MACROECONOMIA I UFF FACULDADE DE ECONOMIA CURSO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS GUIA PARA OS ESTUDANTES E EXERCÍCIOS PARA O LABORATÓRIO



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Transcrição:

UFF FACULDADE DE ECONOMIA CURSO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS MACROECONOMIA I GUIA PARA OS ESTUDANTES E EXERCÍCIOS PARA O LABORATÓRIO PROFESSOR RESPONSÁVEL CLAUDIO MONTEIRO CONSIDERA NOTA: Este texto é uma tradução adaptada de alguns capítulos (2 a 9 e 18 a 21) ou de suas partes, do livro Macroeconomics, study guide and tutorial de autoria de David Findlay elaborado especialmente para apoiar o livro Macroeconomia de Olivier Blanchard, 2ª edição. Esta tradução, se destina unicamente a servir de apoio ao curso de Macro I, da UFF, do professor Claudio M. Considera. Procurou-se aqui adaptar o texto à 3ª e à 4ª edições do livro do Blanchard e também às características brasileiras. A tradução é de Renato Mayer e a revisão e adaptação de Claudio M. Considera. As respostas dos exercícios estão à parte e permaneceram em inglês. 1

Capítulo 2 UMA VISÃO GERAL DO LIVRO OBJETIVOS, REVISÃO E MATERIAL DE INSTRUÇÃO Depois de passar por este capítulo e pelo material seguinte, espera-se que você esteja em condições de: (1) Definir Produto Interno Bruto (PIB). (2) Compreender as três óticas diferentes de mensurar o PIB. (3) Estabelecer a distinção entre PIB nominal e PIB real. (4) Compreender qual o papel que a formação hedônica de preços desempenha na construção das estimativas do PIB real. (5) Conhecer a definição e a construção da taxa (u) de desemprego. (6) Explicar a definição e a construção do deflator do PIB e do índice de preços ao consumidor. (7) Discutir por que os economistas se preocupam com a taxa de desemprego e a taxa de inflação. (8) Explicar e interpretar a lei de Okun. (9) Explicar o que representa a curva de Phillips. (10) Reconhecer qual papel os fatores de demanda e de oferta desempenham ao afetar a produção (i) no curto prazo; (ii) no médio prazo e (iii) no longo prazo. (11) Entender a construção do PIB real e das séries de índices. 1. DEFINIÇÃO E MENSURAÇÃO DO PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB) O PIB é o valor dos bens e serviços finais produzidos na economia durante um dado período. Há três formas distintas de mensurar o PIB. Deve ficar claro que todas as três levam ao mesmo valor do PIB. ÓTICA 1 (ÓTICA DO GASTO): O PIB é a soma do valor dos bens e serviços finais produzidos em um dado período. No exemplo do Capítulo 2, carros representam o único bem ou serviço final. Os $ 210 de receitas de vendas de carros representam o PIB. ÓTICA 2 (ÓTICA DO PRODUTO): O PIB é a soma dos valores adicionados na economia. O valor adicionado em certo estágio da produção de um bem é definido como o valor da produção menos o valor dos insumos intermediários (com exceção da mão-de-obra) utilizados no processo de produção. ÓTICA 3 (ÓTICA DA RENDA): O PIB é igual à soma das rendas na economia durante um dado período. Para ver como isso se dá, é preciso compreender que todo o valor adicionado no processo de produção, tanto de bens finais como de insumos intermediários devem ir necessariamente para: (1) os trabalhadores na forma de renda (rendimentos do trabalho) (2) o governo na forma de impostos indiretos (p.e., impostos sobre vendas) (3) a renda da firma na forma de rendimento do capital (lucro). 2

