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Transcrição:

IAJ 12 th European Conference on Gambling Studies and Policy Issues, Valletta, Malta O impacto do Contrato Terapêutico e do tratamento baseado em TCC na perturbação de jogo: Um estudo piloto CBT Patient

CONTEXTUALIZAÇÃO TEÓRICA OBJETIVO DO ESTUDO MÉTODO RESULTADOS IMPLICAÇÕES CLÍNICAS DISCUSSÃO SUGESTÕES LIMITAÇÕES REFERÊNCIAS

CONTEXTUALIZAÇÃO TEÓRICA A perturbação de jogo (online e offline) é um problema generalizado de saúde pública. Esta, implica-se em custos pessoais e familiares (por exemplo, problemas com relações, comunicação, finanças e trabalho) e pode estar associada a comorbidades psiquiátrica (por exemplo, depressão, ansiedade, distúrbios de personalidade). A terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) mostra bons resultados em várias áreas relacionadas com dependências comportamentais (Patrão & Sampaio, 2016). Até onde sabemos, não há estudos de intervenção de TCC em amostras com perturbação de jogo.

CONTEXTUALIZAÇÃO TEÓRICA Em 2017, Portugal tinha 0,6% de jogadores patológicos (2 vezes mais do que em 2012) e 1,2% de pessoas com mais de 16 anos de idade (4 vezes mais do que em 2012) com algum problema de jogo (SICAD, 2017). Portugal segue a tendência de outros países "ocidentais" e apresenta resultados muito semelhantes sobre o aumento global no número de jogadores, tanto online como offline (ex: na prevalência de problemas de jogo, de preditores e comorbidades) (Hubert, 2015).

CONTEXTUALIZAÇÃO TEÓRICA O Instituto de apoio ao jogador (IAJ) é uma organização privada e independente centrada no tratamento da perturbação de jogos, coordenação de linhas de ajuda, formação, supervisão e pesquisa. O IAJ começou a desenvolver um protocolo de intervenção individual, baseado em técnicas de Terapia Cognitivocomportamental (TCC), que tem sido aplicada aos jogadores online e offline desde 2006 (Hubert, 2016). O Contrato Terapêutico (CT) foi estabelecido como um conjunto de diretrizes negociáveis, e posteriormente, aceites e seguidas pelos pacientes (ex: a autoexclusão, acesso ao dinheiro controlado por uma pessoa em quem confiam), incluindo-se também sessões psicoterapêuticas, numa abordagem de TCC.

OBJETIVO DO ESTUDO O objetivo deste estudo foi avaliar a eficácia do protocolo de intervenção da TCC, com foco especial no Contrato Terapêutico, e causas para a recaída, com vista à criação de um programa de tratamento em Portugal, para os jogadores com problemas.

MÉTODO Participantes: 71 participantes, feminino = 10 (média de idades = 50,3; DP = 12,0); masculino = 61 (média de idades= 33,4; DP=10,30); Instrumentos: 1- Protocolo de avaliação: sociodemográficos e questionário de comportamento do jogo (Hubert, 2015); 2-SOGS (Lesieur & Blume, 1987); 3-Contrato Terapêutico (Hubert, 2010) Procedimento: Os 71 participantes aceitaram participar voluntariamente na investigação e cumpriram um protocolo de avaliação antes da intervenção da TCC (momento 1) e pelo menos 6 meses (ou 15 sessões) após a intervenção (momento 2). Isto foi acordado e incorporado num contrato terapêutico durante 1ª sessão. Durante o tratamento, o foco central foi: a) Contrato Terapêutico + b) Estratégias de TCC relativas a: relacionamentos com outros significativos, história de vida e comportamentos de jogo, crenças e distorções cognitivas, padrões de comportamento e gestão dos cravings de jogo, gestão emocional e de stress, desenvolvimento de competências psicossociais, prevenção de recaídas, reuniões de família, etc..

