O conflito nas ofocinas pedagógicas de Educação Física: Mover a planes de estudio

Documentos relacionados
10mo Congreso Argentino de Educación Física y Ciencias. 9 al 13 de septiembre de 2013

A relação entre a formação inicial e o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência

A dança no ensino médio: Um olhar sobre a Educaç o Física escolar

Felin, Rafael Pasqualin; Gularte, Isis Karina Cardoso da Luz. 10mo Congreso Argentino de Educación Física y Ciencias. 9 al 13 de septiembre de 2013

OS CONHECIMENTOS DE ACADÊMICOS DE EDUCAÇÃO FÍSICA E SUA IMPLICAÇÃO PARA A PRÁTICA DOCENTE

ESCOLA, LEITURA E A INTERPRETAÇÃO TEXTUAL- PIBID: LETRAS - PORTUGUÊS

SUPERANDO TRAUMAS EM MATEMÁTICA

OLIMPÍADA BRASILEIRA DE MATEMÁTICA DAS ESCOLAS PÚBLICAS (OBMEP): EXPERIÊNCIAS VIVENCIADAS A PARTIR DO PIBID UEPB MONTEIRO

DIFICULDADES DE LEITURA E ESCRITA: REFLEXÕES A PARTIR DA EXPERIÊNCIA DO PIBID

UMA EXPERIÊNCIA EM ALFABETIZAÇÃO POR MEIO DO PIBID

A IMPORTÂNCIA DAS DISCIPLINAS DE MATEMÁTICA E FÍSICA NO ENEM: PERCEPÇÃO DOS ALUNOS DO CURSO PRÉ- UNIVERSITÁRIO DA UFPB LITORAL NORTE

OS JOGOS E O PROCESSO DE APRENDIZAGEM DE LÌNGUA ESTRANGEIRA

VIOLÊNCIA NO ESPAÇO ESCOLAR: UMA ANÁLISE A PARTIR DA ESCOLA CAMPO

Metodologia Resultado e Discussão

CURSO: LICENCIATURA DA MATEMÁTICA DISCIPLINA: PRÁTICA DE ENSINO 4

10º Congreso Argentino y 5º Latinoamericano de Educación Física y Ciencias

DA UNIVERSIDADE AO TRABALHO DOCENTE OU DO MUNDO FICCIONAL AO REAL: EXPECTATIVAS DE FUTUROS PROFISSIONAIS DOCENTES

EDUCAÇÃO INCLUSIVA: ALUNO COM DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA NO ENSINO REGULAR

Estado da Arte: Diálogos entre a Educação Física e a Psicologia

PROGRAMA ESCOLA DA INTELIGÊNCIA - Grupo III ao 5º Ano

LUTAS E BRIGAS: QUESTIONAMENTOS COM ALUNOS DA 6ª ANO DE UMA ESCOLA PELO PROJETO PIBID/UNIFEB DE EDUCAÇÃO FÍSICA 1

Um espaço colaborativo de formação continuada de professores de Matemática: Reflexões acerca de atividades com o GeoGebra

O ENSINO DE FÍSICA NA VISÃO DOS ALUNOS DE UMA TURMA DE 2º ANO DO ENSINO MÉDIO: ESTUDO DE CASO EM UMA ESCOLA DO MUNICÍPIO DE ABAETETUBA PARÁ.

Instituto Educacional Santa Catarina. Faculdade Jangada. Atenas Cursos

Pesquisa com Professores de Escolas e com Alunos da Graduação em Matemática

PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA - PIBID

A INCLUSÃO DOS DIREITOS HUMANOS NAS TURMAS DO EJA POR MEIO DAS NOVAS TECNOLOGIAS

RELATÓRIO DE TRABALHO DOCENTE NOVEMBRO DE 2012 EREM ANÍBAL FERNANDES

O ENSINO DAS FUNÇÕES ATRAVÉS DO JOGO BINGO DE FUNÇÕES

USANDO A REDE SOCIAL (FACEBOOK) COMO FERRAMENTA DE APRENDIZAGEM

V Seminário de Metodologia de Ensino de Educação Física da FEUSP Relato de Experiência INSERINDO A EDUCAÇÃO INFANTIL NO CONTEXTO COPA DO MUNDO.