No exemplo do Capítulo 2, não há impostos indiretos; por isso, o PIB é igual à soma dos rendimentos do trabalho e dos lucros da firma. Dica Dica de de Aprendizagem Aprendizado Se somássemos simplesmente o valor de todos os bens e serviços (tanto intermediários como finais) trocados na economia durante um dado período, estaríamos superestimando o valor do PIB por duas razões: (1) Algumas das transações ocorridas no ano t representam o valor dos bens intermediários. Se somássemos, por exemplo, tanto o valor do novo sedan Ford Taurus 1999 e o valor dos pneus Goodyear que a Ford adquiriu da Goodyear, estaríamos fazendo uma dupla contagem do valor dos pneus; (2) Alguns bens finais vendidos em 1999 foram produzidos em um período anterior e, e, portanto, já foram incluídos na medição do PIB do período anterior (p.e., o valor de um carro usado, um computador pessoal usado, etc). 2. PIB NOMINAL E REAL (1) PIB Nominal O PIB Nominal no ano t ($Y t ) é a soma das quantidades de bens e serviços finais produzidos no ano t vezes os seus preços correntes. $Y t mede o valor do PIB no ano t aos preços do ano t. O PIB Nominal também é chamado de PIB em dólares (ou reais) correntes. Dica Dica de de Aprendizagem Aprendizado Muito Muito cuidado cuidado ao ao interpretar interpretar variações variações no PIB no PIB Nominal Nominal (ou variações (ou variações no valor no de valor qualquer de variável qualquer medida variável em medida termos nominais, em termos ou nominais, seja, medida ou seja, em dólares medida correntes). em dólares Suponha ou Reais que $Ycorrentes). t aumenta 6% Suponha em 1999 que (acima $Y t aumenta do seu 6% nível em de 1999 1998). (acima Este do aumento seu nível em de $Y1998). t pode ocorrer Este por aumento duas razões: em $Y t pode ocorrer por duas razões: (1) (1) O O montante montante de de bens bens e e serviços serviços finais finais produzidos produzidos pode, pode, de de fato, fato, ter ter aumentado; aumentado; e/ou e/ou (2) (2) Os Os preços preços desses desses bens bens e e serviços serviços finais finais podem podem ter ter aumentado. aumentado. (2) PIB Real (a preços constantes do ano anterior ou de um determinado ano) 1 O PIB Real no ano t ($Y t ) é a soma das quantidades de bens e serviços produzidos no ano t vezes os preços desses mesmos bens e serviços em algum ano particular. Este ano particular é denominado ano-base. Para calcular $Y t, devemos, em primeiro lugar, escolher um ano-base. Uma vez este escolhido (digamos que seja 1992), o PIB Real naquele ano é o valor dos bens e serviços finais daquele ano medido em preços de 1992. O PIB Real é 1 Tome cuidado para não fazer confusão entre o adjetivo real (valor a preços constantes de um ano boae) e o substantivo Real referente ao atual padrão monetário brasileiro. 3

também chamado PIB em termos de bens, PIB em dólares (Reais) constantes, PIB ajustado pela inflação e PIB em dólares (Reais) de 1992. Dica de Aprendizagem Os Os economistas se se centram no no PIB Real, pois este elimina os efeitos das variações de preços na na mensuração da da produção. Por exemplo, se o PIB Real de 1999 (medido em preços de 1992) aumentou de de 3% sobre o nível do PIB Real de 1998, sabemos que a produção total aumentou. Quando recebemos informações do PIB Nominal, não ficamos sabendo se o PIB Nominal variou devido a a variações no no montante de de bens e e serviços produzidos ou ou se se devido a a variações nos nos preços. preços. Os economistas utilizam o PIB Real Y t para calcular o crescimento do PIB no ano t. O crescimento do PIB no ano t é definido como (Y t - Y t-1 ) / Y t-1. Isso mede a variação percentual no PIB Real entre os anos t e t-1. Expansões são períodos de crescimento positivo do PIB. Recessões são períodos de dois ou mais trimestres consecutivos de crescimento negativo do PIB. 3. PROGRESSO TECNOLÓGICO E FORMAÇÃO HEDÔNICA DE PREÇOS Dois aspectos na economia complicam o cálculo do PIB: (1) o surgimento de novos bens; e (2) bens, cujas características variam de ano para ano (como, por exemplo, os computadores pessoais). Quando as características de um bem mudam de ano para ano, o preço daquele bem pode variar de modo a refletir as mudanças em suas características. Os economistas usam uma abordagem chamada de formação hedônica dos preços para ajustar os preços efetivos às variações nas características dos produtos. Dica de Aprendizagem Reveja a discussão da formação hedônica dos preços no Capítulo 2. A revisão do problema # 7 centrará na formação hedônica dos preços. 4

4. DEFINIÇÃO E CONSTRUÇÃO DA TAXA DE DESEMPREGO u t A taxa de desemprego representa o percentual da força de trabalho que está desempregada. Especificamente, u t = U/L, onde: U é o número de indivíduos desempregados; L é o número de indivíduos na força de trabalho; L é igual ao número de indivíduos desempregados mais o número de indivíduos empregados (N), de modo que L = U + N Para ser contado como desempregado, um indivíduo: (1) deve não ter um emprego; E (2) deve ter procurado trabalho nas últimas quatro semanas. Dica de Aprendizagem Deve-se entender que para fazer parte da força de trabalho, um indivíduo deve estar: (1) ou empregado; ou (2) desempregado e estar ativamente procurando trabalho. Os indivíduos desempregados que cessam de procurar trabalho não mais serão contados como parte da força de trabalho. Esses indivíduos são chamados trabalhadores desalentados. A saída da ou a entrada na força de trabalho de trabalhadores desalentados pode alterar a taxa de desemprego sem causar qualquer variação no número de trabalhadores empregados. A revisão do problema #8 centrará nesta questão. A taxa de participação é definida como a razão da força de trabalho e a população em idade de trabalhar. Uma taxa de desemprego elevada está tipicamente associada a uma baixa taxa de participação. Por quê? Porque quando a taxa de desemprego for elevada um número maior de indivíduos desempregados deixará a força de trabalho (ou seja, se tornarão trabalhadores desalentados). 5. ÍNDICES DE PREÇOS: O DEFLATOR DO PIB E O ÍNDICE DE PREÇOS AO CONSUMIDOR (IPC) O deflator do PIB no ano t (P t ) é definido como a razão do PIB Nominal para o PIB Real no ano t: P t = $Y t / Y t. O deflator do PIB dá o preço médio de todos os bens e serviços incluídos no PIB. Dica de Aprendizagem P t = 1 no ano-base. Por quê? No ano-base (digamos que seja 1992), $Y 92 = Y 92. Em outras palavras, no ano-base, o valor do PIB Real e do PIB Nominal será o mesmo, uma vez que, ao se obter o PIB Real, usaremos os preços correntes para calcular essa medida da produção ajustada pela inflação. A revisão dos problemas #1 e #2 permitirão verificar isso. Como interpretar o tamanho do P t? Suponhamos que P t = 1,37. Isso indica que o preço médio dos bens e serviços no ano t é 37% maior do que no ano base. Podemos rearranjar a definição de P t de modo a ilustrar por que as variações no PIB Nominal podem ocorrer por duas razões. Multiplique ambos os lados por Y t de Tal maneira que $ Y t = P t Y t. Um aumento em P t e/ou um aumento em Y t produzirá aumentos em $ Y t $ Y t. 5