MÉTODO Contrato Terapêutico: Durante 6 meses 1) Preparar e cumprir um plano de reembolso de dívidas 2) Abstinência total de qualquer tipo de jogo a dinheiro 3) Evitar pessoas, lugares e situações relacionadas com o jogo 4) Auto-exclusão de jogos físicos ou virtuais (locais de jogo/sites) 5) Acesso limitado ao dinheiro/cartões/cheques etc. 6) Envolver familiares significativos/outros no tratamento 7) Participar em sessões de psicoterapia individual e grupal (15 a 16 sessões) 8) Ler e fazer trabalhos terapêuticos 9) Participar em reuniões de grupos de ajuda-mútua (Grupos J.A.) 10) Estar contactável Sim Não Talvez Pense numa consequência negativa em caso de recaída ou incumprimento contractual durante o tratamento: Exemplo: Deixar de ver os netos 1) 2) 3) Assinatura

RESULTADOS- Amostra total Adesão dos sujeitos ao Contrato Terapêutico 2) Abstinência total de qualquer tipo de jogo a dinheiro 3) Evitar pessoas locais ou situações relacionados com o jogo 10) Estar contactável 1) Elaborar e cumprir um plano de reembolso de dívidas 7) Participar em psicoterapias individuais 11) Definir para si mesmo consequência(s) negativas em caso de recaída 8) Ler e fazer trabalhos terapêuticos 6) Ter pessoas significativas a participar no tratamento 4) Auto-exclusão de locais físicos e virtuais de jogo 5) Limitar acesso ao dinheiro 9) Participar em grupos de ajuda-mútua 0 20 40 60 80 100 120 Não (%) Sim (%)

RESULTADOS- Amostra total Caracterização da amostra Variáveis Categorias % Género Homem 92,3 Mulher 7,7 Educação 1-4 Anos 1,4 5 9 Anos 9,9 10 12 Anos 22,5 Licenciatura 42,3 Mestres 19,7 PhD 2,8 Profissionais Qualificados 1,4 Trabalho Não 30,8 Sim 69,2

RESULTADOS- Amostra total Caracterização da amostra Variáveis Categorias % Categoria profissional Militar 4,8 Empresários e gestores 14,3 Intelectual e científica 52,4 Técnicos intermediários 4,8 Administrativo 9,5 Vendedores 14,3 Renda anual < 10.000 1,5 10,001 a 15.000 4,5 15.001 a 25.000 30,3 25.001 a 40.0000 31,8 40.001 a 60.000 21,2 60.001 a 100.0000 10,6 Relacionamento conjugal Nenhuma relação 26,8 Com relação 73,2 Local Rural 12,7 Urbana 71,8 Suburbana 15,5

RESULTADOS- Amostra total Caracterização da amostra Estatística descritiva Mínimo Máximo Média Desvio padrão Idade 18 67 36,01 11,971 Anos de relacionamento conjugal 1 40 9,56 9,512 Dias por semana 2 7 5,09 1,837 Horas por dia (semana) 1 24 5,14 4,373 Horas por dia (fim de semana) 1 25 7,50 4,807 Dias por semana-quanto seria adequado para você? 1 7 3,33 1,730 Horas por dia (semana)-quanto seria adequado para você? Horas por dia (fim de semana)-quanto seria adequado para você? 1 24 3,87 5,232 1 48 4,58 8,243

RESULTADOS Grupos Clínicos Pergunta 8. Teve alguma recaída? Sim (Recaídos) 32% Não, nunca (Abstinentes) 34% Sim, lapso/recaída, mas estou abstinente há mais de 3 meses (Abstinentes) 34%

