Page 1 of 5 IR/CSL/Cofins/PISPasep Recolhimento pelo regime de caixa para efeitos tributários 16 de Junho de 2010 Este procedimento foi elaborado com base na Medida Provisória nº 2.15835/2001 DOU de 27.08.2001. IR/CSL/Cofins/PISPasep Recolhimento pelo regime de caixa para efeitos tributários Sumário 1. Reconhecimento pelo regime de competência ou de caixa 2. Aplicação do regime de caixa exclusivamente para efeitos tributários 3. Controle individualizado das variações para cada operação 4. Ajustes na apuração do lucro real e da base de cálculo da CSL 5. Controle na parte "B" do LALUR 6. Base de cálculo da COFINS e do PISPASEP 7. Cálculo do lucro da exploração 1. Reconhecimento pelo regime de competência ou de caixa Desde 1º.01.2000, para efeitos de determinação da base de cálculo do Imposto de Renda, da Contribuição Social sobre o Lucro (CSL), da contribuição para o PISPasep e da Cofins, bem como do lucro da exploração, as variações monetárias dos direitos de crédito e das obrigações da pessoa jurídica, em função da taxa de câmbio, podem ser consideradas, à opção da pessoa jurídica (MP nº 2.15835/2001, art. 30 ): I por ocasião da liquidação da correspondente operação, ou seja, pelo regime de caixa; ou II segundo o regime de competência, observado o seguinte: a) a opção escolhida aplicarseá a todo o anocalendário; b) no caso de alteração do critério de reconhecimento das variações, em anoscalendário subseqüentes, devem ser observadas as normas expedidas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB). Os créditos e as obrigações em moeda estrangeira podem gerar variações ativas (receitas) ou passivas (despesas), dependendo da flutuação da taxa verificada entre a data da contratação do crédito ou da obrigação e a data do respectivo recebimento ou pagamento. Se a cotação da moeda estrangeira oscilar para cima, os créditos geram variação ativa (receita) e as obrigações geram variação passiva (despesa). Ao contrário, se a cotação da moeda estrangeira oscilar para baixo, os créditos geram variação passiva (despesa) e as obrigações geram variação ativa (receita). Todavia, importa observar que, conforme previsto nas legislações pertinentes, as variações passivas (despesas) somente produzem efeitos na determinação do lucro real e da base de cálculo da CSL calculada sobre o resultado efetivamente apurado (com os ajustes legais). Isso porque, para efeito de determinação da base de cálculo do Imposto de Renda e da CSL por estimativa ou com base no lucro presumido ou arbitrado, bem como das bases de cálculo da contribuição para o PISPasep e da Cofins, somente são consideradas as variações ativas (receitas). Portanto, no caso das pessoas jurídicas tributadas com base no lucro presumido ou arbitrado, para efeitos tributários, o reconhecimento das variações pelo regime de caixa é sempre mais benéfico. Ao passo que, para as pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real, a conveniência da opção pelo regime de caixa deve ser avaliada em função do montante dos créditos e das obrigações que ela tenha em moeda estrangeira, mas a opção escolhida (que deve ser observada durante todo o anocalendário) poderá sofrer impacto em virtude de oscilações verificadas no comportamento da taxa, no decorrer do anocalendário. 2. Aplicação do regime de caixa exclusivamente para efeitos tributários
Page 2 of 5 Desde o anocalendário de 2001, o Manual de Instruções de Preenchimento da Declaração de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ) vem trazendo orientações sobre os procedimentos que devem ser observados na determinação da base de cálculo do Imposto de Renda, da CSL, da Cofins e do PISPasep, bem como do lucro da exploração, pelas empresas que optaram pelo reconhecimento, para esses fins, das variações pelo regime de caixa. Esses procedimentos têm por objetivo compatibilizar a contabilização das variações pelo regime de competência com o reconhecimento dessas variações, para efeitos tributários, pelo regime de caixa. Portanto, é forçoso concluirse que as variações podem ser reconhecidas, para efeitos tributários, pelo regime de caixa, sem prejuízo da sua contabilização pelo regime de competência. 