única é encabeçada por José Mário Schreiner 22 25 Prosa Economista chefe do Rabobank Brasil fala sobre a influência da economia no cenário mundial da agricultura e pecuária 8 Fredox Carvalho Desa os da Safra 2013/14 Clima e Helicoverpa armigera preocupam produtores que decidiram investir pesado na produção de soja 14 4 CAMPO Outubro / 2013 www.sistemafaeg.com.br

Agrinho 2013 18 Com o tema responsabilidade social, crianças de todo o Estado executam projetos Agenda Rural 06 Fique Sabendo 07 Delícias do Campo 33 Sangria de Seringueira 34 Cursos e treinamentos do Senar 36 Alto índice de exportação de borracha natural chama a atenção para atividade Campo Aberto 38 Cleiber Di Ribeiro Lindaura Tavares Produtor Wilton Roberto Guimarães, de Niquelândia, vai investir na soja, porque diz faltar comprador para milho. Foto: Fredox Carvalho Missões Internacionais 30 Técnicos e produtores visitam Austrália e Estados Unidos www.senargo.org.br Outubro / 2013 CAMPO 5

AGENDA RURAL Shu er Eleições FAEG 30 de Outubro Eleição da FAEG Hora: 8h 16h Local: Sede da Faeg, Goiânia Informações: (62) 3096-2200 01/10 07 a 09/10 Seminário Inclusão Produtiva Centro-Oeste Hora: 8h Local: Auditório da Faeg, Goiânia Informações: (62) 3096-2200 I Seminário de Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Sustentável Hora: 19 horas Local: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas de Goiatuba Informações: (64) 3495-8100 8 a 10/10 III Conferência Global sobre Trabalho Infantil Hora: 9 horas Local: Centro de Convenções do Hotel Brasília Royal Tulip Alvorada, Informações: (61) 2030-1609; (61) 2030-1645 6 CAMPO Outubro / 2013 www.sistemafaeg.com.br

FIQUE SABENDO Reprodução ARMAZÉM Código Florestal Goiano O que mudou? REGISTRO Senar Central e Sebrae podem nacionalizar Programa Proarte Fredox Carvalho Código Florestal Descomplicado O Sistema Faeg/Senar confeccionou uma cartilha de orientação sobre a nova legislação ambiental de Goiás. Com o título Novo Código Florestal Goiano O que mudou?, o material será distribuído aos produtores rurais e também pode ser encontrado no site: www. sistemafaeg.com.br. A cartilha possui a Lei n 18.104, de 18 de julho de 2013, aprovada pela Assembleia Legislativa do Estado e perguntas e respostas com ilustrações que abordam as dúvidas mais comuns dos produtores quanto à nova lei. Com o intuito de nacionalizar o Programa Proarte do Senar Goiás, representantes do Senar Central vieram à Goiânia, no dia 20 de setembro, para discutir sobre o projeto com o superintendente Marcelo Martins e a coordenadora do Proarte, Fátima Araújo. Na ocasião, além de conhecer os trabalhos de vários artesãos goianos, eles tiveram a oportunidade de bater um papo com mulheres integrantes de uma cooperativa em Bela Vista de Goiás, um dos 33 grupos cadastrados pelo Sistema. Participaram da visita, Daniel Carrara, secretário executivo do Senar Central e Kátia Rocha, assessora da presidência da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu. Maria Emília Jaber, Diretora Técnica do Sebrae Tocantins, também esteve presente e mostrou interesse em fechar parcerias no estado vizinho a fim de potencializar o programa e dar a ele mais características rentáveis. PESQUISA Embrapa reúne orientações sobre Helicoverpa na internet A Embrapa está disponibilizando para os agricultores brasileiros, um ambiente na internet http://www.embrapa. br/alerta-helicoverpa que reúne informações para ajudar agricultores e técnicos a lidar com a Helicoverpa armigera, uma nova e importante praga que alcança as culturas da soja, algodão, milho, entre outros cultivos, tem causado preocupação e exigirá atenção permanente às táticas de Manejo Integrado de Pragas (MIP). Com o fim do período de vazio sanitário e início do plantio, as informações sobre soja são as mais demandadas. Elas estão agrupadas em www.embrapa.br/helicoverpa- -soja, organizando as informações existentes e orientando sobre o manejo de pragas. No site é possível encontrar informações sobre a praga, seu manejo, a importância da tecnologia de aplicação, dicas sobre o monitoramento da Helicoverpa e de outras lagartas da soja, além de entrevistas, explica Clara Beatriz Hoffmann Campo, pesquisadora da Embrapa Soja. Shu er