RESULTADOS- Amostra total Abstinentes Recaídos Pergunta 3. Qual destes itens teve o impacto mais positivo no seu tratamento? 3. Como você classificaria esse impacto em uma escala de 1 a 7? p=.003** 7 6 5 4 4,67 5,04 4,46 3,61 5,85 5,23 4,38 3,89 p=.050* 4,81 4,04 6,26 5,39 p=.050* 4,82 4 5,13 4,59 4,66 4,5 3 2 1 0 a) Limitação a dinheiro b) Limitação no acesso ao jogo/autoexclusão c) Sessões de psicoterapia individual (verbalização, empatia,...) d) Sessões de psicoterapia de grupo (se as frequentou) e)trabalhos terapêuticos f) Boa relação/comunicação com psicólogo/terapeuta g) Estar empregado/ocupado h) Participação/apoio de cônjuge/família i) Ter pago ou gerido dívidas Teste t-student: p <0.05

RESULTADOS- Amostra total Pergunta 4. Durante esta abstinência jogo que você experimentar excesso ou ter problemas com algum desses itens? 4. Como você classificaria esse impacto em uma escala de 1 a 7? Abstinentes Recaídos p=,008** 6 5 4 4 4,38 3,72 3,93 4,03 3,37 5,03 5,23 5,53 4,77 3 2,6 2,7 2,29 2,9 2 1 0 a) Álcool b) Substâncias (inclui abuso de medicação) c) Tabaco d) Outros comportamentos aditivos e) Depressão f) Ansiedade/Stresse g) Gestão Sentimºs/Pensamºs/Compºs Teste t-student: p <0.05

RESULTADOS- Amostra total 6 5 4 Abstinentes 5,44 Pergunta 7. Sente que precisa de assegurar algum tipo de manutenção afim ter a qualidade de vida suficiente ou impedir a recaída? Recaídos 7. Se sim, que tipo de manutenção? p=,008** 4,96 5,21 3,45 4,63 4,39 3,57 4,04 3,57 4,33 3 2,91 3 2 1 0 a) Terapia b) Grupos de autoajuda c) Tomar medicação (com prescrição) d) Voluntariado e) Outra forma de desenv. pessoal f) Outra Teste t-student: p <0.05

RESULTADOS- Amostra total Pergunta 5. Participou em grupos de ajuda mútua (Jogadores Anónimos)? Recaídos Abstinentes Sim (%); 17,39 Não (%); 44,68 Sim (%); 55,32 Não (%); 82,61 Não (%) Sim (%) Não (%) Sim (%)

Sobre a recaída

RESULTADOS Sujeitos recaídos Pergunta 8. Teve alguma recaída? Sim (Recaídos) 32% Não, nunca (Abstinentes) 34% Sim, lapso/recaída, mas estou abstinente há mais de 3 meses (Abstinentes) 34%

RESULTADOS Sujeitos recaídos 7,00 Pergunta 9. Qual destes fatores contribuiu para a sua recaída? 9. Se sim, quanto intensa é esta contribuição? (Contrato Terapêutico) 6,00 5,91 5,45 5,14 5,05 4,95 4,87 5,00 4,00 4,57 4,45 4,14 3,95 3,15 3,00 2,00 1,00 0,00 1 e) Não ter limitado/controlado acesso a dinheiro/cartões/cheques, etc. g) Não ter participado em psicoterapias individuais/grupo regulares. b) Não ter tido abstinência total de qualquer tipo de jogo a dinheiro. k) Não ter definido consequência(s) negativa(s) em caso de recaída. a) Não ter elaborado nem cumprido plano de reembolso de dívidas. c) Não ter evitado pessoas, locais e situações relacionadas com jogo. i) Não ter participado em reuniões de grupos de auto-ajuda (J.A.). d) Não ter pedido auto-exclusão de locais de jogo físicos ou virtuais. h) Não ter feito nem lido trabalhos terapêuticos. f) Não ter tido pessoas significativas a participar no tratamento. j) Não ter estado contactável.