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) mede o preço de uma determinada cesta de bens e serviços consumidos pelas famílias. A cesta atual de bens e serviços se baseia no comportamento das despesas do consumidor em 1982-1984; portanto, 1982-1984 representa o período-base. Dica de Aprendizagem Suponhamos que o IPC em 2000 seja igual a 1,70. Isso indica que o preço médio dos bens e serviços no ano 2000 é 70% mais elevado do que o preço médio da mesma cesta de bens e serviços no período-base (ou seja, 1982-84). Preste atenção em que, embora tanto o deflator do PIB como o IPC sejam índices de preços e, em geral, se movam juntos ao longo do tempo, há períodos nos quais a variação do IPC difere da variação do deflator do PIB. Isso se deve a: (1) O IPC inclui o preço de alguns bens que NÃO estão incluídos no PIB e que, portanto, não são levados em conta no deflator do PIB (como, por exemplo, o preço dos bens importados). (2) O deflator do PIB inclui o preço de todos os bens e serviços finais produzidos na economia. Alguns desses bens NÃO são consumidos pelas famílias e, portanto, não são incluídos no IPC (como, por exemplo, alguns itens de dispêndio do governo e das empresas). O deflator do PIB e o IPC podem ser usados para se calcular a taxa de inflação. A taxa de inflação entre o ano t e o ano t-1 (utilizando-se o deflator do PIB) é igual a (P t - P t-1 / P t-1 ). 2 Dica de Aprendizagem Atenção quando interpretar índices de preços e a taxa de inflação. Se o IPC em 2000 for igual a 1,7, isso NÃO significa que haja uma taxa ANUAL de inflação da ordem de 70% entre os períodos 1982-84 e 2000. Esse número indica que o preço médio da cesta de bens e serviços aumentou 70% em TODO o período. A taxa de inflação quase sempre é calculada, tomando-se uma base anual, a qual indica, por exemplo, a variação percentual no nível médio de preços de um ano para outro. 6. POR QUE ESTUDAMOS A INFLAÇÃO E O DESEMPREGO? Estudamos a taxa de desemprego porque: 2 Lembramos que no Brasil existem vários índices de preços ao consumidor. O Índice de Preços ao Consumidor Ampliado (IPCA), calculado pelo IBGE, é utilizado como o índice de inflação oficial e como referência para a meta de inflação estipulada pelo Banco Central do Brasil. Consulte a metodologia e o ano de referência em www.ibge.gov.br 6

(1) A taxa de desemprego nos fala algo do estado corrente da economia relativamente a um nível tido como normal (quando aumenta a taxa de desemprego, o crescimento do PIB tende a diminuir); e (2) A taxa de desemprego nos diz algo acerca dos possíveis impactos sobre o bem-estar dos desempregados. Estudamos a inflação porque: (1) A inflação pode afetar a distribuição de renda (por exemplo, um aumento na inflação pode causar uma redução no valor real da renda dos indivíduos que recebem rendimentos nominais fixos); (2) A inflação pode causar variações nos preços relativos e, portanto, causar distorções; (3) Se a faixa de incidência da tributação não for ajustada pela inflação, a inflação pode provocar distorções ao levar as pessoas para faixas tributárias mais elevadas; e (4) Como conseqüência de (2) e de (3), a inflação pode causar incertezas. Esta maior incerteza tem efeitos negativos sobre a atividade econômica. 7. DESEMPREGO E A ATIVIDADE ECONÔMICA: A LEI DE OKUN Um crescimento elevado do PIB se associa com freqüência a uma redução na taxa de desemprego. Essa relação entre variações no desemprego e no crescimento do PIB é conhecida como a Lei de Okun. Essa relação tem duas implicações: (1) Se u t for muito alta, será necessária uma elevação no crescimento do PIB para reduzir u t ; e (2) Se u t for muito baixa, será necessária uma redução no crescimento do PIB para aumentar u t. Dica de Aprendizagem A relação entre a taxa de desemprego e o crescimento do PIB tem um apelo intuitivo. Por exemplo, suponha que o crescimento do PIB seja relativamente alto. O que as empresas estarão fazendo para provocar um crescimento do PIB a uma taxa relativamente acelerada? Muito provavelmente estarão contratando trabalhadores. À medida que cresce o emprego, a taxa de desemprego tende a cair. A recíproca também é verdadeira. 8. INFLAÇÃO E DESEMPREGO: A CURVA DE PHILLIPS A curva de Phillips representa a relação entre a taxa de desemprego e a variação da taxa de inflação. Embora tal relação possa sofrer variações ao longo do tempo e ser diferente para diferentes países, tendemos a observar o seguinte: (1) Quando o desemprego é baixo, a taxa de inflação tende a subir; e (2) Quando o desemprego é alto, a taxa de inflação tende a cair. 7