PROSA RURAL ROBÉRIO COSTA é economista chefe do Rabobank Brasil Não somos caso perdido Catherine Moraes catherine.moraes@faeg.com.br Robério Costa é economista chefe do Rabobank Brasil e esteve em Goiânia no último mês de setembro para participar do Interconf. Na ocasião, ele concedeu entrevista à Revista Campo e falou sobre o mercado financeiro mundial assim como as interferências no Setor Agropecuário. Para ele, a desaceleração da economia chinesa não afeta produtos agropecuários e o Brasil ainda é atrativo aos investidores externos. 8 CAMPO Outubro / 2013 www.sistemafaeg.com.br

Revista Campo: O mercado financeiro mundial já absorveu os impactos do anúncio da saída do FED nas compras de títulos privados nos EUA ou poderá haver mais um reflexo no câmbio? Robério Costa: O Fed está comprando US$ 85 bilhões por mês em títulos públicos e privados, o que aumenta continuamente a liquidez do mercado. O objetivo é deixar os juros de mercado baixos e estimular a recuperação da economia e o aumento do emprego. No máximo em dezembro um cronograma de redução progressiva dessas compras deve ocorrer. Portanto, o movimento é previsto e gradual, o que não deve gerar reações abruptas do mercado. Mas, isso não quer dizer que o câmbio dos países emergentes não será afetado. Revista Campo: Foi constatado, no mercado financeiro mundial, que após o anúncio na alteração da política de compra de títulos pelo FED, 22 países já gastaram US$ 153 bi para garantir o valor de suas moedas. É uma situação que pode se agravar? Robério Costa: A situação hoje é bem melhor, se comparada à das décadas de 80/90, quando os países estavam mais vulneráveis às crises externas. Praticamente todos os países emergentes foram beneficiados seja por preços de commodities mais altos ou por abocanhar uma boa fatia da produção industrial do mundo. Esses países acumularam reservas internacionais abundantes, ao longo dos últimos 20 anos, que permitem hoje uma política de defesa de suas moedas mais efetiva. O mercado não é linear e o ajuste sempre vem acompanhado de alguma turbulência. Mas o câmbio desses países terá de se ajustar à nova realidade. Revista Campo: Você fez uma afirmação, em sua apresentação no Interconf que, diante da atual situação econômica do mundo as Commodities Agrícolas são as mais protegidas. Poderia explicar melhor? Robério Costa: Por que a demanda deverá ser garantida pela melhora do nível de renda média no mundo, que está ocorrendo sobretudo nos países emergentes. Conforme cresce a renda, aumenta a quantidade e, principalmente, a qualidade do alimento demandado. Dos grãos e leguminosas, principais alimentos de quem está na base da pirâmide social, passa-se à proteína animal, quando o consumidor ascende a um patamar mais alto da pirâmide. No nível mais elevado, vêm os alimentos industrializados que caracterizam o consumo no topo da pirâmide. A maior parte da população mundial está distante do topo da pirâmide e há muita demanda reprimida por esse tipo de produtos, principalmente na Ásia. Revista Campo: Desde a crise de 2008 o eixo comercial externo do Brasil vem deslocando para países em vias de desenvolvimento. As políticas protecionistas daqueles países perdem importância? Robério Costa: Não perde importância. Em vários mercados de economias desenvolvidas o Brasil poderia ter uma presença muito maior. Um exemplo disso é o de carnes, cujas barreiras protecionistas, tarifárias ou sanitárias, seguem mais uma lógica política que econômica. O que está em jogo é a defesa de produtores locais ineficientes. Exportar para outros mercados, que não os tradicionais países desenvolvidos, é uma estratégia de diversificação de risco e expansão de receita, uma vez que o consumo nesses países cresce mais rápido. Mas isso não é excludente em relação à disputa de espaço nos mercados protegidos. A OMC está aí para isso, o Itamaraty pode ajudar na negociação de acordos comerciais. Em muitos casos a irracionalidade e a afronta às regras do mercado internacional são gritantes e têm de ser contestadas. Revista Campo: A desaceleração da economia Chinesa deve afetar produtos agropecuários? Robério Costa: Se a economia chinesa seguir crescendo em torno de 7%, a demanda adicional que injeta por commodities ainda é enorme. Estamos falando da segunda maior economia do mundo, com um PIB de mais de US$ 8 trilhões. Além disso, o país se move em direção ao consumo doméstico, versus à orientação para a exportação que vem predominando desde a emergência da China como potência. Dificilmente os produtos agropecuários serão prejudicados nesse cenário. O país ainda tem muito a se urbanizar e pelo menos dois Brasis a serem incorporados ao mercado consumidor a médio prazo. Revista Campo: O Brasil ainda é considerado um país atrativo pelos investidores externos? Robério Costa: Todo país tem suas mazelas. A China é uma ditadura. A Índia tem um sistema social de castas. O Brasil é uma democracia e tem mobilidade social, como mostra os 20 últimos anos. Temos inúmeros problemas, mas não somos um caso perdido, definitivamente. O Brasil tem flexibilidade para mudar e, não é por outro motivo, que os investimentos estrangeiros giram em torno de US$ 60 bilhões há três anos. Mas para manter e aumentar isso, a gente precisa se ajudar. www.senargo.org.br Outubro / 2013 CAMPO 9