A PRÁTICA DE MONITORIA PARA PROFESSORES EM FORMAÇÃO INICIAL DE LÍNGUA INGLESA DO PIBID

CURSOS PRECISAM PREPARAR PARA A DOCÊNCIA

ISSN ÁREA TEMÁTICA: (marque uma das opções)

PRINCIPAIS DIFICULDADES ENFRENTADAS PELOS PROFESSORES DE QUÍMICA DO CEIPEV. E CONTRIBUIÇÃO DO PIBID PARA SUPERÁ-LAS.

Por uma pedagogia da juventude

A Tecnologia e Seus Benefícios Para a Educação Infantil

ESTRATÉGIAS DE ENSINO NA EDUCAÇÃO INFANTIL E FORMAÇÃO DE PROFESSORES. Profa. Me. Michele Costa

Pibid 2013 Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência

IV EDIPE Encontro Estadual de Didática e Prática de Ensino 2011 A IMPORTÂNCIA DAS ARTES NA FORMAÇÃO DAS CRIANÇAS DA EDUCAÇÃO INFANTIL

O USO DE SOFTWARES EDUCATIVOS: E as suas contribuições no processo de ensino e aprendizagem de uma aluna com Síndrome de Down

PESQUISA AÇÃO: ACOMPANHANDO OS IMPACTOS DO PIBID NA FORMAÇÃO DOCENTE

Rousseau e educação: fundamentos educacionais infantil.

EDUCAÇÃO E PROGRESSO: A EVOLUÇÃO DO ESPAÇO FÍSICO DA ESCOLA ESTADUAL ELOY PEREIRA NAS COMEMORAÇÕES DO SEU JUBILEU

Indisciplina escolar: um breve balanço da pesquisa em educação. Juliana Ap. M. Zechi FCT/UNESP

O ORIENTADOR FRENTE À INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIENCIA NA ESCOLA REGULAR DE ENSINO

A Experimentação Investigativa no Ensino de Química: Reflexões. partir do PIBID FRANCIELLE DA SILVA BORGES ISIS LIDIANE NORATO DE SOUZA CURITIBA 2013

Avaliaç o antropométrica de idosas participantes de grupos de atividades físicas para a terceira idade

TORNANDO-SE PROFESSOR DE CIÊNCIAS: CRENÇAS E CONFLITOS, Nelson Rui Ribas Bejarano e Anna Maria Pessoa de Carvalho (2003)

Aprendizagem da Matemática: um estudo sobre Representações Sociais no curso de Administração

ADOLESCÊNCIA E DROGAS

DOENÇAS VIRAIS: UM DIÁLOGO SOBRE A AIDS NO PROEJA

O CIBERESPAÇO NO ENSINO E GEOGRAFIA: A PROBLEMÁTICA DO USO/DESUSO DO GOOGLE EARTH EM ESCOLAS PÚBLICAS DE DIAMANTINA

PRÓ-MATATEMÁTICA NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES

RELATO DE EXPERIÊNCIA: A PERCEPÇÃO DE LUZ E SOMBRA NA EDUCAÇÃO INFANTIL. Palavras-chave: Conhecimentos físicos. Luz e sombra. Educação Infantil.

FORMAÇÃO PEDAGÓGICA DE DOCENTES NO ENSINO SUPERIOR

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO COORDENAÇÃO DE APERFEIÇOAMENTO DE PESSOAL DE NÍVEL SUPERIOR DIRETORIA DE EDUCAÇÃO BÁSICA PRESENCIAL DEB

E.E. PROF. JOSÉ AUGUSTO LOPES BORGES SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DIRETORIA DE ENSINO REGIÃO ARAÇATUBA

A inserção de jogos e tecnologias no ensino da matemática

Como mediador o educador da primeira infância tem nas suas ações o motivador de sua conduta, para tanto ele deve:

O DESAFIO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM PATOS, PARAÍBA: A PROFICIÊNCIA DOS ALUNOS DE ESCOLAS PÚBLICAS DE PATOS

ATUAÇÃO DO PIBID NA ESCOLA: (RE) DESCOBRINDO AS PRÁTICAS LÚDICAS E INTERDISCIPLINARES NO ENSINO FUNDAMENTAL

O olhar do professor das séries iniciais sobre o trabalho com situações problemas em sala de aula

Contexto da ação: Detalhamento das atividades:

VESTIBULAR: Uma escolha profissional que interliga a família e a escola

Entrevista com Heloísa Lück

Ensino Fundamental I. Como ajudar as crianças (6 a 8 anos) em seus conflitos?