A curva de Phillips pode ser ilustrada graficamente, com a variação da taxa de inflação em um eixo e a taxa de desemprego no outro. 9. DETERMINANTES DAS VARIAÇÕES NA PRODUÇÃO Em períodos curtos de tempo (ou seja, no curto prazo), as variações na produção dependem basicamente de variações na demanda por bens e serviços. Em períodos longos de tempo (ou seja, no longo prazo), as variações na produção dependem de fatores de oferta, tais como o estoque de capital, o tamanho e a capacitação da força de trabalho e a tecnologia. Em períodos de tempo que variam entre o curto e o longo prazo (ou seja, no médio prazo), tanto fatores da demanda como da oferta induzem a variações na produção. 10. CONSTRUÇÃO DO PIB REAL E DAS SÉRIES DE ÍNDICES A construção do PIB Real acima descrita recorre ao mesmo conjunto de preços para um ano particular: este ano é denominado ano-base. Há várias questões associadas à utilização dessa abordagem no cálculo do PIB Real: (1) a escolha de um ano-base específico estabelece os pesos (isto é, os preços) atribuídos a cada bem ou serviço, mas nós sabemos que os preços relativos se alteram no tempo; (2) como os preços relativos se alteram ao longo do tempo, as taxas calculadas de crescimento do PIB Real vão depender do ano-base escolhido; e (3) quando varia o ano-base, as taxas calculadas de crescimento do PIB Real irão variar. Para evitar tais problemas, os economistas utilizam-se agora de séries de índices de modo a poderem calcular as taxas de crescimento do PIB Real. Isso envolve vários passos, a saber: A taxa de crescimento do PIB Real entre 1999 e 1998 está baseada na utilização de preços médios em 1998 e 1999. A taxa de crescimento do PIB Real entre 2000 e 1999 se baseia na utilização de preços médios em 2000 e 1999. Obtém-se um índice do PIB Real ligando/vinculando as taxas calculadas de variação para cada ano. O índice é fixado como igual a um para algum ano escolhido arbitrariamente (1992). Ao se multiplicar este índice pelo PIB Nominal em 1992 (o ano para o qual o índice é igual a um), obtemos uma medida do PIB Real em dólares de 1992. Dica de Aprendizagem Alguns professores enfatizarão o material contido no Apêndice 1 do texto. Uma revisão sucinta do material no Apêndice 1 foi incluída na seção que se segue. Esta revisão contém um sumário deste material e algumas perguntas. Você deve dar uma olhada neste material e trabalhar utilizando os problemas. 8

APÊNDICE 1 CONTAS NACIONAIS RENDA E PRODUTO OBJETIVOS, REVISÃO E MATERIAL DE INSTRUÇÃO Alguns instrutores gastam um tempo considerável com o material incluído neste apêndice. Se é o caso do seu instrutor, procure dar uma revisada no material incluído abaixo. Sugerimos que seja repassado, mesmo se não for motivo de ênfase. Após passar por este apêndice e pelo material seguinte, você estará em condições de: (1) Reconhecer que há uma ótica da renda e uma ótica do produto nas Contas Nacionais. (2) Perceber a distinção entre Produto Interno Bruto (PIB) e Produto Nacional Bruto (PNB). (3) Compreender os componentes da renda nacional. (4) Compreender a relação entre renda nacional, renda pessoal e renda pessoal disponível. (5) Conhecer os componentes do Produto Interno Bruto com base na ótica do produto nas contas nacionais. (6) Reconhecer que precisamos de atenção e cuidado ao interpretar o Produto Interno Bruto como medida da atividade econômica e ao examinar os componentes do Produto Interno Bruto. 1. OA CONTAS DE RENDA E PRODUTO As contas de renda das contas nacionais ilustra a relação entre o PIB, o PNB, a renda nacional, a renda pessoal e a renda pessoal disponível. As contas do produto das contas nacionais enfoca os bens e serviços comprados pelas famílias, empresas e governos (em todos os níveis). A ótica do dispêndio (ou do gasto) mostra que o PIB é igual à soma do consumo, compras do governo, investimento, exportações líquidas e variações de estoque. 2. A RELAÇÃO ENTRE O PIB E O PNB O PIB é o valor de mercado de todos os bens e serviços finais produzidos pelos fatores de produção (isto é, trabalho, capital, etc) dentro de um país. O PNB é o valor de mercado de todos os bens e serviços finais produzidos por fatores de produção fornecidos por residentes deste país. Recebimentos de renda dos fatores provenientes do resto do mundo representam renda de capital daquele país ou de residentes do país que estejam no exterior. 9