AÇÃO SINDICAL Antelmo Teixeira Francila Calica Giulianna Conte INHUMAS E CORUMBÁ Novas fachadas Os Sindicatos Rurais de Corumbá de Goiás e Inhumas também adotaram a sugestão de fachada padrão do Sistema Faeg/Senar. Padronização de fachadas é uma meta do Programa do Empreendedor Sindical, como forma de criar uma identificação única para a rede de Sindicatos Rurais ligados ao Sistema. Já completaram 20 Sindicatos que tem a mesma configuração de fachada. RIO VERDE Posse de diretoria eleita Sindicato Rural de Rio Verde Sindicato Rural de Rio Verde RIO VERDE Programa Equoterapia retorna às atividades O Centro de Equoterapia Primeiro Sorriso do Sindicato Rural de Rio Verde iniciou o segundo semestre com capacidade máxima de praticantes. Quinze novos praticantes estão utilizando a equoterapia como forma de reabilitação. São ao todo 120 alunos, de dois a 80 anos de idade. O Centro de Equoterapia está trabalhando com escolinha de equitação e atendendo crianças com potencial de risco para o uso de drogas. Além disso, os profissionais estão tratando pacientes autistas, amputados, dependentes químicos e alunos com déficit de atenção. (Colaborou: Fabiana Sommer) PROJETO AGRINHO Projeto Horta Escolar A nova diretoria do Sindicato Rural de Rio Verde tomou posse no último dia 30 de setembro em cerimônia realizada no Salão Verde do Parque de Exposições. O atual presidente Walter Baylão Júnior, que foi reeleito com 333 votos, assume a instituição por mais três anos. Além da classe produtora, o vice-presidente institucional da Faeg, Bartolomeu Braz também compareceu, representando o presidente José Mário Schreiner, acompanhado do superintendente Claudinei Rigonatto. Há três anos, a Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) José do Prado, de Rio Verde, vem desenvolvendo uma horta escolar. Inicialmente, o projeto foi realizado como atividade referente ao Programa Agrinho do Sistema Faeg/Senar e Sindicato Rural, mas, o resultado foi tão satisfatório, que o gestor da escola resolveu implementar outras ações e começou a incentivar os alunos a produzirem alimentos sem agrotóxicos para o próprio consumo escolar. (Colaborou: Fabiana Sommer) 10 CAMPO Outubro / 2013 www.sistemafaeg.com.br

