CARTA ECONÔMICA Nº 08/2016 Senhores Conselheiros, Gestores e Membros do Comitê de Investimentos, O mês de agosto foi marcado pela conclusão do longo processo de impedimento da presidente da República, iniciado ainda em 2015. Confirmado este adjetivo, a sessão final do julgamento só foi realizada no dia 31 daquele mês. Entretanto, como sabemos, o desfecho foi inesperado no tocante ao fatiamento da decisão final em duas votações que criou a situação, no mínimo inusitada, em que a Sra Dilama Roussef, cidadã brasileira, pode ocupar qualquer cargo político, menos o de presidente da República... Neste momento, já sabemos também que tal decisão está sendo questionada no Supremo Tribunal Federal e deverá ser levada a apreciação de seus ministros em algum momento no futuro próximo. Tal fato não serviu para trazer ao mercado a sonhada definição política que é ingrediente importante para o amadurecimento de expectativas positivas com relação ao ambiente de negócios do Brasil. Enquanto esta questão não for dirimida em definitivo pelo STF ainda restará um ar de interinidade no atual governo e a espera dos agentes econômicos para suas decisões de investimentos. Este fato, verificado no último dia de agosto foi, sem qualquer dúvida, o fato mais importante do mês de agosto. Por outro lado, alguns dados econômicos e decisões importantes, na economia, ocorreram e passaremos então a enumerá-los. DESEMPREGO: A taxa de desocupação subiu em todas as regiões no segundo trimestre de 2016. Das 27 unidades da Federação, 20 apresentaram números que são recordes de desocupação desde o início da pesquisa denominada PNAD Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios contínua. A taxa geral atingiu o percentual de 11,6% no trimestre encerrado em julho.
Gráfico 1: Taxa de desemprego no Brasil
INFLAÇÃO IPCA: Este índice acelerou para 0,52% em julho gerando um valor acumulado em 12 meses de 8,74% que é 0,10 pontos percentuais menor que o acumulado em 12 meses do mês anterior. O grupo de itens com maior contribuição para este índice mensal foi o de alimentação e bebidas o que atinge com grande força as famílias brasileiras de todas as faixas de renda. No ano de 2016, até julho, o IPCA acumula 4,96% e a meta atuarial por este índice o valor de 8,60%. Gráfico 2: Variação mensal do índice de inflação no período de um ano. Gráfico 3: Variação do IPCA por grupos no mês de agosto
PIB PRODUTO INTERNO BRUTO: A economia brasileira registrou queda de 0,60% no segundo trimestre de 2016 encerrado em julho. Foi o sexto resultado negativo consecutivo, conforme apuração do IBGE. Em relação ao mesmo período de 2015 o PIB encolheu 3,8% sendo o nono resultado negativo neste tipo de comparação. Gráfico 4: Quedas nas taxas do PIB.
INVESTIMENTOS: As taxas dos principais índices de referência dos investimentos de interesse dos RPPSs continuaram a mostrar resultados bem satisfatórios seguindo a premissa de consolidação do quadro político em substituição a interinidade do presidente Michel Temer. Podemos observar este aspecto no quadro abaixo:
Destaque para o IBOVESPSA e o CDI que tiveram retorno positivo de 1,03 e 1,21% respectivamente em agosto. O IBOVESPA acumula assim 33,57% no ano até 31/08. No tocante aos índices IMA a rentabilidade continuou favorável aos investimentos indexados a eles, apesar da volatilidade verificada nos dias próximos ao julgamento da presidente da República no Senado Federal, o que conferiu a alguns deles rentabilidade ligeiramente abaixo da do CDI, outros não, mas todos com rentabilidade significativamente acima deste índice no acumulado do ano. Em sua reunião de agosto o COPOM manteve a Taxa SELIC Meta em 14,25% aa.
Ao longo de setembro continuaremos a acompanhar o desenrolar do julgamento do julgamento do impeachment no STF, mas mantemos as recomendações anteriores de investimentos nos fundos indexados ao índice IMA B e investimentos regulares em fundos de ações. Bons investimentos, Até lá! Ronaldo Borges da Fonseca Paulina Costa Marques Medeiros Economista Economista CORECON nº 1639-1 19ª Região/RN CORECON nº 2002 14ª Região/MT