Pagamentos de renda dos fatores ao resto do mundo representam renda recebida por capital estrangeiro ou por trabalho de estrangeiros no país. Dicas de Aprendizagem Para compreender a diferença entre o PIB e o PNB, lembre que o PIB é o valor de todos os bens e serviços produzidos pelo trabalho e outros insumos dentro, por exemplo, dos Estados Unidos. Uma parte do trabalho e de outros insumos localizados dentro dos Estados Unidos é fornecida por residentes estrangeiros. Ao mesmo tempo, uma parte do trabalho e do capital fora dos Estados Unidos é fornecida por residentes dos Estados Unidos. Para se chegar ao PNB, nós: (1) primeiramente, acrescentamos ao PIB os recebimentos de rendas dos fatores do resto do mundo e, então, (2) subtraímos do PIB os pagamentos de rendas dos fatores do resto do mundo. O resultado líquido é o PNB. 3. COMPONENTES DA RENDA NACIONAL A Renda Nacional é igual à soma dos seguintes tipos de renda: Pagamentos de empregados: salários, ordenados e outros ajustes Lucros de empresas Juros líquidos: juros líquidos pagos pelas empresas e juros líquidos pagos pelo resto do mundo Rendas de autônomos: rendimentos de indivíduos que trabalham por conta própria Rendas de aluguéis: rendas de imóveis mais rendas imputadas de casas e apartamentos ocupados pelos próprios proprietários 4. RENDA NACIONAL, RENDA PESSOAL E RENDA PESSOAL DISPONÍVEL Nem toda a Renda Nacional vai para as famílias. Para se chegar à renda pessoal, partindo da Renda Nacional, temos que: Subtrair os lucros das empresas Acrescentar de volta aquela fração dos lucros das empresas que os indivíduos recebem como renda de dividendos pessoais Subtrair todos os pagamentos líquidos de juros das empresas Acrescentar de volta os pagamentos líquidos de juros das empresas que as famílias recebem Acrescentar as transferências 10

A renda pessoal é a renda efetivamente recebida pelas famílias. Para se chegar à renda pessoal disponível, devemos: Subtrair da renda pessoal os impostos pessoais e os pagamentos pára-fiscais. A renda pessoal disponível representa a renda que permanece disponível para as famílias após os impostos, pagamentos à previdência, etc. 5. A VISÃO DO PIB DA ÓTICA DO DISPÊNDIO OU DO GASTO Para entender esta ótica do PIB, imagine simplesmente os bens e serviços finais comprados pelas famílias, pelo governo e pelas empresas. As despesas de consumo pessoal (consumo) são iguais à soma dos bens e serviços adquiridos por pessoas residentes nos Estados Unidos e incluem a aquisição de: (1) bens duráveis; (2) bens não duráveis; e (3) serviços. O investimento fixo doméstico privado bruto (investimento) é a soma do investimento não residencial (novas fábricas, equipamentos e maquinário) com o investimento residencial (a aquisição de novas casas e apartamentos pelas pessoas). As compras do governo (nos níveis federal, estadual e municipal) são iguais à aquisição de bens e serviços pelos governos mais o pagamento da remuneração dos empregados do governo. Dicas de Aprendizagem De fato, nas contas nacionais brasileiras aparece o consumo do governo e seus investimentos. O governo consome tudo que produz que são serviços não mercantis (não são vendidos em mercado). O valor dos serviços não mercantis produzidos pelo governo é calculado somando seu consumo intermediário com as remunerações de seus empregados (civis e militares) As aquisições do governo NÃO incluem os pagamentos de transferência ou os pagamentos de juros sobre a dívida As exportações líquidas (a balança comercial) é igual às exportações menos as importações, onde: (1) As exportações correspondem às aquisições, pelo exterior, de produtos dos Estados Unidos (Brasil); e (2) as importações correspondem às aquisições de bens produzidos no exterior por residentes dos Estados Unidos (Brasil). 11

As variações nos estoques equivalem às alterações no volume físico dos estoques mantidos pelas empresas. È também igual à produção menos vendas e, portanto, pode ser tanto positiva como negativa ou igual a zero. 6. ADVERTÊNCIAS O PIB e o PNB não são medidas perfeitas da atividade econômica agregada. Por quê? Alguma atividade econômica (como, por exemplo, os trabalhos domésticos das donas de casa ) se dá fora dos mercados formais e, por conseguinte, está excluída tanto do PIB como do PNB. A classificação de algumas despesas pode parecer inconsistente. Por exemplo: (1) A aquisição de novas máquinas pelas empresas (as quais produzirão bens futuramente) é investimento, ao passo que a aquisição de educação (a qual permitirá aos indivíduos produzirem no futuro bens e serviços) é encarada como consumo; e (2) A aquisição de uma nova casa ou apartamento é investimento, enquanto que os serviços habitacionais proporcionados pelo novo imóvel estão incluídos no consumo. 12