Sindicato Rural de Cristalina SILVÂNIA Cavalgada comemora sete de setembro Dois mil cavaleiros desfilaram pelas ruas de Silvânia no dia 7 de setembro em comemoração à Independência do Brasil e marcando a 30ª edição da Exposição Agropecuária e 14ª Feira de Agronegócios do município. O presidente do Sistema Faeg/Senar, José Mário Schreiner e o prefeito de Silvânia, José Faleiro encabeçaram a cavalgada. CRISTALINA Capacitação para produção de alimentos Antelmo Teixeira Arquivo Faeg CAPACITAÇÃO Treinamento em ITR O Sistema Faeg/Senar realizou, no mês de agosto, treinamento para capacitar os funcionários dos Sindicatos Rurais para o preenchimento do Imposto Territorial Rural (ITR). O treinamento, que faz parte do Programa do Empreendedor Sindical, foi ministrado pelo instrutor, Seres Baum, do Grupo Work, parceiro nesta ação desde 2006. Hoje, cerca de 80 Sindicatos Rurais estão aptos a prestarem este serviço ao produtor, o que corresponde a 70% dos Sindicatos filiados. Treinamento em DAP O Sindicato Rural de Cristalina em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar Goiás) realizou, entre os dias 23 a 25 de julho, o Treinamento Produção Caseira de Alimentos/Leite realizado no Assentamento Manacá que contou com a participação de 14 alunos. O Sindicato Rural de Cristalina destacou o empenho e dedicação da Instrutora Fernanda Paula Parreira ao dividir seus conhecimentos com a turma. (Colaborou: Malva Lúcia Caixeta) Em uma parceria com o Senar Central, o Sistema Faeg/Senar realizou, no mês de agosto, no Augustu s Hotel, em Goiânia, um treinamento para capacitar funcionários dos Sindicatos Rurais no preenchimento da Declaração de Aptidão (DAP) ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). A meta é, com esse treinamento, passar para 70 o número de Sindicatos Rurais aptos a emitirem a DAP, atualmente, o Sistema conta com 56. www.senargo.org.br Outubro / 2013 CAMPO 11

MERCADO E PRODUTO Soja: A chegada da nova safra Cristiano Palavro cristiano.palavro@faeg.com.br Mendel Cor zo Cristiano Palavro é Consultor Técnico do Senar Goiás Com a chegada de outubro, Goiás se aproxima de mais uma safra de verão. Como vem se repetindo nos últimos anos, a cultura da soja deve bater novo recorde de área plantada no estado. Com os preços altos negociados nos últimos meses e com a confirmada seca na safra norte-americana, os produtores goianos devem expandir a área plantada com a cultura, com expectativa de ultrapassar os três milhões de hectares nesta safra que se aproxima. Nos últimos dois anos, os preços da soja têm ficado acima dos valores históricos comercializados. Isso porque houve diminuição da produção nos principais países produtores, principalmente, influenciada pelas secas nas duas últimas safras norte-americanas e a seca ocorrida na Região Sul do Brasil na safra 2011/12, que levou à redução dos estoques mundiais do grão. O que confirma o fato, é que nos últimos 24 meses os preços da saca de soja têm se mantido próximos ou acima dos R$ 50, cerca de 30% acima da média de preços comercializados até 2011. Essa alta incentivou o avanço da área plantada com soja no país. Depois de 2011 o Brasil passou de 25,1 milhões para 27,8 milhões de hectares na última safra, um aumento de 11% em dois anos. A expectativa é de o país chegar a 29,2 milhões de hectares na safra 2013/14. Não havendo nenhum fator climático limitante, deve- -se alcançar um novo recorde de produção, consolidando o país como o maior produtor mundial do grão. Goiás acompanhou a situação nacional. Houve um incremento de 8% na sua área plantada nas últimas duas safras, passando de 2,65 milhões para 2,88 milhões de hectares, segundo os dados da Conab. Na safra 2013/14, a expectativa é que Goiás chegue a 3,01 milhões de hectares, com previsão de produção de mais de nove milhões de toneladas do grão, mantendo a posição de quarto maior estado brasileiro em produção de soja. Apesar de um cenário favorável no que diz respeito aos preços das commodities no mercado mundial, a renda do produtor não aumentou na mesma proporção. Estes preços elevados alavancaram também os preços dos insumos agrícolas, como as sementes, o adubo e os defensivos químicos, gerando um aumento no custo total de produção. Outro fator que contribui para este fato é que com a demanda por insumos aquecida, devido ao incremento na área plantada, houve uma redução na oferta, levando a uma pressão de alta nos preços adotados no mercado. O que também vem impactando o custo de produção nas últimas safras é o agravamento dos problemas fitossanitários que acometem a cultura. Um dos problemas é a ferrugem asiática, que apesar de ser uma doença já conhecida dos produtores, a falta de novos princípios ativos, aliada à perda de eficiência de alguns fungicidas utilizados, atualmente, têm dificultado o controle desta doença. Entre as pragas, as grande vilãs no incremento dos custos de controle são as lagartas. Apesar dos esforços tanto por parte do governo como dos próprios produtores e associações, o receio neste ano é em relação à lagarta Helicoverpa armigera, praga que já causou sérios prejuízos financeiros no último ano e poderá ser um grave problema nesta safra. O vazio sanitário para a cultura da soja no estado de Goiás já terminou e se as chuvas realmente chegarem agora no início de outubro, o plantio da safra goiana terá início. Apesar dos elevados custos de produção e os graves entraves na logística brasileira, os produtores esperam a possibilidade de bons rendimentos neste ano e a safra inicia-se com expectativa de novo recorde de produção, tanto no Brasil como em Goiás. 12 CAMPO Outubro / 2013 www.sistemafaeg.com.br