RESULTADOS Sujeitos recaídos 7,00 Pergunta 10. Teve outros fatores potencialmente precipitantes da recaída? 10. Se sim, como você classificaria essa influência? 6,00 5,00 4,00 5,91 5,55 5,22 5,10 4,32 3,95 3,76 3,62 3,00 2,95 2,00 1,00 0,00 1 i) Ter tentado controlar os montantes ou o tempo das apostas h) Ilusão de controlo adquirido, desafio (ir a casino ver mas não jogar) f) Existência de conflitos conjugais/laborais/familiares/ ou outro g) Problemas financeiros, dívidas, etc. e) Ausência de objetivos realistas (profissionais, académicos, etc.) d) Ausência de prática de exercício físico; c) Não ter preenchido os tempos livres/hobbies a) Ausência de hábitos de trabalho, regras ou limites b) Quebra/alteração no ritmo sono-vigília e/ou alimentação

RESULTADOS Sujeitos recaídos 5,80 Pergunta 11. O que mais o afetou na recaída? 11. Avalie essa intensidade numa escala de 1-7. 5,60 5,57 5,52 5,40 5,20 5,26 5,23 5,00 4,91 4,80 4,74 4,60 4,40 4,20 f) Retorno da obsessão, compulsão e impulsividade por jogar c) Encarar familiares, terapeuta, membros de JA, amigos, e) Autocrítica, autodesvalorização, a) Perder tempo de abstinência b) Vergonha (incapacidade, inadequação, inferioridade,etc..) d) Frustração 1

RESULTADOS Sujeitos recaídos Pergunta 12. O sofrimento que sentiu após a recaída foi inferior (menor) ou superior (maior) do que a sua experiência de jogo anterior? Inferior 27% Superior 73%

RESULTADOS Sujeitos recaídos Pergunta 13. Algum dos seguintes fatores situacionais do jogo influenciou a sua recaída? 13. Se sim, como classificaria essa influência? Likert escala 1 a 7 6,00 5,48 5,00 4,00 4,55 4,22 3,95 3,61 3,00 2,00 1,00 0,00 1 e) Acessibilidade, diversidade e disponibilidade do jogo a) Marketing e publicidade de estímulo à prática do jogo d) Cultura de aceitação e promoção do jogo b) Pressão de pares, amigos, colegas de trabalho, família, c) Legislação facilitadora do jogo

RESULTADOS Sujeitos recaídos 7,00 Pergunta 14. Algum dos seguintes fatores estruturais do jogo influenciou a sua recaída? 14. Se sim, qual é o grau/intensidade dessa influência? 6,00 6,00 5,00 4,00 4,70 4,33 4,24 3,00 2,00 1,00 0,00 a) Montante do prémio b) Rapidez na entrega do prémio 1 c) Frequência e rapidez nas apostas d) Rapidez da resposta em relação à aposta

RESULTADOS Sujeitos recaídos Pergunta 15. Na recaída, começou por voltar a jogar no seu jogo de eleição? Não (%); 39,13 Sim (%); 60,87

RESULTADOS Sujeitos recaídos Pergunta 14. Será que qualquer um dos seguintes jogos teve uma influência sobre a sua recaída? Tipos de Jogos (Jogadores Online) Tipos de Jogos (Jogadores Offline) 0% 24% 8% 12% 24% 23% 8% 7% 6% 4% 18% 20% 21% 25% e1) Euromilhões/Lotarias e2) Raspadinha e3) Máquinas/slots e4) Poker ou outros jogos de cartas e5) Apostas Desportivas e6) Roleta ou outros jogos bancados e7) Jogos de simulação/demonstração sem dinheiro real e1) Euromilhões/Lotarias e2) Raspadinha e3) Máquinas/slots e4) Poker ou outros jogos de cartas e5) Apostas Desportivas e6) Roleta ou outros jogos bancados e7) Jogos de simulação/demonstração sem dinheiro real

RESULTADOS Visão geral. Diferenças estatísticas significativas entre os grupos: abstinentes e recaídos. 1) Bom relacionamento com o psicólogo p =. 003 a) 2) Lidar com sentimentos, pensamento e comportamentos p =. 008 a) 3) Participar em grupos de autoajuda (jogadores anónimos) p =. 008 a) 4) Fazer trabalhos terapêuticos p =. 05 a) 5) Estar empregado p =. 05 a) a) Mais pontuado pelo grupo dos abstinentes