EXERCÍCIOS DO CAPÍTULO 2 DO BLANCHARD TESTE O SEU CONHECIMENTO 1. Defina Produto Interno Bruto. 2. Explique a diferença entre o PIB Nominal e o PIB Real. 3. O que constitui a formação hedônica de preços utilizada para se calcular o PIB? Explique. 4. O que mede a taxa de desemprego? Explique em poucas palavras como é calculada? 5. O que é o deflator do PIB e como é calculado? 6. O que é o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) e como é calculado? 7. Por qual razão devemos nos preocupar com um aumento na taxa de desemprego? Explique concisamente. 8. Aumentos na taxa de inflação podem provocar efeitos negativos na economia. Explique em poucas palavras dois (2) desses efeitos. 9. O que devemos entender por lei de Okun? 10. O que a curva de Phillips representa? 11. Como se calcula o PIB Real usando séries de índices? PROBLEMAS DE REVISÃO 1. Considere uma economia imaginária que produz apenas três bens bifes, ovos e vinho. Os dados das quantidades e preços de cada bem vendido durante dois anos são informados abaixo: 1987 1997 Produção Bifes (libras) 10 7 Ovos (dúzias) 10 13 Vinho (garrafas) 8 11 Preço Bifes (libra) $ 2,80 $ 3,10 Ovos (dúzia) $ 0,70 $ 0,85 Vinho (garrafa) $ 4,00 $ 4,50 13

Para essa economia hipotética, calcule o dado que se requer para cada um dos anos: a. O PIB Nominal b. O PIB real em dólares constantes de 1987 (i.e., tome 1987 como ano-base) c. O deflator do PIB d. A variação percentual do PIB Real e do deflator do PIB entre 1987 e 1997. 2. Com base em sua análise no exercício 1, pergunta-se: o PIB nominal em 1987 era maior, menor ou igual ao PIB Real em 1987? Se os valores para o PIB Nominal e Real em 1987 diferem, explique por que isso ocorre. 3. Suponha que você receba as seguintes informações sobre uma economia, a qual consiste de apenas três empresas. COMPANHIA MONTADORA EMBALADORA DE SIDERÚRGICA DE CARROS LAGOSTAS Receitas de vendas $ 400 $ 1000 $ 200 Despesas - Salários $ 340 $ 500 $ 160 - compras de aço - $ 400 - Lucros $ 60 $ 100 $ 40 a. Utilizando a abordagem dos bens finais, de quanto é o PIB? b. Calcule o valor adicionado para cada uma das três empresas. Com base em seus cálculos, de quanto é o PIB, utilizando-se a abordagem do valor adicionado? c. A quanto soma a massa salarial (total de salários ou rendimentos do trabalho) nesta economia? Qual o total de lucros nesta economia? Utilizando seus cálculos e a abordagem pelo lado da renda, de quanto é o PIB? d. Compare os níveis do PIB obtidos nos itens (a), (b) e (c). Qual dessas abordagens apresenta o maior nível do PIB? E qual o menor? Explique. e. Com base em sua análise, qual o percentual do PIB alocado: (1) aos rendimentos do trabalho; e (2) aos lucros? 4. Suponha que o PIB Nominal em 1999 tenha crescido de 7% (sobre o nível de 1998). Com base nesta informação, o que aconteceu com a taxa de inflação (medida pelo deflator do PIB) e de crescimento real do PIB entre 1999 e 1998? Explique. 14

5. Utilize os dados abaixo para responder às seguintes questões: 3 Ano PIB Nominal Deflator do PIB PIB Real (bilhões de dólares) (1987 = 1) (em dólares de 1987) 1984 3777,2 0,91 1985 0,94 4296,5 1986 4268,6 0,969 1987 4539,9 1,00 1988 4900,4 1,039 1989 5250,8 1,085 1990 5546,1 1.133 1991 5724,8 1,176 1992 6020,2 4979,5 1993 6343,3 1,235 Fonte: Survey of Current Business, Setembro de 1994 a. Qual foi o PIB Nominal em 1985? Qual o deflator do PIB em 1992? b. Utilizando o deflator do PIB (pelo qual 1987 =1), calcule o PIB real para os demais anos. Em quais desses anos, se é que em algum, o PIB Real caiu? Se, de fato, ocorreram reduções no PIB Real, o que isso nos diz acerca do nível de atividade econômica naqueles anos? c. Com base em seus cálculos no item (b), compare os níveis do PIB Real com os níveis do PIB Nominal para cada ano. O que sugere esta comparação acerca dos preços (daquele ano com relação a 1987 )? d. Explique por que os economistas se centram no PIB Real mais do que no PIB Nominal ao analisarem o nível da atividade econômica. 6. Explique concisamente como o PIB Nominal pode aumentar e o PIB Real diminuir em um mesmo período de tempo. 7. Suponha que uma economia produza apenas três bens: batatas, automóveis e computadores. Suponha, além disso, que, nos últimos dez anos, o preço real das batatas aumentou 20%, o dos automóveis 50% e o preço real dos computadores não variou. Se um índice hedônico de preços fosse calculado para cada um dos três bens ao longo deste período, como a formação hedônica de preços afetaria a variação do preço do bem ao longo do período (quando comparada à variação real do preço, seria maior, menor ou a mesma)? Explique. 3 As contas nacionais brasileiras são produzidas pelo IBGE (www.ibge.gov.br). Nas contas sinóticas, tabela 5, há informações sobre o PIB brasileiro (total e per capita) a preços correntes (valores nominais), a preços do ano anterior (valores reais) e as variações anuais dos deflatores do PIB. Como exercício, escolha um ano base e transforme os valores reais a preços desse ano base e construa uma série de deflatores referente a esse ano base. 15