SAFRA 2013/14 Lagarta Helicoverpa pode ser o algoz do produtor na próxima safra O que a safra nos reserva? Fim do vazio sanitário e chegada das chuvas anunciam o plantio do próximo ciclo. Como mercado, clima e pragas influenciarão a produção Karina Ribeiro revistacampo@faeg.com.br Especial para a Revista Campo Com um cenário que aponta altos investimentos em tecnologia e bons preços no mercado, a expectativa de produção da safra de grãos este ano, especialmente de soja, é de bater novo recorde. No entanto, dois fatores que fogem da alçada do produtor rural podem desencadear uma perspectiva menos positiva: o clima e a presença da praga Helicoverpa armigera. A praga que vem tirando o sono de muitos produtores rurais possui características bastante peculiares e assustadoras: apetite voraz e indiscriminado, rápida disseminação e dificuldade no combate. A ocorrência de lagartas desse gênero na Região do Cerrado foi observada a partir da safra 2012/2013, o que acarretou em prejuízos econômicos, segundo dados da Embrapa. A praga ataca, principalmente, as culturas de soja, milho e algodão. Na prática, a helicoverpa ataca uma cultura e se desloca para outra. Isso ocorre em função da metodologia empregada por alguns agricultores da região, ao 14 CAMPO Outubro / 2013 www.sistemafaeg.com.br

Shu er adicionar a implantação da ponte verde, ou seja, cultivo adicional de outras culturas associadas como milheto, sorgo e feijão. A agilidade de deslocamento da praga demonstra seu alto grau de destruição. Segundo o coordenador geral de proteção de plantas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Carlos Franz, há registros de deslocamentos de até mil quilômetros. Um relatório do órgão revela a presença dela em lavouras que vão de Roraima ao Rio Grande do Sul. Existe um alto grau de preocupação e, desde que foi identificada, o MAPA adotou uma série de medidas, afirma. Ele explica que foi composto um grupo emergencial para controle e manejo da Embrapa. Segundo relatório, essas pragas têm sido controladas de forma errônea, por defensivos, na maioria das vezes, de forma recorrente e ineficaz, com pulverizações sem rigor técnico e sem o devido monitoramento. Defensivos usados com falta de racionalização provocam redução populacional dos inimigos naturais das pragas e desequilíbrio ecológico nos sistemas agrícolas. Por isso, o coordenador geral de proteção de plantas do MAPA explica que o produtor não deve fazer nenhuma aplicação de produtos de forma preventiva. O ideal é monitorar a área uma vez por semana, para assim, caso haja a presença da lagarta, conseguir combatê-la no primeiro e segundo estágios. O produtor não deve fazer ação preventiva, tampouco tardia. Ela é passível de controle no primeiro e segundo estágio, afirma. Carlos Franz salienta que o produtor deve ficar ainda mais atento no período de floração. Como a praga já é famosa, porém pouco conhecida, os produtores devem buscar assistência técnica apurada para combatê-la. Por sua vez, a Embrapa está divulgando posicionamento favorável para registro emergencial de 12 inseticidas para a Helicoverpa armigera no Brasil. Faltam informações Franz reconhece que, embora haja um trabalho efetivo de pesquisa no intuito de controlar as pragas, ainda faltam informações para o homem do campo. Ele diz que estão sendo realizados fóruns e palestras para repassar os conhecimentos aos produtores rurais. Deveria ser mais intenso, mas está sendo feito dentro de nossas possibilidades, afirma. Clima O produtor rural deve ficar atento às precipitações de chuvas no mês de outubro para a tomada de decisão de plantio. Segundo informações do Sistema de Meteorologia e Hidrologia do Estado de Goiás (Simehgo/Sectec), alguns modelos de pesquisa apontam possível veranico para o período entre os dias 15 de outubro e 23 de outubro. O índice pluviométrico deste mês é de 110,5 milímetros, o segundo menor volume dentro do período chuvoso (outubro a abril). Para os próximos meses, a estação chuvosa será dentro das normalidades, entretanto, com possibilidade de eventuais excessos de precipitação em áreas isoladas do Centro-Oeste. www.senargo.org.br Outubro / 2013 CAMPO 15