RELATO DE EXPERIÊNCIA: PROJETO DE EXTENSÃO PRÁTICA DE ENSINO E FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES

EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ENSINO BÁSICO: PROJETO AMBIENTE LIMPO

AFINAL, O QUE É ESSA TAL OUVIDORIA?

FUNDAÇÃO CARMELITANA MÁRIO PALMÉRIO FACIHUS FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS Educação de qualidade ao seu alcance SUBPROJETO: PEDAGOGIA

JANGADA IESC ATENA CURSOS

USANDO O ALFABETO MÓVEL COMO RECUSO DE RECUPERAÇÃO

AVALIAÇÃO DO PROJETO PEDAGÓGICO-CURRICULAR, ORGANIZAÇÃO ESCOLAR E DOS PLANOS DE ENSINO 1

HANDFULT: RELATO DE EXPERIÊNCIA DO PIBID EDUCAÇÃO FÍSICA NA ESCOLA ESTADUAL PROFº JOSINO MACEDO

Curso de Capacitação em Bullying

Faculdade de Ciências Humanas Programa de Pós-Graduação em Educação RESUMO EXPANDIDO DO PROJETO DE PESQUISA

Introdução a EaD: Um guia de estudos

O PIBID E AS PRÁTICAS EDUCACIONAIS: UMA PERSPECTIVA PARA A FORMAÇÃO INICIAL DA DOCÊNCIA EM GEOGRAFIA

UMA PROPOSTA PARA O ENSINO-APRENDIZAGEM DE INTERVALOS REAIS POR MEIO DE JOGOS

PROJETO DE IMPLANTAÇÃO DE BIBLIOTECAS ESCOLARES NA CIDADE DE GOIÂNIA

TEATRO COMO FERRAMENTA PARA ENSINO/APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESPANHOLA: RELATO DE EXPERIÊNCIA 1

ORIENTADOR EDUCACIONAL

JUSTIÇA RESTAURATIVA COMO UM MÉTODO DE RESOLUÇÃO DE CONFLITOS

Curso de Especialização em Saúde da Família

Projeto. Supervisão. Escolar. Adriana Bührer Taques Strassacapa Margarete Zornita

RELATIVISMO MORAL CERTO E ERRADO: QUEM DECIDE? Organizadores: Artur Bezzi Günther, Márcia Luísa Tomazzoni e Mateus Rocha da Silva.

OBJETIVO Reestruturação de dois laboratórios interdisciplinares de formação de educadores

Lev Semenovich Vygotsky, nasce em 17 de novembro de 1896, na cidade de Orsha, em Bielarus. Morre em 11 de junho de 1934.

OS LIMITES DO ENSINO A DISTÂNCIA. Claudson Santana Almeida

A NECESSIDADE DA PESQUISA DO DOCENTE PARA UMA PRÁTICA PEDAGÓGICA INCLUSIVA, PRINCIPALMENTE NA EDUCAÇÃO ESPECIAL E NO TRABALHO COM AUTISTAS

PROJETO CONVIVÊNCIA E VALORES

PROJETO CAPACITAÇÃO DOCENTE COMISSÃO PRÓPRIA DE AVALIAÇÃO UNIFIA INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO - ISE

OS DIREITOS HUMANOS NA FORMAÇÃO DOS PROFESSORES

Educação a distância: desafios e descobertas

Palavras-chave: Educação Matemática; Avaliação; Formação de professores; Pró- Matemática.

RELATÓRIO DE TRABALHO DOCENTE SETEMBRO DE 2012 EREM LUIZ DELGADO

PROJETO O AR EXISTE? PICININ, Maria Érica ericapicinin@ig.com.br. Resumo. Introdução. Objetivos

ORATÓRIA ATUAL: desmistificando a idéia de arte

BRITO, Jéssika Pereira Universidade Estadual da Paraíba

Transcrição:

Neu, Adriana Flávia; Benetti, Chane Basso; Sawitzki, Rosalvo Luis O conflito nas ofocinas pedagógicas de Educação Física: Mover a planes de estudio 10mo Congreso Argentino de Educación Física y Ciencias 9 al 13 de septiembre de 2013 CITA SUGERIDA: Neu, A. F.; Benetti, C. B.; Sawitzki, R. L. (2013) O conflito nas ofocinas pedagógicas de Educação Física: Mover a planes de estudio [en línea]. 10mo Congreso Argentino de Educación Física y Ciencias, 9 al 13 de septiembre de 2013, La Plata. En Memoria Académica. Disponible en: http://www.memoria.fahce.unlp.edu.ar/trab_eventos/ev.2979/ev.2979.pdf Documento disponible para su consulta y descarga en Memoria Académica, repositorio institucional de la Facultad de Humanidades y Ciencias de la Educación (FaHCE) de la Universidad Nacional de La Plata. Gestionado por Bibhuma, biblioteca de la FaHCE. Para más información consulte los sitios: http://www.memoria.fahce.unlp.edu.ar http://www.bibhuma.fahce.unlp.edu.ar Esta obra está bajo licencia 2.5 de Creative Commons Argentina. Atribución-No comercial-sin obras derivadas 2.5

10º Congreso Argentino y 5º Latinoamericano de Educación Física y Ciencias O conflito nas oficinas pedagógicas de educação física Adriana Flávia Neu; adriananeu09@gmail.com Chane Basso Benetti; benetticb@yahoo.com.br Rosalvo Luis Sawitzki; rosalvols@hotmail.com Resumo O conflito aparece bastante no ambiente escolar e necessita ser compreendida a sua raiz para que se possa mediá-lo e obter resultados positivos e satisfatórios. Desse modo, a realização deste relato de experiências teve como objetivo de compreender as relações afetivas dos alunos do 4 ano nas oficinas pedagógicas do Subprojeto Cultura Esportiva da Escola do PIBID/UFSM agregado ao Programa Mais Educação. Os resultados encontrados advieram de um relato de experiência do caso de docência precoce do período de agosto a dezembro de 2012. Pôde-se observar que o conflito aparece bastante ligado à agressão física e verbal e que os agressores são geralmente os mesmos nas mais variadas situações vitimando os considerados mais fracos e menos agressivos. Da mesma forma, a formação inicial se mostra um tanto quanto insuficiente para lidar com essas situações surgidas na inserção docente, sendo assim o PIBID um grande aliado na formação inicial de professores. Palavras-chave: Conflito. Educação Física. Formação Inicial. PIBID. Introdução O contexto escolar frequentemente aparece arraigado por entre conflitos, indisciplina, violência, e uma infinidade de ocorrências, as quais precariamente conhecem-se seu significado e raras atitudes para exterminá-las ou ao menos amenizá-las nesse contexto. Desse modo, é relevante que se busque na literatura existente, ainda que escassa, o fidedigno significado dessas ocorrências tanto encontradas nos educandários antes de colocar de lado o aluno-problema. La Plata, 9 al 13 de septiembre de 2013 ISSN 1853-7316 web: http://congresoeducacionfisica.fahce.unlp.edu.ar

Embora as ocorrências e seus tipos sejam os mais variados, neste trabalho nos deteremos no problema conflito num enfoque à agressão física e verbal de alunos nas oficinas pedagógicas de jogos contemporâneos da Educação Física do Subprojeto Cultura Esportiva da Escola PIBID/EDF¹, inserido numa escola da periferia da cidade de Santa Maria através do Programa Mais Educação. Como durante as aulas eram frequentes a falta de respeito dos alunos através de agressões verbais, que geralmente eram seguidas de agressões físicas, nos propusemos a compreender como se dá essa relação e porque chega a tal ponto tanto durante as oficinas quanto em outros horários e locais. Este trabalho vem se justificar na perspectiva de compreender as relações afetivas dos alunos do 4 ano nas oficinas pedagógicas do Subprojeto da Educação Física Cultura Esportiva da Escola agregado ao Programa Mais Educação e nos objetivos específicos de averiguar as relações afetivas e sociais de alunos x alunos; constatar as relações afetivas e sociais de alunos x professores; e investigar propostas de enfrentamento ao trabalho com o conflito. Referencial teórico A maioria das definições de conflito aparece atrelada as questões de agressividade física e verbal e esta por sua vez, à violência escolar. Para Chrispino (2007) o conflito é parte integrante da atividade social e da vida e é oriundo da heterogeneidade de interesses, desejos e aspirações. Professores e alunos dão valores diferentes à mesma ação e reagem diferentemente ao mesmo ato, o que também pode ser considerado conflito. No Brasil, a maior parte dos estudos foca a violência, considerando a agressividade um aspecto dela (SISTO & FERNANDES, 2004:81). E para corroborar com esta afirmativa, Njaine & Minayo (2003) colocam que a violência na escola se apresenta através de brigas, agressões verbais ou mesmo ameaças (NJAINE & MINAYO, 2003:122). Acerca da violência na escola podem ser apontadas duas formas básicas: a física e a não física. A primeira faz menção a brigas, agressões físicas e