8. Suponha que você receba as seguintes informações sobre uma economia. Há 100 milhões de indivíduos em idade de trabalhar nesta economia. Desses 100 milhões, 50 milhões estão trabalhando, 10 milhões estão procurando trabalho, 10 milhões pararam de procurar trabalho há dois meses e os restantes 30 milhões não querem trabalhar. a. Calcule o número de indivíduos desempregados, o tamanho da força de trabalho, a taxa de desemprego e a taxa de participação. b. Suponha, agora, que, dos 10 milhões de indivíduos procurando trabalho, 5 milhões parem de procurar. Tendo em vista essa mudança, calcule o que acontecerá ao tamanho da força de trabalho, à taxa de desemprego e à taxa de participação. A taxa de desemprego e a taxa de participação se deslocaram na mesma direção? Explique. c. Utilize os números originais para responder ao item (c). Suponha que as empresas experimentem um aumento na demanda por seus produtos e que respondam pelo aumento do emprego. Em particular, 2 milhões de indivíduos anteriormente desempregados passam agora a ter empregos. Dada essa mudança, calcule o que acontecerá à força de trabalho, à taxa de desemprego e à taxa de participação. d. Se os trabalhadores desalentados fossem oficialmente contabilizados como desempregados, explique o que ocorreria a: (1) o tamanho da força de trabalho; (2) o número de indivíduos empregados; (3) o número de indivíduos desempregados; (4) a taxa de desemprego; e (5) a taxa de participação. QUESTÕES DE MÚLTIPLA ESCOLHA 1. Suponha que o PIB Nominal tenha decrescido durante um determinado ano. Baseado nesta informação, é sempre verdadeiro que: a. o PIB Real tenha caído neste ano b. o deflator do PIB tenha caído neste ano c. o PIB Real e/ou o deflator do PIB caíram neste ano d. tanto o PIB Real como o deflator do PIB caíram neste ano 2. Suponha que o PIB Nominal tenha aumentado de 5% em 1996 (sobre o seu nível anterior de 1995). De posse dessa informação, sabemos com certeza que: a. o nível agregado de preços (isto é, o deflator do PIB) aumentou em 1996 b. o PIB Real aumentou em 1996 c. tanto o nível agregado de preços como o PIB Real aumentaram em 1996 d. falta informação para responder a essa questão 3. Suponha que o PIB Nominal em 1980 tenha sido menor do que o PIB Real em 1980. De posse dessa informação, sabemos com certeza que: a. o nível de preços (isto é, o deflator do PIB) em 1980 foi maior do que o nível de preços no ano-base b. o nível de preços em 1980 foi menor do que o nível de preços no ano-base c. o PIB Real em 1980 foi menor do que o PIB Real no ano-base d. o PIB Real em 1980 foi maior do que o PIB Real no ano-base 16

Utilize os dados fornecidos abaixo para responder às questões 4, 5 e 6. Suponha que esta economia consista de apenas três empresas. COMPANHIA MONTADORA PRODUTORA DE SIDERÚRGICA DE CARROS BATATAS Receitas de vendas $ 600 $ 2000 $ 400 Despesas - Salários $ 440 $ 1200 $ 260 - compras de aço - $ 600 - Lucros $ 160 $ 200 $ 140 4. O valor adicionado criado pela montadora de carros é: a. $1400 b. $ 200 c. $ 800 d. $1200 5. O valor adicionado criado pela produtora de batatas é: a. $ 140 b. $ 260 c. $ 400 d. $ 120 5. O PIB para esta economia é: a. $ 3000 b. $ 500 c. $ 2400 d. $ 2000 7. A formação hedônica de preços é utilizada: a. para converter valores nominais em valores reais b. para calcular a diferença entre PIB Nominal e PIB Real c. para medir a taxa de variação do deflator do PIB d. para ajustar o preço dos bens a mudanças em suas características Utilize a informação fornecida abaixo para responder às questões 8 11, que se seguem. Suponha que você recebeu as seguintes informações acerca de uma economia. Há 200 milhões de indivíduos em idade de trabalhar nesta economia. Desses 200 milhões, 100 milhões estão trabalhando atualmente, 20 milhões procurando trabalho, 20 milhões pararam de procurar trabalho há dois meses e os restantes 60 milhões não querem trabalhar. 17