Prejuízo de 10% da produção O produtor José Roberto Novaes Provinciali conta que já teve contato com a praga nesta safra. Assustado com o poder de destruição da lagarta, diz que teve um prejuízo de cerca de 10% na região de Goiatuba, Acreúna e Porangatu. Ele explica que ainda não adquiriu nenhum produto para combater a praga, exatamente, para não comprar inseticidas que não venham surtir efeito. Precisamos saber o que é eficaz, alerta. No mais, trabalha para uma produtividade média acima de 50 sacas nos três mil hectares plantados pulverizados em diversas regiões do Estado como Goianésia, Acreúna, Porangatu, Vila Propícia e Goiatuba. Tivemos um momento de queda, mas acreditamos na retomada do preço, ressalta. José Roberto calcula que tenha comercializado 20% da produção no mercado futuro. O valor foi de R$ 55 a saca. Ele afirma que vai segurar parte da safra no intuito de conseguir preços por volta de R$ Provinciali a rma que vai segurar parte da safra no intuito de conseguir preços mais altos 60. Deixei de vender quando estava nessa faixa, mas acredito que deve dar uma alavancada, diz. A bronca de José Roberto e de outros produtores rurais fica por conta do aumento dos preços dos insumos. Ele diz que comprou os produtos em maio com oneração de 20% se comparado à safra passada. Quem comprou mais tarde pagou mais caro ainda, diz. Esse momento de tomada de decisão, para ele, é fundamental para o resultado dos negócios. Mais consciente e atento às informações das regiões produtoras mundiais, o produtor consegue melhores preços. Hoje 50% diz respeito à produção, a outra metade é saber comercializar, resume. Fredox Carvalho Preços vão depender de safra americana Para o consultor da Safra & Mercados, Paulo Molinari, os preços comercializados vão depender do resultado final da safra norte americana. Ele explica que, a princípio, a de soja não é muito grande. A expectativa é de que os Estados Unidos colham cerca de 90 milhões de toneladas do grão. Até outubro o foco é nos Estados Unidos, diz. Diante dessa concretização, os produtores que comercializarem parte da safra no mercado futuro com valores que variam entre R$ 55 e R$ 60, podem garantir bons rendimentos. Dependendo da região, é possível conseguir preços de R$ 55 a R$ 60 a saca. Esse preço garante uma boa margem para o produtor, afirma. Com o abastecimento dos estoques de soja advindos do plantio da safra norte-americana, associado às colheitas das safras sul-americanas em 2014, Molinari acredita que possa haver achatamento no preço da commodity no próximo semestre. Tudo vai depender do clima, se não houver nenhuma quebra de safra sul-americana, os preços poderão ser pressionados, ressalta. Molinari acredita que haja uma redução de área plantada de milho no País de até 30%. Para ele, está dentro da normalidade já que o preço da saca do milho está aquém do esperado, em função do alto volume de estoque. Somente no Brasil, a estimativa é que até 15 milhões de toneladas do cereal estejam depositados em armazéns. Os produtores poderão sofrer, ainda, com falta de silos para guardar parte da soja colhida no próximo ano. Além disso, segundo Molinari, a safra de milho norte-americana tende a ser recorde. A retração da safra de verão pode ser favorável para a safrinha. Mas, o importante é que estamos com grandes estoques que precisam ser esvaziados para liberar os armazéns, salienta. 16 CAMPO Outubro / 2013 www.sistemafaeg.com.br