RESULTADOS Visão geral Resultados do Contrato Terapêutico Grupo dos abstinentes valorizou + nas razões para a abstinência: 1) Boa relação com psicoterapeuta 2) Acompanhamento psicoterapêutico 3) Apoio familiar/cônjuge 4) Trabalhos terapêuticos 5) Elaborar e cumprir um plano de reembolso de dívidas Grupo dos recaídos valorizou + nas razões para a recaída: 1) Não ter definido nenhum limite/acesso ao dinheiro 2) Reduzida frequência de psicoterapia 3) Não ter aplicado total abstinência de dinheiro (tentando gerir apostas/ilusão de controle) 4) Não ter definido nenhuma consequência em caso de recaída 5) Conflitos conjugais

RESULTADOS Visão geral Resultados sobre as variáveis da Terapia Cognitivo- Comportamental Grupo dos abstinentes pontuou + nas razões para atingir a abstinência 1) Lidar com sentimentos/pensar/comportamentos 2) Assistir a sessões de psicoterapia 3) Tomar medicação(prescrita) 4) Participar de grupos de autoajuda Grupo dos recaídos pontuou + nas razões para falhar na abstinência 1) Ansiedade/stress 2) Não assistir a sessões de psicoterapia 3) Dificuldades em lidar com sentimentos/pensar/comportamentos 4) Não tomar medicação(prescrita) Marketing e acessibilidade/diversidade Valor do prêmio e entrega rápida de $ Retorno da obsessão, autocrítica, vergonha

IMPLICAÇÕES CLÍNICAS Ambos os grupos (abstinentes e recaídos) concordaram fortemente com as diretrizes do CT e do tratamento, bem como com a importância as cumprir. O mesmo se aplica às diretrizes de prevenção de recaída. Os resultados mostram que a abstinência total de qualquer tipo de jogo (a dinheiro) é um conceito aceite por quase todos os pacientes. Desta forma, uma percentagem significativa dos que recaíram (34% - Grupo Abstinentes há mais de 3 meses ) mantiveram seus esforços para atingir a abstinência total de jogo a dinheiro, estando abstinentes há mais que 3 meses, no final do tratamento.

IMPLICAÇÕES CLÍNICAS Sabendo o que fazer... o foco centra-se no como fazer a gestão do contexto pessoal/individual. A maior parte das variáveis apontadas pelos pacientes situam-se num âmbito de desenvolvimento pessoal (internos), e estas diretrizes (externas) do CT podem tornar-se a estrutura que irá preparar/motivar os pacientes para um tratamento eficaz.

DISCUSSÃO Informar e dar consciência destes resultados aos pacientes que iniciam o tratamento, pode resultar num melhor prognóstico (ex: recaídas podem começar com o jogo demo, tentativa do controlo de apostas, evitar grupos de ajuda mútua), pois poderão antecipar/preparar-se para os problemas que poderão surgir. Trabalhar as linhas orientadoras do CT, as estratégias de TCC e as crenças/consequências da recaída com os pacientes pode ser eficaz para a eficácia do tratamento e para a prevenção da recaída. Isso pode contribuir para melhorar a adesão ao tratamento e para um melhor prognóstico. Dentro do leque de estratégias/diretrizes do tratamento, os pacientes conseguiram situar mais eficazmente aquelas que mais se identificam com eles próprios e que contribuíram para as suas próprias recaídas.