depredações, já a última, diz respeito à agressão verbal, discriminações, segregações, humilhações e desvalorização com palavras e atitudes de desmerecimento, sendo esta de mais difícil diagnóstico. E ambas podem ocorrer em diversos níveis de relação, a dizer, podendo ter como agente tanto alunos quanto professores e funcionários, quer como protagonistas quer como vítimas (MARRIEL et al, 2006). Sisto (2005) coloca que geralmente a agressão é cometida por um grupo conhecido de intimidadores que vitimam metodicamente blocos específicos de colegas, os quais geralmente são estudantes não agressivos. A maioria das agressões físicas é oriunda de provocações verbais (LEVANDOSKY & CARDOSO, 2010). Metodologia Este trabalho diz respeito a um relato de experiências do caso da docência precoce vivida por acadêmicas do curso de educação física bolsista do PIBID. Neste será relatado a principal dificuldade o conflito - encontrada pelas acadêmicas durante o processo de iniciação à docência entre o período de agosto a dezembro de 2012. A forma como nos deparamos com as agressões físicas e verbais nas oficinas pedagógicas de educação física, o modo como a formação inicial graduação em Educação Física Licenciatura - está tratando os problemas encontrados na escola durante a inserção docente e de onde foram retiradas as alternativas para resolução do problema pode-se dizer que são os principais eixos norteadores do desenvolvimento deste relato de experiências. Resultados e discussões A carreira de educador afigura-se para os acadêmicos da universidade uma tanto quanto serena. Algumas dificuldades da profissão são apresentadas na formação inicial, porém de uma forma superficial e tranquilizadora. Entretanto, a estreia à docência ainda inspira calafrios. Num instante o acadêmico está em uma sala de aula triturando um conjunto de ciências que um mentor exibe à academia e quando menos se aguarda, jaze

num ambiente sinônimo, todavia em funções inversas à da situação antecedente. E perante esta circunstância, cabe ao mesmo decidir se enfrenta ou se evita a condição. Entretanto ao evitá-la, seguramente deixa escoar por entre os dedos uma preciosa oportunidade de aprendizagem da futura profissão. E ao enfrentar acolhe consigo uma tarefa árdua e complexa. O primeiro enfrentamento já foi recuado porquanto os demais docentes da escola haviam recomendado muito cuidados e integridade com a turma em questão devido ao fato de considerá-la a mais meandrosa e enredada. Nesse instante a insegurança de lidar com a situação hipotética preenche espaço por não saber como dirigir uma turma problemática. Atividades que exigiam proximidade entre eles, como por exemplo, uma simples Ciranda, cirandinha era motivo para alguns não estarem mais com vontade de brincar alegando que não dariam a mão ou nem permaneceriam ao lado de fulaninho de tal ² porque ele era uma infinidade de adjetivos destrutivos. Aqui iniciava o conflito verbal gerado por eles de situações consideradas pelas docentes como adversas. Entretanto a agressividade verbal não parava por aqui. Aquele com alguma característica corporal ressaltada não haveria de escapar de apelidos maldosos e destrutíveis à autoestima do atingido. E até mesmo um gesto inadequado ao momento não escapava aos olhos do agressor. As situações eram muitas, mas os agressores verbais e os ofendidos eram praticamente os mesmos nas mais variadas circunstâncias. Todavia, a agressão verbal algumas vezes não parecia suficiente, e desembocava na agressão física numa sucessão de chutes, tapas e pedradas. Não preparadas para estas situações adversas, padecemos ao despreparo fornecido pela visão de aluno ideal evidenciado durante a formação inicial. Visão esta que encobre a realidade escolar a qual deveria por sua vez ser ratificada na faculdade consagrando os obstáculos para a formação do indivíduo como docente.