Milho não tem comprador, afirma produtor Wilton está incomodado com volatilidade dos preços e não investirá em milho Milho não tem comprador, afirma o produtor rural Wilton Roberto Guimarães. Mais um motivo, diz, para continuar investindo somente na soja em seus 1.160 hectares, no município de Niquelândia. Embora com boas perspectivas de produtividade, mostra-se incomodado com a volatilidade dos preços. Os preços estão parecendo uma gangorra, diz. Ele conta que vendeu 50% da produção com valores que variam entre R$ 52 e R$ 59, cujo objetivo é pagar os custos de produção. Ele calcula que, o custo é de 35 sacas/hectare. Agora é um jogo de risco. Aguardo para fechar o restante mais para frente, me informando com o que está acontecendo no mercado externo, diz. A busca por informações ocorre por meio de relatórios de empresas de consultorias. O objetivo é não perder o tempo ideal para fechamento dos contratos. Wilton afirma que não teve contato com a praga Helicoverpa, mas anda preocupado. Está munindo de informações para não jogar dinheiro fora. As informações estão muito desencontradas e vou participar de palestras para fazer a aplicação de forma correta, explica. Fredox Carvalho

AGRINHO Pequenos e poderosos Ultrapassando as fronteiras da escola, programa auxilia crianças a mudar as comunidades que as cercam Karina Ribeiro revistacampo@faeg.com.br Especial para a Revista Campo O despertar da consciência ambiental por meio da modificação de pensamentos e atitudes. Esse é o maior legado deixado, ao longo dos anos, pelo Agrinho, um programa de responsabilidade social do Sistema Faeg/Senar, em parceria com Sindicatos Rurais e os governos estadual e municipais. Trabalhando temas diferentes desde 2008, quando o programa foi iniciado, o Agrinho vêm cumprindo seu papel transformador. Este ano, 198 municípios participam com o tema Saber e Atuar para Melhorar o Mundo - Responsabilidade Social e Meio Ambiente. A festa de confraternização e premiação deste ano vai ocorrer no dia cinco de dezembro. Essa é uma forma de agradecer a dedicação e comprometimento daqueles que lutam por um mundo melhor. Envolvendo crianças e profissionais do ensino fundamental de escolas municipais e estaduais goianas, os ensinamentos saem das fronteiras das instituições escolares e atingem as comunidades que as cercam. Dessa forma é criada uma espécie de patrimônio permanente que, eventualmente, deve receber uma lufada de reforço didático para revigorar as ideias difundidas nos últimos anos. Acredito que muitos ensinamentos ficam ao longo dos anos. A maioria dos professores trabalha por convicção, resume a coordenadora do Programa Agrinho, Maria Luiza Bretas. O programa trabalha com uma proposta pedagógica com base na interdisciplinaridade e na pedagogia de pesquisa, sendo temas relacionados à ética, cidadania, saúde, alimentação, desenvolvimento sustentável e produção de alimentos. Todos com enfoque na preservação ambiental. Livro escrito por professora e alunos de Britânia é entregue no Hospital Araújo Jorge 18 CAMPO Outubro / 2013 www.sistemafaeg.com.br

Pequenos conselhos, grandes lições Uma série de ações complementares que abraçam o tema Responsabilidade Social e Meio Ambiente está sendo desenvolvida no município de Britânia por meio do Programa Sinal Verde. A coordenadora do projeto, a professora do nono ano do Colégio Estadual Alfredo Nasser, Maria Disterro dos Santos, 39, afirma que acompanha o Programa Agrinho há alguns anos e acredita no projeto. Próxima a colegas de trabalho e parentes de alunos que sofrem com diferentes tipos de câncer, a professora decidiu incutir nos alunos o espírito de solidariedade na tentativa de amparar ou minimizar os sofrimentos causados pela doença. Em uma das ações, apenas em um dia de gincana, os alunos da escola conseguiram recolher 25 mil itens eletrônicos que foram destinados à reciclagem para angariar recursos ao Hospital Araújo Jorge, localizado em Goiânia. O transporte para a capital foi realizado em três caminhões. A aluna Maria Eduarda Adolfo Alves, de 15 anos, lembra que, na ocasião, muitos pais de alunos participaram do projeto após o expediente de trabalho. Muitos saíram de carro junto com os filhos para bater de porta em porta, recorda. Os alunos foram incentivados também a ajudar na revitalização de regiões próximas ao Rio Araguaia. De uma forma lúdica, soltaram mil balões biodegradáveis com gás hélio. Em cada um havia entre 10 e 15 sementes de plantas nativas da região. A ideia é conseguir reflorestar regiões mais distantes, fora do alcance das mãos dos alunos. Focando no tema solidariedade, a professora selecionou alunos do nono ano para serem monitores escolares de alunos do quarto ano da Escola Municipal Eugênio Gomes dos Santos, da Vila Esperança. Para fechar as ações. A professora, em coautoria com os alunos do Maria do Disterro e alunos do 9º ano participam de lançamento do livro na Nobel, livraria do Shopping Bougainville nono ano do Colégio Estadual Alfredo Nasser e do quarto ano da Escola Eugênio Gama dos Santos publicou o livro Pequenos Conselhos Grandes Lições. Com a visão infantil sobre o tema responsabilidade social, diz, o livro também pode ser lido por todas as faixas de idade. Cada exemplar está sendo vendido a R$ 9,90 e a renda também é revertida para o Hospital Araújo Jorge. Exemplares foram distribuídos no hospital e dois lançamentos foram realizados, um deles na livraria Nobel do Shopping Bougainville, em Goiânia. Em apenas uma hora 120 livros foram vendidos. Mendel Cor zo www.senargo.org.br Outubro / 2013 CAMPO 19