DISCUSSÃO Estas diretrizes são caracterizadas por serem "facilmente" seguidas na vida quotidiana dos pacientes, por serem adaptáveis/negociáveis, por terem um impacto direto sobre os pacientes e nas suas pessoas significativas, possibilitando um maior rigor do tratamento. Os pacientes e suas pessoas significativas sabem/aceitam as diretrizes/limites a seguir no tratamento e podem melhor avaliar/adaptar estas diretrizes à sua própria situação. Desta forma, a abordagem cognitivo-comportamental, o contrato terapêutico e a entrevista motivacional podem-se complementar-se entre si, de forma a maximizar as possibilidades de recuperação do paciente. "(...) existe a necessidade de adaptar a terapia para os indivíduos em risco, colocando maior ênfase na motivação de pacientes (...) " Jiménez-Murcia (2015).

SUGESTÕES Poderão ser desenvolvidas mais pesquisas no campo dos "pacientes recaídos, mas que agora estão em abstinência, a fim de se compreender melhor o impacto das variáveis do tratamento em: causas de recaída durante o tratamento; ganhos na motivação; fatores de mudança, entrevista motivacional, etc. Seria útil perceber se a aceitação/cumprimento das diretrizes do contrato terapêutico poderão ser preditoras de um sucesso do tratamento. Como é que os pacientes não motivados podem ser atraídos para o tratamento, evitando o elevado número de dropout.

LIMITAÇÕES Estes questionários de autorrelato foram preenchidos sobretudo nas instalações do IAJ, no entanto alguns foram respondidos por telefone ou por email. Poderia ter sido dado um maior enfoque aos pacientes sujeitos a medicação, prescrita ou não. No grupo clínico lapso/recaída, mas abstinente há mais de 3 meses" grupo (N = 24), pensamos que 3 meses pudesse indicar um "compromisso" para o tratamento, mas não conseguimos encontrar qualquer literatura científica que confirmasse este tempo. Desta forma poderão surgir dúvidas sobre onde incluir este grupo (nos abstinentes ou nos recaídos). Incluímo-lo no grupo dos abstinentes.

REFERÊNCIAS Balsa, C. (2012). Inquérito Nacional ao Consumo de Substâncias psicoativas na População Geral, Portugal 2012. Lisboa: Faculdade de Ciências Sociais e Humanas. Universidade Nova de Lisboa. Hubert, P. (2015), Online and Offline pathological gamblers: Characterization and Comparison. PhD thesis Universidade Autónoma de Lisboa. Jiménez-Murcia, S., Granero, R., Aranda, F., Arcelus, J., Aymani, J., Peña, M, Tárrega, S., Moragas, L. Gutiérez, A., Sauchelli, S., Fagundo, A, Brewin, N, Menchon, J. (2015). Predictors of outcome among pathological gamblers receiving cognitive behavioral group therapy. Lopes, H. (s.d.). Avaliação e calibração de três instrumentos de medição de dependência de jogo na população adulta portuguesa por via CATI: SOGS, DSM-IV e NORSC. Estudo de apoio à emissão de Parecer Técnico entregue pela República Portuguesa para o Tribunal das Comunidades Europeias em 2008. UCP-CESOP Universidade Católica Portuguesa (Manuscrito não publicado). Patrão, I. & Sampaio, D. (2016). Dependências online: O poder das tecnologias. Pactor-Lidel. Serviço de Intervenção noscomportamentos Aditivos e nas Dependências (2017).http://www.sicad.pt/PT/Documents/2017/INPG%202016_2017_I%20relatorio%20final_dados_proviso rios.pdf. RetrievedOctober 23, 2017 from:http://www.sicad.pt. (15) A Comparison of Online Versus Offline Gambling Harm in Portuguese Pathological Gamblers: An Empirical Study Request PDF. Available from: https://www.researchgate.net/publication/321376307_a_comparison_of_online_versus_offline_gambling_ Harm_in_Portuguese_Pathological_Gamblers_An_Empirical_Study [accessed Aug 29 2018]. Suomi, A., Lucas, N. & Rodgers, B. (2014). Treatment Pathways of Problem Gamblers_ Review and Methodology for a Longitudinal Study. Australian National University. Presentation at EASG 10th conference Helsinki.

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