A formação inicial acontece sem inserções docentes propriamente ditas em que o acadêmico possa se tornar parte da escola e vivenciar a realidade em que a escola está inserida. Então o acadêmico percebe seu curso um tanto quanto teórico e superficial, o qual trata poucas questões acerca da realidade e se esquece de evidenciar as dificuldades mais corriqueiras existentes nas escolas. Antes de conseguir amenizar a dificuldade, entrei em crise tentando encontrar alternativas à resolução já que a formação inicial não corroborou para com este tema. E o diálogo e troca de experiências com os colegas de trabalho foram a principal fonte de posturas a serem tomadas frente ao problema. Os livros e artigos científicos publicados sobre o assunto também auxiliaram, apesar de ainda ser uma literatura extremamente escassa. A formação inicial, apesar de insuficiente, também pode ser colocada como uma das fontes de subsidio utilizadas. E muitas coisas trazemos junto em nossa bagagem de ex-criança e ex-aluno de ensino fundamental as quais também colaboram com a escolha da ação adequada na prática pedagógica. A amenização do problema proveio de muito diálogo acerca dos episódios. Deixamos a autoridade de lado, mas sem perder o controle da situação, e em extensas conversas acerca dos acontecidos fazia com que os discentes refletissem sobre suas ações e sobre a correta conduta tanto cobrada pela sociedade em que vivemos. Algumas considerações Os conflitos sempre existiram em todos os lugares e para ele são adotadas as mais diversas respostas. Cada realidade é diferente, portanto deve-se conhecer a realidade para então investigar qual medida será tomada para a amenização da agressão, tanto física quanto verbal. Com este trabalho pode-se perceber que os alunos possuíam uma relação de conflito constante e ao professor cabia o papel de mediador desse conflito. A maior parte do conflito iniciava pela simples divergência de ideias e os agressores geralmente eram os mesmos, assim como também as vitimas. Essa agressividade que aparece tanto na forma verbal quanto na forma física,

e que pode ocorrer em qualquer ambiente, é um assunto pouco conhecido por nós devido a pouca literatura existente. Também pode ser observado que a formação inicial fornece na maioria das vezes, a visão do aluno ideal, não evidenciando a ocorrência do conflito, dessa forma, quando o aluno em formação inicial se depara com o mesmo, não sabe como proceder. Na formação inicial há uma grande preocupação no ensino dos mais variados conteúdos da educação física acarretando numa deficiência no que se refere às dificuldades mais corriqueiras encontradas no ambiente escolar. Devido essa deficiência na formação inicial, o acadêmico em sua inserção à docência precoce deve buscar em outras fontes o que não lhe foi ofertado. Dessa forma, buscou-se em livros e artigos científicos publicados, embasamento para a ação pedagógica. Sendo assim, a principal ferramenta utilizada e recomendada pela literatura foi o diálogo com os discentes incutindo a reflexão e a criticidade nas oficinas pedagógicas de educação física, o que surtiu grande efeito, obtendo-se resultados positivos. 1 - Refere-se ao Subprojeto Cultura Esportiva da Escola do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência na área da Educação Física da Universidade Federal de Santa Maria. 2 - Colocado entre aspas no texto, pois se trata de uma expressão bastante ouvida na inserção docente no contexto escolar. Referências Bibliográficas CHRISPINO, A. (2007). Gestão do conflito escolar: da classificação dos conflitos aos modelos de mediação. En Ensaio: aval. pol. públ. Educ., N 54, Rio de Janeiro, 11-28. LEVANDOSKY, G.; CARDOSO, F.L. (2010). Percepção docente sobre as relações de agressividade, o lúdico e o bullying na escola. En Pensar a Prática, N 2, Goiânia, 1-13. LOPES NETO, A. A. (2005). Bullying: comportamento agressivo entre estudantes. En Jornal de Pediatria, N 5, Rio de Janeiro, 164-172. MARRIEL et al. (2006). Violência escolar e auto-estima de adolescentes. En Cadernos de Pesquisa, N 127, Rio de Janeiro, 35-50.

NJAINE, K.; MINAYO, M. C. S. (2003). Violência na escola: identificando pistas para a prevenção. En Interface - Comunic, Saúde, Educ, N.13, São Paulo, 119-34. SISTO, F.F. (2005). Aceitação-rejeição para estudar e agressividade na escola. En Psicologia em Estudo, N 1, Maringá, 117-125. SISTO, F. F. & FERNANDES, D. C. (2004). Dificuldades linguísticas na aquisição da escrita e agressividade. En Psicologia Escolar e Educacional, N 1, São Paulo, 75-84.