Limpeza do Parque Plantação de mudas De olho em uma área desmatada, mal aproveitada e vizinha à Escola Municipal Gercina Teixeira, localizada no município de Piranhas, professores e alunos colocaram em prática o projeto debatido em sala de aula e decidiram pôr a mão na massa para mudar a realidade da comunidade. Depois do processo de canalização do Córrego Olaria, que passa no fundo da escola, essa área ficou abandonada, informa a professora do quinto ano e coordenadora do projeto, Lindaura Tavares de Lima. Ela conta que a ideia foi surgindo de forma gradual. Com a ajuda de cerca de 70 alunos, divididos em três turmas, o córrego foi limpo. Depois, foi construído um parque de pneus reciclados com pista de caminhada, mesas para jogos de tabuleiro, cantinho de leitura, além da arborização. Na prática, onde não há as mãos efetivas dos alunos, entrou o diálogo. Fomos à prefeitura e conversamos sobre a possibilidade de mudar o local, diz a professora. Sensibilizada pelo trabalho realizado dentro dos portões da escola, a comunidade foi convidada a um mutirão da limpeza. Estamos focando a importância dessa conscientização na sala de aula, mas abrimos a visão para toda a comunidade, diz a secretária Preocupados com a destinação correta dos lixos produzidos pelos moradores e também com a diminuição do volume de água do Ribeirão Pereira, principal fonte de abastecimento do município de Guapó, alunos do oitavo ano do Colégio Estadual Liodósia Terra Ramos, passaram por um processo de aprendizagem sobre os impactos ambientais. Trabalhamos primeiro a escala global, depois estadual até chegarmos aos problemas ambientais municipais, diz a professora e coordenadora do projeto, Crislaine Macedo de Brito Gomide. Ela explica que o curso d água do ribeirão diminuiu visivelmente ao longo dos últimos anos. Foi confeccionada uma maquete explicativa, ilustrando a forma correta não só de revitalizar a mata ciliar, mas também do controle das mudas. Só plantar não é tudo, precisa cuidar do local e os alunos ficaram super empolgados, diz. Foram plantadas cinco mil mudas de espécies nativas no local, com recursos da prefeitura e iniciativa privada. A coordenadora do Colégio, Maria Antônia de Oliveira conta ainda que a Alunos da Escola Municipal Gercina Teixeira revitalizaram praça e criaram ônibus da leitura municipal de educação, Ledyanne Pereira dos Santos Torres. De acordo com o aluno, Mauro Antônio Araújo da Silva Neto, 11, a lição será levada para toda a vida. Acho que por causa do envolvimento de toda a comunidade e por ser bom para todo mundo. Vamos aproveitar um local que estava esquecido. Está todo mundo gostando e se envolvendo, argumenta. Alunos de Guapó realizaram plantio de mudas em Programa Agrinho escola está trabalhando no gerenciamento correto da coleta de lixo. Os alunos estão repassando os ensinamentos para a comunidade. Ela afirma que o maior legado deixado pelo Programa Agrinho é fazer com que os alunos coloquem em prática aquilo que é ensinado dentro da sala de aula. Mendel Cor zo Lindaura Tavares 20 CAMPO Outubro / 2013 www.sistemafaeg.com.br