3. Controle individualizado das variações para cada operação De acordo com a orientação da Receita Federal, a empresa que optar pelo reconhecimento das variações, para efeitos tributários, pelo regime de caixa (tendoas contabilizado pelo regime de competência), deve efetuar o acompanhamento individualizado de cada operação, a fim de apurar os valores que devem compor as bases de cálculo do Imposto de Renda, da CSL, do PISPasep e da Cofins e o lucro da exploração. Para tanto, a pessoa jurídica deve efetuar o registro das operações em ficha de controle, com observância do seguinte: I as variações devem ser apuradas, no mínimo, em períodos correspondentes aos mesescalendário; II antes do registro das liquidações ocorridas, ainda que parciais, deve ser apurada a variação verificada entre a data da última apuração e a data da liquidação; III a variação liquidada deve ser calculada mediante a multiplicação do valor do crédito ou obrigação liquidado, em moeda estrangeira, e a diferença entre: a) o valor da cotação da moeda estrangeira na data da liquidação, total ou parcial, da operação; e b) o valor da cotação da moeda estrangeira em 31.12.1999 ou na data de início da operação, se a mesma tiver sido iniciada após 31.12.1999; IV o controle dos valores, para fins de determinação do Imposto de Renda com base no lucro real, deverá ser efetuado no Lalur. Exemplo: Admitase que uma pessoa jurídica tivesse, em 31.12.2007, um crédito proveniente de exportação realizada, no valor de US$ 250,000.00 (duzentos e cinqüenta mil dólares dos Estados Unidos da América), contabilizado com base na taxa para compra dessa moeda naquela data (R$ 1,7705). Considerandose que, em 2008, tenha ocorrido apenas o recebimento parcial desse crédito, em 30.09.2008, na importância equivalente a US$ 150,000.00, cujo valor em reais foi liquidado com base na taxa para compra, naquela data (R$ 1,9135), a ficha de controle dessa operação deverá ser preenchida da seguinte forma: Crédito junto à empresa "X" Data Histórico 01.01.2008 Saldo Taxa para compra R$ Operações liquidadas Valor liquidado em US$ Valor liquidado ativas em R$ (*) passivas contabilizadas pelo regime de competência ativas em Inicial 1,7705 R$ passivas Saldo da operação em US$ 250,000.00 442.625,00 31.01.2008 Variação 1,7595 2.750,00 250,000.00 439.875,00 29.02.2008 Variação 1,6825 19.250,00 250,000.00 420.625,00 31.03.2008 Variação 1,7483 16.450,00 250,000.00 437.075,00
Page 3 of 5 30.04.2008 Variação 1,6864 15.475,00 250,000.00 421.600,00 31.05.2008 Variação 1,6286 14.450,00 250,000.00 407.150,00 30.06.2008 Variação 1,5911 9.375,00 250,000.00 397.775,00 31.07.2008 Variação 1,5658 6.325,00 250,000.00 391.450,00 31.08.2008 Variação 1,6336 16.950,00 250,000.00 408.400,00 30.09.2008 Variação 1,9135 69.975,00 250,000.00 478.375,00 30.09.2008 Liquidação parcial 1,9135 150,000.00 287.025,00 21.450,00 100,000.00 191.350,00 31.10.2008 Variação 2,1145 20.100,00 100,000.00 211.450,00 30.11.2008 Variação 2,3323 21.780,00 100,000.00 233.230,00 31.12.2008 Variação 2,5000** 16.770,00 100,000.00 250,000.00 Totais 150,000.00 287.025,00 21.450,00 162.025,00 67.625,00 Nota (*) A variação ativa liquidada é calculada mediante a multiplicação do valor liquidado em moeda estrangeira pela diferença entre o valor de cotação da moeda estrangeira, na data da liquidação parcial da operação, e o valor da cotação da moeda estrangeira, em 31.12.1999 ou na data de início da operação, se posterior a 31.12.1999. Portanto, em nosso exemplo, é o resultado da multiplicação do valor liquidado, em moeda estrangeira (US$ 150,000.00), pela diferença entre a cotação do dólar, na data dessa liquidação (30.09.2008), de R$ 1,9135, e o valor da cotação dessa moeda, em 31.12.2007, de R$ 1,7882: US$ 150,000.00 x (R$ 1,9135 R$ 1,7705) = R$ 21.450,00. (**) Valor hipotético. No caso de obrigações a pagar, o controle é similar, observandose que devem ser utilizadas as taxas para venda da moeda estrangeira. 4. Ajustes na apuração do lucro real e da base de cálculo da CSL Para efeitos de apuração do lucro real (no Lalur) e da base de cálculo da CSL, deverão ser feitos no lucro líquido contábil de cada período de apuração os seguintes ajustes: I adições: a) variações passivas debitadas ao resultado do período; e b) variações ativas, verificadas a partir de 1º.01.2000, que tenham sido liquidadas no período; II exclusões:
Page 4 of 5 a) variações ativas creditadas ao resultado do período; e b) variações passivas, verificadas a partir de 1º.01.2000, que tenham sido liquidadas no período. No exemplo do item anterior, para efeito de apuração do lucro real anual, em 31.12.2008, devem ser efetuados os seguintes ajustes no lucro líquido: I adições: a) variação passiva (despesa) contabilizada no ano pelo regime de competência: R$ 67.625,00; b) variação ativa (receita) verificada na liquidação parcial da operação (pelo regime de caixa), no valor de R$ 21.450,00; II exclusão: valor relativo à variação ativa (receita) contabilizada pelo regime de competência: R$ 162.025,00. 5. Controle na parte "B" do LALUR Na Parte "B" do Lalur, deve ser feito o controle das variações ocorridas da seguinte forma: I débitos: a) variações ativas contabilizadas pelo regime de competência; b) variações passivas, ocorridas a partir de 1º.01.2000, que forem liquidadas; II créditos: a) variações passivas contabilizadas pelo regime de competência; b) variações ativas, ocorridas a partir de 1º.01.2000, que forem liquidadas. Exemplo: Histórico Data Débito Crédito Saldo D/C Saldo inicial 1º.01.2008 Variação passiva Jan./2008 31.01.2008 2.750,00 2.750,00 C Variação passiva Fev./2008 29.02.2008 19.250,00 22.000,00 C Variação ativa Mar./2008 31.03.2008 16.450,00 5.550,00 C Variação passiva Abr./2008 30.04.2008 15.475,00 21.025,00 C Variação passiva Mai./2008 31.05.2008 14.450,00 35.475,00 C Variação passiva Jun./2008 30.06.2008 9.375,00 44.850,00 C Variação passiva Jul./2008 31.07.2008 6.325,00 51.175,00 C Variação ativa Ago./2008 31.08.2008 16.950,00 34.225,00 C 30.09.2008 69.975,00
Page 5 of 5 Variação ativa Set./2008 35.750,00 D Variação ativa Liquidação parcial da operação 30.09.2008 21.450,00 57.200,00 D Variação ativa Out./2008 31.10.2008 20.100,00 77.300,00 D Variação ativa Nov./2008 30.11.2008 21.780,00 99.080,00 D Variação ativa Dez./2008 31.12.2008 16.770,00 115.850,00 D 6. Base de cálculo da COFINS e do PISPASEP De acordo com as orientações constantes do ajuda do programa gerador do Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais (DaconMensalSemestral), a pessoa jurídica que optar pelo reconhecimento, para efeitos tributários, das variações pelo regime de caixa, poderá, para fins da determinação da base de cálculo mensal da Cofins e do PISPasep, fazer os seguintes ajustes na receita bruta mensal: a) excluir as variações ativas contabilizadas no mês pelo regime de competência; e b) adicionar das variações ativas, verificadas a partir de 1º.01.2000 e contabilizadas pelo regime de competência, que tenham sido liquidadas no mês. 7. Cálculo do lucro da exploração As pessoas jurídicas, tributadas com base no lucro real, que optarem pelo reconhecimento, para efeitos tributários, das variações pelo regime de caixa, devem, no cálculo do lucro da exploração, efetuar os seguintes ajustes no lucro líquido contábil: I adições: a) variações passivas debitadas ao resultado do período; e b) variações ativas, verificadas a partir de 1º.01.2000, que tenham sido liquidadas no período; II exclusões: a) variações ativas creditadas ao resultado do período; e b) variações passivas, verificadas a partir de 1º.01.2000, que tenham sido liquidadas no período. Legislação Referenciada MP nº 2.15835/2001 Sobre a IOB Política de Privacidade Copyright 2008 IOB Todos os direitos reservados