8. O tamanho da força de trabalho nesta economia é: a. 200 milhões de indivíduos b. 100 milhões de indivíduos c. 120 milhões de indivíduos d. 140 milhões de indivíduos 9. Considerando as definições correntes, utilizadas para classificar a força de trabalho nos Estados Unidos, o número de indivíduos desempregados nesta economia é de: a. 20 milhões de indivíduos b. 40 milhões de indivíduos c. 60 milhões de indivíduos d. 100 milhões de indivíduos 10. Considerando as definições correntes, utilizadas para classificar a força de trabalho nos Estados Unidos, a taxa de desemprego é de: a. 10% b. 16,7% c. 20% d. 14,3% 11. Considerando as definições correntes, utilizadas para classificar a força de trabalho nos Estados Unidos, a taxa de participação nessa economia é de: a. 86% b. 83% c. 70% d. 60% 12. Suponha que um relatório recente indique que o número de indivíduos que caem na categoria de trabalhadores desalentados tenha aumentado. Com base nas definições utilizadas para determinar o tamanho e a composição da força de trabalho e, considerando que todos os demais fatores permaneçam constantes, este relatório estaria indicando que: a. o número de indivíduos empregados diminuiu b. a taxa de desemprego foi reduzida c. o percentual da força de trabalho que está desempregada aumentou d. aumentou o número de trabalhadores desempregados 13. Considerando as definições correntes, utilizadas para classificar a força de trabalho nos Estados Unidos, qual dos seguintes indivíduos seria considerado como desempregado: a. um indivíduo que não tem trabalho e que parou de procurar trabalho há seis semanas b. um indivíduo que não tem trabalho e que parou de procurar trabalho há cinco semanas c. um indivíduo que tem trabalho, mas que está trabalhando menos de 40 horas por semana (ou seja, trabalha em tempo parcial) d. um indivíduo que não tem trabalho e que está no momento procurando trabalho e. um indivíduo que não tem trabalho e que nunca procura trabalho 14. Suponha que o deflator do PIB no ano t seja igual a 1,2 e a 1,35 no ano t+1. A taxa de inflação entre o ano t e o ano t+1 é: a. 0,15% b. 15% c. 12,5% d.1,125% 18

15. Dos itens abaixo, quais preços são incluídos no deflator do PIB, mas não incluídos no Índice de Preços ao Consumidor? a. bens e serviços intermediários b. compras pelas empresas de novas fábricas e novo maquinário c. importações d. bens de consumo e serviços 16. A curva de Phillips ilustra a relação entre: a. variações na taxa de inflação e na taxa de desemprego b. a taxa de desemprego e o crescimento do PIB c. a taxa de desemprego e a taxa de participação da força de trabalho d. a taxa de variação do deflator do PIB e o Índice de Preços ao Consumidor 17. A lei de Okun ilustra a relação entre: a. a taxa de desemprego e a taxa de participação da força de trabalho b. variações na taxa de desemprego e o crescimento do PIB c. a taxa de inflação e a taxa de desemprego d. a taxa de variação do deflator do PIB e o Índice de Preços ao Consumidor 18. No médio prazo, variações no PIB são causadas por variações: a. nos fatores da demanda b. nos fatores da oferta c. nos fatores da demanda e da oferta d. somente da política monetária 19. A taxa calculada de crescimento do PIB Real entre os anos de 2001 e 2002 estará baseada em qual dos seguintes anos, utilizando-se a metodologia corrente (isto é, deséries de índices)? a. a média dos preços em 2001 e 2002 b. os preços no ano-base, 1992 c. a média dos preços em 2002 e 2003 d. os preços em 2002 19

PROBLEMAS DE REVISÃO DO APÊNDICE 1 1. Defina Produto Nacional Bruto (PNB). 2. Com base na visão da ótica do produto nas contas nacionais, indique quais são os componentes do PIB. 3. Dê duas razões pelas quais a Renda Nacional não é igual à Renda Pessoal. 4. Por que a renda pessoal disponível é menor do que a renda pessoal? 5. Quais são os dois componentes do investimento interno privado bruto? 6. Quais são os três componentes do consumo? 7. As exportações líquidas podem ser negativas? Se sim, explique em breves palavras. 8. a) Em um determinado ano, é possível que o PNB de um país seja maior do que o seu PIB? Se sim, explique em breves palavras. b) Em um determinado ano, é possível que o PNB de um país seja menor do que o seu PIB? Se sim, explique em breves palavras. QUESTÕES DE MÚLTIPLA ESCOLHA 1. Se o PNB exceder o PIB, sabemos com certeza que: a. existe um déficit orçamentário b. existe um déficit comercial c. a renda recebida do resto do mundo excede os pagamentos de renda feitos ao resto do mundo d. a renda recebida do resto do mundo é menor do que os pagamentos de renda feitos ao resto do mundo 2. O Produto Nacional Líquido (PNL) é igual a: a. o PIB menos o consumo de capital fixo b. o PNB menos o consumo de capital fixo c. a renda pessoal disponível mais o pagamento líquido de juros d. a renda pessoal mais o pagamento líquido de juros 3. Qual item dos apresentados abaixo NÃO é um componente da Renda Nacional? a. salários e ordenados b. os lucros das empresas c. a renda de aluguel d. os impostos indiretos 20